“Você, por que julga seu irmão? E por que despreza seu irmão? Pois todos compareceremos diante do tribunal de Deus” (Romanos 14:10, NVI).
Leituras da semana: Romanos 14–16
Conta-se que alguém se aproximou de um famoso rabino da antiguidade e lhe pediu que explicasse todo o significado da Torah enquanto se apoiava em uma só perna. “Não faça aos outros”, o rabino disse sobre uma perna, “o que lhe parece prejudicial; essa é toda a Torah. Todo o resto é comentário”.
Quer concordemos com a declaração do rabino, quer não, num ponto ele tinha razão. Alguns aspectos de nossa fé são fundamentais, e outros, mero “comentário”. A lição desta semana examina parte desse “comentário”. O que isso significa é que tudo o que veio antes destacou os princípios fundamentais da salvação. Qual é a função da lei – seja ela todo o sistema do Antigo Testamento, sejam apenas os Dez Mandamentos – na área da salvação? Paulo precisou definir claramente os termos
Tendo tudo isso explicado, Paulo então passa fazer algum “comentário”. Embora seja muito enfático em alguns pontos, Paulo assume uma atitude muito mais livre quanto a outras coisas. Isso porque essas coisas não são essenciais, como se fossem “comentário”. Mas, ao mesmo tempo, embora em si mesmas não fossem cruciais, a atitude que os cristãos mantinham uns com os outros no trato desses assuntos, era, sim, essencial.
O irmão fraco
1 Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.
2 Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes;
3 quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu. Romanos 14:1-3,
Nestes versos a questão era o consumo de carnes que poderiam ter sido sacrificadas aos ídolos. O concílio de Jerusalém (At 15) decretara que os conversos gentios deveriam se abster de consumir esses alimentos. Mas sempre havia a pergunta se as carnes vendidas nos mercados públicos eram provenientes de animais sacrificados aos ídolos (veja 1Co 10:25 - Comei de tudo o que se vende no mercado, sem nada perguntardes por motivo de consciência). Alguns cristãos não se incomodavam com isso; outros, se porventura houvesse a mínima dúvida, escolhiam comer apenas legumes. O assunto não tinha nada que ver com a questão do vegetarianismo e viver saudável. Nem Paulo estava sugerindo nessa passagem que havia sido abolida a distinção entre carnes puras e impuras. Essa não é a questão em consideração. Se as palavras “Um crê que de tudo pode comer” (Rm 14:2) fossem entendidas que agora qualquer animal, limpo ou impuro, pode ser comido, elas estariam mal-aplicadas. A comparação com outras passagens do Novo Testamento proíbe essa aplicação.
Enquanto isso, “acolher” alguém que é débil na fé significava conferir-lhe plena capacidade e status social de membro. A pessoa não deveria ser objeto de discussão, mas ter direito a sua opinião.
Também é importante perceber que, no verso 3, Paulo não fala negativamente do “débil na fé”. Nem ele dá a essa pessoa o conselho de se tornar forte. No que se refere a Deus, o cristão extremamente escrupuloso (assim considerado, aparentemente, não por Deus, mas por seus irmãos) é aceito. “Deus o acolheu.”
Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.
Embora precisemos manter em mente os princípios considerados na lição de hoje, não existem ocasiões nem lugares em que precisamos entrar e julgar, se não o coração de uma pessoa, pelo menos as ações? Temos que recuar e não dizer nada em todas as situações? Isaías 56:10 descreve os atalaias como “cães mudos, [que] não podem ladrar”. Como podemos saber quando falar e quando manter silêncio? Como podemos alcançar o equilíbrio correto?

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