quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Relacionamentos (comentário ao estudo nº 04)





Objetivo: Compreender as bases do relacionamento cristão e como desenvolvê-lo no cotidiano.
Verdade: A comunhão com Deus nos leva a desenvolver relacionamentos saudáveis.

Introdução
A lição apresenta o plano de Deus para os relacionamentos humanos e os princípios que o fundamentam. Identifica as atitudes básicas para a interação saudável, bem como o crescimento pessoal e social. Também apresenta  os recursos divinos para desenvolvê-las em nossa vida.

Em nosso estudo, vamos tentar responder a quatro perguntas importantes:

1. Como lidar com a ingratidão?
2. Como agir com aqueles que erram?
3. Como agir quando prejudicamos os outros?
4. Quais são as diretrizes de Jesus sobre o relacionamento humano?

Deus nos fez seres sociais; por isso, o relacionamento humano é tão importante em nossa experiência pessoal. Mas a interação social implica no desenvolvimento de habilidades específicas, o que exige disposição, esforço pessoal e vontade de crescer.

Quando Deus criou o homem, Ele afirmou: “Não é bom que o homem esteja só” (Gn 2:18). Com isso, Deus apresenta a importância da socialização para o desenvolvimento saudável. A saúde é definida pela Organização Mundial da Saúde como o “perfeito estado de bem-estar físico, social e emocional”, confirmando esse conceito divino. A qualidade dos relacionamentos é um dos  indicadores da saúde social de uma pessoa, e também da qualidade de vida.

Mas quais são as bases para a construção de relacionamentos saudáveis?

I. Quando os outros erram
O relacionamento com aqueles que nos tratam bem é fácil, mas quando nos sentimos prejudicados por alguém, nossa inclinação natural é a de retribuir com a mesma moeda. Ao contrário disso, a presença de Cristo no coração nos ajuda a desenvolver outra disposição, como Paulo expressa em Efésios 4:1-3. Esses versos enfatizam as seguintes atitudes:

1. Humildade (v. 2)
2. Mansidão (v. 2)
3. Longanimidade (v. 2)
4. Unidade (v. 3)
5. Paz (v. 3)

Abigail (1Sm 25) demonstrou essas virtudes quando Nabal agiu de forma ingrata e injusta com Davi. Ela percebeu a tensão do momento e procurou uma forma saudável de contornar a situação:

1. Agiu com humildade
2. Levou Davi a ponderar sobre o ocorrido
3. Evidenciou as possíveis consequências de uma atitude precipitada
4. Encorajou Davi a relevar o ocorrido

Davi reconheceu a sabedoria de Abigail e não se vingou de Nabal. A atitude dela evitou uma grande tragédia. A reflexão antes da ação contribuiu para que se evitasse o pior. A indignação pela injustiça e o desejo de reparação de danos pode tomar conta de nosso coração, mas, se o Espírito Santo nos conduzir, Ele nos dará discernimento e prudência para evitar uma atitude precipitada.

Perguntas:
1. Que orientação você daria a alguém que foi prejudicado por um ofensor que não demonstra arrependimento?
2. Você já passou por situação semelhante? O que sentiu? E o que fez?
3. O que Jesus quis expressar ao dizer: “Não resistais ao perverso; mas, a qualquer que te ferir na face direita, volta-lhe também a outra”? (Mt 5:39)

II. O poder restaurador do perdão
Deus nos orienta a usar o perdão como Ele o fez através de Cristo (Ef 4:32). O efeito terapêutico do perdão é poderoso para quem o recebe e mais ainda para quem o oferece. Ele liberta a pessoa ofendida de sentimentos ruins e dores desnecessárias e a aproxima de Deus. Possibilita ao ofensor a oportunidade de nascer uma segunda vez na vida daquele a quem ofendeu, ao mesmo tempo que lhe proporciona a chance de reconstruir a vida.

Jesus, a expressão máxima do perdão, ensinou que é preciso obter a reconciliação antes de oferecer algum culto a Deus (Mt 5:23-25). A religiosidade só encontra significado quando é traduzida em atitudes de mudança no relacionamento com as pessoas. Isso não significa que devamos ignorar as injustiças sofridas, mas considerá-las na perspectiva divina do perdão: “Se teu irmão pecar, repreende-o; e se ele se arrepender, perdoa-lhe. Mesmo se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; tu lhe perdoarás” (Lc 17:3-4).

III. Confissão e crescimento espiritual
Deus nos ensina a confissão de nossos pecados. Ao fazê-lo, demonstramos o reconhecimento de nossa culpa e a disposição de reparação ao ofendido. Há também a confissão de pecados a um mentor espiritual, em quem o ofensor confie. Esse processo provê cura emocional e espiritual. Esse assunto será mais profundamente explorado na Lição 5, mas é importante antecipar que a culpa, se não tratada, pode gerar sentimentos negativos e sofrimento persistente, favorecendo a instalação de doenças.

IV. Lidando com os problemas de relacionamento
A Igreja é uma comunidade formada por pessoas que têm virtudes, qualidades e deficiências pessoais. É normal que surjam problemas de relacionamento, resultantes principalmente das diferentes perspectivas e formação diversa de seus membros. Mas a aplicação do princípio da regra áurea é a chave para solucionar essas dificuldades: fazer aos outros aquilo que gostaríamos que fizessem conosco. Deus nos enche o coração de amor e paz na proporção em que repartimos Seu amor com nosso próximo.

Perguntas:
1. Alguma vez você já foi vítima de mentiras ou maus julgamentos?
2. Como você se sentiu?
3. O que é possível fazer para ajudar alguém que se sente assim?



Noel José Dias da Costa é psicólogo e pastor, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Teologia pelo SALT-UNASP-EC. Atua como professor, psicólogo e auxiliar da Associação Ministerial no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP). É casado com a pedagoga Erenita M. S. da Costa, e pai de Tiago e Ana Cristina.





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