Para a humanidade que escolheu não crer em Deus, o plano da salvação se torna a única opção para escapar das consequências destrutivas eternas dessa separação. Logo no princípio, o livro de Gênesis demonstra a necessidade de um Salvador para a humanidade e a iniciativa de um Deus de miséricórdia, amor e graça: “Adão, onde você está?”
Fiel ao Seu caráter, Deus envolve Seus filhos nesse plano de apresentar a mensagem de esperança às demais pessoas, de forma explícita, desde o chamado, envio e promessa a Abraão (Gn 12) até a igreja cristã atual. No Novo Testamento, essa característica importante – um Deus que envia – fica ainda mais evidente.
No momento mais dramático da missão de Deus, Jesus Se tornou o Salvador do mundo. A encarnação foi evangelística em sua intenção, o ministério de Cristo estabeleceu o modelo evangelístico, Sua morte e ressurreição incorporaram a mensagem do evangelismo, e Sua
comissão ordenou que todos participem do evangelismo.
Portanto, Deus enviou Jesus, que voltou para Deus e enviou o Espírito Santo para Seus seguidores que, no poder do Espírito, são enviados por Jesus a todo o mundo “para proclamar o reino de Deus e convidar as pessoas a glorificar o Rei dos Reis através de um estilo de vida de adoração” (Introducing World Missions, p. 40). Individual e coletivamente, a igreja tem um privilégio e uma responsabilidade, no contexto da aliança com Deus, nos dias que antecedem a consumação desse plano e encerramento dessa missão.
II. A Grande Comissão
O texto de Mateus 28:18-20, conhecido como a Grande Comissão, é o texto principal do estudo desta semana. A partir de 1792, após a publicação do famoso livreto (An Enquiry into the Obligations of Christians to Use Means for the Conversion of the Heathens) de William Carey, pai das missões modernas, a Grande Comissão passou a ser o principal texto e a grande motivação para a missão da igreja.
O conteúdo desses versos também é mencionado pelos demais evangelistas: Marcos 16:14-18, Lucas 24:36-49, João 20:19-23 e Atos 1:8. Embora o imperativo para a evangelização seja o mesmo , cada autor enfatiza um aspecto diferente, embora mantendo a mesma orientação.
Em cada texto:
(3) o escopo (Ide...a todas as nações),
III. Definindo evangelismo e testemunho
A palavra grega traduzida por testemunha é martyria, de onde se herdou a palavra mártir. Essa imagem nasce no contexto de um julgamento em que as declarações das testemunhas eram o meio primário de prova (Nm 35:30; Dt 19:15; Mt 18:15‐20). A omissão de dar o testemunho verdadeiro era punida (Êx 20:16; Lv 5:1;Pv 29:24). Na igreja, o testemunho se refere a compartilhar destemidamente aquilo experimentamos em nossa caminhada com Cristo, como instrumentos do Espírito Santo no chamado à conversão. Uma testemunha é alguém que, por explicação ou demonstração, dá evidência visível ou audível daquilo que tem visto ou ouvido sem se alterar pelas consequências dessas ações (S. Briscoe, Getting Into God, p. 76).
Em contrapartida, evangelismo tem sido definido de várias formas. D. B. Barret listou 75 definições diferentes (Evangelize! A Historical Survey of the concept, p. 22). Apesar de a palavra evangelismo não se encontrar na Bíblia, o verbo euanggelizo aparece cerca de 55 vezes no Novo Testamento grego e significa “trazer ou anunciar boas novas”.
(5) Os resultados da evangelização incluem a obediência a Cristo, o ingresso em Sua igreja e um serviço responsável no mundo” (http://www.lausanne.org/pt/pt/1662/covenant.html).
(http://adventist.org/beliefs/statements/main/stat50.html).
Por isso, Ellen G. White afirma que “O Senhor determinou que a proclamação desta mensagem fosse a maior e mais importante obra no mundo, para o tempo presente” (Evangelismo, p. 18).
A esta altura, deve estar claro que evangelismo e testemunho não são descrições da sua função. São muito mais do que isso, são parte importante da definição de quem você é e daquilo que dá sentido à sua vida como estrangeiro no mundo.
“Você nasceu de acordo com o propósito divino e para o Seu propósito” (The Purpose Driven Life, p. 17). Nasceu com uma missão única porque sua história é única. O chamado é para contar a história de Jesus e como ela moldou sua história. Por isso, Jesus disse que as pessoas seriam Suas testemunhas, não Seus advogados. Vale lembrar que o testemunho daqueles que vivem o cristianismo desde o nascimento pode ser tão impactante quanto o daqueles que se converteram ou retornaram à fé.
“Se a adoração do Criador é o propósito criado por trás da vida, se deve ser a motivação por trás de cada ato na nossa vida, se é o glorioso cumprimento futuro e final de toda a criação, então é imperativo que ninguém fique sem essa oportunidade de se unir nessa jornada” (Evangelism Handbook, p. 51). Karl Barth, por exemplo, considera que o que faz alguém ser um cristão não é primariamente sua experiência pessoal de graça e redenção, mas seu ministério. A igreja existe para o mundo, não o mundo para a igreja. As pessoas não são chamadas para ser cristãs simplesmente para receber vida, mas para dar vida (Evangelism: Theological Currents and Cross/Currents Today, p. 15).
“A obra evangelística de abrir as Escrituras aos outros, advertindo homens e mulheres daquilo que está para vir ao mundo, deve ocupar, mais e mais, o tempo dos servos de Deus” (Ellen G. White, Evangelismo, p. 17).
Os detalhes a respeito de como ser uma fiel testemunha e um evangelista segundo a vontade de Deus serão abordados durante o trimestre, mas algumas características iniciais já podem ser listadas:
Existe uma dívida para com as testemunhas evangelísticas que compartilharam sua experiência com Jesus e que um dia alcançou você.
Ilustração Certo navegador passava mal em alto mar devido a uma grande tempestade. Naquele momento, ele ouviu a respeito de outro tripulante que se havia se desequilibrado e caído no mar. Preocupado em saber como poderia ajudar a salvá-lo, ele achou uma lanterna e a ergueu em frente à janelinha redonda do seu camarote.
O homem que se afogava foi salvo. Dias depois, num encontro casual com o colega no deque do navio, ele disse que, na ocasião do naufrágio, ele já havia afundado duas vezes nas águas revoltas e estava próximo da terceira quando consequiu levantar o braço. Naquele momento, alguém o iluminou através de uma das janelas. Um dos que tentavam resgatá-lo conseguiu ver sua mão e o puxou para o barco.
A função humana nesse processo muitas vezes se assemelha à daquele de levantar a luz para que outros sejam resgatados e se unam-se à família de Deus (Moody's Anecdotes, p. 44). O evangelismo é uma responsabilidade e um privilégio dos quais devemos nos
aproximar com zelo, humildade e respeito. Apesar da atual condição de pecado, o mundo foi criado por Deus e para Ele. Deus amou o mundo de tal maneira, e você?
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