quinta-feira, 12 de abril de 2012

O ministério de cada cristão (resumo do estudo nº 02)




Mas vocês são a raça escolhida, os sacerdotes do Rei, a nação completamente dedicada a Deus, o povo que pertence a ele. Vocês foram escolhidos para anunciar os atos poderosos de Deus, que os chamou da escuridão para a sua maravilhosa luz 1Pedro 2:9

Saber: O que é preciso para ter um relacionamento crescente e pessoal com Deus e como podemos compartilhar essa experiência.
Sentir: O encorajamento e alegria que surgem do ato de colaborar com o Espírito Santo e com o corpo da igreja, demonstrando vontade de servir.
Fazer: Trabalhar para alcançar os objetivos comuns do corpo de Cristo, sendo companheiro de trabalho nos campos da seara.

Esboço

I. Trabalhadores da seara
A. O relacionamento de amor com o Senhor da seara se traduz em um ministério de serviço na colheita.
B. Que objetivos semelhantes compartilhamos com o corpo de Cristo?
C. Que estratégias corporativas os obreiros da seara usam a fim de fortalecer a obra?

II. Alegrias compartilhadas
A. As notícias sobre o progresso do testemunho e evangelismo glorificam a Deus e incentivam a igreja.
B. É importante colaborar com o Espírito Santo nas tarefas individuais e corporativas. Como o Espírito Santo leva os trabalhadores para a unidade?

III. Objetivos semelhantes
A. Em suas oportunidades para testemunho individual, como você pode transmitir aos outros o que recebeu em seu relacionamento com Cristo?
B. Como você pode incentivar seus companheiros de trabalho em favor de Cristo?

Resumo: 
Como membros do corpo de Cristo, cada um tem um ministério pessoal em partilhar o que Ele fez por nós, bem como a responsabilidade diante de todo o corpo da igreja de cooperar com a obra local e mundial.


Motivação
Duplamente chamado, cada membro da igreja recebe não apenas um, mas dois convites: para ser salvo e para servir. Em primeiro lugar, Deus nos chama para um relacionamento com Ele e, como resultado desse relacionamento, o Senhor nos chama para realizar um ministério pessoal para com os outros na obra de testemunhar e evangelizar.


Vivendo na cultura individualista do nosso mundo, é muito fácil esquecer que o cristianismo é essencialmente comunitário. A maior parte do Novo Testamento foi escrita para um grupo de cristãos ("vocês", no plural), que creem juntos e trabalham juntos para edificar o reino de Deus e compartilhar sua vida. Exceto quando se dirigiu por nome a indivíduos específicos, Paulo se referiu ao povo de Deus no sentido singular apenas quando escreveu a eles como parte do corpo de Cristo em sentido mais amplo. Somos cristãos “únicos” somente quando trabalhamos com os outros de modo tão próximo que podemos ser descritos como parte de um só corpo.

Atividade de abertura: Peça aos alunos que pensem em exemplos de trabalho em equipe em vários setores da vida. Os exemplos podem incluir equipes esportivas, equipes comerciais, equipes corporativas, pessoas trabalhando em uma produção teatral, equipe de construtores em um canteiro de obras, o pessoal da cozinha de um restaurante, e tantos mais. Quando desempenham seu papel de modo ideal, esses grupos trabalham em conjunto por um objetivo comum, motivados pela mesma causa. Escolha um desses exemplos (talvez a equipe esportiva seja uma das mais familiares), e comente os diferentes papéis desempenhados dentro dessa equipe. Obviamente, enquanto existem diferentes papéis desempenhados dentro da equipe em campo, há tantos outros papéis executados fora do campo que também contribuem com a equipe, incluindo treinadores, dirigentes, equipe médica, e até mesmo motoristas de ônibus, líderes de torcida e carregadores de água. Para os membros da igreja, o trabalho em equipe é infinitamente mais importante, na medida em que eles participam da missão muito mais vital de compartilhar o amor de Deus e a mensagem de salvação.

Compreensão
Nesta seção vamos considerar e comentar textos bíblicos que descrevem os papéis individuais e coletivos na missão evangelística que Deus deu ao Seu povo.


Comentário Bíblico


I. Reconciliando as pessoas com Deus

15
  E ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.
16  Assim que, nós, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, se antes conhecemos Cristo segundo a carne, já agora não o conhecemos deste modo.
17  E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas.
18  Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação,
19  a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.
20  De sorte que somos embaixadores em nome de Cristo, como se Deus exortasse por nosso intermédio. Em nome de Cristo, pois, rogamos que vos reconcilieis com Deus. 2Co 5:15-20

Quando começamos a apreciar o que Deus fez por nós, logo percebemos que o que Ele fez não foi simplesmente a nosso respeito, nem foi somente por nós. Além disso, percebemos que temos algo tão vital e maravilhoso que deve ser compartilhado com outras pessoas. Aquilo que Deus tem feito, graças ao Seu amor por nós, nos motiva a permitir que Ele faça ainda mais por nosso intermédio. Tornamo-nos agentes da esperança e embaixadores da reconciliação. A obra continua sendo realizada por Deus, mas nos tornamos um meio pelo qual esse trabalho avança no mundo.

Pense nisto: 
1. A falta de apreciação pelos atos e amor de Deus pode ser a razão pela qual muitas pessoas não priorizam o evangelismo. Como isso pode ser remediado?
2. Qual é o significado da palavra "reconciliação" nesses versos? O que isso acrescenta à nossa compreensão do evangelho e da obra de compartilhá-lo?

II. Capacitando para a obra de Deus

11  E ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres,
12  com vistas ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço, para a edificação do corpo de Cristo,
13  Até que todos cheguemos à unidade da fé e do pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, Ef 4:11-13.)

Enquanto Paulo viajava e estabelecia igrejas, ele demonstrou a importância de uma organização básica da igreja, explicando que Deus ordenou as funções complementares que os diferentes indivíduos podem desempenhar na comunidade da igreja. Evidentemente, essas divisões de funções e de trabalho sugerem algum tipo de organização ou estrutura com a finalidade específica de preparar o povo de Deus para a missão, para a execução da obra de Deus e para a edificação da igreja.

Pense nisto: 
Como podemos encontrar o equilíbrio entre os papéis específicos e profissionais do ministério e a ideia de que todos temos um ministério e uma função a desempenhar no evangelismo? Quais são os perigos de se concentrar demais no ministério especializado ou, ao contrário, no ministério geral?

III. Plantando e colhendo

35
  Não dizeis vós que ainda há quatro meses até à ceifa? Eu, porém, vos digo: erguei os olhos e vede os campos, pois já branquejam para a ceifa.
36  O ceifeiro recebe desde já a recompensa e entesoura o seu fruto para a vida eterna; e, dessarte, se alegram tanto o semeador como o ceifeiro.
37  Pois, no caso, é verdadeiro o ditado: Um é o semeador, e outro é o ceifeiro.
38  Eu vos enviei para ceifar o que não semeastes; outros trabalharam, e vós entrastes no seu trabalho.
39  Muitos samaritanos daquela cidade creram nele, em virtude do testemunho da mulher, que anunciara: Ele me disse tudo quanto tenho feito.
40  Vindo, pois, os samaritanos ter com Jesus, pediam-lhe que permanecesse com eles; e ficou ali dois dias.
41  Muitos outros creram nele, por causa da sua palavra, Jo 4:35-41

Quando falamos de evangelismo, muitas vezes nosso primeiro pensamento está nos grandes programas públicos de evangelização. Essa é uma forma de evangelismo, mas, em muitos casos, é apenas parte de um processo mais longo. Cada vez mais, tais eventos estão sendo descritos como programas de "colheita". Em vez de serem considerados evangelismo completo, tais eventos funcionam melhor como parte de um plano mais amplo, complementando os esforços das igrejas e membros individualmente, às vezes durante um período de anos. Talvez estejamos começando a entender um pouco mais a respeito do processo descrito por Jesus nesses versos.

Pense nisto:
Como esse modelo de plantar e colher pode nos encorajar quando parece haver poucos resultados de nossos esforços evangelísticos?

IV. Alcançando o mundo inteiro pelo poder do Espírito

5
  porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.
6  Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo,
7  de sorte que vos tornastes o modelo para todos os crentes na Macedônia e na Acaia.
8  Porque de vós repercutiu a palavra do Senhor não só na Macedônia e Acaia, mas também por toda parte se divulgou a vossa fé para com Deus, a tal ponto de não termos necessidade de acrescentar coisa alguma;  1Ts 1:5-8

Ali chegados, reunida a igreja, relataram quantas coisas fizera Deus com eles e como abrira aos gentios a porta da fé. At 14:27

Paulo e Barnabé haviam sido enviados pelo mundo então conhecido para contar as boas-novas sobre Jesus. Ao retornarem à igreja de Antioquia, apresentaram um relatório, dizendo aos irmãos o que o Espírito Santo havia realizado nas regiões que tinham visitado. Nessa ocasião, eles contaram algumas das primeiras "histórias missionárias", uma tradição que continua na Igreja até hoje. Esses relatórios devem encorajar a igreja, quando ela percebe o sucesso do trabalho e a atuação de Deus, e desafiar os membros a permanecer fiéis à tarefa ainda incompleta.

Pense nisto: 
1. Por que as "histórias missionárias" são importantes na vida da igreja?
2. Ao falar sobre o trabalho de evangelismo, como podemos encontrar o equilíbrio entre nosso trabalho e o do Espírito Santo?

Aplicação
Quando falamos de cada membro da igreja como um ministro, podemos ser tentados a trabalhar de forma isolada, em vez de enfatizar o fato de que cada membro deve desempenhar um papel em uma comunidade ativa e eficaz que, em si mesma, é uma poderosa testemunha. Lesslie Newbigin nos lembra de que a comunidade da igreja é, em si mesma, um dos maiores argumentos em favor do evangelho: "
Como é possível que o evangelho seja digno de crédito, que as pessoas devam acreditar que o poder que tem a última palavra nos assuntos humanos seja representado por um homem pendurado em uma cruz? Sugiro que a única resposta, a única hermenêutica do evangelho seja uma congregação de homens e mulheres que acreditam nele e vivem por ele" (O Evangelho em uma Sociedade Pluralista; Grand Rapids, Michigan; Wm. B. Eerdmans Publishing Co., 1989, p. 227).

Perguntas de aplicação
1. Ao tentar alcançar a comunidade, atender suas necessidades e compartilhar com ela o evangelho, como sua igreja pode trabalhar efetivamente como uma equipe? Como esse trabalho evangelístico pode ser melhorado?
2. O que é mais importante: treinar os membros da igreja para evangelizar ou ajudá-los a perceber o potencial evangelístico de seus talentos e habilidades?
3. À luz do modelo evangelístico de plantar e colher descrito por Jesus em João 4, qual é a melhor definição de evangelismo?
4. Que riscos existem para uma igreja que fica "presa" no método do plantio? O que essa estagnação pode significar? Que papel o Espírito Santo desempenha para impedir que isso aconteça?
5. Ao promover os "ceifeiros", de que modo a igreja pode, às vezes, desconsiderar os “semeadores”? Como podemos treinar os membros da igreja para ser melhores "semeadores"?
6. Se cada membro é um ministro e evangelista, que responsabilidade deve ter para com a igreja nesse ministério? Ou somos responsáveis somente diante de Deus? Justifique sua resposta, com base nas Escrituras.
7. As histórias missionárias, às vezes, podem nos tentar ao triunfalismo, egocentrismo, ou mesmo à distorção da verdade. Quais são os princípios para contar as histórias missionárias de modo mais adequado?

Criatividade
Esta atividade deve funcionar como avaliação das muitas atividades e programas realizados pela igreja e seus membros, à luz do modelo de plantio e colheita, descrito por Jesus em João 4:35-41. Isso deve incentivar os alunos a pensar nas diferentes atividades que possam ser consideradas evangelismo, e apreciar as funções que os membros podem desempenhar no testemunho da igreja.

Sugestões para atividades em duplas ou grupos:
Dedique um tempo para considerar as atividades de testemunho e evangelismo da igreja como sendo parte do processo de crescimento, que envolve o plantio e a colheita. Em uma folha de papel ou quadro, desenhe três colunas, classifique-as como "Plantar", "Regar" e "Colher", e peça que os alunos sugiram atividades, eventos ou programas realizados pela igreja ou pelos membros individualmente que poderiam se encaixar nessas categorias diferentes. À medida que a lista crescer, considere como os itens em cada coluna podem ser combinados em um plano evangelístico mais amplo. Além disso, verifique se a igreja, como um todo, tem poucos itens em alguma das colunas. Se esse for o caso, o que poderia ser feito para enfatizar mais esse aspecto do crescimento espiritual das pessoas? Termine com uma oração por essas diferentes atividades, humildemente pedindo a Deus que use esses programas e os membros da igreja para produzir, em sua comunidade, uma colheita para Seu reino.




Nenhum comentário:

Postar um comentário