Quinta
De nossa perspectiva atual, é muito fácil considerar a igreja primitiva uma espécie de modelo de harmonia e paz, um exemplo do que significava inteiramente a verdadeira adoração. Infelizmente, a história do Novo Testamento é muito semelhante à do Antigo Testamento, no sentido de que os dois mostram até que ponto todos somos degenerados.
Tomemos, por exemplo, a igreja de Corinto, a qual Paulo estabeleceu em sua segunda viagem missionária. Um centro comercial, conhecido por seu luxo e riqueza, Corinto era também o centro de uma das religiões mais sensuais e degradantes da época. Por influência dessa cultura, imoralidade e dissensão haviam invadido a igreja. E ainda assim, por mais que isso fosse ruim, não era o único problema ali. Paulo abordou outras questões que estavam fazendo com que as dissenssões se desenvolvessem na igreja (1Co 8-11), incluindo idolatria (1Co 10:14 - Portanto, meus amados, fugi da idolatria) e a aparente ênfase exagerada nos dons, especialmente o mau uso do dom de línguas por motivos egoístas (1Co 14).
7. No meio de seu discurso aos coríntios acerca dos problemas deles, Paulo apresentou o famoso capítulo de 1Coríntios 13. Qual é a mensagem essencial ali? Como podemos aplicá-la à nossa vida e à nossa experiência de adoração?
1 Eu poderia falar todas as línguas que são faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino.
2 Poderia ter o dom de anunciar mensagens de Deus, ter todo o conhecimento, entender todos os segredos e ter tanta fé, que até poderia tirar as montanhas do seu lugar, mas, se não tivesse amor, eu não seria nada.
3 Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada.
4 Quem ama é paciente e bondoso. Quem ama não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso.
5 Quem ama não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas.
6 Quem ama não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo.
7 Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência.
8 O amor é eterno. Existem mensagens espirituais, porém elas durarão pouco. Existe o dom de falar em línguas estranhas, mas acabará logo. Existe o conhecimento, mas também terminará.
9 Pois os nossos dons de conhecimento e as nossas mensagens espirituais são imperfeitos.
10 Mas, quando vier o que é perfeito, então o que é imperfeito desaparecerá.
11 Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança.
12 O que agora vemos é como uma imagem imperfeita num espelho embaçado, mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é imperfeito, mas depois conhecerei perfeitamente, assim como sou conhecido por Deus.
13 Portanto, agora existem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor. 1Coríntios 13
Paulo sugeriu que nenhuma profissão que fazemos, nem milagres poderosos, nem dons carismáticos, nem piedade ou zelo, nos trarão proveito, a menos que haja um coração cheio de amor por Deus, confirmado pelo amor de uns pelos outros. Isso, diz Paulo, é o dom supremo, o qual devemos procurar, e que não pode ser substituído por nada que seja menos que isso.
Os dons espirituais são úteis, e os cristãos devem usar seus dons para honrar a Deus e edificar a Igreja em unidade. Mas nunca nenhum dom deve ser usado para exibição de si mesmo, para ganho pessoal, ou de forma desordenada no culto e assim por diante.
No fim, uma igreja cheia de cristãos amorosos e dedicados exercerá uma influência e poder que se estenderá muito além do culto semanal.
Até que ponto o amor desinteressado pelos outros afeta sua vida diária? Isto é, quanto de seu próprio tempo e energia você gasta buscando servir aos outros? Quanto de si você está disposto a renunciar, para o bem de outras pessoas? Não é tão fácil, certo?
Sexta Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 35-46: “O Pentecostes”; p. 47-56: “O Dom do Espírito”; p. 201-210: “Exaltando a Cruz”; p. 243-254: “Corinto”; p. 309-322: “Chamado a Mais Elevada Norma”.
Santidade não é arrebatamento: é inteira entrega da vontade a Deus; é viver por toda palavra que sai da boca de Deus;… é andar pela fé... é apoiar-se em Deus com indiscutível confiança , descansando em Seu amor” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 51).
“Em que consistia a força daqueles que no passado sofreram perseguição por amor a Cristo? Era a união com Deus, ... com o Espírito Santo, ... com Cristo. A acusação e a perseguição têm separado muitos de seus amigos terrestres, mas nunca do amor de Cristo” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 85).
“Os consagrados mensageiros... não permitiam que pensamentos de exaltação própria viessem empanar sua apresentação de Cristo... Não cobiçavam nem autoridade nem preeminência” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 209).
“Por idolatria entendia ele [Paulo] não apenas a adoração de ídolos, mas o egocentrismo, o amor das comodidades e a condescendência com o apetite e paixão (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 317).
Perguntas para reflexão:
1. Peça que a classe fale sobre as razões que temos para a fé. Que “provas” temos para o que cremos? Que evidência racional e lógica temos que nos fortalece em nossas crenças? Ao mesmo tempo, quais são os desafios à nossa fé? No fim, apesar desses desafios, por que temos essas crenças?
2. Pense em alguns dos cultos de adoração mais poderosos a que você já assistiu. O que os tornou tão especiais, tão poderosos? Que elementos, em particular, fizeram a diferença? Como esses elementos poderiam ser trazidos para o culto de sua igreja?
3. Quais são algumas das possíveis formas pelas quais nossos cultos realmente poderiam impedir nossa visão de Cristo e da cruz? Como podemos garantir que isso não aconteça?
4. Medite um pouco mais em 1 Coríntios 13. Que medidas concretas sua igreja poderia tomar para manifestar o amor sobre o qual Paulo fala ali?
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