sábado, 10 de setembro de 2011

Paulo no Areópago

Terça                                       




Nos dias da igreja primitiva, vemos outro exemplo da questão da adoração, e do que as pessoas adoram, desta vez no ministério do apóstolo Paulo, quando ele estava em Atenas, o lugar em que viveram três dos filósofos mais influentes do mundo (Sócrates, Platão e Aristóteles).

Que diferença entre o público com o qual Paulo teve que lidar ali e os devotos judeus que ouviram Pedro alguns anos antes, em Jerusalém!

5. Leia a pregação de Paulo aos atenienses, em Atos 17:15-34. Qual foi a diferença entre o testemunho de Paulo ao povo de Atenas e a mensagem de Pedro ao seu público, no dia de Pentecostes?

15  Os responsáveis por Paulo levaram-no até Atenas e regressaram trazendo ordem a Silas e Timóteo para que, o mais depressa possível, fossem ter com ele.
16  Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.
17  Por isso, dissertava na sinagoga entre os judeus e os gentios piedosos; também na praça, todos os dias, entre os que se encontravam ali.
18  E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele, havendo quem perguntasse: Que quer dizer esse tagarela? E outros: Parece pregador de estranhos deuses; pois pregava a Jesus e a ressurreição.
19  Então, tomando-o consigo, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos saber que nova doutrina é essa que ensinas?
20  Posto que nos trazes aos ouvidos coisas estranhas, queremos saber o que vem a ser isso.
21  Pois todos os de Atenas e os estrangeiros residentes de outra coisa não cuidavam senão dizer ou ouvir as últimas novidades.
22  Então, Paulo, levantando-se no meio do Areópago, disse: Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos;
23  porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.
24  O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo ele Senhor do céu e da terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas.
25  Nem é servido por mãos humanas, como se de alguma coisa precisasse; pois ele mesmo é quem a todos dá vida, respiração e tudo mais;
26  de um só fez toda a raça humana para habitar sobre toda a face da terra, havendo fixado os tempos previamente estabelecidos e os limites da sua habitação;
27  para buscarem a Deus se, porventura, tateando, o possam achar, bem que não está longe de cada um de nós;
28  pois nele vivemos, e nos movemos, e existimos, como alguns dos vossos poetas têm dito: Porque dele também somos geração.
29  Sendo, pois, geração de Deus, não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata ou à pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem.
30  Ora, não levou Deus em conta os tempos da ignorância; agora, porém, notifica aos homens que todos, em toda parte, se arrependam;
31  porquanto estabeleceu um dia em que há de julgar o mundo com justiça, por meio de um varão que destinou e acreditou diante de todos, ressuscitando-o dentre os mortos.
32  Quando ouviram falar de ressurreição de mortos, uns escarneceram, e outros disseram: A respeito disso te ouviremos noutra ocasião.
33  A essa altura, Paulo se retirou do meio deles.
34  Houve, porém, alguns homens que se agregaram a ele e creram; entre eles estava Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e, com eles, outros mais. Atos 17:15-34

Uma das diferenças mais óbvias é que, ao contrário de Pedro, Paulo não citou a Bíblia. Na verdade, em lugar das Escrituras, ele citou um autor pagão. Ao mesmo tempo, perceba como Paulo apelou à lógica e à razão, quando disse o seguinte: olhem ao redor, para o mundo criado, e vocês verão uma evidência poderosa do Deus Criador. Ele começou usando uma espécie de teologia natural e apontou para o mundo natural como uma razão para acreditar no Deus criador.

É interessante notar a questão da adoração nesse caso. Aquelas pessoas adoravam algo que não compreendiam. Paulo procurou desviar o culto e a devoção deles, dos ídolos e outras coisas vãs, para o Deus vivo. Os seres humanos parecem ter uma necessidade inata de adorar alguma coisa, qualquer coisa, e Paulo buscou dirigi-los para a única coisa verdadeiramente digna de adoração.

Em que ponto algumas dessas pessoas tinham um verdadeiro problema, e por quê?

No fim, apelar para a lógica, razão e teologia natural, pode nos levar apenas até certo ponto. Paulo, em seu testemunho, tentou então lhes ensinar sobre o arrependimento, juízo e ressurreição, ensinos que devem ser aceitos pela fé. Por isso, não teve tanto sucesso com eles. Embora tivesse conseguido alguns conversos, a maioria parecia ter voltado sua adoração ao que é vão, inútil e incapaz de salvar.

De que forma nossos cultos podem se tornar mais capazes de alcançar aqueles que não têm conhecimento bíblico e que não partem de premissas iguais às nossas? Como podemos tornar nossos cultos mais agradáveis aos que nos procuram, sem comprometer os princípios bíblicos? 




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