sábado, 1 de outubro de 2011

A autoridade de Paulo e o evangelho (resumo do estudo nº 02)




Por acaso eu procuro a aprovação das pessoas? Não! O que eu quero é a aprovação de Deus. Será que agora estou querendo agradar as pessoas? Se estivesse, eu não seria servo de Cristo. Gál 1:10

Conhecer: Como Paulo definiu a autenticidade do seu chamado evangélico e seus ensinos.
Sentir: Empatia com a ardente paixão e a determinação com que Paulo defendeu a verdade do evangelho e lutou contra os ensinos errôneos na Galácia.
Fazer: Decidir manter-se apegado às verdades das Escrituras e apoiar fortemente sua defesa.

Esboço

I. A defesa de Paulo

A. Como os primeiros parágrafos de Paulo em Gálatas apresentaram sua posição em relação a seu chamado e autoridade para abordar e corrigir ensinamentos doutrinários?
B. Como o relato que Paulo fez de sua história pessoal no ministério ampara sua alegação de autoridade? Como essas alegações foram fundamentadas por outros na liderança da igreja?

II. As fortes emoções de Paulo

A. Que frases no início da carta de Paulo ilustram seus fortes sentimentos em relação à doutrina equivocada e seus efeitos sobre os membros da igreja? Por que Paulo foi afetado de forma tão forte?
B. Quanta destruição foi causada na história da igreja por causa dos erros doutrinários?

III. Chamado atual para defender o evangelho com fervor

A-- Quais desafios doutrinários específicos a igreja enfrenta hoje e que exigem da nossa parte uma defesa dedicada, determinada e ousada?
B. O que precisamos fazer para garantir nosso apoio às verdades bíblicas em cooperação com Cristo e Seu corpo, para a glória do evangelho?

Resumo: 
Paulo abriu sua carta aos Gálatas com uma referência autorizada e sucinta à supremacia dos dons da graça de Deus e uma condenação determinada de qualquer doutrina contraditória.

O evangelho pregado por Paulo ainda é a base inabalável para a fé cristã. Tudo na nossa vida deve ser submetido à sua autoridade.

Enfatize o fato de que, embora Paulo tivesse defendido sua autoridade para ensinar, ele chamou a atenção para a única autoridade verdadeira: Jesus Cristo.

A internet e outras formas de tecnologia moderna tornaram possível aos “sintonizados” entre nós o acesso a uma incrível quantidade de informações. Ao mesmo tempo, essa acessibilidade tornou mais viável do que nunca simplesmente “ignorar” as vozes das quais discordamos ou que nos desafiam. Assim, nossa visão de mundo é formada pelas autoridades que decidimos considerar confiáveis.

O mundo em que Paulo escreveu aos gálatas não era muito diferente. Havia muitas pessoas afirmando ser autoridades, com todos os tipos de razões plausíveis indicando que seus adversários não eram autoridades. Os oponentes de Paulo, defendendo um evangelho que não era, de fato, um evangelho, atacaram Paulo, prejudicando suas reivindicações de autoridade e semeando confusão e desconfiança dentro da igreja. Paulo respondeu fundamentando sua autoridade não nas próprias qualidades pessoais, mas no melhor de todos os fundamentos: seu encontro com Jesus Cristo e a mensagem recebida: o evangelho.

Comente:
 Paulo colocou toda a confiança e fé no evangelho que tinha sido chamado a pregar e naquele que o havia comissionado a pregá-lo. Onde você coloca sua confiança? Em última análise, quem ou qual é a autoridade para você?

Na igreja primitiva, como hoje, a essência do ensinamento estava em uma pessoa, Jesus Cristo, Sua vida e ministério. Naquele tempo a igreja primitiva não tinha a coleção completa de documentos que nós conhecemos como o Novo Testamento. Mas eles tinham apóstolos vivos, pessoas que tinham conhecido e andado com Jesus durante Sua existência terrena. Necessariamente, uma quantidade significativa de confiança e autoridade foi dada a eles. Enfatize a importância do papel de Paulo como apóstolo e o que significavam os esforços para questioná-lo ou minimizá-lo.


Comentário Bíblico


I. “Segundo a sabedoria que lhe foi dada...”

15  e tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor, como igualmente o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada,
16  ao falar acerca destes assuntos, como, de fato, costuma fazer em todas as suas epístolas, nas quais há certas coisas difíceis de entender, que os ignorantes e instáveis deturpam, como também deturpam as demais Escrituras, para a própria destruição deles. 2Pe 3:15, 16.)

A maioria dos estudantes da Bíblia bem informados está ciente de que os primeiros cristãos não conheciam outras Escrituras, senão as do Antigo Testamento, e de que o Novo Testamento, como o conhecemos, não se formou até o segundo século, pelo menos. No entanto, 2Pedro se refere às cartas de Paulo como Escrituras, ou pelo menos sugere esse status, ao compará-las com as “outras Escrituras”. Alguns estudiosos têm, por isso, proposto uma data tardia para 2Pedro, mesmo negando a autoria de Pedro. Eles perguntam: Como o autor poderia saber que as cartas de Paulo receberiam o status de Escrituras?

Em primeiro lugar, a igreja primitiva reconheceu grandemente a presença de ativa inspiração em seu meio. Os apóstolos, incluindo Paulo, não eram simplesmente carismáticos, indivíduos altamente espirituais, que tinham algumas boas ideias e hábeis pensamentos, como poderíamos considerar um determinado pastor ou professor hoje. Parte da estima que eles recebiam ocorria porque eles tinham conhecido, encontrado e andado com o Cristo vivo e eram considerados dignos de representá-Lo diante do mundo.

Por isso, as coisas que os apóstolos escreveram ou ensinaram possuíam autoridade extra. Não sabemos se, na época, esses escritos ou ensinos foram colocados no mesmo nível do Pentateuco ou dos profetas do cânon normativo do Antigo Testamento. Mas eles certamente foram considerados como tendo plena autoridade.

Esse ponto nos leva à situação específica abordada por Paulo em Gálatas. A principal diferença entre Paulo e seus adversários era que Paulo podia alegar e, de fato, alegava ser apóstolo, e seus oponentes não podiam e não reivindicavam para si esse status. Poderíamos supor que eles tivessem feito tal alegação, se esta pudesse ser provada, ou se os membros da igreja não soubessem o suficiente para refutá-la ou questioná-la. Mas, claramente, sua falta de status era bem conhecida. Tudo o que lhes restava era dizer: “Ei, nós podemos não ser apóstolos, mas Paulo também, até certo ponto, não é realmente um apóstolo”.

Pense nisto: 
Como a atitude mostrada para com Paulo por seus adversários é vista hoje nas tentativas de minar a autoridade das Escrituras?

II. A autoridade de Paulo

11  Meus irmãos, eu afirmo a vocês que o evangelho que eu anuncio não é uma invenção humana.
12  Eu não o recebi de ninguém, e ninguém o ensinou a mim, mas foi o próprio Jesus Cristo que o revelou para mim.
13  Vocês ouviram falar de como eu costumava agir quando praticava a religião dos judeus. Sabem como eu perseguia sem dó nem piedade a Igreja de Deus e fazia tudo para destruí-la.
14  Quando praticava essa religião, eu estava mais adiantado do que a maioria dos meus patrícios da minha idade e seguia com mais zelo do que eles as tradições dos meus antepassados.
15  Porém Deus, na sua graça, me escolheu antes mesmo de eu nascer e me chamou para servi-lo. E, quando ele resolveu
16  revelar para mim o seu Filho a fim de que eu anunciasse aos não-judeus a boa notícia a respeito dele, eu não fui pedir conselhos a ninguém.
17  E também não fui até Jerusalém para falar com aqueles que eram apóstolos antes de mim. Pelo contrário, fui para a região da Arábia e depois voltei para Damasco.
18  Três anos depois, fui até Jerusalém para pedir informações a Pedro e fiquei duas semanas com ele.
19  E não falei com nenhum outro apóstolo, a não ser com Tiago, irmão do Senhor.
20  O que estou escrevendo a vocês é verdade. Deus sabe que não estou mentindo.
21  Depois fui para as regiões da Síria e da Cilícia.
22  Durante esse tempo as pessoas das igrejas da Judéia não me conheciam pessoalmente.
23  Elas somente tinham ouvido o que outros diziam: “Aquele que antes nos perseguia está anunciando agora a fé que no passado tentava destruir!”
24  E louvavam a Deus por minha causa. Gl 1:11-24.)

Como vimos, os adversários de Paulo o atacaram com base em suas qualidades pessoais e na integridade da sua vocação e ensinamentos. Superficialmente, seus ataques violentos poderiam ter sido apelativos para as pessoas do ambiente greco-romano do primeiro século. Paulo não havia conhecido Jesus durante a vida terrena de Cristo, o que ele mesmo admitia. Assim, quer gostasse ou não, ele não podia ser visto da mesma forma que, por exemplo, Pedro.

Além disso, os judaizantes, adversários de Paulo, falavam em defesa da tradição. Respeito pela tradição era uma coisa sobre a qual judeus, romanos e gregos, concordavam. Ao contrário da recente crença que progredia, as pessoas daquela época acreditavam que a era dourada (literal) tinha sido no passado e que as coisas desde então estavam entrando em decadência. Dessa forma, coisas que podiam alegar como tendo sido herdadas de um passado remoto eram superiores às coisas que haviam surgido recentemente. Muitos gregos e romanos desprezavam a tradição judaica, considerando-a estranha, desagradável ou contrária ao bom senso. Mas muitos também entre eles a consideravam com uma espécie de reverência, como uma revelação de uma época em que seus próprios antepassados tinham acabado de sair do barbarismo. Alguns deles até acreditavam nos judeus helenísticos, como Filo de Alexandria, que afirmava (entre outras coisas) que Platão obteve todas as suas ideias de Moisés. Em resumo, a inovação não era valorizada. E Paulo era visto, com ou sem razão, como um inovador.

A resposta de Paulo? Seus adversários estavam absolutamente certos. Ele não havia recebido suas doutrinas por meio de contato pessoal com o Jesus histórico durante Seu ministério terrestre. Ele as tinha recebido do Jesus celestial, ressuscitado, que agora habitava à direita do Pai no Céu. Evidentemente, essa revelação era tão autêntica e poderosa que, mesmo os que haviam andado com Jesus durante Seu ministério terrestre eram obrigados a reconhecê-la e, de fato, “
glorificavam a Deus” por causa dela (v. 24).

Quanto ao conhecimento das tradições judaicas de interpretação das Escrituras e prática religiosa, Paulo estava habilitado, mesmo acima de seus críticos. E esse conhecimento lhe havia trazido pouco proveito! A tradição o havia colocado no caminho errado, que o levava à perseguição dos próprios cristãos judeus, que agora alegavam que ele não estava suficientemente enraizado no judaísmo. Na verdade, para se tornar o apóstolo que era, ele teve que abandonar grande parte da ostentação que lhe teria dado mais credibilidade aos olhos de seus acusadores.

Pense nisto: Em seu ministério Paulo não podia depender de muitas das coisas que outros poderiam usar para lhes garantir o próprio valor e autossuficiência. Sobre que você baseia a certeza de seu chamado e da presença da graça de Deus em sua vida?

Use as seguintes perguntas para desafiar os alunos a basear a vida na autoridade do mesmo Jesus Cristo do qual Paulo dependia para sua autoridade para ensinar e pregar.

Perguntas para reflexão
1. Os adversários de Paulo fundamentavam seus ensinamentos no que era, essencialmente, um apelo à tradição. Qual é o lugar da tradição na vida da igreja e na vida espiritual de uma pessoa?
2. No começo, provavelmente tivesse sido difícil para as “colunas” da Igreja em Jerusalém aceitarem o apostolado de Paulo. Mas somos informados de que, finalmente, eles louvaram a Deus por isso. E mesmo os acusadores de Paulo na Galácia não atacaram frontalmente as afirmações de Paulo. Embora, aparentemente, os adversários de Paulo poudessem facilmente dizer que ele estava imaginando coisas, o que mostrou claramente a autenticidade do seu ministério?

Perguntas de aplicação
1. Como nossa vida pode provar aos céticos a realidade de Deus?
2. Paulo falou sobre um evangelho verdadeiro e “outros evangelhos” falsos. Às vezes, a diferença é muito sutil. Como podemos saber que somos guiados pelo verdadeiro evangelho, mesmo quando os falsos evangelhos parecem razoáveis?

A carta de Paulo aos gálatas vai ao cerne da razão pela qual cremos naquilo que cremos, que é uma questão de autoridade. Ressalte que na vida cristã só existe uma autoridade final, e essa é Jesus Cristo e o Evangelho que Ele viveu e pregou. Somos atraídos para ele por causa da maneira como se manifesta em nossa vida e experiência, assim como as alegações que Paulo fazia a respeito de sua autoridade se demonstravam em seu ministério eficaz e em sua vida radicalmente transformada. A atividade a seguir desafiará seus alunos a avaliar as autoridades que eles aceitam e a tornar Deus e Sua Palavra os primeiros na vida deles.

Pergunte aos seus alunos como eles sabem o que sabem. Por que eles acreditam na existência da Antártida, por exemplo? Quantos foram lá? Talvez eles conheçam alguém que foi lá, mas como eles sabem que essa pessoa é confiável? Depois que os alunos acumularem evidências da credibilidade das autoridades que eles aceitam, compare essas autoridades com as Escrituras.






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