terça-feira, 25 de outubro de 2011

Resgatados da maldição

Quinta                   



 

9  De modo que os da fé são abençoados com o crente Abraão.
10  Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las.
11  E é evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus, porque o justo viverá pela fé.
12  Ora, a lei não procede de fé, mas: Aquele que observar os seus preceitos por eles viverá.
13  Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro),
14  para que a bênção de Abraão chegasse aos gentios, em Jesus Cristo, a fim de que recebêssemos, pela fé, o Espírito prometido. (Gl 3:9-14)

Os oponentes de Paulo ficaram, sem dúvida, espantados por suas ousadas palavras em Gálatas 3:10. Eles certamente não pensavam que se achavam sob maldição. Se houvesse alguma coisa para eles, esperavam que fosse uma bênção por sua obediência. No entanto, Paulo foi claro: “Todos quantos, pois, são das obras da lei estão debaixo de maldição; porque está escrito: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas escritas no Livro da lei, para praticá-las” (Gl 3:10).

Paulo contrastou duas alternativas completamente diferentes: salvação pela fé e salvação pelas obras. As bênçãos e maldições da aliança descritas em Deuteronômio 27 e 28 foram diretas. Aqueles que obedecessem seriam abençoados, e os que desobedecessem seriam amaldiçoados. Isso significa que, se uma pessoa quisesse confiar na obediência à lei para ser aceito por Deus, então toda a lei devia ser guardada. Não temos a liberdade de escolher aquilo que queremos seguir, nem deveríamos supor que Deus esteja disposto a deixar passar alguns erros aqui e ali. É tudo ou nada.

Essa é, naturalmente, a má notícia, não apenas para os gentios, mas também para os adversários legalistas de Paulo, porque “
todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23, RC). Não importa o ardor com que tentemos ser bons, a lei só pode nos condenar como transgressores.

8. Como Cristo nos libertou da maldição da lei? 

13  Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), Gl 3:13; 

Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus. 2Co 5:21

Paulo introduziu outra metáfora para explicar o que Deus fez por nós em Cristo. A palavra redimir significa “comprar de volta”. Ela representa o preço do resgate pago para libertar reféns ou o preço pago para libertar um escravo. Porque o salário do pecado é a morte, a maldição por falhar em guardar a lei é a constante sentença de morte. O resgate pago por nossa salvação não foi insignificante: custou a Deus a vida de Seu próprio Filho (Jo 3:16). Jesus nos resgatou da maldição, tornando-Se nosso portador de pecados (1Co 6:20; 7:23). Ele voluntariamente tomou sobre Si a nossa maldição e sofreu em nosso favor toda a penalidade do pecado (2Co 5:21).

Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.  (Jo 3:16).

Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo. 1Co 6:20 

Por preço fostes comprados; não vos torneis escravos de homens. 1Cor 7:23).

Paulo citou Deuteronômio 21:23 como prova bíblica. Segundo o costume judaico, uma pessoa estava sob a maldição de Deus se, após a execução, o corpo fosse pendurado num madeiro. A morte de Jesus na cruz foi vista como um exemplo dessa maldição (At 5:30; 1Pe 2:24).

o seu cadáver não permanecerá no madeiro durante a noite, mas, certamente, o enterrarás no mesmo dia; porquanto o que for pendurado no madeiro é maldito de Deus; assim, não contaminarás a terra que o SENHOR, teu Deus, te dá em herança. Deuteronômio 21:23

O Deus de nossos pais ressuscitou a Jesus, a quem vós matastes, pendurando-o num madeiro. At 5:30 

carregando ele mesmo em seu corpo, sobre o madeiro, os nossos pecados, para que nós, mortos para os pecados, vivamos para a justiça; por suas chagas, fostes sarados. 1Pe 2:24

Não é de admirar, então, que a cruz tenha sido uma pedra de tropeço para alguns judeus que não podiam conceber a ideia de que o Messias fosse amaldiçoado por Deus. Mas esse foi exatamente o plano de Deus. Sim, o Messias sofreu a maldição; mas ela não era dEle, era nossa!

Sexta                                        Estudo adicional


Sobre Cristo como nosso substituto e penhor, foi posta a iniquidade de nós todos. Foi contado como transgressor, a fim de nos redimir da condenação da lei. A culpa de todo descendente de Adão pesava sobre Seu coração. A ira de Deus contra o pecado, a terrível manifestação de Seu desagrado por causa da iniquidade, encheram de consternação a vida de Seu Filho. Em toda a Sua vida, Cristo havia anunciado ao mundo caído as boas-novas da misericórdia do Pai e de Seu amor perdoador. A salvação para o maior pecador fora Seu tema. Mas agora, com o terrível peso de culpa que carregava, não pôde ver a face reconciliadora do Pai. O afastamento do semblante divino, do Salvador, nessa hora de suprema angústia, penetrou Seu coração com uma dor que nunca poderá ser bem compreendida pelo homem. Tão grande era essa agonia, que Ele mal sentia a dor física.

“Satanás torturava com cruéis tentações o coração de Jesus. O Salvador não podia enxergar para além dos portais do sepulcro. A esperança não Lhe apresentava Sua saída da sepultura como vencedor, nem Lhe falava da aceitação do sacrifício por parte do Pai. Temia que o pecado fosse tão ofensivo a Deus, que Sua separação houvesse de ser eterna. Cristo sentiu a angústia que há de experimentar o pecador quando não mais a misericórdia interceder pela raça culpada. Foi o sentimento do pecado, trazendo a ira divina sobre Ele, como substituto do homem, que tão amargo tornou o cálice que sorveu, e quebrantou o coração do Filho de Deus
” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 753).

Perguntas para reflexão
1. Mesmo hoje em nossa igreja, alguns ainda têm dificuldade em aceitar a salvação unicamente pela fé, e que a graça de Deus, por meio de Cristo, nos salva, à parte de nossas obras. O que está por trás dessa hesitação de alguns em aceitar essa verdade fundamental?
2. Paulo falou de maneira muito forte sobre o erro teológico da salvação pelas obras. O que isso nos diz sobre a importância da teologia correta? Por que devemos nos levantar vigorosamente, se necessário, quando o erro está sendo ensinado entre nós?

Resumo: 
Do início ao fim da vida cristã, a base da nossa salvação é a fé unicamente em Cristo. Foi por causa da fé que Abraão teve nas promessas de Deus que ele foi considerado justo, e esse mesmo dom de justiça está disponível hoje para todo aquele que partilhar da fé que Abraão teve. A única razão pela qual não somos condenados por nossos erros é que Jesus pagou o preço pelos nossos pecados, ao morrer em nosso lugar.



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