terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fé e Antigo Testamento (resumo do estudo nº 05)




Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), Gálatas 3:13

Conhecer: O fundamento, no Antigo Testamento, para a compreensão da redenção e justificação pela fé.
Sentir: A tristeza e a agonia suportadas por Cristo em nosso favor, por causa da maldição da separação do Pai.
Fazer: Aceitar e valorizar as profundezas do sacrifício de Cristo em nosso benefício e, pela fé, suplicar Sua justiça para perdoar nossos pecados e nos cobrir.

Esboço

I. Redenção no Antigo Testamento
A. Como o tema da redenção era ilustrado no Antigo Testamento no sistema de sacrifícios?
B. Que histórias do Antigo Testamento desenvolvem o tema de um substituto pagando um trágico preço a fim de salvar os outros?

II. Ele sofreu nossa maldição
A. Por que Deus Se envolveu em tantas dificuldades para ilustrar a morte substitutiva de Cristo muito antes de vir à Terra?
B. Por que é fundamental nos identificarmos com a humilhação e vergonha de Cristo na prisão, acusações, nudez e sensação de abandono da crucificação?

III. Aceitando o custo
A O sistema sacrificial do Antigo Testamento era um lembrete físico diário dos sofrimentos que Cristo suportaria em nosso favor. Como podemos manter vivas essas imagens hoje?
B. O que precisamos fazer para compartilhar da morte de Cristo e, pela fé, aceitar Seu dom de vida?

Resumo: 
Através do sistema sacrificial, o Antigo Testamento ilustrava o terrível custo do pecado e a oferta de um substituto perfeito para tomar o lugar do pecador na morte.

Motivação
A fé unicamente em Cristo é o que nos torna filhos e filhas de Deus.

Nesta lição os professores são incentivados a seguir o exemplo de Paulo em Gálatas 3, apresentando e realizando exercícios que encorajem e ajudem a classe a se livrar da ideia generalizada de que nossas obras nos salvam. Somos solicitados a reorientar nossa mente continuamente, focalizando o conceito maravilhoso de que a graça nos salva mediante a fé unicamente em Cristo.

Em Gálatas, encontramos um paradoxo interessante: Paulo, homem instruído na lei, usou sua notável capacidade de raciocínio persuasivo para argumentar que é a fé que nos liga a Deus, não a lógica nem a razão.

Comente: 
Peça que os alunos avaliem honestamente o grau em que podem estar relacionados com os gálatas. Estes podem ser chamados de “insensatos”. Contudo, vivemos em um momento da história que define “verdade” como o que pode ser conhecido empiricamente por meio do raciocínio lógico, hipóteses testadas, evidências de análise de estatísticas, e assim por diante. Compartilhamos da luta dos gálatas para avançar na fé e acreditar em algo e Alguém cuja presença não podemos “provar” fora de nossa experiência?

Compreensão
A história de Abraão é familiar a todos nós. No entanto, a própria familiaridade com essa história também cria o maior obstáculo para que ela seja contemplada como se fosse a primeira vez, e produza a sensação de espanto, por sua audácia: tanto na impossibilidade (da perspectiva humana) das promessas de Deus para Abraão quanto na simultânea e épica luta de fé revelada na vida desse patriarca. Essa lição é uma oportunidade de redescobrir a história de Abraão, que tem o potencial de funcionar como um roteiro de como viver com absoluta fé e confiança em Deus.


Comentário Bíblico


Saber que somos salvos pela graça mediante a fé em Cristo deve tornar a história de Abraão um ponto de referência para cada um de nós, uma ferramenta para nos reorientar a ter uma vida centralizada na fé. De acordo com a carta de Paulo aos gálatas, a história de Abraão provê um modelo atemporal para a fé. Três aspectos importantes dessa história nos ajudam a focalizar o que significa ter uma vida de fé.

Aprofunde-se no que a Bíblia diz a respeito das questões a seguir:
(a) como Deus Se revelou a Abraão,
(b) a natureza progressiva das promessas de Deus a Abraão e
(c) a jornada de Abraão para uma vida de fé na promessa de Deus.
Se avaliada por qualquer outro padrão além da fé (por exemplo, razão, experiência humana, etc.), essa viagem parece absolutamente ridícula.

As três lições de fé que a história de Abraão ensina

1  Ora, disse o SENHOR a Abrão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;
2  de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma bênção!
3  Abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4  Partiu, pois, Abrão, como lho ordenara o SENHOR, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Harã.
5  Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho de seu irmão, e todos os bens que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. Partiram para a terra de Canaã; e lá chegaram.
6  Atravessou Abrão a terra até Siquém, até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra.
7  Apareceu o SENHOR a Abrão e lhe disse: Darei à tua descendência esta terra. Ali edificou Abrão um altar ao SENHOR, que lhe aparecera.
8  Passando dali para o monte ao oriente de Betel, armou a sua tenda, ficando Betel ao ocidente e Ai ao oriente; ali edificou um altar ao SENHOR e invocou o nome do SENHOR. Gn 12:1-8; 

14  Disse o SENHOR a Abrão, depois que Ló se separou dele: Ergue os olhos e olha desde onde estás para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente;
15  porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre.
16  Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência.
17  Levanta-te, percorre essa terra no seu comprimento e na sua largura; porque eu ta darei.
18  E Abrão, mudando as suas tendas, foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom; e levantou ali um altar ao SENHOR. Gn 13:14-18; 

1  Depois destes acontecimentos, veio a palavra do SENHOR a Abrão, numa visão, e disse: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, e teu galardão será sobremodo grande.
2  Respondeu Abrão: SENHOR Deus, que me haverás de dar, se continuo sem filhos e o herdeiro da minha casa é o damasceno Eliézer?
3  Disse mais Abrão: A mim não me concedeste descendência, e um servo nascido na minha casa será o meu herdeiro.
4  A isto respondeu logo o SENHOR, dizendo: Não será esse o teu herdeiro; mas aquele que será gerado de ti será o teu herdeiro.
5  Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade.
6  Ele creu no SENHOR, e isso lhe foi imputado para justiça.
7  Disse-lhe mais: Eu sou o SENHOR que te tirei de Ur dos caldeus, para dar-te por herança esta terra.
8  Perguntou-lhe Abrão: SENHOR Deus, como saberei que hei de possuí-la?
9  Respondeu-lhe: Toma-me uma novilha, uma cabra e um cordeiro, cada qual de três anos, uma rola e um pombinho.
10  Ele, tomando todos estes animais, partiu-os pelo meio e lhes pôs em ordem as metades, umas defronte das outras; e não partiu as aves. Gn 15:1-10.)

Implícito no uso que Paulo fez da história de Abraão como exemplo especial de verdadeira fé está a ideia de que essa é uma possibilidade para todos nós. De fato, não apenas uma possibilidade, mas algo que Deus deseja compartilhar conosco. A história de Abraão nos ajuda a aprender a maneira de se envolver com Deus numa jornada pessoal de fé, na qual Deus pode revelar Sua Pessoa, Suas promessas, e Seu expresso desejo para cada um de nós.

Três momentos de ensino:
A Bíblia diz que Deus falou a Abraão (Gn 12:1, 4; 13:14),
apareceu a Abraão (Gn 12:7),
e veio a Abraão em visão (Gn 15:1).

Nessas passagens encontramos os métodos da revelação, a crescente progressão das informações reveladas e também a luta de Abraão para aceitar as extraordinárias promessas que lhe foram dadas.

1. O elemento central e fundamental do que a história de Abraão revela sobre a vida de fé é que ela é mais do que apenas crença em Deus; é um relacionamento com Deus. A fé é abrir a mente e o coração para ter um relacionamento pessoal com o Divino. É estar aberto à ideia de que Deus fala com cada um de nós do modo que estamos mais bem preparados para ouvir, seja pela natureza, por conselhos, sinais, sonhos; seja qual for a maneira que Ele escolha para Se comunicar conosco. É uma viagem e um relacionamento que podem desafiar a lógica e as expectativas humanas, e não podem ser autenticados pelo raciocínio científico, pela lógica, nem pelo conhecimento compartilhado da experiência humana.

2. Encontramos na história de Abraão que, ao longo do tempo, Deus revelou de modo crescente informações específicas sobre Sua promessa. Inicialmente, Deus prometeu a terra e descendentes. Com o tempo, detalhes específicos foram acrescentados a esse conteúdo, logo resultando no conhecimento de que Abraão seria o pai de um filho nascido de Sara. Podemos fazer muitas perguntas a respeito dessa história, que podem nos guiar em nosso esforço para ter uma vida de fé:
(1) O que a história de Abraão demonstra acerca da revelação contínua?
(2) Por que você acha que as promessas de Deus são reveladas aos poucos, ao longo do tempo?

3. A promessa divina de que Abraão seria pai de uma grande nação, gerada de um filho que nasceria à sua esposa, cujo ventre há muito tempo já havia perdido sua capacidade reprodutiva, desafia a lógica e a razão humanas. Porém, Abraão teve a audácia de acreditar. Pelo menos na maioria das vezes. Vemos nossa própria experiência de fé através da vida de Abraão. À medida que os anos passaram, Abraão lutou. Ele tomou decisões erradas, que não resultaram da fé. Por exemplo, ele mentiu a Faraó sobre seu relacionamento com Sara, por causa do medo de morrer, apesar da promessa de Deus de que ele viveria para ser o pai de uma grande nação. Além disso, ele tomou as questões nas próprias mãos, ao gerar um filho com Hagar. Ele questionou as promessas de Deus quando lhe parecia que Deus apenas falava e não agia. Nesse elemento da história, há grande esperança para nós. Apesar de todas essas “falhas”, Paulo citou Abraão como exemplo excepcional de fé. Podemos obter muita coragem disso, sabendo que somos chamados a continuar voltando à fé, mesmo depois de lutar e fracassar.

Pense nisto: 
O primeiro aspecto a ser focalizado na história é a dinâmica entre Deus e Abraão. O que podemos aprender com Abraão acerca de estar aberto à voz de Deus? O segundo aspecto de interesse é a forma progressiva pela qual Deus revelou a Si mesmo e Suas promessas a Abraão. Podemos ver claramente que as promessas de Deus a Abraão cresceram em especificidade e conteúdo ao longo do tempo. O que isso nos mostra sobre a vida de fé em relação a Deus? O terceiro elemento e momento de ensino nessa história é o testemunho da vida de Abraão em aceitar as promessas de Deus. O que podemos aprender sobre a disposição de Abraão para acreditar, que parecia igualmente acompanhada por sua luta para crer? Afinal, ele recebeu a promessa de algo que, olhando de uma perspectiva racional ou imparcial, seria absurdo, se não impossível de acreditar.

Aplicação
Enfatize a verdade simples, mas profunda, de que fé é mais do que uma aceitação de Deus ocorrida no passado. Nossa primeira declaração de fé em Deus é simplesmente a entrada pela porta aberta; o restante da história de fé ocorre na caminhada com Deus ao longo da vida.

Perguntas para reflexão
1. Além de ler as Escrituras e orar, que práticas você emprega para ouvir a voz de Deus? Como Deus revela Sua vontade e Suas promessas únicas para sua vida? Quando foi a última vez em que você ouviu a inconfundível voz de Deus em seu coração ou mente? O que lhe capacitou a obedecer ao que ouviu?
2. Em sua comunidade espiritual, vocês gastam tempo suficiente compartilhando suas jornadas individuais de fé? Que métodos podem ser utilizados para confirmar e encorajar uns aos outros ao envolvimento mais diretamente com Deus em um relacionamento de fé?

Perguntas

1. O que pode ser feito para criar verdadeiras “comunidades de fé”, portos seguros para afirmar que Deus fala a todos nós de muitas maneiras diferentes? Como podemos afirmar que, assim como Deus sabe o número de fios de cabelos da nossa cabeça, Ele também tem planos para nossa vida, os quais está esperando para revelar, se estivermos dispostos a embarcar em uma odisseia de fé?

Criatividade
A fé é um salto inicial para o desconhecido, mas nosso Pai celestial promete nos tomar em Seus santos braços. Imagine-se estando em Seus braços, como um recém-nascido para a fé. Agora, prossiga na metáfora do crescimento na fé, comparando-o com o crescimento de uma criança. O convite de Deus para dar o primeiro salto vem com a promessa de que Ele nos dará oportunidades ao longo da vida para crescer em um relacionamento especial com o Senhor.

Se você está sentindo a ausência de uma significativa prática de fé, resolva passar pelo menos uma hora por dia, de agora em diante, fazendo algo novo para cultivar sua experiência de fé. Aos poucos você sentirá necessidade de aumentar o tempo utilizado nessa experiência. Peça a Deus que abra seu coração para as formas pelas quais Ele já está falando com você, que talvez você não esteja percebendo.

Se você se sente profundamente enriquecido em sua própria caminhada espiritual de fé, decida sair em serviço, aconselhando ou apoiando outras pessoas em seu círculo de amigos, familiares e comunidade de fé. Peça a inspiração e a direção de Deus a respeito de como sua experiência pode servir melhor aos Seus propósitos de fortalecer a fé dos outros.
  



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