Quinta
Então, tomaram a túnica de José, e mataram um cabrito, e tingiram a túnica no sangue. E enviaram a túnica de várias cores, e fizeram levá-la a seu pai, e disseram: Temos achado esta túnica; conhece agora se esta será ou não a túnica de teu filho” (Gn 37:31, 32, RC).
Como poderiam eles, filhos de um pai amoroso, descer tão baixo a ponto de entregar ao pai o manto que ele tinha dado ao filho, agora salpicado de sangue, e pedir que ele o identificasse? Talvez até um dia antes de terem cometido esse crime, nada parecido com isso havia entrado em sua mente. Mas, uma vez que começamos uma sucessão de pecados, quem sabe aonde isso vai levar?
7. O que é significativo na linguagem usada pelos irmãos diante de seu pai, em Gênesis 37:26-36?
26 Então, disse Judá a seus irmãos: De que nos aproveita matar o nosso irmão e esconder-lhe o sangue?
27 Vinde, vendamo-lo aos ismaelitas; não ponhamos sobre ele a mão, pois é nosso irmão e nossa carne. Seus irmãos concordaram.
28 E, passando os mercadores midianitas, os irmãos de José o alçaram, e o tiraram da cisterna, e o venderam por vinte siclos de prata aos ismaelitas; estes levaram José ao Egito.
29 Tendo Rúben voltado à cisterna, eis que José não estava nela; então, rasgou as suas vestes.
30 E, voltando a seus irmãos, disse: Não está lá o menino; e, eu, para onde irei?
31 Então, tomaram a túnica de José, mataram um bode e a molharam no sangue.
32 E enviaram a túnica talar de mangas compridas, fizeram-na levar a seu pai e lhe disseram: Achamos isto; vê se é ou não a túnica de teu filho.
33 Ele a reconheceu e disse: É a túnica de meu filho; um animal selvagem o terá comido, certamente José foi despedaçado.
34 Então, Jacó rasgou as suas vestes, e se cingiu de pano de saco, e lamentou o filho por muitos dias.
35 Levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas, para o consolarem; ele, porém, recusou ser consolado e disse: Chorando, descerei a meu filho até à sepultura. E de fato o chorou seu pai.
36 Entrementes, os midianitas venderam José no Egito a Potifar, oficial de Faraó, comandante da guarda. Gênesis 37:26-36
Perceba que a pergunta dos irmãos não se referia à “túnica de nosso irmão”, mas à “túnica de teu filho”. A frieza e a insensibilidade, são espantosas. Talvez, também, essa fosse uma espécie de mecanismo inconsciente de defesa. Não foi a “túnica de nosso irmão” que eles encontraram, mas, sim, a túnica de “teu filho”, uma forma de limitar em sua própria mente o mal que tinham feito.
Assim, a túnica teve um papel tanto no início quanto no fim. Um símbolo do relacionamento entre Jacó e José agora estava coberto de sangue, um símbolo da “morte”; eles pensaram que isso seria o fim de José e da animosidade nutrida para com ele. No entanto, esse ato “resolveu” um problema apenas para provocar muitos outros. Certamente, os irmãos devem ter sofrido pela tristeza de seu pai. Dia a dia, vendo-o chorar, esses homens devem ter lutado com culpa e remorso.
8. Leia Gn 42:13, 21-23, 32; 44:28. O que estes versos dizem sobre o impacto das ações dos irmãos sobre si mesmos e sua família, a longo prazo?
13 Eles disseram: Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem na terra de Canaã; o mais novo está hoje com nosso pai, outro já não existe.
21 ¶ Então, disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados, no tocante a nosso irmão, pois lhe vimos a angústia da alma, quando nos rogava, e não lhe acudimos; por isso, nos vem esta ansiedade.
22 Respondeu-lhes Rúben: Não vos disse eu: Não pequeis contra o jovem? E não me quisestes ouvir. Pois vedes aí que se requer de nós o seu sangue.
23 Eles, porém, não sabiam que José os entendia, porque lhes falava por intérprete.
32 somos doze irmãos, filhos de um mesmo pai; um já não existe, e o mais novo está hoje com nosso pai na terra de Canaã. Gn 42:13, 21-23, 32;
um se ausentou de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e até agora não mais o vi; Gn 44:28
No fim, o Senhor transformou em bem o mal que os irmãos haviam feito, mas isso não justifica o que fizeram. Por mais extremas que tenham sido suas ações, essa história deve nos lembrar de quão rapidamente os pecados podem sair do controle, nos cegar e nos levar a fazer coisas que geralmente levam à tragédia e ao sofrimento.
Sexta Estudo adicional
Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 204-240: “A Volta Para Canaã”, “José no Egito”, e “José e Seus Irmãos”; The SDA Bible Commentary, v. 1, p. 428-432.
Sem desconfiar do que estava prestes a lhe acontecer, José se aproximou de seus irmãos com alegria de coração para saudá-los após sua viagem longa e cansativa. Seus irmãos o repeliram rudemente. Deu-lhes seu recado, mas eles não responderam. José ficou assustado com sua aparência furiosa... Eles o acusaram de hipocrisia. À medida que expressavam seus sentimentos de inveja, Satanás controlava sua mente, e eles não sentiam nenhuma compaixão por seu irmão. Tiraram a túnica de várias cores que ele usava, que era símbolo do amor de seu pai, e que tinha despertado seus sentimentos de inveja“ (Ellen G. White, The Spirit of Prophecy, v. 1, p. 128, 129).
Perguntas para reflexão:
1. Que outros tipos de “túnicas de várias cores” existem? Quais são as coisas que cobiçamos, que mais cedo ou mais tarde podem ser facilmente tiradas de nós e manchadas de sangue? Que tipo de honras terrenas parecem significar muito, mas, na realidade, não significam nada?
2 A cada um de todos eles deu vestes festivais, mas a Benjamim deu trezentas moedas de prata e cinco vestes festivais. Gênesis 45:22. Que ironia encontramos ali? 3. José muitas vezes tem sido visto como um tipo de Cristo. Examine a história de José e veja que paralelos você pode encontrar entre Cristo e José. Compartilhe suas respostas com a classe.
4. Imagine como os irmãos devem ter se sentido cada vez que viam essa vestimenta, antes um símbolo de sua inveja, e agora um símbolo de sua culpa. Se os irmãos soubessem como orar, como morrer para o eu, como se entregar ao Senhor em fé e obediência, será que isso teria acontecido?
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