sexta-feira, 13 de maio de 2011

À sombra de Suas asas (estudo nº 07)





Porque Tu me tens sido auxílio; à sombra das Tuas asas, eu canto jubiloso” (Salmo 63:7).

Leitura desta semana: Êx 19:4; 2Sm 11; 12; Sl 17:8; 32:1; 36:7; 51:2; 57:1; 61:4; 63:7

Há três coisas que são maravilhosas demais para mim, sim, há quatro que não entendo: o caminho da águia no céu” (Pv 30:18, 19).

A águia é um jato de combate ativo. Armada com um bico curvo e garras afiadas como navalha, ela também é carregada como um avião a jato. A águia é vento e asas, ossos, tendões e sangue. É carniceira, pescadora e ladra. Ela se lança das nuvens para a água com a velocidade de uma tempestade ciclônica. Em seu ninho, a águia manca sobre suas garras dobradas para não cortar os filhotes. Ela tem majestade, poder e graça. É representada por todas essas metáforas, e ainda é maior do que a soma delas. Não é de admirar, então, que o escritor bíblico não tenha conseguido entender a beleza feroz do voo da águia.

O próprio Davi se voltou para uma imagem semelhante em seus salmos, acerca de ser abrigado sob as asas de Deus. Nesta semana, meditaremos com Davi, em seus salmos, sobre a forma como Deus nos abriga e cobre nossos pecados. Mas, primeiro, consideraremos os acontecimentos que inspiraram sua necessidade dessa proteção, e então, procuraremos entender por que nós, também, precisamos ser protegidas sob essas mesmas asas. 

Domingo                                     A verdade descoberta


As águias podem voar a uma altitude de 3.048 metros, acima da maioria das aves. Como a águia, Davi elevou-se a grande altura. O pastor-rei alcançou níveis de grandeza que poucos monarcas atingiram. Ele foi vestido com os despojos da vitória militar e coberto com honra e glória. Mas Davi se esqueceu de que suas vestes reais eram uma dádiva de Deus. Elas não podiam esconder da vista de Deus os pecados de um homem, mesmo de um rei.

No sentido espiritual, as vestes de Davi eram sacerdotais, bem como reais; ele também era o líder da teocracia de Israel. Os graves pecados que mancharam essas vestes inspiraram os Salmos 32 e 51. Para estimar plenamente as figuras que descrevem uma cobertura para o pecado e as imagens das asas de Deus como uma proteção, nesses e em outros salmos, precisamos estudar como os acontecimentos da vida de Davi as inspiraram. Como veremos, é irônico e trágico que, em um estudo dedicado às lições espirituais das vestimentas, a triste história da queda de Davi começa na literal falta delas.

No auge da grandeza, Davi enfrentou sua batalha mais feroz. A guerra não foi travada nos campos sangrentos de Rabá, mas nos quinze centímetros do campo mental que ficava atrás do lobo frontal de Davi. Satanás escolheu bem sua “arma”. O que Golias, com sua lança monstruosa não conseguiu fazer com Davi, uma mulher tomando banho, vista do terraço do rei, conseguiu. Obviamente, Davi esqueceu a lição da sua funda: como um “gigante” é facilmente derrubado por uma pequena pedra, ou, nesse caso, uma pequena espiada.

Uma pequena pedra, e o gigante caiu no chão. Um pequeno olhar, e o rei veio abaixo. Davi fez muitas coisas para “cobrir” seu pecado de adultério e evitar a exposição.

1. O que Davi fez para encobrir seu pecado? 

1  Decorrido um ano, no tempo em que os reis costumam sair para a guerra, enviou Davi a Joabe, e seus servos, com ele, e a todo o Israel, que destruíram os filhos de Amom e sitiaram Rabá; porém Davi ficou em Jerusalém.
2  Uma tarde, levantou-se Davi do seu leito e andava passeando no terraço da casa real; daí viu uma mulher que estava tomando banho; era ela mui formosa.
3  Davi mandou perguntar quem era. Disseram-lhe: É Bate-Seba, filha de Eliã e mulher de Urias, o heteu.
4  Então, enviou Davi mensageiros que a trouxessem; ela veio, e ele se deitou com ela. Tendo-se ela purificado da sua imundícia, voltou para sua casa.
5  A mulher concebeu e mandou dizer a Davi: Estou grávida.
6  Então, enviou Davi mensageiros a Joabe, dizendo: Manda-me Urias, o heteu. Joabe enviou Urias a Davi.
7  Vindo, pois, Urias a Davi, perguntou este como passava Joabe, como se achava o povo e como ia a guerra.
8  Depois, disse Davi a Urias: Desce a tua casa e lava os pés. Saindo Urias da casa real, logo se lhe seguiu um presente do rei.
9  Porém Urias se deitou à porta da casa real, com todos os servos do seu senhor, e não desceu para sua casa.
10  Fizeram-no saber a Davi, dizendo: Urias não desceu a sua casa. Então, disse Davi a Urias: Não vens tu de uma jornada? Por que não desceste a tua casa?
11  Respondeu Urias a Davi: A arca, Israel e Judá ficam em tendas; Joabe, meu senhor, e os servos de meu senhor estão acampados ao ar livre; e hei de eu entrar na minha casa, para comer e beber e para me deitar com minha mulher? Tão certo como tu vives e como vive a tua alma, não farei tal coisa.
12  Então, disse Davi a Urias: Demora-te aqui ainda hoje, e amanhã te despedirei. Urias, pois, ficou em Jerusalém aquele dia e o seguinte.
13  Davi o convidou, e comeu e bebeu diante dele, e o embebedou; à tarde, saiu Urias a deitar-se na sua cama, com os servos de seu senhor; porém não desceu a sua casa.
14  Pela manhã, Davi escreveu uma carta a Joabe e lha mandou por mão de Urias.
15  Escreveu na carta, dizendo: Ponde Urias na frente da maior força da peleja; e deixai-o sozinho, para que seja ferido e morra.
16  Tendo, pois, Joabe sitiado a cidade, pôs a Urias no lugar onde sabia que estavam homens valentes.
17  Saindo os homens da cidade e pelejando com Joabe, caíram alguns do povo, dos servos de Davi; e morreu também Urias, o heteu.
18  Então, Joabe enviou notícias e fez saber a Davi tudo o que se dera na batalha.
19  Deu ordem ao mensageiro, dizendo: Se, ao terminares de contar ao rei os acontecimentos desta peleja,
20  suceder que ele se encolerize e te diga: Por que vos chegastes assim perto da cidade a pelejar? Não sabíeis vós que haviam de atirar do muro?
21  Quem feriu a Abimeleque, filho de Jerubesete? Não lançou uma mulher sobre ele, do muro, um pedaço de mó corredora, de que morreu em Tebes? Por que vos chegastes ao muro? Então, dirás: Também morreu teu servo Urias, o heteu.
22  Partiu o mensageiro e, chegando, fez saber a Davi tudo o que Joabe lhe havia mandado dizer.
23  Disse o mensageiro a Davi: Na verdade, aqueles homens foram mais poderosos do que nós e saíram contra nós ao campo; porém nós fomos contra eles, até à entrada da porta.
24  Então, os flecheiros, do alto do muro, atiraram contra os teus servos, e morreram alguns dos servos do rei; e também morreu o teu servo Urias, o heteu.
25  Disse Davi ao mensageiro: Assim dirás a Joabe: Não pareça isto mal aos teus olhos, pois a espada devora tanto este como aquele; intensifica a tua peleja contra a cidade e derrota-a; e, tu, anima a Joabe.
26  Ouvindo, pois, a mulher de Urias que seu marido era morto, ela o pranteou.
27  Passado o luto, Davi mandou buscá-la e a trouxe para o palácio; tornou-se ela sua mulher e lhe deu à luz um filho. Porém isto que Davi fizera foi mal aos olhos do SENHOR. 2Sm 11

Por que nossas tentativas de encobrir o pecado para evitar a descoberta ou a punição só levam à prática de pecados maiores e ao perigo de exposição ainda maior? Como os detalhes da história de Davi reforçam esse ponto?

Um olhar proibido impulsionou eventos que terminaram em assassinato e quase em uma guerra civil. A história de Davi é de encobrimento após encobrimento para evitar as consequências. A terrível realidade do pecado é que, cometer um pecado sem confessá-lo e abandoná-lo, leva a cometer outros pecados mais hediondos, a fim de ocultar o crime anterior. Davi cometeu adultério e assassinato sob o manto do poder real. Mas o olho de Deus vê sob o vestuário exterior e revela o coração.

Alguém disse que “
se a adversidade destruiu milhares, a prosperidade matou dezenas de milhares”. Com a vida de Davi em mente, a que perigos a prosperidade expõe a pessoa? Por que muitas vezes a adversidade nos aproxima de Deus? Como podemos evitar as armadilhas da prosperidade? 





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