Quarta
Em Gálatas 4:5-7, Paulo desenvolveu o assunto, salientando que Cristo veio ao mundo para “resgatar os que estavam sob a lei” (v. 4, 5). A palavra resgatar significa “comprar de volta”. Referia-se ao preço pago para comprar a liberdade de um refém ou escravo. Como este contexto indica, a redenção implica em um passado negativo: precisamos ser libertados.
5 a fim de resgatar os que estavam debaixo da Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos.
6 Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, pai.
7 Assim não és mais escravo, porém filho: mas se filho, também herdeiro por Deus. Gálatas 4:5-7
Do que, no entanto, precisamos ser libertados? O Novo Testamento apresenta quatro coisas, entre outras:
(1) do diabo e de suas artimanhas
14 Portanto desde que os filhos têm carne e sangue comum, também ele semelhantemente participou destas coisas, para pela morte destruir aquele que tinha o poder da morte, isto é, ao Diabo;
15 e para libertar a todos os que por medo da morte estavam toda a vida debaixo da escravidão. (
Hb 2:14, 15);
(2) da morte
56 O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei;
57 mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo (
1Co 15:56, 57)
(3) do poder do pecado que nos escraviza por natureza
porque o pecado não terá domínio sobre vós; visto que não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Rom 6:14
Mas agora libertados do pecado e feitos servos de Deus, tendes o vosso proveito para a santificação, e por fim a vida eterna. (Rm 6:22)
(4) da condenação da lei
19 Ora sabemos que tudo o que a Lei diz, aos que estão debaixo da Lei o diz, para que toda a boca fique fechada, e todo o mundo esteja sob o juízo de Deus;
20 porquanto por obras da lei nenhum homem será justificado diante dele, pois, pela lei vem o pleno conhecimento do pecado.
21 Mas agora sem lei tem-se manifestado a justiça de Deus, atestada pela Lei e pelos profetas,
22 a saber, a justiça de Deus mediante a fé em Jesus Cristo para com todos os que crêem. Pois não há distinção;
23 porque todos pecaram e necessitam da glória de Deus,
24 sendo justificados gratuitamente pela sua graça mediante a redenção que há em Cristo Jesus; (
Rm 3:19-24)
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se ele próprio maldição em nosso lugar (porque está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado em madeiro), Gl 3:13;
4 vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,
5 para resgatar os que estavam sob a lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. Gal 4:4-5).
5. Que propósito positivo Cristo alcançou para nós através da redenção que temos nEle?
5 a fim de resgatar os que estavam debaixo da Lei, para que recebêssemos a adoção de filhos.
6 Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, pai.
7 Assim não és mais escravo, porém filho: mas se filho, também herdeiro por Deus. Gl 4:5-7
e em amor nos predestinou para sermos adotados como filhos por Jesus Cristo para si mesmo, conforme o beneplácito da sua vontade, Efé 1:5
15 Porque não recebestes o espírito de escravidão, para viverdes, outra vez, atemorizados, mas recebestes o espírito de adoção, baseados no qual clamamos: Aba, Pai.
16 O próprio Espírito testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus.
23 e não só ela, mas também nós, embora tenhamos as primícias do Espírito, gememos ainda em nós mesmos, aguardando a nossa adoção, isto é, a redenção do nosso corpo. Rom 8:15, 16,
23
4 São israelitas. Pertence-lhes a adoção e também a glória, as alianças, a legislação, o culto e as promessas;
5 deles são os patriarcas, e também deles descende o Cristo, segundo a carne, o qual é sobre todos, Deus bendito para todo o sempre. Amém! Rom 9:4, 5
Muitas vezes falamos sobre o que Cristo realizou por nós como “salvação”. Embora verdadeira, essa palavra não é tão vívida e descritiva como a palavra adoção (huiothesia), usada unicamente por Paulo. Embora Paulo seja o único autor do Novo Testamento a usar essa palavra, a adoção era um procedimento legal bem conhecido no mundo greco-romano. Durante a vida de Paulo, vários imperadores romanos utilizaram a adoção como meio de escolher um sucessor quando não tinham nenhum herdeiro legal. A adoção garantia, e ainda garante, uma série de privilégios:
“(1) o filho adotivo se torna filho verdadeiro... do seu adotante...;
(2) o adotante concorda em educar a criança de forma adequada e suprir as necessidades de alimento e roupa;
(3) o adotante não pode repudiar seu filho adotivo;
(4) a criança não pode ser submetida à escravidão;
(5) os pais naturais da criança não têm direito de reivindicá-la;
(6) a adoção estabelece o direito à herança” (Derek R. Moore-Crispin, Galatians 4:1-9: “The Use and Abuse of Parallels” [Gálatas 4:1-9: O Uso e o Abuso dos Paralelos], The Evangelical Quarterly [O Trimestral Evangélico], v. 61/nº 3, 1989, p. 216).
Se esses direitos são garantidos em nível terrestre, imagine quanto maiores são os privilégios que temos como filhos adotivos de Deus!
Porque sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, pai. Gálatas 4:6, Neste texto percebe-se que a palavra hebraica Abba era a palavra íntima que os filhos utilizavam para se dirigir a seu pai, como as palavras papai ou paizinho hoje. Jesus a usou em oração (E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres. Mc 14:36) e, como filhos de Deus, temos também o privilégio de chamar Deus de Abba. Você gosta desse tipo de proximidade íntima com Deus? Se não, qual é o problema? O que você pode mudar para ocasionar essa proximidade?
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