segunda-feira, 9 de julho de 2012

Preservando relacionamentos (estudo nº 02)






Quem é a nossa esperança, alegria ou coroa em que nos gloriamos perante o Senhor Jesus na Sua vinda? Não são vocês? De fato, vocês são a nossa glória e a nossa alegria (1Ts 2:19, 20, NVI).

Leituras da semana: At 17:5-34; 1Co 1:18–2:2; 1Ts 2:17–3:10

Pensamento-chave: O verdadeiro evangelismo leva a relacionamentos que podem resistir ao teste do tempo e durar pela eternidade.

Durante três semanas Paulo realizou uma série de reuniões evangelísticas em Tessalônica. Foi uma série muito animada, mas incitou a oposição dos líderes religiosos locais e de um grupo de malfeitores. Finalmente, Paulo foi expulso pelas autoridades da cidade, que também procuraram impedir seu retorno.

Esta lição fala das consequências da tentativa de Paulo de evangelizar Tessalônica. Para Paulo, depois dessa experiência, teria sido fácil focalizar a oposição e outros obstáculos do caminho. Em vez disso, a mente dele estava concentrada principalmente nos relacionamentos que tinha desenvolvido com os membros da nova comunidade cristã de Tessalônica.

Paulo ficou triste por não poder permanecer mais tempo com aqueles cristãos. Ele sabia que a brevidade do tempo que tinha passado com eles os tornaria mais vulneráveis ao desânimo e às influências negativas. Não podendo lhes falar pessoalmente, ele foi inspirado pelo Espírito Santo a lhes escrever duas cartas, as quais fazem parte do Novo Testamento.

Domingo                           Oposição em Tessalônica


1. Qual foi a principal motivação para a oposição à mensagem de Paulo? Que declarações seus oponentes fizeram para que as autoridades locais se interessassem no caso? Como essas autoridades responderam?

5  Mas os judeus ficaram com inveja. Eles foram buscar alguns homens maus entre os malandros das ruas e formaram um grupo de desordeiros. Estes fizeram muita confusão na cidade e atacaram a casa de Jasão, procurando Paulo e Silas a fim de os levar para o meio do povo.
6  Mas, como não os encontraram, levaram à força Jasão e alguns outros irmãos até a presença das autoridades da cidade, gritando: —Aqueles homens têm provocado desordens em todos os lugares! Agora chegaram até a nossa cidade,
7  e Jasão os hospedou na casa dele. Eles estão desobedecendo às leis do Imperador romano, dizendo que existe outro rei, chamado Jesus.
8  Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas quando ouviram essas palavras.
9  E as autoridades soltaram Jasão e os outros, depois que eles pagaram a quantia exigida para isso. At 17:5-9

Quando alguém prega novos ensinamentos e as pessoas ficam entusiasmadas, os líderes e mestres dos outros grupos religiosos podem ficar com ciúmes.

A atenção que antes era dirigida a eles se volta para outros. Como resultado, eles podem se comportar de forma irracional a fim de reduzir a influência do novo mestre.

De acordo com o historiador romano Tácito, pouco antes dos eventos descritos em Atos 17, surgiu um conflito entre os judeus de Roma sobre um homem que Tácito chama de “Cresto”. Esse termo provavelmente reflita uma incompreensão romana do conceito judaico acerca do Messias, ou, em grego, “o Cristo.” Aparentemente, a pregação do evangelho, realizada por alguma pessoa, tinha dividido a comunidade judaica de Roma.

Para os oficiais romanos, o debate sobre o Messias soava como preparação para o estabelecimento de um novo rei no trono de Roma (At 17:7). Provavelmente, por essa razão, o imperador tenha expulsado todos os judeus de sua capital

Lá, encontrou certo judeu chamado Áqüila, natural do Ponto, recentemente chegado da Itália, com Priscila, sua mulher, em vista de ter Cláudio decretado que todos os judeus se retirassem de Roma. Paulo aproximou-se deles. (At 18:2).

Alguns desses exilados se estabeleceram em Tessalônica, ou passaram por ali, levando o conhecimento desses eventos para a cidade. Visto que o evangelho havia colocado de cabeça para baixo o mundo dos judeus de Roma, os líderes religiosos de Tessalônica estavam determinados a impedir que algo semelhante acontecesse ali.

Tessalônica era governada por um conselho municipal possivelmente de cinco ou seis “prefeitos” que tomavam decisões em grupo. Essa organização permitia considerável independência em relação a Roma, o que eles não gostariam de perder. Nessas circunstâncias, o comportamento dos oficiais da cidade foi bastante impressivo. A semelhança com os acontecimentos recentes em Roma poderia ter exigido severa punição física para os novos cristãos. Em vez disso, os líderes da cidade responderam de forma imparcial (compare com 

22  Aí uma multidão se ajuntou para atacar Paulo e Silas. As autoridades mandaram que tirassem as roupas deles e os surrassem com varas.
23  Depois de baterem muito neles, as autoridades jogaram os dois na cadeia e deram ordem ao carcereiro para guardá-los com toda a segurança.
24  Depois de receber essa ordem, o carcereiro os jogou numa cela que ficava no fundo da cadeia e prendeu os pés deles entre dois blocos de madeira. At 16:22-24).

Eles se certificaram de que Paulo e Silas deixassem a cidade

E logo, durante a noite, os irmãos enviaram Paulo e Silas para Beréia; ali chegados, dirigiram-se à sinagoga dos judeus. (At 17:10).

Também exigiram uma quantidade significativa de dinheiro dos novos cristãos como garantia de que Paulo não seria causa de novas perturbações. Então, os líderes permitiram a saída de todos.

O ciúme e a inveja podem nos destruir. O que podemos aprender com a vida e os ensinamentos de Jesus para nos ajudar a vencer esses sentimentos fatais?



Segunda                                       O episódio em Bereia


A perseguição pode ser uma via de mão dupla. Muitas vezes, ela é provocada pela calúnia contra os que não fizeram nada de errado. Mas também pode ser provocada por ações inadequadas dos cristãos

13  Se, de fato, vocês quiserem fazer o bem, quem lhes fará o mal?
14  Como vocês serão felizes se tiverem de sofrer por fazerem o que é certo! Não tenham medo de ninguém, nem fiquem preocupados.
15  Tenham no coração de vocês respeito por Cristo e o tratem como Senhor. Estejam sempre prontos para responder a qualquer pessoa que pedir que expliquem a esperança que vocês têm.
16 Porém façam isso com educação e respeito. Tenham sempre a consciência limpa. Assim, quando vocês forem insultados, os que falarem mal da boa conduta de vocês como seguidores de Cristo ficarão envergonhados. 1Pe 3:13-16 

12 Meus queridos amigos, não fiquem admirados com a dura prova de aflição pela qual vocês estão passando, como se alguma coisa fora do comum estivesse acontecendo a vocês.
13  Pelo contrário, alegrem-se por estarem tomando parte nos sofrimentos de Cristo, para que fiquem cheios de alegria quando a glória dele for revelada.
14  Vocês serão felizes se forem insultados por serem seguidores de Cristo, porque isso quer dizer que o glorioso Espírito de Deus veio sobre vocês.
15  Se algum de vocês tiver de sofrer, que não seja por ser assassino, ladrão, criminoso ou por se meter na vida dos outros.
16  Mas, se alguém sofrer por ser cristão, não fique envergonhado, mas agradeça a Deus o fato de ser chamado por esse nome. 1Pe 4:12-16

É muito provável que o tumulto em Tessalônica tenha sido motivado não só pela inveja dos adversários de Paulo, mas também pelas ações inadequadas dos novos crentes. As duas cartas aos Tessalonicenses revelam que Paulo tinha grandes preocupações acerca do comportamento público inadequado de alguns cristãos.

Paulo exortou os cristãos de Tessalônica a viver de modo tranquilo e a se comportar adequadamente entre os vizinhos gentios

11  procurem viver em paz, tratem dos seus próprios assuntos e vivam do seu próprio trabalho, como já dissemos antes.
12  Assim, aqueles que não são cristãos os respeitarão, e vocês não precisarão viver às custas de ninguém. (1Ts 4:11-12).

Ele aconselhou os rebeldes entre eles

Rogamo-vos também, irmãos, que admoesteis os desordeiros, consoleis os de pouco ânimo, sustenteis os fracos e sejais pacientes para com todos. (1Ts 5:14).

Ordenou que eles se afastassem dos que andavam desordenadamente

6 Nós vos ordenamos, irmãos, em nome do Senhor Jesus Cristo, que vos aparteis de todo irmão que ande desordenadamente e não segundo a tradição que de nós recebestes;
7  pois vós mesmos estais cientes do modo por que vos convém imitar-nos, visto que nunca nos portamos desordenadamente entre vós,  (2Ts 3:6, 7).

Observou que alguns membros da igreja não apenas andavam de modo desordenado e ocioso, mas se haviam tornado “intrometidos”

Pois, de fato, estamos informados de que, entre vós, há pessoas que andam desordenadamente, não trabalhando; antes, se intrometem na vida alheia.  (2Ts 3:11).

Assim, alguns membros eram um incômodo não apenas para a igreja, mas também para a sociedade. A perseguição em Tessalônica foi perversa, mas houve também comportamento censurável entre alguns novos cristãos.

2. Qual foi a diferença entre a experiência de Paulo em Bereia e em Tessalônica? O que aprendemos com essa diferença?

10 Logo que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para a cidade de Beréia. Quando chegaram lá, eles foram à sinagoga.
11  As pessoas dali eram mais bem educadas do que as de Tessalônica e ouviam a mensagem com muito interesse. Todos os dias estudavam as Escrituras Sagradas para saber se o que Paulo dizia era mesmo verdade.
12  Assim muitos judeus naquela cidade creram, e também não-judeus, tanto mulheres da alta sociedade como também muitos homens.
13  Mas, quando os judeus de Tessalônica souberam que Paulo tinha anunciado a palavra de Deus também em Beréia, foram até lá e começaram a agitar e atiçar o povo contra eles.
14  Então os irmãos enviaram Paulo imediatamente para o litoral; porém Silas e Timóteo ficaram em Beréia.
15  Os irmãos que protegiam Paulo o levaram até a cidade de Atenas. Depois voltaram para Beréia, levando um recado de Paulo; ele pedia que Silas e Timóteo fossem encontrá-lo em Atenas o mais depressa possível. 
16 Enquanto estava esperando Silas e Timóteo em Atenas, Paulo ficou revoltado ao ver a cidade tão cheia de ídolos. At 17:10-15

Os bereanos estavam ávidos para conhecer mais sobre Deus e para entender melhor as Escrituras. Mas, embora tivessem ouvido com muita receptividade, eles também punham à prova tudo o que ouviam dos apóstolos com base no que encontravam em seu próprio estudo do Antigo Testamento.

Esse é um exemplo para nós. Podemos estar abertos a novas ideias, mas devemos sempre confrontá-las com base nos ensinamentos da Bíblia. Temos muitas coisas para aprender e muitas para desaprender. Ao mesmo tempo, devemos ter cuidado para evitar erros, uma vez que eles nos afastam da verdade.

Ainda que perturbadores de Tessalônica logo tivessem se intrometido na situação de Bereia, os judeus ali não fecharam a mente para a nova mensagem. Na verdade, “
creram muitos dentre os judeus” (v. 12). Embora tivessem achado oportuno que Paulo seguisse para Atenas, permitiram que Silas e Timóteo permanecessem em Bereia a fim de incentivar e fortalecer os novos crentes.

Que exemplos temos em que a igreja cristã agiu de maneira claramente errada? Que lições podemos aprender com esses erros? Comente com a classe suas respostas.



Terça                                          Interlúdio em Atenas


De acordo com Atos 17:14-16, Silas e Timóteo ficaram em Bereia, enquanto Paulo foi acompanhado até Atenas. Paulo instruiu seus acompanhantes a fazer com que Silas e Timóteo se juntassem a ele em Atenas, mas não há nenhuma menção de que eles tivessem feito isso. Por outro lado, em 1Tessalonicenses 3:1, 2, vemos que Paulo enviou Timóteo de volta de Atenas a Tessalônica. Assim, pelo menos Timóteo parece ter se unido a ele ali por um curto período.

1 Então não pudemos agüentar mais sem ter notícias de vocês. Por isso Silas e eu resolvemos ficar sozinhos em Atenas
2 e enviar a vocês o nosso irmão Timóteo. Ele tem trabalhado conosco no serviço de Deus, anunciando o evangelho de Cristo. Nós o enviamos para animar e ajudar vocês na fé, 1Tess 3:1-2

3. Ao falar aos judeus em Atos 17:2, 3, Paulo começou com o tema do Messias no Antigo Testamento. Ao falar aos filósofos pagãos de Atenas (At 17:16-34), em que ponto ele começou? O que podemos aprender com essas abordagens diferentes?

2  Conforme o seu costume, Paulo foi lá e nos três sábados seguintes falou sobre as Escrituras Sagradas com as pessoas que estavam ali na sinagoga.
3  Paulo lhes explicava e provava que o Messias precisava sofrer e que, depois de morrer, tinha de ressuscitar. Ele dizia: —Este Jesus que estou anunciando a vocês é o Messias. Atos 17:2-3

16 Enquanto estava esperando Silas e Timóteo em Atenas, Paulo ficou revoltado ao ver a cidade tão cheia de ídolos.
17  Ele ia para a sinagoga e ali falava com os judeus e com os não-judeus convertidos ao Judaísmo. E todos os dias, na praça pública, ele falava com as pessoas que se encontravam ali.
18  Alguns professores epicureus e alguns estóicos discutiam com ele e perguntavam: —O que é que esse ignorante está querendo dizer? Outros comentavam: —Parece que ele está falando de deuses estrangeiros. Diziam isso porque Paulo estava anunciando Jesus e a ressurreição.
19  Então eles o levaram a uma reunião da Câmara Municipal e disseram: —Gostaríamos de saber que novo ensinamento é esse que você está trazendo para nós.
20  Pois você diz algumas coisas que nos parecem esquisitas, e nós gostaríamos de saber o que elas querem dizer.
21  É que todos os moradores de Atenas e os estrangeiros que viviam ali gostavam de passar o tempo contando e ouvindo as últimas novidades.
22 Então Paulo ficou de pé diante deles, na reunião da Câmara Municipal, e disse: —Atenienses! Vejo que em todas as coisas vocês são muito religiosos.
23  De fato, quando eu estava andando pela cidade e olhava os lugares onde vocês adoram os seus deuses, encontrei um altar em que está escrito: “AO DEUS DESCONHECIDO”. Pois esse Deus que vocês adoram sem conhecer é justamente aquele que eu estou anunciando a vocês.
24  —Deus, que fez o mundo e tudo o que nele existe, é o Senhor do céu e da terra e não mora em templos feitos por seres humanos.
25  E também não precisa que façam nada por ele, pois é ele mesmo quem dá a todos vida, respiração e tudo mais.
26  De um só homem ele criou todas as raças humanas para viverem na terra. Antes de criar os povos, Deus marcou para eles os lugares onde iriam morar e quanto tempo ficariam lá.
27  Ele fez isso para que todos pudessem procurá-lo e talvez encontrá-lo, embora ele não esteja longe de cada um de nós.
28  Porque, como alguém disse: “Nele vivemos, nos movemos e existimos.” E alguns dos poetas de vocês disseram: “Nós também somos filhos dele.”
29  E, já que somos filhos dele, não devemos pensar que Deus é parecido com um ídolo de ouro, de prata ou de pedra, feito pela arte e habilidade das pessoas.
30  No passado Deus não levou em conta essa ignorância. Mas agora ele manda que todas as pessoas, em todos os lugares, se arrependam dos seus pecados.
31  Pois ele marcou o dia em que vai julgar o mundo com justiça, por meio de um homem que escolheu. E deu prova disso a todos quando ressuscitou esse homem.
32 Quando ouviram Paulo falar a respeito de ressurreição, alguns zombaram dele, mas outros disseram: —Em outra ocasião queremos ouvir você falar sobre este assunto.
33  Então Paulo foi embora dali.
34  Mas algumas pessoas creram e se juntaram a ele. Entre essas estavam Dionísio, que era membro da Câmara Municipal, uma mulher chamada Dâmaris e mais outras pessoas. At 17:16-34

Em lugar de ter simplesmente entrado em Atenas, ido até o Areópago (também conhecido como Colina de Marte) e envolvido os filósofos ali, Paulo primeiramente andou pela cidade durante algum tempo e fez observações. Ele também envolveu os judeus de Atenas e alguns gregos da sinagoga de lá. Além de evangelizá-los em sua maneira habitual (At 17:2, 3), ele também deve ter aprendido sobre a cultura dominante na cidade. O primeiro passo em qualquer esforço missionário é ouvir e aprender sobre a fé e os pontos de vista das pessoas que estamos tentando alcançar.

Paulo também passou algum tempo no mercado de Atenas (que ficava abaixo e à vista do Areópago, ou Colina de Marte), argumentando com todos os que estivessem dispostos a conversar com ele. No processo, ele provocou a curiosidade de alguns filósofos epicureus e estoicos, que o convidaram para discursar a eles no lugar tradicional para tais discussões.

Ele começou seu discurso aos intelectuais de Atenas com observações sobre sua cidade e religiões. Seu ponto de partida teológico foi a criação, um tópico em que tanto ele quanto eles estavam interessados. Em contraste com sua abordagem à sinagoga, ele não defendeu sua causa a partir das Escrituras, mas a partir de escritos com os quais eles estavam familiarizados (At 17:27-28 ecoa e cita escritores gregos). Mas quando ele entrou no território que ia além dos limites em que eles estavam intelectualmente à vontade, parece que os filósofos encerraram abruptamente a discussão. Alguns indivíduos, no entanto, continuaram a conversar com Paulo e se tornaram cristãos.

Compreendemos bem as opiniões e crenças dos que nos cercam? Por que é importante conhecer um pouco dessas coisas enquanto procuramos testemunhar?



Quarta                                Chegada a Corinto


1 Depois disso, Paulo saiu de Atenas e foi para a cidade de Corinto.
2  Encontrou ali um judeu chamado Áquila, que era da província do Ponto. Fazia pouco tempo que ele tinha chegado da Itália com Priscila, a sua esposa. Eles tinham saído de lá porque o imperador Cláudio havia mandado que todos os judeus fossem embora de Roma. Paulo foi visitá-los
3  e acabou ficando ali para trabalhar com eles, porque a profissão de Paulo e a deles era a mesma, isto é, fazer barracas.
4  E todos os sábados ele falava na sinagoga e procurava convencer os judeus e os não-judeus.
5  Depois que Silas e Timóteo chegaram da província da Macedônia, Paulo começou a dar todo o seu tempo para anunciar a mensagem. Ele afirmava aos judeus que Jesus é o Messias.
6  Mas alguns deles ficaram contra Paulo e o xingaram. Então, em sinal de protesto, ele sacudiu o pó das suas roupas e disse: —Se vocês se perderem, os culpados serão vocês mesmos. A responsabilidade não será minha. De agora em diante vou anunciar a mensagem aos não-judeus.
7 Então ele saiu de lá e foi morar na casa de um homem chamado Tício Justo, um não-judeu que adorava a Deus. A casa dele ficava ao lado da sinagoga.
8  Crispo, que era o chefe da sinagoga, também creu no Senhor Jesus, e todas as pessoas da sua casa também creram. Muitas pessoas da cidade de Corinto ouviram a mensagem, creram e foram batizadas.
9  Certa noite Paulo teve uma visão, e nela o Senhor disse: —Não tenha medo, continue falando e não se cale,
10  porque eu estou com você. Ninguém poderá lhe fazer nenhum mal, pois muitas pessoas desta cidade são minhas.
11  E Paulo ficou ali um ano e meio, ensinando a palavra de Deus àquela gente.
12 Quando Gálio se tornou o governador da província da Acaia, os judeus se juntaram contra Paulo. Eles o agarraram, o levaram ao tribunal
13  e disseram ao Governador: —Este homem está querendo convencer o povo a adorar a Deus de um modo que é contra a nossa lei.
14  Quando Paulo ia falar, Gálio disse aos judeus: —Judeus, se isso fosse alguma falta grave ou um grande crime, seria justo que eu tivesse paciência para escutá-los.
15  Mas, como é só uma questão de palavras, de nomes e da própria lei de vocês, resolvam vocês mesmos. Eu não vou ser juiz nesses assuntos.
16  Em seguida os expulsou do tribunal.
17  Então eles agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e o surraram diante do tribunal. Porém Gálio não se importou com isso.
18 Paulo ficou muitos dias com os cristãos em Corinto. Depois se despediu deles e embarcou num navio para a província da Síria, junto com Priscila e o seu marido Áquila. Antes de embarcar em Cencréia, ele rapou a cabeça como sinal de que havia cumprido uma promessa que tinha feito a Deus. Atos 18:1-18

Atos 18:1-18 contém duas importantes interseções com a história secular. A primeira é a expulsão dos judeus de Roma durante o reinado de Cláudio (At 18:2). Informações de fontes extrabíblicas colocam esse evento em 49 d.C. A outra importante interseção é a menção do procônsul Gálio (At 18:12). Visto que os procônsules em Corinto eram nomeados para períodos de um ano, a informação de inscrições e outros dados indicam que o mandato de Gálio ocorreu entre 50 e 51 d.C. Estudiosos críticos, muitas vezes duvidam da historicidade do livro de Atos, mas há muitas referências casuais como essas que confirmam sua descrição da história.

Timóteo deve ter viajado de Tessalônica para Bereia com Paulo e Silas após sua expulsão de Tessalônica.

10 Logo que anoiteceu, os irmãos enviaram Paulo e Silas para a cidade de Beréia. Quando chegaram lá, eles foram à sinagoga.
14  Então os irmãos enviaram Paulo imediatamente para o litoral; porém Silas e Timóteo ficaram em Beréia.
15  Os irmãos que protegiam Paulo o levaram até a cidade de Atenas. Depois voltaram para Beréia, levando um recado de Paulo; ele pedia que Silas e Timóteo fossem encontrá-lo em Atenas o mais depressa possível. At 17:10, 14, 15

Depois, se encontrou com Paulo em Atenas e foi enviado de lá para Tessalônica (1Ts 3:1, 2). Ali, ele se juntou a Silas (At 18:5) e, finalmente, viajou para se unir a Paulo em Corinto. A primeira epístola aos Tessalonicenses deve ter sido escrita de Corinto, logo após a chegada de Timóteo. Paulo sabia o que as pessoas estavam pensando na Acaia, onde Corinto estava localizada

7  Desse modo vocês se tornaram um exemplo para todos os cristãos das províncias da Macedônia e da Acaia.
8  Pois a mensagem a respeito do Senhor partiu de vocês e se espalhou pela Macedônia e pela Acaia, e as notícias sobre a fé que vocês têm em Deus chegaram a todos os lugares. Portanto, sobre isso não é preciso falarmos mais nada. (1Ts 1:7, 8),

e em 1 Tessalonicenses, ele estava respondendo às informações trazidas por Timóteo

5  Por isso não pude agüentar mais sem ter notícias de vocês e enviei Timóteo para saber como vai a fé que vocês têm. É que eu tinha medo de que o Diabo os tivesse tentado de tal modo, que todo o nosso trabalho tivesse ficado inútil.
6 Agora Timóteo já voltou daí de Tessalônica e nos trouxe boas notícias a respeito da fé que vocês têm em Deus e do amor que vocês têm uns pelos outros. Ele nos contou que vocês sempre lembram de nós com carinho e que têm tanta vontade de nos ver como nós temos de ver vocês. (1Ts 3:5, 6).

4. Qual foi o assunto principal da pregação de Paulo nessa passagem? Qual foi a diferença entre a estratégia missionária de Paulo em Atenas e em Corinto?

18  Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.
19  Pois está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios e aniquilarei a inteligência dos instruídos.
20  Onde está o sábio? Onde, o escriba? Onde, o inquiridor deste século? Porventura, não tornou Deus louca a sabedoria do mundo?
21  Visto como, na sabedoria de Deus, o mundo não o conheceu por sua própria sabedoria, aprouve a Deus salvar os que crêem pela loucura da pregação.
22  Porque tanto os judeus pedem sinais, como os gregos buscam sabedoria;
23  mas nós pregamos a Cristo crucificado, escândalo para os judeus, loucura para os gentios;
24  mas para os que foram chamados, tanto judeus como gregos, pregamos a Cristo, poder de Deus e sabedoria de Deus.
25  Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.
26  Irmãos, reparai, pois, na vossa vocação; visto que não foram chamados muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos de nobre nascimento;
27  pelo contrário, Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar os sábios e escolheu as coisas fracas do mundo para envergonhar as fortes;
28  e Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são;
29  a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus.
30  Mas vós sois dele, em Cristo Jesus, o qual se nos tornou, da parte de Deus, sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção,
31  para que, como está escrito: Aquele que se gloria, glorie-se no Senhor.
1 Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria.
2 Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. 1Co 1:18–2:2

Paulo não deve ter ficado satisfeito com o resultado de seu encontro com os filósofos de Atenas, pois em Corinto ele decidiu utilizar uma abordagem mais direta para a mente grega. Ao fazer isso, ele não estava rejeitando a ideia de “alcançar as pessoas onde elas estão”, pois ele claramente promoveu esse tipo de abordagem na mesma carta

19 Sou um homem livre; não sou escravo de ninguém. Mas eu me fiz escravo de todos a fim de ganhar para Cristo o maior número possível de pessoas.
20  Quando trabalho entre os judeus, vivo como judeu a fim de ganhá-los para Cristo. Não estou debaixo da Lei de Moisés; mas, quando trabalho entre os judeus, vivo como se estivesse debaixo dessa Lei para ganhar os judeus para Cristo.
21  Assim também, quando estou entre os não-judeus, vivo fora da Lei de Moisés a fim de ganhar os não-judeus para Cristo. Isso não quer dizer que eu não obedeço à lei de Deus, pois estou, de fato, debaixo da lei de Cristo.
22  Quando estou entre os fracos na fé, eu me torno fraco também a fim de ganhá-los para Cristo. Assim eu me torno tudo para todos a fim de poder, de qualquer maneira possível, salvar alguns.
23  Faço tudo isso por causa do evangelho a fim de tomar parte nas suas bênçãos. 1Co 9:19-23

O que ele demonstrou em Atenas e Corinto foi que o processo de alcançar pessoas onde elas estão não é uma ciência exata, mas exige constante aprendizado e adaptação. Paulo não usou a mesma abordagem em todas as cidades. Ele era muito sensível às mudanças dos tempos, culturas e circunstâncias.

Qual é a relevância da mensagem da cruz para nós hoje, visto que a “sabedoria” do mundo muitas vezes se choca com a “loucura da cruz”?



Quinta                                  Paulo revela sua afeição


5. Como era o relacionamento e a ligação emocional de Paulo com os crentes de Tessalônica? O que isso nos ensina a respeito de como devemos nos relacionar com aqueles a quem ministramos?

17 Irmãos, nós tivemos de nos separar de vocês por algum tempo. Estamos longe dos olhos, mas perto do coração. Sentimos muitas saudades de vocês e gostaríamos de vê-los outra vez.
18  Por isso quisemos ir até aí e fazer uma visita a vocês. Pelo menos eu, Paulo, quis fazer isso mais de uma vez, mas Satanás não nos deixou.
19  Afinal, quando o nosso Senhor Jesus vier, vocês e ninguém mais são de modo todo especial a nossa esperança, a nossa alegria e o nosso motivo de satisfação, diante dele, pela nossa vitória.
20  Sim, vocês são o nosso orgulho e a nossa alegria!
1 Então não pudemos agüentar mais sem ter notícias de vocês. Por isso Silas e eu resolvemos ficar sozinhos em Atenas
2  e enviar a vocês o nosso irmão Timóteo. Ele tem trabalhado conosco no serviço de Deus, anunciando o evangelho de Cristo. Nós o enviamos para animar e ajudar vocês na fé,
3  a fim de que ninguém fique desanimado por causa das perseguições. Vocês mesmos sabem muito bem que elas fazem parte daquilo que Deus quer para nós.
4  Pois, quando estávamos com vocês, nós os avisamos que íamos ser perseguidos; e, como vocês sabem, isso aconteceu mesmo.
5  Por isso não pude agüentar mais sem ter notícias de vocês e enviei Timóteo para saber como vai a fé que vocês têm. É que eu tinha medo de que o Diabo os tivesse tentado de tal modo, que todo o nosso trabalho tivesse ficado inútil.
6 Agora Timóteo já voltou daí de Tessalônica e nos trouxe boas notícias a respeito da fé que vocês têm em Deus e do amor que vocês têm uns pelos outros. Ele nos contou que vocês sempre lembram de nós com carinho e que têm tanta vontade de nos ver como nós temos de ver vocês.
7  Assim, irmãos, em todas as nossas dificuldades e sofrimentos o que nos animou foi a fé que vocês têm.
8  Agora nós nos sentimos com mais vida porque sabemos que vocês continuam a viver firmes por estarem unidos com o Senhor.
9  E assim podemos dar graças a Deus por vocês. Agradecemos a alegria que temos diante do nosso Deus por causa de vocês.
10  Dia e noite pedimos a ele de todo o coração que nos deixe ir vê-los pessoalmente para podermos completar o que ainda falta na fé que vocês têm. 1Ts 2:17–3:10

A profundidade do pensamento de Paulo e o tom de confronto (veja, por exemplo, 

6 Estou muito admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão aceitando outro evangelho.
7  Na verdade não existe outro evangelho, porém eu falo assim porque há algumas pessoas que estão perturbando vocês, querendo mudar o evangelho de Cristo. Gl 1:6, 7

1 Ó gálatas sem juízo! Quem foi que enfeitiçou vocês? Na minha pregação a vocês eu fiz uma descrição perfeita da morte de Jesus Cristo na cruz; por assim dizer, vocês viram Jesus na cruz.
2  Respondam somente isto: vocês receberam o Espírito de Deus por terem feito o que a lei manda ou por terem ouvido a mensagem do evangelho e terem crido nela?
3  Como é que vocês podem ter tão pouco juízo? Vocês começaram a sua vida cristã pelo poder do Espírito de Deus e agora querem ir até o fim pelas suas próprias forças?
4  Será que as coisas pelas quais vocês passaram não serviram para nada? Não é possível! Gl 3:1-4

9  Mas, agora que vocês conhecem a Deus, ou melhor, agora que Deus os conhece, como é que vocês querem voltar para aqueles poderes espirituais fracos e sem valor? Por que querem se tornar escravos deles outra vez?
10  Por que dão tanta importância a certos dias, meses, estações e anos?
11  Estou muito preocupado com vocês! Será que todo o trabalho que tive com vocês não valeu nada? Gl 4:9-11

às vezes fazem com que ele pareça desprezar os sentimentos e relacionamentos pessoais. Mas esse agradável interlúdio em 1Tessalonicenses mostra o contrário. Ele era um evangelista intensamente relacional, de acordo com a grande comissão, que enfatiza principalmente a formação de discípulos

19  Portanto, vão a todos os povos do mundo e façam com que sejam meus seguidores, batizando esses seguidores em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo
20  e ensinando-os a obedecer a tudo o que tenho ordenado a vocês. E lembrem disto: eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos. Mt 28:19, 20

Na passagem acima, Paulo revelou suas emoções. Ele sentia falta e “intensa saudade” dos irmãos tessalonicenses. Paulo disse que, ao Jesus voltar, pretendia apresentar a Ele os crentes de Tessalônica como frutos de seu ministério. Paulo não ficaria contente apenas em ser salvo no fim do tempo. Ele queria evidências de que sua vida havia feito uma diferença permanente para o reino de Deus.

Quando Paulo não mais pôde suportar o desejo intenso de encontrar os tessalonicenses, enviou um amigo em comum para verificar como eles estavam. Paulo temia que, de alguma forma, Satanás os afastasse de suas convicções originais. Mas ele foi grandemente consolado quando Timóteo informou que eles estavam firmes na fé.

Há uma interessante sugestão de uma dinâmica mais profunda em 1Tessalonicenses 3:6.

Agora Timóteo já voltou daí de Tessalônica e nos trouxe boas notícias a respeito da fé que vocês têm em Deus e do amor que vocês têm uns pelos outros. Ele nos contou que vocês sempre lembram de nós com carinho e que têm tanta vontade de nos ver como nós temos de ver vocês. 1Tessalonicenses 3:6

Paulo se regozijou com o relatório de Timóteo de que eles mantinham um bom conceito a respeito dele e de que eles estavam ansiosos para vê-lo tanto quanto ele estava ansioso para encontrá-los. A partida de Paulo de Tessalônica havia sido repentina, e parece que ele tinha alguma incerteza sobre a maneira pela qual eles consideravam sua pessoa e sua ausência. A fidelidade dos tessalonicences fez grande diferença para Paulo. Talvez, o senso de valor pessoal de Paulo estivesse, até certo ponto, ligado ao sucesso de sua missão. Afinal, ele era apenas humano.

O relatório de Timóteo trouxe a Paulo uma intensa experiência de alegria em suas orações a Deus. Mas essa alegria não acabou com seu intenso desejo de vê-­los face a face e completar a educação deles na caminhada cristã. No entanto, não podendo estar pessoalmente com eles, Paulo enviou primeiro um mensageiro, Timóteo, e depois se comunicou por meio de cartas. Essas cartas fazem parte do Novo Testamento.

Sexta                                          Estudo adicional


Se nos humilhássemos perante Deus e fôssemos bondosos e corteses, compassivos e piedosos, haveria uma centena de conversões à verdade onde agora há apenas uma. Mas, professando ser convertidos, levamos conosco uma carga de egoísmo que consideramos excessivamente preciosa para ser abandonada. É nosso privilégio depositar esse fardo aos pés de Jesus, assumindo em seu lugar o caráter e a semelhança de Cristo. O Salvador está esperando que assim procedamos” (Ellen G. White, Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189, 190).

Durante Seu ministério, Jesus tinha conservado constantemente perante os discípulos o fato de que eles deviam ser um com Ele em Sua obra de resgatar o mundo da escravidão do pecado... Em toda a Sua obra Ele os estava preparando para o trabalho individual, que devia ser expandido à medida que seu número aumentasse” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 32).

Perguntas para reflexão
1. Que erros no comportamento dos cristãos dificultam o esforço para alcançar as pessoas?
2. Em Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 189 (veja acima), Ellen G. White identifica o “egoísmo” como obstáculo à conversão de mais pessoas. De que forma o “egoísmo” se manifesta? Como podemos aprender a morrer para o eu?
3. O foco central da grande comissão (Mt 28:19-20) é fazer discípulos. Compartilhe algumas de suas próprias experiências em ser ou em fazer discípulos. Até que ponto o discipulado de sua própria igreja está orientado?
4. Como você pode explicar a alguém a “loucura” da cruz? Por que Paulo usou essa terminologia? O que isso nos diz sobre a limitação da nossa compreensão da realidade?

Resumo: 
Em apenas três semanas, Paulo se havia tornado intensamente ligado aos novos crentes em Tessalônica. Não podendo voltar a eles, ele primeiramente lhes enviou Timóteo. Sob o poder do Espírito Santo, ele também colocou seu coração em duas cartas. O evangelismo significativo não deve se contentar com a simples aceitação das crenças cristãs. A vida física, mental e emocional está envolvida na fé cristã.



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