Neste estudo apresentamos o último personagem dos 12 heróis deste trimestre. Baruque. Este é seu nome. Baruque viveu num período conturbado na vida de Judá. Havia “problemas cruciais no campo moral e espiritual. Em seus dias, Jerusalém foi tomada, o templo, destruído, e muitos judeus foram levados cativos. Ele viveu nesse tempo de dramática mudança e perda. Embora seu mundo estivesse desmoronando, ele deixou um legado que nenhum rei nem a guerra poderiam destruir.”
PARA A CLASSE: Você vai notar na vida de Baruque, que servir ao Senhor custa, e custa muito. Mencione experiências suas em que você pagou alto preço por ser leal aos princípios que Deus nos deixou.
I. Quem foi Baruque?
Durante seu encarceramento, Jeremias deu a Baruque o título de propriedade daquela herdade que tinha sido comprada a Hanameel” (Jr 32:8-12). Em resumo, Baruque foi “um alto funcionário da administração babilônica na Judeia”, um erudito de família nobre, e secretário do profeta Jeremias no período da invasão de Judá por Babilônia no século sétimo a.C. (Tradução Ecumênica da Bíblia, Ed. Loyola, São Paulo, 1994, p. 710). O ministério de Baruque vai desde o 13° ano de Josias (
II. Uma vista geral dos tempos de Baruque
A tônica da mensagem de Jeremias era: Voltem-se para o Senhor, busquem o Senhor! Não resistam a Nabucodonosor! Não façam aliança com o Egito! Entreguem-se a Nabucodonosor e ele os levará como cativos para Babilônia. Mas, depois de 70 anos, Deus os trará de volta!. Mas o rei e o povo jamais aceitaram a mensagem de Jeremias. Ao contrário, ele era tido como um subversivo. Aqui entra a figura de Baruque. O homem que escreveu as mensagens de Jeremias, o homem que foi perseguido com Jeremias, o homem que trocou um lugar de destaque em sua sociedade para ser um copista do profeta Jeremias: Baruque.
Ao trocar sua posição de escriba da corte pela de assistente literário de Jeremias, Baruque não fez uma troca vantajosa aos olhos de posição e/ou status social. Aqui começa o legado que ele nos deixou. Outros autores bíblicos tiveram assistentes literários e Ellen White também. Então, alguém poderá perguntar: Os assistentes literários eram coautores das mensagens? A resposta é que não. Primeiro, porque não cremos na inspiração verbal mas, sim, na inspiração do profeta. Então, as palavras podiam ser escolhidas pelo autor ou pelo copista, mas a mensagem vinha de Deus.
Falando desse tema, W. C. White, filho da senhora White diz: “Minha mãe nunca fez reivindicações à inspiração verbal, e não vejo que meu pai, ou o Pastor Bates, Andrews, Smith ou Waggoner as fizessem. Caso houvesse inspiração verbal ao ela escrever seus manuscritos, por que haveria de sua parte o trabalho de acréscimo ou de adaptação? Verdade é que mamãe muitas vezes toma um de seus manuscritos e o lê atentamente, fazendo acréscimos que desenvolvem ainda mais o pensamento” (Mensagens Escolhidas, v. 3, p. 437).
E Ellen White afirma com certeza: “Não são as palavras da Bíblia que são inspiradas, mas os homens é que o foram. A inspiração não atua nas palavras do homem nem em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. As palavras, porém, recebem o cunho da mente individual. A mente divina é difusa. A mente divina, bem como Sua vontade, é combinada com a mente e a vontade humanas; assim as declarações do homem são a Palavra de Deus” (Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 20 e 21).
Quando Lucas escreveu seu livro, ele fez pesquisas e se valeu de várias fontes históricas disponíveis. O que cremos é que o Espírito Santo guiou Lucas a encontrar as fontes mais fidedignas. Falando da escolha de Baruque por Jeremias, Ellen White escreve: “É-me fácil crer que Jeremias foi dirigido por Deus em sua escolha de Baruque como copista…” (Mensagens Escolhidas v. 3, p. 455).
Embora Baruque tenha sido o escritor, a revelação da mensagem veio pelo próprio Deus a Jeremias. Portanto, o autor das mensagens era o próprio Deus.
“Em obediência a essa ordem, Jeremias chamou em seu auxílio um fiel amigo, Baruque, o escriba, e ditou-lhe “todas as palavras do Senhor, que Ele lhe tinha revelado, no rolo” (Profetas e Reis, p. 432). Depois que o rei Jeoaquim queimou o primeiro livro, Deus ordenou a Jeremias que escrevesse outro livro com a mesma mensagem do primeiro e ainda acrescentou outras mensagens. Note esta citação: “Tomando outro rolo, Jeremias deu-o a Baruque, o qual escreveu nele da boca de Jeremias todas as palavras do livro que Jeoaquim, rei de Judá, tinha queimado no fogo; e ainda se acrescentaram a elas muitas palavras semelhantes” (Profetas e Reis, p. 437: Jr 36:28 e 32).
Além dessas, podemos ainda acrescentar o que Klingbeil menciona:
1. Provavelmente, Jeremias estivesse na prisão, e a perspectiva de um reavivamento em meio aos líderes de Judá não mais parecia possível.
Em alguns túmulos há algumas frases que dizem: “AGRÔNOMO: Favor regar o solo com Nevugon. Evita vermes!” ALCOÓLATRA: Enfim, sóbrio! Na lápide de Isaac Newton estão estas palavras: “É uma honra para o gênero humano que tal homem tenha existido.” Na de Jô Soares, ele gostaria que escrevessem: “Enfim, magro!”
Quando a vida terminar, o que você gostaria que escrevessem em sua lápide? O que seria uma boa frase para ser colocada no túmulo de Baruque? No capítulo 36 de Jeremias, quando o povo foi ao templo, Baruque viu na linha do horizonte um fio de esperança. Mas isso logo desapareceu e a rebeldia tomou seu lugar novamente na vida deles. Talvez ele poderia ter pensado numa vida com mais conforto. Talvez menos desprezo. Quem sabe até um cargo no palácio, numa nação
Para Baruque, o verdadeiro sentido da vida não estava numa boa educação, numa linda casa nem num cargo bem remunerado. Aquele que deixou Seu lar no Céu e veio viver entre nós para que pudéssemos ser alguém foi o padrão que moldou a vida de Baruque. Aquele que trocou o Céu pela Terra, a paz pela perseguição, o conforto pelas estradas da Judeia inspirou Baruque a viver uma vida completa para Deus num país despedaçado. Então, o que escreveremos no túmulo de Baruque? Tente uma frase. Vou colocar a minha. “Aqui jaz um homem que soube dar valor à vida” E no seu, o que escreveremos?
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