sábado, 2 de julho de 2011

Adoração e o êxodo: compreendendo quem é Deus (resumo do estudo nº 02)




2
  Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão.
3  Não terás outros deuses diante de mim. Êxodo 20:2, 3

Saber: A diferença entre os sentimentos e ações dos adoradores ao redor da imagem do bezerro e os sentimentos e ações dos adoradores ao pé do Monte Sinai.
Sentir: Humildade ao adorar a Deus, tendo percepção do domínio de Sua majestade, Seu poder criativo e justiça santa.
Fazer: Honrar o Deus do Êxodo, respeitando Suas expectativas para o culto e a elas respondendo.

Esboço

I. Respeito ou folia?
A. Por que, para Deus, era tão importante demonstrar quem Ele era, através do fogo, palavras trovejantes e terremotos no Monte Sinai?
B. O que distingue a celebração reverente do poder libertador de Deus da folia hedonista exibida por Israel ao redor da imagem do bezerro? Como Israel caiu nesse tipo de adoração falsa?
C. Como tentações semelhantes podem surgir diante de nós? Como podemos evitar a adoração falsa e irreverente?

II. Digno de adoração
A. Como Deus Se apresentou a Moisés e a Israel, ao lhes ensinar a maneira de adorá-Lo?
B. Que emoções e comportamentos surgem do reconhecimento da glória, poder e justiça de Deus?

III. Governante majestoso, libertador poderoso
A. Que imagens e concepções de Deus devemos ter em mente ao nos aproximarmos dEle em adoração?
B. Como podemos expressar nossa devoção de maneira íntima, porém respeitosa?

Resumo: Embora Deus pessoalmente tivesse libertado Israel do Egito e Se manifestado ao Seu povo de muitas formas, Ele requeria profundo reconhecimento e respeito por Sua natureza transcendente e santa.

 

Motivação
A verdadeira adoração é caracterizada pela consciência e reconhecimento da infinita grandeza de Deus e nossa aspiração de conhecê-Lo mais. O verdadeiro adorador se recusará a aceitar substitutos para Deus, também conhecidos como ídolos.

Enfatize o contraste entre Deus e as coisas que poderíamos ser tentados a colocar acima dEle em nossa vida.

Ídolo. Todos nós estamos familiarizados com essa palavra. Se estudamos a Bíblia, ou escutamos os que a estudam, sabemos que a palavra se refere à imagem de um deus falso. Algumas culturas e religiões pensavam que o poder residia na própria imagem; outras pensavam que o ídolo era um ponto focal através do qual o deus em questão se manifestava ao adorador. Mas o ponto importante é que o ídolo é, ou era, um artefato humano, que não tinha nenhum significado verdadeiro além da imaginação, superstições ou equívocos de seu criador.

No entanto, a palavra ídolo também é usada de outras maneiras. É usada, por exemplo, nos títulos de shows populares de televisão em vários países. Alguém a quem se admira muito é chamado de “ídolo”. Com certeza, poderíamos pensar que isso é apenas uma figura de linguagem, ou que a intenção é irônica. Mas a realidade é que o mundo nos incentiva a colocar nossa adoração e confiança em coisas temporais e transitórias como nós. E, embora não sejamos totalmente incentivados a adorá-las, parte das emoções em torno dessas coisas e pessoas certamente se parece muito com adoração. Podemos argumentar que isso tende a enfraquecer o desejo e a disposição de adorar a Deus autenticamente.

No livro de Êxodo vemos os atos poderosos de Deus, o único Ser digno de adoração. Vemos também a tendência humana de substituir Deus por outras coisas e a confusão e tristeza que resultam disso.

Comente: 
O que é necessário para manter a atitude correta para com Deus e uma percepção correta de quem e o que Ele é? Como as coisas deste mundo podem tirar a reverência e a adoração que devemos dedicar somente a Deus? Como podemos manter em ordem nossas prioridades?

Compreensão
Enfatize a diferença entre a verdadeira atitude de adoração, como se vê na experiência de Moisés no Monte Horebe (Êx 3:1-15), e a atitude característica da adoração aos falsos deuses (Êx 32:1-6).


Comentário Bíblico


I. “Eu Sou me enviou a vocês”

1
Apascentava Moisés o rebanho de Jetro, seu sogro, sacerdote de Midiã; e, levando o rebanho para o lado ocidental do deserto, chegou ao monte de Deus, a Horebe.
2  Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia.
3  Então, disse consigo mesmo: Irei para lá e verei essa grande maravilha; por que a sarça não se queima?
4  Vendo o SENHOR que ele se voltava para ver, Deus, do meio da sarça, o chamou e disse: Moisés! Moisés! Ele respondeu: Eis-me aqui!
5  Deus continuou: Não te chegues para cá; tira as sandálias dos pés, porque o lugar em que estás é terra santa.
6  Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó. Moisés escondeu o rosto, porque temeu olhar para Deus.
7 Disse ainda o SENHOR: Certamente, vi a aflição do meu povo, que está no Egito, e ouvi o seu clamor por causa dos seus exatores. Conheço-lhe o sofrimento;
8  por isso, desci a fim de livrá-lo da mão dos egípcios e para fazê-lo subir daquela terra a uma terra boa e ampla, terra que mana leite e mel; o lugar do cananeu, do heteu, do amorreu, do ferezeu, do heveu e do jebuseu.
9  Pois o clamor dos filhos de Israel chegou até mim, e também vejo a opressão com que os egípcios os estão oprimindo.
10  Vem, agora, e eu te enviarei a Faraó, para que tires o meu povo, os filhos de Israel, do Egito.
11  Então, disse Moisés a Deus: Quem sou eu para ir a Faraó e tirar do Egito os filhos de Israel?
12  Deus lhe respondeu: Eu serei contigo; e este será o sinal de que eu te enviei: depois de haveres tirado o povo do Egito, servireis a Deus neste monte.
13  Disse Moisés a Deus: Eis que, quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós outros; e eles me perguntarem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
14  Disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós outros.
15  Disse Deus ainda mais a Moisés: Assim dirás aos filhos de Israel: O SENHOR, o Deus de vossos pais, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque e o Deus de Jacó, me enviou a vós outros; este é o meu nome eternamente, e assim serei lembrado de geração em geração.        Êxodo 3:1-15

Deus primeiramente Se revelou a Moisés em um objeto muito comum: uma sarça. Um arbusto que estava em chamas. Numa área seca como, aquela os arbustos deviam pegar fogo com bastante frequência. O fogo era a maneira pela qual a natureza removia a vegetação morta para dar lugar à vegetação viva. Moisés, porém, logo notou algo que não era tão natural e comum: a sarça não se consumia. Era um grande insulto às leis da termodinâmica, que até mesmo os antigos devem ter compreendido intuitivamente. Tendo conseguido a atenção de Moisés, o Senhor então trabalharia de maneira especial com Seu servo.

Deus criou os arbustos, assim como o fogo, e criou as leis que regem as relações entre ambos. Mas Deus é maior do que essas leis. Ele poderia, se quisesse, eliminá-las completamente, que ele fez, obviamente.

Moisés estava familiarizado com a maneira natural de acontecerem as coisas: arbustos queimados. Mas, nesse caso, ele viu dois fenômenos naturais se comportando de modo antinatural, o que indicava que Deus estava presente. Deus havia aparecido no meio de Sua criação, e coisas estranhas estavam acontecendo. A resposta natural foi adoração. Moisés teve que ser orientado a tirar as sandálias, mas não teve que ser instruído a se prostrar.

Quando adoramos hoje, geralmente é um evento agendado. Raramente é uma explosão espontânea da presença de Deus, da forma que Moisés experimentou. Vamos à igreja no mesmo tempo, a cada semana ou reservamos um tempo para adoração pessoal ou familiar. É fácil, mesmo com as melhores intenções, permitir que a adoração se torne apenas mais uma rotina. Mas devemos sempre lembrar que a verdadeira adoração ocorre onde encontramos Deus em meio à realidade comum e reconhecemos que, talvez, a experiência não seja tão comum, afinal. A adoração nos lembra de que Deus está no centro da realidade comum, e que essa realidade, e nós também, somos totalmente dependentes dEle.

Pense nisto: 
Como Deus Se revela na sua vida diária? De que maneiras você honra a Deus e Lhe agradece a Sua presença?

II. O bezerro de ouro

1
  Mas, vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte, acercou-se de Arão e lhe disse: Levanta-te, faze-nos deuses que vão adiante de nós; pois, quanto a este Moisés, o homem que nos tirou do Egito, não sabemos o que lhe terá sucedido.
2  Disse-lhes Arão: Tirai as argolas de ouro das orelhas de vossas mulheres, vossos filhos e vossas filhas e trazei-mas.
3  Então, todo o povo tirou das orelhas as argolas e as trouxe a Arão.
4  Este, recebendo-as das suas mãos, trabalhou o ouro com buril e fez dele um bezerro fundido. Então, disseram: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito.
5  Arão, vendo isso, edificou um altar diante dele e, apregoando, disse: Amanhã, será festa ao SENHOR.
6  No dia seguinte, madrugaram, e ofereceram holocaustos, e trouxeram ofertas pacíficas; e o povo assentou-se para comer e beber e levantou-se para divertir-se.
7  Então, disse o SENHOR a Moisés: Vai, desce; porque o teu povo, que fizeste sair do Egito, se corrompeu
8  e depressa se desviou do caminho que lhe havia eu ordenado; fez para si um bezerro fundido, e o adorou, e lhe sacrificou, e diz: São estes, ó Israel, os teus deuses, que te tiraram da terra do Egito. Êxodo 32:1-8

Quando se considera a história do bezerro de ouro, é fácil supor que os israelitas estavam simplesmente se apropriando dos deuses das culturas pagãs vizinhas e abandonando o Senhor. Isso parece ser sugerido na passagem (v. 1, 4), na qual é dito que o povo pediu que Arão fizesse deuses para eles e, em seguida, os adorou, considerando que tais ídolos os houvessem tirado do Egito. Mas temos também o verso 5, no qual Arão se refere à iminente festa como “uma festa ao Senhor”, literalmente, Jeová.

Analisado em conjunto, o texto sugere que, pelo menos, algumas pessoas pensavam que, enquanto ainda honravam o Senhor, poderiam ter deuses semelhantes aos de seus vizinhos. Desejavam se envolver nessa orgia pagã desenfreada, mas consagrando essa festa como se fosse ao Senhor, de alguma forma a tornariam agradável a Deus.

Assim, o que realmente observamos nessa passagem não é tanto a apostasia aberta, mas o sincretismo. O termo se refere à combinação de religiões ou sistemas de crenças geralmente contraditórios, muitas vezes com base em expediente político, gosto pessoal, ou capricho. Como acontece com muitos conceitos moralmente ou teologicamente duvidosos, justificativas para o sincretismo são fáceis de encontrar.

Por exemplo, pense no que poderia estar acontecendo na mente de Arão. Moisés parecia ter desaparecido sem deixar vestígios e, sem sua liderança carismática, a lealdade do povo ao Senhor estava se enfraquecendo. Sua fé era do tipo que pergunta “o que Ele tem feito por mim ultimamente?” Arão, de certa forma, provavelmente estivesse com medo de uma revolta. Ao mesmo tempo, ele era muito leal ou medroso para abandonar o Senhor completamente. “Por que não satisfazer os desejos do povo, para mantê-lo no aprisco, no caso de Moisés retornar?” Esse pode ter sido o pensamento de Arão. Essa foi a decisão, então. Ele daria aos israelitas apenas um deus falso, embora eles pedissem muitos, e faria desse falso deus um amigo de Jeová, Seu ajudante.

Se o raciocínio falho por trás dessa argumentação não fora óbvio desde o início, certamente deve ter sido quando a festa começou. Arão e os outros logo descobriram que não havia algo como uma insignificante adoração falsa. Misturar um pouco de culto pagão com um “uma festa ao Senhor” resultou em uma festa pagã, assim como teria ocorrido se eles simplesmente abandonassem o Senhor e abraçassem o paganismo. Assim como veneno misturado com alimento disfarça o veneno, mas não altera sua natureza, a falsa adoração misturada com a adoração verdadeira se torna apenas uma falsa adoração.

Pense nisto: Quais são os resultados de tentar unir o culto ao verdadeiro Deus com elementos incompatíveis, ou mesmo contraditórios? Por que tentamos fazer isso?

Aplicação
Use as seguintes perguntas para enfatizar a importância de conhecer a Deus e de buscar conhecê-Lo como o elemento-chave na adoração. Destaque como o verdadeiro conhecimento de quem e do que Deus realmente é previne a idolatria, ou a adoração de deuses de nossa própria fabricação ou imaginação.

Perguntas para consideração
1. O que significa temer a Deus? Esse temor tem o sentido de ter medo de Deus? Há algum sentido em que devemos ter medo de Deus? Por quê?
2. Por que você acha que o povo de Israel tinha memória tão curta acerca do que Deus havia feito por ele? O que isso pode dizer sobre a maneira pela qual eles se aproximavam de Deus na adoração e na vida diária?

Pergunta de aplicação
1. Em Êxodo 3:1-15 testemunhamos a relutância inicial de Moisés em fazer o que Deus pediu dele. Mas, quando ele adorou, reconheceu que Deus tinha poder suficiente para usá-lo de forma eficaz. Como a adoração a Deus pode nos dar confiança?
2. Nosso Deus é grande. Há muitas maneiras válidas para adorá-Lo. Como podemos discernir entre os caminhos compatíveis com a descrição bíblica da adoração correta e espiritualmente honesta, e os caminhos que comprometem ou contradizem o espírito da verdadeira adoração? Como podemos ter certeza de que nossos pontos de vista sobre o assunto não procedem apenas de nossas opiniões, ou mesmo preconceitos?

Criatividade
Esta lição enfatiza a centralidade de Deus na verdadeira adoração. As seguintes atividades são destinadas a incentivar os membros da classe a colocar a adoração no centro de sua vida e derivar suas prioridades e compreensão de si mesmos do verdadeiro conhecimento de Deus assim obtido.

De que maneiras eles têm experimentado o que consideram um verdadeiro milagre ou algo que lhes tenha transmitido a mensagem de que eles poderiam lidar com a vida com espírito de piedosa confiança?

Alternativa: 
Para os filhos de Israel, foram os deuses da terra da qual tinham acabado de sair. Embora fossem filhos do Deus supremo, que havia mostrado muitos milagres e sinais, eles ainda desejavam os deuses do Egito. E alguns deles pensavam que poderiam adorar os dois. Hoje temos ainda mais coisas afastando nossa atenção de Deus. E como os filhos de Israel, podemos pensar que podemos ter “Deus e...”.  Pergunte aos membros da classe quais são algumas dessas coisas que os afastam do Senhor. Como podemos colocá-las no devido lugar? Seria necessário abandoná-las completamente, como teria sido o caso com os deuses pagãos? Comente.





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