Nesta semana, veremos como os temas da criação, redenção e santificação estão ligados à adoração. Não é de surpreender que esses três temas sejam revelados no sábado, elemento crucial nos eventos descritos em Apocalipse 14, quando diante de nós será colocada a questão: adoraremos o Criador, Redentor e Santificador, ou a besta e sua imagem? O texto não nos deixa uma terceira opção.
Vamos considerar o mandamento do sábado e como esses temas são reveladas nesse dia. Ao estudar, pense nisto: Como podemos tornar esses temas o centro de nossa experiência de adoração?
A expressão “... te tirou dali com mão poderosa e braço estendido”, aplicada ao livramento da escravidão do Egito, parece apontar para outra ocasião de libertamento, dessa vez libertação do pecado, quando, no monte do Calvário, a mão poderosa de Jesus foi cravada no madeiro, e Seus braços foram estendidos naquela cruz vergonhosa e dolorosa.
Deus dá tanto valor ao fato de que os seres humanos O reconheçam como criador e resgatador que deixou um memorial semanal que lembra essas ações divinas: o repouso no sábado, o sétimo dia da semana.
II. Lembra-te do teu Criador
O pedido de Salomão “lembra-te do teu Criador” (Ec 12:1) é atendido quando cumprimos o mandamento de Deus “lembra-te do dia de sábado” (Êx 20:8). Os dois (pedido e mandamento) são inseparáveis: ao guardarmos o sábado estamos nos lembrando do Criador.
O sábado lembra nossa origem: saímos das mãos do Criador. Somos feitura dEle, e não produto de alguma explosão cósmica, nem descendentes de alguma ameba. Assim, a guarda do sábado nos lembra de que Deus existe. Nesse sentido a observância desse dia é antídoto contra a teoria da evolução, bem como contra o ateísmo.
Com respeito à nossa origem, poderíamos perguntar: Quais são as consequências de se aceitar a teoria da evolução ou a da criação? A verdade é que, se nos consideramos produto do acaso e evoluímos de formas inferiores de vida (se é que existe isso), então vale a lei do mais forte, do mais apto. A implicação dessa ideia é que o amor ao próximo, o cuidado com os mais fracos e carentes não tem sentido. De acordo com a teoria da evolução, os mais fracos deveriam desaparecer, deixando o campo livre apenas para os mais aptos e fortes. Isso levou Adolf Hitler a eliminar milhões de judeus, ciganos e homossexuais, por serem considerados raças ou pessoas inferiores. A guarda do sábado, porém, implica em que todos somos irmãos e criaturas do mesmo Pai, não importando a etnia, nem quão fortes ou fracos fisicamente somos – todos temos o mesmo valor diante de Deus.
Imagine agora o senso de liberdade que os israelitas sentiam em cada sábado, enquanto caminhavam pelo deserto em direção à terra prometida! Nesse dia, em vez de estarem sob as ordens de feitores, eles podiam parar suas labutas diárias e desfrutar de descanso físico e espiritual.
Semelhantemente aos israelitas do passado, os cristãos também têm o privilégio de descansar no sábado, lembrando-se da libertação do cativeiro do pecado, alcançada através do sacrifício de Cristo, e agradecendo a Deus por isso. No entanto, além dessa libertação espiritual, podemos encarar o sábado como memorial da libertação da escravidão do trabalho, do consumismo e da busca desenfreada pelos prazeres e o lazer. Nesse dia, nos libertamos da escravidão do que é terreno e somos alçados ao nível do que é espiritual e celestial.
O sábado, além de ser memorial da criação e da redenção, está relacionado com a santificação. Na Bíblia, santificar é “separar para uso sagrado”. Assim, quando “santificamos” o sábado, ou seja, o separamos dos demais dias da semana para um momento de especial comunhão com Deus, também estamos sendo santificados por esse encontro com Deus. Nesse dia (e não só nele) nos lembramos de que Deus não só nos redimiu, mas também nos “separou” das demais pessoas do mundo para sermos Seu povo peculiar, deu-nos mais revelação de Sua Palavra, a fim de sermos a luz do mundo, participando da libertação de outros que ainda não pertencem ao povo de Deus.
O autor de Hebreus (4:4-9) captou bem o sentido de o sábado ser um símbolo do descanso advindo pela redenção alcançada pelo sacrifício de Cristo. Quando o pecador entende que sua redenção é obra de Deus, ele para de “trabalhar” ou fazer coisas para sua salvação. Ele descansa em Deus, e confia na obra de Cristo, como suficiente para salvá-lo. Assim, o sábado é também um memorial da redenção.
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