segunda-feira, 14 de março de 2011

Libertação dos vícios (comentário ao estudo nº 11)





Objetivo:
Compreender que Deus pode nos libertar de um comportamento viciante.

Verdade: 
A liberdade proclamada por Jesus alcança os que sofrem toda forma de escravidão de pecados, incluindo os vícios. Para aqueles que estão livres é assegurado o poder para assim permanecerem, pela comunhão constante com Deus através do Espírito Santo.

Introdução
Os vícios estão presentes em todas as culturas como um flagelo para a humanidade, tirando a esperança de muitos, tornando sem sentido a existência de outros, produzindo desgosto, desagregação e falência familiar, violência e morte prematura. Por sua gravidade, é tema frequente nas agendas dos gestores da saúde, segurança pública e educação. Mas qualquer busca de solução para esse complexo problema necessita priorizar a transformação do coração humano, que só Deus pode realizar.

Este estudo é um convite para analisarmos as formas mais frequentes de comportamentos viciantes, mas também para compreendermos a orientação divina sobre maneiras de prevenir outras formas mais sutis, porém também escravizantes desse grave mal.

I. Bebidas e substâncias químicas

A droga mais consumida no Brasil, e também no mundo é o álcool. Por serem liberadas, as bebidas alcoólicas são de fácil acesso e produzem lucros milionários para o sistema que faz delas sua atividade econômica. No Brasil, como em muitos países, substâncias como o cigarro recebem uma taxa alta de impostos. Alguns compreendem que esta é uma forma de devolver aos cofres públicos um pouco do que se gasta com o atendimento daqueles que adoecem devido ao consumo do tabaco. A cerveja, entretanto, que é consumida em alta escala, recebe um imposto pequeno, por ser tributada na categoria alimento em nosso país. Este é apenas um dos paradoxos quanto à forma de tratar esse problema.

A Palavra de Deus não deixa dúvida quanto aos perigos e danos da bebida alcoólica. Em Provérbios 23:29-35 encontramos as seguintes considerações:

- v. 29: Causa dores, pesares, rixas, queixas, feridas sem causa, alterações físicas.
- v. 31, 32: Causa efeitos altamente prejudiciais, comparados aos da picada de uma serpente venenosa.
- v. 33: Produz alterações cognitivas, com imagens distorcidas da realidade, e destrói o freio moral da pessoa.
- v. 34: Tira a autonomia, a orientação e a sobriedade, e torna a pessoa vulnerável e escravizada.

Os efeitos do álcool atingem toda a sociedade, desde os graves acidentes automobilísticos, acidentes de trabalho, até os crimes e abuso de toda ordem na família. Semelhantemente, outras substâncias ilícitas causam dano de igual magnitude, ou maior ainda, dependendo de sua natureza.

Para refletir:
- O que a sua comunidade faz para prevenir o vício, principalmente entre crianças e jovens?
- O que você tem feito individualmente para auxiliar pessoas próximas a você que tenham esse problema?

II. O vício do sexo

Deus criou o sexo (Gn 1:28). Ele tinha um propósito sublime ao dar esse precioso dom ao homem. Deus é o Criador (Gn 1:1), e Deus é amor (1Jo 4:8). Através do sexo, Deus pretendia estender ao homem o privilégio de participar desses Seus grandes atributos. A procriação é uma forma de participar do ato criativo de Deus e a intimidade, como expressão de afeto e mútua entrega no casamento, é uma forma de perpetuar o amor de Deus em nossa vida. Esse era o Seu plano original. Por isso, o sexo está incluso na declaração bíblica de que “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1:31).

Compreende-se, então, por que o sexo é tão aviltado em nossos dias, usado como mercadoria barata, ou recurso publicitário daqueles que, não tendo criatividade, usam-no de forma picante e agressiva para vender seus produtos. Ele é alvo de Satanás, pois é um dom divino que, em certo sentido, perpetua no homem os atributos divinos. O inimigo quer desfigurar no homem a imagem de Deus e para isso utiliza várias formas de depravação sexual. Como resultado, temos a promiscuidade, os vícios sexuais e um número crescente de doenças físicas e mentais, pelo afastamento do propósito divino original (Pv 5:3-14, 9:13-18). Atualmente, a internet é um recurso mal usado nesse sentido, facilitando a proliferação de pornografia e sexo virtual, destruindo a virtude em muitos corações e causando adultério, separações conjugais e vícios.

A única salvaguarda contra os vícios sexuais ou outras formas de desvio do plano divino do uso do sexo é a completa submissão do coração à direção do Espírito Santo (Gl 5:16). Deus perdoa aquele que confessa seu pecado e oferece poder para que ele viva em harmonia com os princípios celestiais (1Jo 1:9).

Pessoas que lutam com o vício do sexo têm uma batalha espiritual a ser vencida. Mas elas não estão sozinhas, pois Jesus estende Sua poderosa mão a fim de auxiliá-las. Ele promete colocar um novo desejo em cada coração e também o poder para realizar toda a vontade de Deus (Fp 2:13). É preciso pedir, permitir a direção do Espírito Santo na vida e nEle confiar. O auxílio de profissionais especializados também pode ser de grande valia nesses casos.
                                   
Para refletir:
- Como você ajudaria uma pessoa que, tendo pecado nessa área, esteja buscando o perdão e a cura de Deus?
- Como você ajudaria alguém assim a compreender o perdão divino e a manter fé no poder restaurador de Deus?

III. O jogo e o amor ao dinheiro

A Palavra de Deus adverte claramente sobre o perigo do amor ao dinheiro, considerado “a raiz de todos os males” (1Tm 6:10). Satanás usa essa estratégia para seduzir as pessoas e torná-las escravas da tirania da cobiça, para que se desviem da fé. O jogo faz parte desse processo, por reforçar o desejo de enriquecimento rápido e sem esforço, às custas dos recursos de milhares de perdedores, e por predispor ao vício, que causa a falência financeira dos apostadores e os escraviza mais ainda.

O tratamento de pessoas com esse vício, chamado jogo patológico, exige muito esforço e uma equipe multidisciplinar. A família e os amigos podem ajudar muito. Mas é importante que a pessoa busque o quanto antes a ajuda especializada.

Jesus advertiu sobre o perigo da avareza (Lc 12:15 e Mc 10:17-27) e aconselhou-nos a desenvolver o sábio uso de nossas posses e da “piedade com contentamento”.

IV. O culto à imagem pessoal

Uma das marcantes características de nossos dias é a supervalorização da forma em detrimento do conteúdo. Nas artes, literatura, músicas e produtos diversos pode-se verificar o quanto a aparência encontra destaque. Essa influência é sentida principalmente quanto à estética corporal. Ela é muito valorizada, chegando a excessos muito prejudiciais.

Devemos cuidar de nosso corpo, apresentando-o a Deus numa condição saudável. Mas quando há excessos na estética, corremos o risco de colocar em perigo nossa saúde física, mental e espiritual. Deus nos orienta que o interior do coração, coberto de virtudes espirituais é o que vale para Ele, e não o exterior (1Pe 3:2-3). As doenças ligadas à aparência têm proliferado atualmente, evidenciando o cuidado que devemos ter em orientar, principalmente, os mais jovens sobre esse assunto.

Conclusão
Cada dia andando com Deus e adorando-O como Senhor de nossa vida, mantendo comunhão constante e ouvindo-O pela Sua Palavra e pelas impressões do Espírito Santo, estaremos seguros para superar o perigo de dar à imagem corporal um espaço indevido em nossa vida.


Noel José Dias da Costa é psicólogo e pastor, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Teologia pelo SALT-UNASP-EC. Atua como professor, psicólogo e auxiliar da Associação Ministerial no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP). É casado com a pedagoga Erenita M. S. da Costa, e pai de Tiago e Ana Cristina. 





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