Objetivo
Compreender que Deus planejou os recursos ideais para nossa saúde na natureza e que, apesar da corrupção do pecado, ela reserva ainda preciosas lições sobre o amor divino.
Verdade:
O mundo natural foi criado por Deus para ser o ambiente ideal para Suas criaturas e para manifestar Seu caráter. Devemos aprender da natureza as lições do cuidado e do amor de Deus, mas também devemos preservá-la, lembrando que ela não deve ser adorada, mas compreendida como criação de Deus para o bem de todos os seres vivos.
Introdução:
Deus nos permite conhecê-Lo através da natureza, que é definida como Sua revelação geral. A princípio criada em total perfeição, devido ao pecado ela hoje possui elementos estranhos ao plano original. A morte e a violência estão presentes onde antes estavam somente a vida e a completa paz. Mesmo assim, ela oferece lições preciosas aos aprendizes atentos. É nela que encontramos, também, os recursos para nossa sobrevivência. As marcas de Deus podem ser nela vistas, como declara Romanos 1:20:
“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o Seu eterno poder, como também a Sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas [...].”
O bem-estar físico, emocional, social e espiritual do ser humano depende também de sua interação com o meio. Por isso, Deus foi tão cuidadoso em prover-lhe o ambiente mais agradável para morar.
Para refletir:
- Como seu humor e disposição mental respondem a ambientes em que a natureza é preservada e a vida está em harmonia?
I. O ambiente antes da queda
A Bíblia descreve o ambiente no Éden como perfeito, agradável e adaptado ao homem e aos demais seres vivos. Deus mesmo havia plantado o Jardim para colocar nele o homem (Gn 2:8). Uma das necessidades humanas muito essenciais à saúde mental e social é o pertencer (ou sentimento de pertencer). Quando ela é satisfeita, a pessoa se sente adaptada, aceita e parte do ambiente social e físico em que vive. Deus programou o homem assim, por isso, tomou providências para a melhor adaptação dele, com tudo de muito bom que lhe podia oferecer (Gn 1:31). Sobre esse cuidado de Deus, Ellen G. White afirma o seguinte:
O Criador escolheu para nossos primeiros pais o ambiente que mais convinha à sua saúde e felicidade. Não os colocou num palácio, nem os rodeou dos adornos e luxos artificiais que tantos lutam hoje em dia por obter. Colocou-os em íntimo contato com a natureza, em estrita comunhão com os santos seres celestiais (A Ciência do Bom Viver, p. 261).
II. O ambiente e o homem após a queda
O pecado trouxe mudanças imediatas, e o homem sofreu suas terríveis consequências. Apesar das advertências divinas para não comer do fruto (Gn 2:17), Adão e Eva desobedeceram. Eles se separaram de Deus e de Sua proteção. Como consequência, colheram mais separação ainda:
- Separação de si mesmos – tendo dentro de si o bem e o mal (Rm 7:15-17)
- Separação de Deus – fugindo dEle (Gn 3:9-10)
- Separação do cônjuge, seu semelhante mais querido –esquivando-se dele e acusando-o, em vez de protegê-lo (Gn 3:7, 12)
- Separação da natureza – ela não mais lhe seria somente favorável, mas produziria cardos e abrolhos, frio e calor, causando dores e sofrimento, e o próprio nascimento seria também carregado de dores para a mulher (Gn 3:16-19 e 21)
Para refletir:
- Que consequências do pecado são perceptíveis na natureza em nossos dias?
- Que pequenas ações podem contribuir para evitar que elas aumentem?
III. Deus e a natureza
A natureza revela a existência de Deus (Sl 19:1-6 e Sl 104) e dá uma visão parcial de Seu poder, fidelidade e amor, entre outros de Seus atributos. Essa revelação limitada precisa ser ampliada através de Sua revelação especial na Bíblia e na pessoa de Jesus Cristo. Só através da compreensão do grande conflito cósmico entre o bem e o mal e suas implicações na morte e ressurreição de Jesus é que teremos condições de apreender da natureza suas preciosas lições.
A falta do conhecimento correto de Deus na Bíblia leva as pessoas a adorar a criação no lugar do Criador (Rm 1:19-25). Ou, ainda, pode também levar a conclusões errôneas, como a aparente passividade de Deus ante o sofrimento de Suas criaturas devido às calamidades naturais, como terremotos, tsunamis, chuva ou sequidão em excesso, vulcões, etc. Essa ideia de um deus distante, que não se envolve com a criação é chamada deísmo. Ao contrário dela, a Bíblia apresenta Deus presente e atuante na vida de Seus filhos (Sl 104 e At 17:24-28).
A natureza apresenta valiosas lições do cuidado de Deus, exemplificadas por Jesus em Mateus 6:25-34. Ali, Ele ilustra a maneira solícita de Deus prover o necessário para nossas necessidades. Certamente, nas horas tranquilas em que passava observando os lírios do campo e as aves, Jesus pôde refletir sobre isso. Seu exemplo serve de encorajamento para que dediquemos regularmente momentos à comunhão com Deus em meio à natureza, e recebamos dEle as bênçãos da paz e equilíbrio resultantes dessa experiência.
A mensagem ao mundo para este tempo inclui a verdade de um Deus criador de toda a natureza, presente na vida de Seus filhos e desejoso de levá-los à correta adoração e ao urgente preparo para o juízo (Ap 14:6-7). Todos esses elementos se completam, devendo, portanto, ser apresentados com sabedoria, precisão e reverência.
Para refletir:
- Você tem se beneficiado dos dons de Deus na natureza?
- O que você pode fazer para aproveitá-la melhor?
Conclusão
A natureza possui recursos preciosos para nossa saúde física. Nela também se encontram lições preciosas do cuidado e amor divinos. Através da comunhão com Deus na natureza podemos receber bênçãos preciosas que, aliadas ao conhecimento da Bíblia, proporcionam crescimento espiritual e saúde mental.
Noel José Dias da Costa é psicólogo e pastor, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Teologia pelo SALT-UNASP-EC. Atua como professor, psicólogo e auxiliar da Associação Ministerial no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP). É casado com a pedagoga Erenita M. S. da Costa, e pai de Tiago e Ana Cristina.
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