terça-feira, 31 de janeiro de 2012

“Afasta-Te de mim!”

Quarta                                           




No Antigo Testamento, encontramos um consistente histórico de respostas humanas ao Deus santo. E no Novo Testamento? Alguns cristãos modernos argumentam que o Antigo Testamento apresenta um quadro primitivo e ultrapassado de Deus: um Ser severo e muito propenso à ira. Mas quando Jesus veio ao mundo, Ele era o Deus da graça e do amor. Sabemos, é claro, que essa é uma visão distorcida da Bíblia e do caráter desse Deus que não muda.

7. O que os escritores do Novo Testamento ensinam sobre a santidade de Deus? Como isso mostra a coerência entre o Antigo e o Novo Testamento acerca da santidade de Deus? 

1  Aconteceu que, ao apertá-lo a multidão para ouvir a palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré;
2  e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo desembarcado, lavavam as redes.
3  Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as multidões.
4  Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar.
5  Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes.
6  Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes.
7  Então, fizeram sinais aos companheiros do outro barco, para que fossem ajudá-los. E foram e encheram ambos os barcos, a ponto de quase irem a pique.
8  Vendo isto, Simão Pedro prostrou-se aos pés de Jesus, dizendo: Senhor, retira-te de mim, porque sou pecador.
9  Pois, à vista da pesca que fizeram, a admiração se apoderou dele e de todos os seus companheiros,
10  bem como de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram seus sócios. Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás pescador de homens.
11  E, arrastando eles os barcos sobre a praia, deixando tudo, o seguiram.  Lc 5:1-11

Depois que esses pescadores trabalharam durante toda a noite, mas sem sucesso, Jesus proporcionou uma pesca miraculosa para Seus esforçados discípulos. Quando isso ocorreu, se poderia pensar que uma resposta humana normal seria gratidão a Jesus por essa extraordinária ajuda financeira.

A resposta de Pedro, porém, estava focalizada em outra coisa. Sua reação foi muito parecida com a dos personagens do Antigo Testamento que encontraram o Senhor.

Mas Pedro não cuidava agora de barcos e cargas. Esse milagre, acima de todos quantos havia presenciado, foi para ele a manifestação de poder divino. Viu em Jesus alguém que tinha toda a natureza sob Seu comando. A presença da divindade revelou sua própria impiedade. Amor por seu Mestre, vergonha de sua incredulidade, gratidão pela complacência de Cristo e, sobretudo, o sentimento de sua impureza na presença da pureza infinita, tudo o subjugou. Enquanto os companheiros punham em segurança o conteúdo da rede, Pedro caiu aos pés do Salvador, exclamando:Senhor, retira-Te de mim, porque sou pecador’” (Lc 5:8; Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 246).

Por que essa reação? É porque não mais estamos no Jardim do Éden, onde Adão e Eva, antes da queda no pecado, saudavam a presença de Deus no frescor do anoitecer. Essa íntima comunhão mudou drasticamente logo depois da queda, quando o casal correu e se escondeu. Não mudou muita coisa desde então. Na verdade, essa reação continua ao longo das Escrituras. Sempre que um ser humano encontra o Deus vivo, há o espanto inicial de finalmente ver a verdadeira profundidade do próprio pecado.

Quando foi a última vez em que você examinou atentamente sua natureza pecaminosa? Uma visão terrível, não é? Qual é sua única esperança, e por quê?



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