sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O Deus da graça e do juízo (estudo nº 04)




“Pois Deus trará a julgamento tudo o que foi feito, inclusive tudo o que está escondido, seja bom, seja mau” (Ec 12:14, NVI).

Leituras da semana: 1Co 3:13; 2Co 5:10; Gn 3; 6; Jo 3:17-21; Ap 14:6, 7

Pensamento-chave: O juízo divino é tão difundido na Bíblia como o tema da salvação. Na verdade, os dois ensinamentos estão intrinsecamente ligados.

Um soldado estava ao lado de um idoso prestes a ser executado. Ele era acusado de ser da raça e da religião erradas, nada mais. Quando o soldado levantou a arma, a vítima disse: “Você sabe que há um Deus no Céu que vê tudo isso, e que um dia julgará você por suas ações?”

Em seguida, o soldado matou o idoso com um tiro.

Este é, em muitos aspectos, um excelente exemplo de uma sociedade secular. Não um governo secular (um governo que não promove uma religião em detrimento da outra), mas uma sociedade secular, em que não há nenhum padrão mais elevado do que as regras da própria sociedade. É uma sociedade sem senso de transcendência, de uma autoridade superior, de Deus ou de um padrão moral maior que as coisas humanas. É uma sociedade em que as pessoas tomam o lugar de Deus, uma sociedade em que o único juízo que as pessoas enfrentam é o de seus pares ou da própria consciência (seja lá o que restou dela).

Segundo a Bíblia, no entanto, o idoso estava certo: há um Deus no Céu, Ele sabe todas as coisas e, de fato, trará tudo a juízo.

Examinaremos esse aspecto fundamental do caráter de Deus e verificaremos que, mesmo no juízo, Deus revela Sua maravilhosa graça.

Domingo                           O dia do juízo


O tema do juízo divino percorre toda a Bíblia. E, ao contrário das crenças comuns, o juízo não se opõe à salvação nem ao evangelho. Na verdade, ambos os temas estão entrelaçados nas Escrituras de Gênesis a Apocalipse.

E isso não é de admirar. Juízo e salvação refletem aspectos semelhantes do caráter de Deus: Sua justiça e graça. Assim, não devemos colocar a ideia de juízo em oposição à ideia de salvação, assim como não devemos colocar a justiça de Deus contra Sua graça. Fazer isso é tirar de ambas sua plenitude e complementaridade mútua. As Escrituras ensinam as duas coisas. Por isso, precisamos entender as duas.

O que também é interessante em toda a questão do juízo é que, proporcionalmente, o Novo Testamento fala mais sobre o juízo do que o Antigo.

1. Qual é o assunto dos versos abaixo? Quem é julgado? O que acontece nesses juízos? O que os textos dizem sobre a natureza e a realidade do juízo divino?

13 De tudo o que foi dito, a conclusão é esta: tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos porque foi para isso que fomos criados.
14  Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal. Ec 12:13, 14

O Dia de Cristo vai mostrar claramente a qualidade do trabalho de cada um. Pois o fogo daquele dia mostrará o trabalho de cada pessoa: o fogo vai mostrar e provar a verdadeira qualidade do trabalho.
1Co 3:13

Porque todos nós temos de nos apresentar diante de Cristo para sermos julgados por ele. E cada um vai receber o que merece, de acordo com o que fez de bom ou de mau na sua vida aqui na terra.
2Co 5:10

Pois sabemos quem foi que disse: “Eu me vingarei, eu acertarei contas com eles.” E quem também disse: “O Senhor julgará o seu povo.”
Hb 10:30

Pois o Filho do Homem virá na glória do seu Pai com os seus anjos e então recompensará cada um de acordo com o que fez.
Mt 16:27

Vi também os mortos, tanto os importantes como os humildes, que estavam de pé diante do trono. Foram abertos livros, e também foi aberto outro livro, o Livro da Vida. Os mortos foram julgados de acordo com o que cada um havia feito, conforme estava escrito nos livros.
Ap 20:12

—Escutem! —diz Jesus. —Eu venho logo! Vou trazer comigo as minhas recompensas, para dá-las a cada um de acordo com o que tem feito.
Ap 22:12

36  —Eu afirmo a vocês que, no Dia do Juízo, cada pessoa vai prestar contas de toda palavra inútil que falou.
37  Porque as suas palavras vão servir para julgar se você é inocente ou culpado. Mt 12:36, 37

Pois o tempo de começar o julgamento já chegou, e os que pertencem ao povo de Deus serão os primeiros a serem julgados. Se esse julgamento vai começar conosco, qual será o fim daqueles que não crêem no evangelho de Deus?
1Pe 4:17

6 Então vi outro anjo voando muito alto, com uma mensagem eterna do evangelho para anunciar aos povos da terra, a todas as raças, tribos, línguas e nações.
7  Ele disse com voz forte: —Temam a Deus e louvem a sua glória, pois já chegou a hora de Deus julgar a humanidade. Adorem aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas! Ap 14:6, 7

Esses textos são apenas uma pequena amostra dos versos que ensinam claramente o juízo. Como mencionado acima, aparecem no Novo Testamento muitos dos textos mais explícitos sobre o juízo, textos que revelam claramente a realidade do juízo divino, ou juízos. Esse fato certamente se opõe à noção de que o juízo é de alguma forma contrário ao conceito da nova aliança da graça de Deus, que também é claramente ensinado no Novo Testamento. Isso deve nos ensinar que, por mais que entendamos o juízo, e por mais que entendamos a graça, devemos compreendê-los como verdades divinas que trabalham juntas. Colocar uma contra a outra é não entender a plenitude do evangelho, conforme estudamos na semana passada.



Segunda                           Juízo e graça no Éden


Pense nisto: antes do pecado, não havia necessidade da graça, porque não havia nada para perdoar, nada para desculpar, nada para cobrir. Da mesma forma era com o juízo. Antes do pecado, não havia nada para julgar, condenar ou punir. Tanto a graça quanto o juízo surgiram, pelo menos no contexto humano, apenas por causa do pecado da humanidade.

2. De que forma os temas do juízo e da graça são revelados no relato da queda? Gn 3

Satanás teve sucesso em trazer o pecado ao mundo, causando assim alteração em todas as coisas. Imediatamente, porém, o Senhor entrou em cena, chamando: “Onde está você?” Essa pergunta não deve ser considerada uma condenação; era mais um convite do Criador para que Seus amados fossem a Ele. Foi um chamado para que se afastassem do enganador e retornassem ao Criador.

Note, igualmente, o que aconteceu. As primeiras palavras que saíram da boca de Deus neste mundo decaído foram perguntas

9 Mas o SENHOR Deus chamou o homem e perguntou: —Onde é que você está?
10  O homem respondeu: —Eu ouvi a tua voz, quando estavas passeando pelo jardim, e fiquei com medo porque estava nu. Por isso me escondi.
11  Aí Deus perguntou: —E quem foi que lhe disse que você estava nu? Por acaso você comeu a fruta da árvore que eu o proibi de comer?
12  O homem disse: —A mulher que me deste para ser a minha companheira me deu a fruta, e eu comi.
13  Então o SENHOR Deus perguntou à mulher: —Por que você fez isso? A mulher respondeu: —A cobra me enganou, e eu comi. Gn 3:9,1113.

Depois de concluir as perguntas, a primeira coisa que Deus declarou foi Seu juízo contra a serpente. Mas depois, no verso 15, mesmo em meio ao Seu juízo contra a serpente, o que Deus disse?

Eu farei com que você e a mulher sejam inimigas uma da outra, e assim também serão inimigas a sua descendência e a descendência dela. Esta esmagará a sua cabeça, e você picará o calcanhar da descendência dela. Gn 3:15

O verso 15 é a primeira promessa evangélica. Assim que declarou Seu juízo contra a serpente, Ele imediatamente deu a primeira mensagem da graça, da redenção e da salvação para a humanidade. E somente então, depois dessa promessa evangélica, Ele começou a declarar Seus juízos contra a mulher e o homem. Embora eles tivessem caído, as primeiras coisas que Deus lhes deu foram esperança e graça. O juízo deve se desenvolver sobre a base da graça. Assim, mesmo antes do juízo, a promessa da graça foi dada aos que a aceitassem.

Era tarde demais para Satanás; sua destruição estava determinada. Mas ali, mesmo em meio aos juízos comunicados ao homem e à mulher, Deus tornou conhecida Sua graça.

No início da história da humanidade caída, foi demonstrada uma relação entre o pecado, o juízo e a graça de Deus. Embora Deus julgue e condene o pecado, a promessa da graça está sempre ali, presente, sempre disponível aos que a reclamarem para si.

De que forma o Senhor pode estar dizendo: “Onde está você?” O que você está fazendo que, talvez, o esteja levando a se esconder de Deus? Por que a compreensão da graça é um primeiro passo fundamental a fim de atender ao Seu chamado para nos aproximarmos dEle e nos afastarmos do enganador?




Nenhum comentário:

Postar um comentário