segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Quando demônios falam

Quinta                                        




8. Que testemunho foi dado pelo demônio sobre a santidade de Cristo? Que lições podemos tirar dessa história sobre a santidade de Deus? 

31  E desceu a Cafarnaum, cidade da Galiléia, e os ensinava no sábado.
32  E muito se maravilhavam da sua doutrina, porque a sua palavra era com autoridade.
33  Achava-se na sinagoga um homem possesso de um espírito de demônio imundo, e bradou em alta voz:
34  Ah! Que temos nós contigo, Jesus Nazareno? Vieste para perder-nos? Bem sei quem és: o Santo de Deus!
35  Mas Jesus o repreendeu, dizendo: Cala-te e sai deste homem. O demônio, depois de o ter lançado por terra no meio de todos, saiu dele sem lhe fazer mal.
36  Todos ficaram grandemente admirados e comentavam entre si, dizendo: Que palavra é esta, pois, com autoridade e poder, ordena aos espíritos imundos, e eles saem? Lc 4:31-36

Demônios, que são anjos caídos, se lembram de quem Jesus realmente é, e mesmo eles, em sua maldade, ódio e rebelião, são constrangidos a reconhecer Sua santidade. Observe, também, que eles temiam que Ele os destruísse. Por que tanto medo? Deve ter sido porque, sendo tão cheios de pecados, mesmo os demônios temem diante da santidade de Deus, até certo ponto da mesma forma que os seres humanos pecaminosos fazem.

No último livro da Bíblia, João descreve uma visão dada por Deus

12  Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro
13  e, no meio dos candeeiros, um semelhante a filho de homem, com vestes talares e cingido, à altura do peito, com uma cinta de ouro.
14  A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo;
15  os pés, semelhantes ao bronze polido, como que refinado numa fornalha; a voz, como voz de muitas águas.
16  Tinha na mão direita sete estrelas, e da boca saía-lhe uma afiada espada de dois gumes. O seu rosto brilhava como o sol na sua força.
17  Quando o vi, caí a seus pés como morto. Porém ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: Não temas; eu sou o primeiro e o último  (Ap 1:12-17).

João, às vezes, é mencionado como o apóstolo que teve a maior compreensão do amor de Deus. No entanto, ao encontrar o santo Deus, ele apresentou a mesma reação que vimos no Antigo Testamento.

Além disso, uma visão de como os seres celestiais adoram a Deus no santuário celestial revela uma imagem semelhante à que Isaías descreveu séculos antes em uma visão

1 No ano da morte do rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de suas vestes enchiam o templo.
2  Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas: com duas cobria o rosto, com duas cobria os seus pés e com duas voava.
3  E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. (Is 6:1-3).

9. O que João ouviu os seres celestiais ao redor do trono dizendo?

8  E os quatro seres viventes, tendo cada um deles, respectivamente, seis asas, estão cheios de olhos, ao redor e por dentro; não têm descanso, nem de dia nem de noite, proclamando: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que é e que há de vir.
9  Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos, Ap 4:8, 9

Embora Deus seja amor, e todos os seres celestiais O adorem, podemos ver que, ao redor do trono celestial de Deus, o hino de adoração não é “Deus é amor, amor, amor”. Os seres celestiais também não clamam: “Deus é bom , bom, bom”. Em lugar disso, dia e noite, esses seres poderosos exclamam: “santo, santo, santo é o Senhor, o Deus Todo-poderoso” (NVI). Ainda que todo o Céu esteja envolvido no ministério do amor de Deus e da salvação ao mundo, seres celestiais ao redor do trono de Deus dia e noite louvam Sua santidade. Sendo seres sem pecado, eles ficam admirados com Sua santidade, mas não se escondem com medo dela, como os seres caídos.

Em todos os encontros humanos com o divino, como descritos nas Escrituras, nunca se encontra sinal de que Deus seja assustador. Em vez disso, o que vemos é que, à luz penetrante de Sua santidade, os seres humanos finalmente se veem como realmente são. E isso é assustador. Nas Escrituras, quando as pessoas realmente encontram o Deus do Céu, não existem palmas, tapinhas nas costas, nem cânticos alegres. Ao contrário, há humilhação e arrependimento pessoal. Cada um vê e admite sua culpa pessoal, sem desculpas e sem referências às faltas dos outros. Como as nossas palavras, nossa vida e nossas ações seriam diferentes se vivêssemos com a sensação constante, não somente da presença de Deus, mas também de Sua santidade!

Sexta                                         Estudo adicional


Quando Cristo Se coloca diante da multidão de negociantes no templo, “silencia o tumulto. O som do comércio e das negociações cessa. O silêncio se torna penoso. Apodera-se da assembleia um sentimento de respeito. É como se estivessem citados perante o tribunal de Deus, para responder por seus atos. Olhando para Cristo, veem a divindade irradiando através do invólucro humano. A Majestade do Céu está como o Juiz há de estar no derradeiro dia... com o mesmo poder de ler o coração. Seu olhar percorre rapidamente a multidão, abrangendo cada indivíduo. Seu porte parece elevar-se acima deles, em imponente dignidade, e uma luz divina ilumina Seu semblante. Fala, e Sua clara, retumbante voz – a mesma que, do Sinai, havia proclamado a lei que sacerdotes e principais agora transgridem – ouve-se ecoar através dos arcos do templo:Tirem estas coisas daqui! Parem de fazer da casa de Meu Pai um mercado (Jo 2:16, NVI).

“...
Com zelo e severidade nunca antes por Ele manifestados, derruba as mesas dos cambistas... Ninguém pretende questionar Sua autoridade... Oficiais do templo, sacerdotes que especulavam, corretores e mercadores de gado, com suas ovelhas e bois, saem precipitadamente do lugar, com o único pensamento de escapar à condenação de Sua presença” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 158).

Perguntas para reflexão
1. Por que a justiça própria e a satisfação pessoal, especialmente acerca da própria condição espiritual, é um engano muito perigoso? O que nos ajuda a perceber esse engano?
2. Pense numa pessoa “santa”, que parece justa, honesta e pura. Alguém “separado” das pessoas. Como você reage à presença dela? Ela faz você se sentir bem ou mal, e por quê?

Resumo: 
Pode ser mais agradável se concentrar no amor de Deus, em vez de Sua santidade, mas isso seria distorcer a verdade. Compreender Sua santidade, e, em contrapartida, a nossa pecaminosidade, é crucial para entender o que significa a expiação, por que ela é tão desesperadamente necessária, e por que teve um preço tão elevado.




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