domingo, 15 de janeiro de 2012

Deus como redentor (comentário ao estudo nº 03)




Introdução

Embora a expressão “redenção” esteja associada ao termo “salvação”, a primeira denota uma ação mais específica, isto é, o meio pelo qual a salvação pode ser oferecida ao ser humano: restauração intermediada pelo pagamento de um resgate. Como se tornou um termo técnico, nem sempre o conceito explícito de um resgate está expresso no texto bíblico, mas sempre existe essa ideia subjacente.

Redenção também tem o sentido de libertação, mas com a noção de que esta libertação custou algo a alguém. É o poder “necessário” e “apropriado” para que haja libertação.

No hebraico do Antigo Testamento são usadas duas palavras: padâ e ga’al. Já no Novo Testamento encontramos as derivações do verbo lytrousthai: os substantivos lytrosis e apolytrosis.

De forma embrionária, a imagem de redenção está presente no protoevangelho de Gênesis 3:15. Ali aparece pela primeira vez a verdade sobre o drama do Grande Conflito em forma concisa, mas com profundo significado teológico.

Como o ser humano se havia tornado totalmente depravado pelo pecado, Deus interferiria de forma sobrenatural, milagrosa, no processo de escravidão provocado pelo pecado: “Eu porei inimizade...”. Não é natural ao ser humano ser amigo de Deus e de Seu caráter. É a graça de Deus que cria em nós o desejo de ser Seus filhos. Essa graça é chamada por Armínio como “graça proveniente” e está à disposição de cada ser humano. Em outras palavras, é por meio da graça divina que podemos nos tornar inimigos do pecado e ser salvos.

Em nós mesmos, não temos nem a vontade nem a disposição de ser redimidos.

Há um preço que deveria ser pago pela libertação da humanidade. Embora a cabeça da serpente fosse esmagada, esta chegaria a ferir o calcanhar do próprio Deus.

Na cultura do povo de Israel, tornou-se comum depois do Êxodo a ideia de que o redentor (goel) poderia pagar um preço pelo primogênito (Êx 13:13-15). Se alguém perdesse sua herança ou mesmo sua liberdade, poderiam ser redimidas caso um parente próximo pagasse o preço da redenção. Um exemplo clássico é a história de Rute (4:1-12). O fato marcante é que o indivíduo nunca poderia redimir a si mesmo; era sempre dependente de um redentor.

Deus é o grande redentor de Israel tanto na libertação do Egito como na de Babilônia (Êx 6:6; Jr 31:11). É a manifestação do poder de Deus não apenas libertando, mas também restaurando (Dt 9:26).

YHWH não é somente um redentor na história do Seu povo, mas é, também, uma promessa para o futuro (Sl 78:35; 130:8). Aqui podemos inserir todas as promessas messiânicas associadas com o oferecimento de uma vida por outra, como prefigurado nos sacrifícios patriarcais e no ritual do santuário. Cristo é “o Cordeiro de Deus que tira [liberta] o pecado do mundo” (Jo 1:29). Assim, o Deus (Pai) redentor do Antigo Testamento é representado no Cristo redentor do Novo Testamento. O texto da lição traz duas ilustrações significativas:

a) O oferecimento de Isaque em sacrifício e a provisão de uma ovelha substituta e libertadora (Gn 22:1-19).
b) O servo sofredor “substituto” de Isaías 53.

Cristo como redentor

O evangelho são as boas-novas de que não necessitamos morrer porque Jesus morreu por nós (1Co 15:1-4; Lc 18:31-34; Mt 16:21).

Moisés e Elias vieram para encorajar Jesus porque Sua morte era importantíssima tanto para os seres humanos quanto para o Céu. Jesus recebe honra de anjos e seres humanos porque foi morto (Ap 5:8-12) e por isso pode estabelecer Seu reino.

O sofrimento e a morte de Jesus formam o escopo central de Sua missão. É o coração do evangelho (Lc 19:10; Mc 10:45).

O texto de Marcos 10:45 é fundamental para que se entenda a missão de Cristo. Ele veio para dar Sua vida em resgate da humanidade perdida.

Essa teologia do resgate apresentada por Jesus foi desenvolvida mais extensivamente por Paulo. Como veremos à frente, Paulo estabeleceu a conexão de termos correlatos: redenção, expiação, justificação, propiciação, satisfação, reconciliação e sacrifício (Rm 3:24; 1Co 1:30).

O perdão dos pecados está baseado no preço do resgate encontrado no sangue de Cristo (Ef 1:7).

A redenção está em ligação com a segunda vinda de Cristo e a glorificação (Ef 4:30).

Importância da morte de Cristo no texto dos Evangelhos:

a) Normalmente, as biografias gastam quase que todo o espaço descrevendo a vida do biografado e não a morte. Contudo, nos Evangelhos a semana da paixão ocupa cerca de 50% em João, 25% em Lucas, 33% em Mateus e mais de 33% em Marcos. Os três últimos dias de vida de Jesus ocupam 20% dos Evangelhos.
b) Se todos os dias do ministério de Cristo fossem descritos na mesma proporção dos últimos três dias, ocupariam 8.400 páginas. Assim, a morte redentora de Jesus é o tema principal dos Evangelhos.
c) É a principal razão da encarnação (Mc 10:45; Hb 2:9).

Razões pelas quais Jesus deveria morrer:

a) A hostilidade declarada dos líderes judeus (Mc 3:6).
b) As profecias do Antigo Testamento falavam do Messias que viria e Jesus veio para cumprir Suas promessas (Mc 14:21; 8:31; Lc 24:25-27; conf. Is 53; Sl 22:1; 69:21).
c) Por um ato de livre escolha como consequência de um projeto de salvação estabelecido na eternidade. Jesus não foi vítima de um “sistema”, nem mártir. (Mt 16:21 e Lc 12:50 falam da “necessidade” (dei - “é necessário”) de Sua morte.

Quem realmente matou Cristo?

a) Pilatos e os soldados romanos, cumprindo ordens. Pilatos deu mostras de estar convencido da inocência de Jesus, e por isso usou de evasivas “ingênuas” para libertá-Lo: mandou-O para Herodes, puniu-O exemplarmente e até apresentou um substituto.
b) Os principais entre os judeus (Caifás, Sinédrio, etc.).
c) Judas Iscariotes, como traidor.
d) Razão Maior: os pecados individuais da humanidade (Jo 3:16; At 2: 36-37; 7:51-52; 1Ts 2:14-16).

Cristo morreu por nós:

a) Sua morte foi altruísta (Jo 10:11, 15; Lc 22:19; Rm 5:2; 1Ts 5:10; Tt 2:14).
b) Para que com esse ato, pudesse trazer-nos de volta a Deus (1 Pe 3:18; 2Co 5:18-21). A Reconciliação vem de Deus.
c) Pelos nossos pecados (1Co 15:3; 1Pe 3:18; Hb 9:26; 10:12; 1Jo 1:7; Ap 1:5-6.
d) Morreu a nossa morte. Em Romanos 6:23, vida eterna está em direto contraste a morte eterna (2ª morte como consequência de juízo).

Razão cósmica: o ato mais significativo no Grande Conflito - espetáculo para o Universo.

A morte de Jesus revela algumas verdades fundamentais:
a) O pecado é algo extremamente horrível.
b) Deus nos ama de tal maneira que está além de nossa compreensão.
c) A redenção de Cristo é um dom gratuito.

Se Jesus é o “redentor”, a quem pagou o preço?

A Bíblia não responde de forma explícita. É um termo humano para representar um projeto divino (analogia), portanto possui limitações de linguagem.

O certo é que não pagou a Satanás, como afirmavam alguns pais da Igreja (ver R. S. Franks, History of the Doctrine of the Work of Christ e J. Stott, A Cruz de Cristo).

Para a lei, que é um reflexo do caráter de Deus (1Jo 3:4). Assim, pagou o preço pela necessidade de Seu caráter justo e Sua honra:
a)razões essencialmente morais. Deus colocou o preço sobre Si mesmo (Ef 5:2 – “sacrifício a Deus”).
b) Na redenção de Cristo, destacam-se três fatos teológicos:
c) Jesus veio resgatar.
d) O preço foi Sua vida.
e) Foi um sacrifício vicário ou substitutivo (em nosso lugar).

Jesus resgatou o ser humano em duas dimensões:
a) Resgatou-nos da maldição da lei (Gl 3:13). Livrou-nos da penalidade e das obras da lei como meio de salvação (justificação).

Resgatou-nos do pecado:
a) Da culpa do pecado (justificação): (Mt 20:28; Ef 1:7; Cl 1:14)
b) Do poder do pecado (santificação): (Rm 8:2; 6:22; Gl 5:13)
c) Da presença do pecado (glorificação): (Mt 1:21; Lc 22:53; 1Jo 4:4; Lc 21:28; Ef 1:14; Rm 8:23)

Redenção e Expiação (significado da morte de Cristo e sua aplicação)

A expiação de Cristo é o coração da teologia: “O sacrifício de Cristo como expiação pelo pecado é a grande verdade em torno da qual se agrupam as outras. A fim de ser devidamente compreendida e apreciada, toda verdade da Palavra de Deus, de Gênesis a Apocalipse, precisa ser estudada à luz que dimana da cruz do Calvário. Apresento-lhes o grande, magno monumento de misericórdia e regeneração, salvação e redenção: o Filho de Deus erguido na cruz” (Obreiros Evangélicos, p. 315).

Teorias quanto à expiação/redenção:

a) Teoria Sociana (de Faustus e Laelius Socinus) - A expiação serviu apenas como exemplo. Assim, a morte de Cristo foi uma extensão de Seus ensinos e ministério, no sentido de que apresentou uma dedicação total ao ser humano, que deve ser agora correspondida (1Pe 2:21 [não faz-se referência ao v. 24]; 1Jo 2:6).

b) Teoria da Influência Moral - A expiação como demonstração de amor. Esta teoria foi primeiramente desenvolvida por Pedro Abelardo (1079-1142) contra as ideias de Anselmo. Na Sua morte, Cristo demonstrou ao ser humano a extensão total de Seu amor. Agora, sob o efeito dessa inspiração, o ser humano deve responder ao amor de Deus por meio da obediência.

c) Teoria Governamental - A expiação como demonstração da justiça divina. O maior proponente dessa teoria foi Hugo Grotius (1583-1645). Tal teoria enfatiza a natureza da justiça de Deus e a seriedade do pecado. Enquanto as teorias anteriores tinham um caráter exclusivamente subjetivo, essa visão revela o aspecto objetivo da expiação: Cristo morreu para satisfazer a justiça de Deus. Por outro lado, Grotius não podia aceitar que uma punição pudesse ser transferida de uma pessoa para outra, no sentido de que Cristo sofreu também como um substituto. Para ele, o importante era preservar a autoridade de Deus sobre Seu governo, causando um impacto. Assim, os seres humanos deveriam considerar a gravidade do pecado e afastar-se dele (Is 42:21).

d) Teoria do Resgate - expiação como um pagamento e vitória sobre o pecado e as forças do mal. Esta teoria foi defendida por Orígenes, Gregório de Nissa e Agostinho (mais recentemente Gustav Aulen [1879-1978]). Aqui o pecado ou mesmo Satanás são considerados como demandando ou exigindo um resgate que deveria ser pago por Deus. Para essa teoria falta confirmação bíblica e ela demonstra um desconhecimento do conceito de redenção como libertação.

e) Teoria da Satisfação - A expiação como uma compensação a Deus. Anselmo (1033-1109) em sua obra Cur Deus Homo (Por que Deus Se tornou homem), nega que qualquer resgate tenha sido pago a Satanás, mas que Cristo morreu para satisfazer a um princípio exigente dentro do próprio Deus. Para ele, em virtude do pecado o homem, tinha um débito para com Deus que não poderia jamais pagar e que jamais poderia ser satisfeito. Assim, Deus Se tornou homem a fim de quitar o débito que a natureza de Deus exigia.

Teorias mais significativas:

a) Teoria da Influência Moral (Exemplo): É um fato bíblico inegável a influência do amor de Deus e da morte de Cristo sobre o ser humano, não somente mudando o curso da história, mas mudando vidas (Jo 3:16; Rm 2:4; 2Co 3:18; Jo 12:32). Temos que considerar, contudo, que o fato de Jesus ter provado Seu amor para com a humanidade na cruz é apenas uma parte da verdade sobre a redenção de Deus. Se este fosse o único motivo, o ser humano poderia salvar-se pela simples declaração: “Sim, eu sei que Deus me ama!” Ainda, esta autorrevelação de amor nem sempre resulta em gratidão como resposta.

b) Teoria Substitucionária ou Vicária. Jesus é apresentado na Bíblia como o único que poderia Se apresentar como substituto para morrer (a 2ª morte) no lugar do ser humano. Se recebêssemos o justo juízo de Deus pelos nossos pecados, todos pereceríamos sem a oportunidade da vida eterna. Essa teoria enfatiza a malignidade do pecado e a justiça de Deus. O Novo Testamento apresenta Jesus no Calvário como levando os pecados, e não apenas como o revelador do amor de Deus (At 10:43; 1Co 15:3; Gl 1:4; Hb 1:3; 2:17; 9:28; 10:12; 1Pe 2:24; 3:18; Ap 1:5). O perdão bíblico sempre pressupõe e requer a morte vicária de Cristo (2Co 5:21).

A cruz é a revelação de amor e justiça combinados:

O amor de Cristo por nós anseia oferecer perdão. Sua justiça fundamentada na lei exige a morte. Assim, a cruz é a revelação da justiça e
a) do amor de Deus para com o ser humano.
b) “Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o tratamento a que Ele tinha direito. Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte. Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 21).

c) Mudanças reais de vida só podem acontecer quando o ser humano descobre o horror do pecado, o que ele custou a Deus e quanto é caro perdoar realmente.
d) Equilíbrio quanto à natureza e significado da cruz vem pelo correto entendimento dos atributos de Deus. As teorias descritas acima tenderam a focalizar um atributo de Deus em detrimento de outros. Há sempre uma tentativa de eliminar a justiça e a ira de Deus quando se fala de Seu amor e misericórdia (onibenevolência).

Os atributos são vistos na Bíblia não como opostos, mas como complementares na descrição do caráter de Deus. Em muitos lugares, tais atributos aparecem em duplas, aparentemente conflitantes. Exemplos:


Atributos

Textos
Compassivo e punitivo
Êx 34:6-7
Amor e fidelidade
Sl 85:10
Justiça e paz
Sl 85:10
Justificação e salvação
Is 45:21
Ira e misericórdia
Mq 7:18
Ira e graça
Hc 3:2
Graça e verdade
Jo 1:14
Justiça e perdão
Rm 3:26
Bondade e severidade
Rm 11:22
Fidelidade e justiça
1Jo 1:9

O ato libertador/redentivo de Cristo na cruz demonstrou tanto justiça quanto amor: justiça demandava punição do pecado e amor demandava perdão. “O amor de Deus tem sido expresso tanto em Sua justiça como em Sua misericórdia. A justiça é o fundamento de Seu trono, e o fruto de Seu amor. Era o desígnio de Satanás divorciar a misericórdia da verdade e da justiça. Tentou provar que a justiça da lei divina é um inimigo da paz. Mas Cristo mostrou que, no plano divino, elas estão indissoluvelmente unidas: uma não pode existir sem a outra. ‘A misericórdia e a verdade se encontraram; a justiça e a paz se beijaram.’ Por Sua vida e morte, Cristo provou que a justiça divina não destrói a misericórdia, mas que o pecado pode ser perdoado e que a lei é justa, sendo possível obedecer-lhe perfeitamente. As acusações de Satanás foram refutadas. Deus deu ao homem uma inequívoca prova de amor” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 733).

Se nossa compreensão da cruz se iniciar pela ideia de que ela representa amor/exemplo, será extremamente difícil também aceitá-la como vicária/substituta. Ao contrário, se eu contemplar a cruz como o lugar em que eu deveria morrer e foi Cristo quem morreu por mim, será muito simples entendê-la como ato do amor divino e Cristo como o exemplo a ser seguido.

Imagens bíblicas para a compreensão da cruz (Rm 3:23-26):


Imagens/Expressões

Contexto da linguagem

Significado
Propiciação
Santuário
Satisfação
Redenção
Negócio/transação
Resgate
Sacrifício
Altar/vítima
Vicário/substituto
Justificação
Lei/transgressão
Status/condição restaurada
Reconciliação
Lar/família
Relacionamento restaurado

Significado da cruz:
a) Fomos nós que crucificamos Cristo por meio de nossos pecados. Ele não foi um mártir, morrendo por si mesmo, nem um revolucionário pronto a dar-se por seus ideais. Devemos compreender que Jesus morreu não como consequência do flagelo da cruz em si, mas pelos nossos pecados.
b) O flagelo na cruz oferecia uma morte prolongada (durava até mais de uma semana), tanto é que seria uma medida de misericórdia quebrar as pernas do condenado para que a safena deixasse vazar o sangue. Essa foi a experiência dos dois ladrões na sexta-feira da crucifixão.
c) Na cruz o moribundo morreria de tétano ou de acúmulo de líquido nos pulmões devido à posição que não permitia a respiração eficaz.
d) Jesus morreu na cruz, mas Seu coração foi partido por ter recebido a culpa por nossos pecados e pelo distanciamento do Pai e do Espírito Santo.

A cruz tem um escopo que envolve a vindicação da raça humana e a vindicação do caráter de Deus perante o Universo: visão do grande conflito. O Calvário expôs não somente um “homem perfeito”, um “Deus perfeito”, mas o real caráter de Satanás. “Até à morte de Jesus, o caráter de Satanás não havia sido ainda claramente revelado aos anjos e mundos não caídos” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 728).

Deus sofreu e morreu na cruz: toda a Trindade esteve envolvida na cena do Calvário. Ao Jesus Se tornar “pecado por nós”, Deus experimentou o pecado e seu resultado: o julgamento e a morte (Mt 27:46 - “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?”). Esse “clamor” (anaboaw indica um apelo emocional intenso; aparece apenas aqui, nesse texto do Novo Testamento) indica que, quando Cristo mais sentiu a necessidade de Deus, Se sentiu abandonado. Não podia ver o Pai que lá estava aos pés da cruz, nem Sua ressurreição, nem a 2ª vinda em vitória. Não podia sentir a presença do Espírito Santo que Se ocultava por meio de uma escuridão como da meia-noite. Ele sentiu a justiça de Deus e a separação da Trindade.

Jesus teria que morrer: quando se estuda os evangelhos, nota-se em Jesus o senso de urgência, de voluntariedade e de necessidade (“deve”) quanto à Sua morte (Jo 3:14; 12:34; Mt 16:21; Mc 8:31; Lc 9:22).

A cruz é revelação e restauração, autoabnegação e julgamento, reconciliação e vitória (2Co 5:21).

O mistério da cruz explica todos os outros mistérios. À luz que emana do Calvário, os atributos de Deus que nos encheram de temor e pavor, aparecem belos e atraentes. Misericórdia, ternura e amor paternal são vistos a se mesclar com santidade, justiça e poder. Enquanto contemplamos a majestade de Seu trono, alto e sublime, vemos Seu caráter em Suas manifestações de misericórdia, e compreendemos, como nunca antes, a signi­ficação daquele título enternecedor:Pai nosso’” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p.652).             

Crença Fundamental nº 9: “Na vida de Cristo, de perfeita obediência à vontade de Deus, e em Seu sofrimento, morte e ressurreição, Deus pro­veu o único meio de expiação do pecado humano, de modo que os que aceitarem essa expiação pela fé possam ter vida eterna, e toda a criação compreenda melhor o infinito e san­to amor do Criador. Essa expiação perfeita vindica a justi­ça da lei de Deus e a benignidade de Seu caráter; pois ela não somente condena nosso pecado, mas também garan­te nosso perdão. A morte de Cristo é substituinte e ex­piatória, reconciliadora e transformadora. A ressurreição de Cristo proclama a vitória de Deus sobre as forças do mal, e assegura a vitória final sobre o pecado e a morte para os que aceitam a expiação. Proclama a soberania de Jesus Cris­to, diante do qual se dobrará todo joelho, no Céu e na Ter­ra.”

Sobre o autor deste comentário: Nascido em São Paulo, o Pr. Edilson Valiante formou-se em Teologia em 1979. Por mais de 20 anos serviu como professor da Faculdade Adventista de Teologia. Foi distrital, departamental de Educação e JA. Atualmente é o Secretário Ministerial da União Central Brasileira. Casado com a professora Nely Doll Valiante, possuem um casal de filhos: Luciene e Eduardo.




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