Pois, por meio dele, Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê, inclusive todos os poderes espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio dele e para ele, Deus criou todo o Universo. Colossenses 1:16
Saber: Como a crença no Deus criador afeta nossa compreensão de outros ensinamentos
Fazer: Aceitar e honrar a Deus como criador, e como recriador.
Esboço
I. Fundamento da crença
II. Criado pelo acaso ou por desígnio?
O papel de Deus como criador está inseparavelmente ligado ao que sabemos sobre Seu caráter e, mais importante, sobre Seu papel como redentor.
Muitas pessoas acham que essa é uma suposição convincente, porque a maioria dos eventos que ocorrem em nossa vida diária ou em nosso ambiente observável não parecem ter causas sobrenaturais diretas. Mesmo eventos ou fenômenos em que nós, como cristãos, podemos ver a mão de Deus, poderiam ser explicados, embora de maneira improvável para nós, como devidos apenas às circunstâncias. Naturalistas metodológicos alegam que, se as coisas funcionam dessa maneira agora, sempre foi assim. Sua posição pode ser comparada à dos céticos representados em 2 Pedro 3:4: "Todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.”
Para que isso seja verdade, naturalistas metodológicos precisam de tempo, muito tempo, assim como alguns lançamentos de dados muito improváveis, que de alguma forma resultaram no mundo em que vivemos, maravilhosamente planejado e ordenado. Mas onde naturalistas metodológicos veem o acaso cego, os cristãos Adventistas do Sétimo Dia percebem um mundo que veio à existência em estado de perfeição, pela vontade de um bondoso Criador, mas foi arruinado pelo pecado. E aguardamos o Redentor que irá restaurá-lo à sua perfeição original.
Pense nisto:
Compreensão
Enfatize a importância da criação para a compreensão de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Não é nenhuma surpresa que essa relação exista no Antigo Testamento. Afinal, a primeira pergunta que a Bíblia responde é como chegamos até aqui, e por quê. Mas a criação é fundamental para a história da redenção do Novo Testamento. Ela também apaga a falsa impressão de que o Deus do Novo Testamento é de algum modo separado ou diferente do Deus do Antigo Testamento.
Comentário Bíblico
I. Todas as Coisas
Pois, por meio dele, Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê, inclusive todos os poderes espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio dele e para ele, Deus criou todo o Universo. Cl 1:16
O Antigo e o Novo Testamentos não apoiam, em nenhum lugar, a possibilidade de que Deus não tenha criado o Universo. A maioria dos povos e religiões ao redor de Israel também acreditavam que o Universo teve um criador ou criadores. Algumas exceções foram o filósofo Epicuro e seus sucessores, como Lucrécio. Eles acreditavam que o Universo é eterno, autossuficiente, e imutável em sua essência.
A diferença importante era que a Bíblia ensinava que Deus é a fonte de todas as coisas. Algumas religiões e filosofias, como o platonismo, ensinavam que o mundo material havia sido criado pelo que eles chamaram de Demiurgo. Em grego, essa palavra se referia a um artesão ou artista. Esse demiurgo não criava a matéria, mas era apenas um artífice habilidoso que a organizava de uma forma funcional e mais ou menos agradável esteticamente. As imperfeições do Universo visível eram explicadas pela imperfeita habilidade do demiurgo. Naturalmente, havia a crença de que o demiurgo ignorava ou era indiferente ao mundo espiritual mais elevado.
O zoroastrismo, religião da antiga Pérsia, ensinava que havia dois deuses, um bom e outro mau. O deus do bem havia criado os animais e plantas que os adeptos consideravam nobres e bonitos. O deus do mal havia criado os "répteis" e os animais e plantas considerados desagradáveis ou nocivos.
Hoje, muitos que desejam conciliar a Bíblia com teorias como a evolução propõem que Deus criou o mundo ou o Universo e o deixou para que se desenvolvesse por si mesmo durante determinado período de tempo, e reapareceu para dar uma "alma" aos hominídeos que tinham evoluído enquanto ele estivera ausente.
Nenhuma dessas concepções se harmoniza com o que a Bíblia ensina. O texto de Colossenses 1:16 e outros deixam claro que Deus criou todas as coisas. Isso inclui coisas pequenas demais para enxergarmos e coisas muito grandes: realidades espirituais invisíveis e os detalhes mais comuns do nosso ambiente imediato. Em seu estado original, elas refletiam Sua perfeição e bondade, e um dia refletirão novamente.
Pense nisto:
II. Presente na criação
1 No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Esta passagem pode ser considerada uma elaboração sobre a história da Criação relatada em Gênesis, com uma apresentação mais explícita de Deus, o Filho, ou o Verbo. Alguns comentaristas caracterizam a abordagem do autor como polêmica, no sentido de que ele parece preocupado em afirmar alguns pontos, enquanto rejeita ou refuta outros. Por exemplo, no verso três ele apresenta a ideia (mencionada também por Paulo em Colossenses 1:16) de que Deus, por meio de Cristo, fez todas as coisas. O autor enfatiza que "sem Ele, nada do que foi feito se fez." Além disso, o autor claramente vivia em um mundo no qual um número significativo de pessoas não consideravam evidente esse fato.
Certamente, mais do que recapitular a criação, o objetivo do autor é mostrar como a criação e, implicitamente, toda a história sagrada registrada no Antigo Testamento, era fundamental para a mensagem da redenção
Pense nisto: Por que os papéis de Cristo como criador e redentor são inseparáveis? O plano da redenção depende da verdade literal do relato da criação apresentado em Gênesis?
12 O pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram.
Embora o objetivo principal de Paulo não fosse apoiar a historicidade de Adão, seu argumento pressupõe e depende disso. Paulo reconhecia Jesus Cristo como figura histórica. No mundo antigo não faltavam deuses que morriam e ressuscitavam e que supostamente restauravam a fertilidade das colheitas ou ocasionavam aos adeptos de seus cultos misteriosos algum estado de iluminação não especificado, mas sublime. A maioria desses deuses existiu em algum tempo mítico de sonhos. Mas Jesus Cristo foi um Homem real que viveu em uma época histórica distinta. Sobre Ele escreveram historiadores realistas, como Josefo e Tácito. Cristo morreu uma morte real para resgatar pessoas reais do pecado real. Paulo, além de sua experiência com o Cristo ressuscitado, repetidamente interagia com pessoas que tinham caminhado e falado com o Jesus histórico.
Se Paulo sabia disso, por que ele compararia Jesus com uma figura que ele considerasse mítica? Qual teria sido o propósito de redimir uma pessoa do pecado por meio de um personagem de ficção? Por que Deus enviaria um Salvador histórico para redimir os pecados de um Adão fictício? Se o Cristo histórico é (como o nome indica) a figura central do cristianismo, então o Adão histórico é apenas um pouco menos central.
Pense nisto:
Use as seguintes perguntas para ajudar os alunos a entender o que nós, Adventistas do Sétimo Dia, queremos dizer quando nos referimos a Deus como criador.
Perguntas de aplicação
Criatividade
Quanto mais entendermos a natureza e o propósito da criação de Deus e Seu cuidado evidente nas coisas que Ele criou, menos provavelmente procuraremos explicações que tentem negá-Lo ou confiná-Lo às margens ou lacunas do conhecimento. A atividade a seguir ajudará os alunos a ver exemplos da providência divina nas formas pelas quais Ele escolheu criar.
Atividade:
Alternativamente, se for possível, apresente essa atividade como lição de casa para seus alunos na semana anterior à desta lição, e peça que eles apresentem na classe suas descobertas.
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