domingo, 9 de setembro de 2012

Promessa aos perseguidos (estudo nº 11)





Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da Sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé (2Ts 1:11).

Pensamento-chave: A segunda vinda de Jesus é o clímax de toda esperança cristã.

Visto que a comunicação era tão demorada, quando os membros de uma igreja quisessem falar com Paulo, tinham que localizá-lo e enviar uma mensagem para ele, o que nem sempre era um processo fácil, com certeza. Uma vez que o contato fosse finalmente feito, o apóstolo ditava uma resposta e a enviava em mãos para a igreja. O processo podia levar meses. Enquanto isso, falsas crenças tinham tempo de se desenvolver e se espalhar.

Isso parece ter acontecido em Tessalônica, onde novos problemas surgiram na igreja. Esses problemas podem até ter aumentado devido à aplicação errada do que Paulo havia escrito na primeira carta. A segunda carta aos Tessalonicenses foi a tentativa de ajudar a corrigir a situação.

Na lição desta semana, as palavras de Paulo se resumem ao seguinte: na segunda vinda de Jesus, os crentes serão resgatados pela intervenção espetacular de Deus em Cristo. Essa passagem provê mais informações sobre a natureza de Sua vinda.

Domingo                                     Saudações novas (2Ts 1:1, 2)


1. “Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1:1, 2). Quanta teologia, esperança e promessas existem nessa saudação? Como podemos aprender a tornar nossas essa esperança e promessas?
Como fez tantas vezes, Paulo falou sobre graça e paz. Em certo sentido, elas não estão relacionadas? A compreensão da graça de Deus e a promessa de perdão em Jesus não devem levar paz à nossa vida? É fundamental que, não importando as circunstâncias, todos tomemos tempo para meditar na maravilhosa provisão de salvação feita por nós e na graça a nós oferecida, independentemente de nossa indignidade. Existe melhor maneira de experimentar a paz prometida? Precisamos tirar o foco de nós mesmos e colocá-lo em Jesus e no que recebemos nEle.

2. Compare 1Tessalonicenses 1:1 (Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses em Deus Pai e no Senhor Jesus Cristo, graça e paz a vós outros) com 2Tessalonicenses 1:1, 2. Há uma pequena diferença no texto. Que significado pode ser encontrado nessa diferença?
Há uma diferença entre 1 e 2 Tessalonicenses. Paulo mudou de “em Deus Pai” (1 Ts 1:1) para “em Deus, nosso Pai” (2Ts 1:1). Isso adiciona um toque relacional. Há pessoas que se sentem próximas de Jesus, mas têm medo de Deus, o Pai. Paulo assegurou aos tessalonicenses que eles podiam ter tanta confiança em seu relacionamento com o Pai como confiavam em Jesus. Cristo veio ao mundo para nos mostrar como é o Pai.

3. Leia João 1:18 e 14:7-11. Que certeza e esperança podemos tirar desses textos, especialmente à luz de 2Tessalonicenses 1:1, 2?
Ninguém nunca viu Deus. Somente o Filho único, que é Deus e está ao lado do Pai, foi quem nos mostrou quem é Deus. João 1:18
7 Se vós me tivésseis conhecido, conheceríeis também a meu Pai. Desde agora o conheceis e o tendes visto.
8 Replicou-lhe Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai, e isso nos basta.
9 Disse-lhe Jesus: Filipe, há tanto tempo estou convosco, e não me tens conhecido? Quem me vê a mim vê o Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?
10 Não crês que eu estou no Pai e que o Pai está em mim? As palavras que eu vos digo não as digo por mim mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, faz as suas obras.
11 Crede-me que estou no Pai, e o Pai, em mim; crede ao menos por causa das mesmas obras. João 14:7-11


 

Segunda                         Ação de graças de Paulo (2Ts 1:3, 4)


Paulo tinha uma tendência para frases longas. O texto de 2Tessalonicenses 1:3-10 é uma única frase que enfatiza principalmente os eventos em torno da segunda vinda de Jesus. A parte central da frase, no entanto, não focaliza a vinda de Cristo: “Constantemente somos obrigados a dar graças a Deus a respeito de vocês” (2Ts 1:3, tradução do autor). Os comentários de Paulo sobre a vinda de Jesus (2Ts 1:6-10) são parte da razão pela qual ele agradecia a Deus a respeito dos tessalonicenses.

6 se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam
7 e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder,
8 em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
9 Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder,
10 quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho) (2Ts 1:6-10)

4. Leia 2Tessalonicenses 1:3, 4. Que importante princípio espiritual encontramos nesses versos em relação à questão da fé? O que acontece com a fé quando ela não cresce?
3 Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando,
4 a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais, 2Tss 1:3-4

A principal expressão de 2Tessalonicenses 1:3-10 é “Somos obrigados”, ou “Devemos” dar graças a Deus. Paulo se sentia obrigado a agradecer a Deus pelos tessalonicenses porque sua fé estava se tornando cada vez mais forte. Enquanto isso, o amor de uns pelos outros também estava crescendo. No original, os dois verbos estão no tempo presente. Isso significa que seu crescimento na fé e no amor era consistente e contínuo. Esse tipo de crescimento é fundamental para toda igreja sadia. Como uma planta, se uma igreja não crescer espiritualmente, ela vai morrer.

Paulo continua apresentando uma significativa crítica à igreja nos capítulos 2 e 3 dessa epístola. Mas ele sabe que as pessoas precisam de muita afirmação antes que possam lidar com as críticas de forma construtiva. Ele oferece esse tipo de afirmação no capítulo 1.

Uma das razões para essas afirmações é que a igreja em Tessalônica continuava a ser perseguida. Paulo elogia particularmente sua “paciência” em aflição. Em vez de fé, esperança e amor, Paulo fala sobre a fé, o amor e a paciência deles. O fato de que, nesse texto, a “paciência” substitui a “esperança”, levou Paulo à sua exposição sobre a segunda vinda de Jesus mais adiante no capítulo.

O resultado do crescimento dos cristãos na fé e no amor foi que a coragem deles diante da aflição se tornou uma fonte de alegria para os apóstolos entre todas as igrejas que eles visitavam. Os tessalonicenses se tornaram modelo do comprometimento cristão sob ataque.

Como as provas e aflições podem aumentar nossa fé? Ao mesmo tempo, quem já não lutou para manter a fé justamente por causa das provações?



Terça                            Sofrimento como sinal do fim (2Ts 1:5, 6)


O texto de 2Tessalonicenses 1:5-10 em grego lembra o Antigo Testamento (a Bíblia da maioria dos cristãos do Novo Testamento era a Septuaginta, uma tradução grega pré-cristã do Antigo Testamento). A carta de 2Tessalonicenses apresenta muito mais referências ao Antigo Testamento do que 1Tessalonicenses.

5. Qual é a mensagem de 2Tessalonicenses 1:5, 6? Que promessas encontramos ali?
5 sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais sofrendo;
6 se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam 2Tss 1:5-6

A palavra sinal evidente (RA) ou prova (RC) significa “demonstração” ou “indicação clara” de alguma coisa. O que a perseguição aos cristãos (v. 4) prova? Certamente, ela não é evidência do juízo de Deus contra Seu povo. Ao contrário, é um indicador do futuro juízo, no qual o povo de Deus será vindicado e aqueles que o perseguiram receberão o mesmo tipo de experiência que infligiram sobre os outros.

Há uma mensagem aqui para nós. Violência gera violência, e os que a usam têm razão para temer o futuro. O juízo de Deus endireitará as coisas. Aqueles que perseguem o povo de Deus enfrentarão um dia a justiça divina. Mas os que experimentam a injustiça por causa de sua fé podem olhar confiantemente para o futuro juízo de Deus. Nesse dia, será evidente a todos que eles eram objetos do favor de Deus.

O Novo Testamento incentiva os crentes a demonstrar graça, misericórdia e perdão para com os outros. Mas quando essas ações são rejeitadas e retribuídas com maldições, ataques e prisão, é encorajador saber que a injustiça não durará para sempre. Assim, os santos de Deus são convidados a ter paciência

Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus (Ap 14:12).

Em 2Tessalonicenses 1:5, 6, portanto, Paulo lembrou os perseguidos tessalonicenses de que, no futuro, o “
justo juízo de Deus” (RC) demonstrará que o Senhor os aprovava. Mais que isso, sua paciência e fé em face da provação confirmavam que Deus os escolheu. Dessa forma, o sofrimento cristão pode ser a base para a alegria (1Ts 1:6, 7). Essa é uma evidência prática do lado em que estaremos quando Jesus voltar.

O verso 5 mostra o justo juízo de Deus ao aprovar os tessalonicenses. O verso 6 mostra isso na condenação e destruição de seus perseguidores. Em ambos os casos, o juízo refletirá, no fim do tempo, nossa conduta no presente.

Você já foi prejudicado, e os culpados aparentemente não receberam nenhuma punição? Que conforto você pode encontrar nas promessas do juízo de Deus? Considere outra questão: você tratou as pessoas de maneira perversa, injusta e não foi punido (pelo menos até agora)? Como você vê as promessas do juízo de Deus no tempo do fim?



Quarta                        Fogo e destruição (2Ts 1:7-9)


7 e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder,
8 em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
9 Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder,  2Tessalonicenses 1:7-9

6. Qual é a principal razão para a destruição dos ímpios no momento da segunda vinda de Jesus? Como devemos entender esses versos com a ideia de Deus sendo cheio de amor, graça e perdão? 2Tessalonicenses 1:7-9

Muitas pessoas se sentem desconfortáveis com a linguagem desses versos. Elas sentem que “retribuir” (NVI), vingança, castigo e a aplicação de sofrimento são atitudes indignas de um Deus de amor, graça e misericórdia. Mas justamente punição e retribuição são tema frequente de Paulo (Rm 2:5; 12:19). O apóstolo é inequívoco: a justiça de Deus um dia se manifestará poderosamente.

Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, Rom 2:5

não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira; porque está escrito: A mim me pertence a vingança; eu é que retribuirei, diz o Senhor. Rom 12:19

E por que não? Qualquer bom governo no mundo de hoje deve, em algum momento, exercer a força a fim de restringir o mal. Embora a força nem sempre seja violenta (como quando você é parado por ter cometido uma infração de trânsito ou é fiscalizado em relação aos impostos), em alguns casos, especialmente quando os criminosos estão usando violência, eles devem receber uma resposta violenta. Bons governos oferecem uma restrição necessária para que todos vivam juntos, em paz. Muitas vezes, a maldade total não cederá voluntariamente. E, muitas vezes, quanto maior for o poder e a brutalidade do mal, maior será a força necessária para desfazer esse mal.

As imagens desse texto não são bonitas, mas nos asseguram que Deus fará o que for preciso para acabar com a violência e opressão.

4 Derramou o terceiro a sua taça nos rios e nas fontes das águas, e se tornaram em sangue.
5 Então, ouvi o anjo das águas dizendo: Tu és justo, tu que és e que eras, o Santo, pois julgaste estas coisas;
6 porquanto derramaram sangue de santos e de profetas, também sangue lhes tens dado a beber; são dignos disso.
7 Ouvi do altar que se dizia: Certamente, ó Senhor Deus, Todo-Poderoso, verdadeiros e justos são os teus juízos. Apocalipse 16:4-7

21 Eu olhava e eis que este chifre fazia guerra contra os santos e prevalecia contra eles,
22 até que veio o Ancião de Dias e fez justiça aos santos do Altíssimo; e veio o tempo em que os santos possuíram o reino. Daniel 7:21, 22.

7. Que semelhanças existem entre esses versos e o que Paulo escreveu em 2Tessalonicenses 1:7-9?
Por meio de Sua própria experiência, Jesus entende o preço do sofrimento. Você pode crer que Ele exercerá justiça divina, mas sem exagero. A justiça divina resultará em sofrimento, mas nem um pouquinho além do necessário. Se podemos confiar em Deus em qualquer circunstância, podemos acreditar que Sua justiça revelará uma sabedoria que não podemos compreender atualmente.

O objetivo desse texto não é se alegrar na vingança, mas incentivar os prejudicados e oprimidos. O dia da justiça está chegando. Não precisamos fazer justiça com as próprias mãos.



Quinta                       Glorificando a Cristo (2Ts 1:10-12)


10 quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho).
11 Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé,
12 a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 2Tessalonicenses 1:10-12

8. O que significa o fato de que Jesus Cristo será glorificado em Seus santos?

A frase completa no texto desta semana (2Ts 1:3-10) apresenta uma série de detalhes importantes sobre a segunda vinda de Jesus. Quando Ele voltar, afligirá os que afligem e proporcionará descanso aos aflitos (2Ts 1:6, 7). Ele descerá do Céu na companhia de anjos poderosos (2Ts 1:7). Ele virá com fogo ardente e executará justiça sobre os que rejeitaram a Deus e ao evangelho de Jesus Cristo (2Ts 1:8). Os ímpios serão destruídos (2Ts 1:8, 9), enquanto os justos glorificarão a Cristo (2Ts 1:10).

Os eventos da segunda vinda de Cristo criarão as condições para o milênio, período em que a Terra ficará desolada durante mil anos

1 Então, vi descer do céu um anjo; tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente.
2 Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos;
3 lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é necessário que ele seja solto pouco tempo.
4 Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Jesus, bem como por causa da palavra de Deus, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos.
5 Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição.
6 Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre esses a segunda morte não tem autoridade; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos. Apoc 20:1-6

Embora o texto desta semana não diga o que acontecerá com os justos, 1Tessalonicenses 4:16, 17 nos diz que os salvos se unirão a Jesus nos ares em Sua vinda.

16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
17 depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. 1Tessalonicenses 4:16, 17

Além disso, João 14:1-3 indica que Jesus levará os justos com Ele para o Céu.

1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim.
2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar.
3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também. João 14:1-3

9. Como Paulo instruiu os crentes acerca da preparação para a segunda vinda de Jesus? 

Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé, 2Ts 1:11

Com o verso 10, Paulo terminou de falar sobre os ímpios e voltou-se novamente para o destino dos justos na segunda vinda de Cristo. Nos versos 10-12, a glória de Jesus é revelada no caráter dos que creem nEle. Paulo se alegrou porque suas orações e esforços pelos tessalonicenses serão vindicados na vinda do Senhor (compare com 1Ts 2:19, 20).

19 Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós?
20 Sim, vós sois realmente a nossa glória e a nossa alegria! 1Ts 2:19, 20

Aqui, o apóstolo preparou o cenário para o capítulo 2, no qual ele argumenta que o dia do Senhor ainda não chegou. Se tivesse chegado, haveria fogo ardente, destruição dos perversos e plena glorificação de Jesus aos olhos de todos.

No texto de hoje, Paulo intercala normalmente os termos Deus e Jesus, usando os dois de modo alternado. De acordo com a inspiração, Jesus é Deus. Esse ensinamento é muito importante para nós. Quanto maior é Jesus, mais poderosa é a Sua salvação e mais clara a visão de Deus que recebemos ao contemplar Sua vida, morte, ressurreição e segunda vinda. Se Jesus é verdadeiramente Deus, o Pai é igual a Ele.

Como podemos aprender a cuidar da nossa vida diária, mas sem perder a expectativa da vinda do Senhor? No ritmo da vida, por que é tão fácil esquecer a vinda de Jesus? Como podemos aprender a manter essa promessa maravilhosa diante de nós, enquanto cuidamos dos negócios, dando a essa promessa o tempo, a atenção e a importância merecidos?

Sexta                                          Estudo adicional


A Bíblia foi escrita por homens inspirados, mas não é a maneira de pensar e expressar-se de Deus. Esta é da humanidade. Deus, como escritor, não Se acha representado. Os homens dirão muitas vezes que tal expressão não é própria de Deus. Ele, porém, não Se pôs à prova na Bíblia em palavras, em lógica, em retórica. Os escritores da Bíblia foram os instrumentos de Deus, não Sua pena. ...

“Não são as palavras da Bíblia que foram inspiradas, mas, sim, os homens. A inspiração não atua nas palavras do homem, nem em suas expressões, mas no próprio homem que, sob a influência do Espírito Santo, é possuído de pensamentos. ...
” (Ellen G. White, Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 21).

Em sua segunda carta, Paulo procurou corrigir a má interpretação de seu ensino e expor perante eles sua verdadeira posição” (Ellen G. White, Atos dos Apóstolos, p. 264).

Perguntas para reflexão
1. A verdade das Escrituras se revela mais por meio do estudo intensivo de palavra por palavra ou por meio dos temas amplos que podemos observar pela leitura extensa? Ou há tempo e lugar para ambos? Comente com a classe.
2. Com base nas palavras de Ellen White a respeito de como funciona a inspiração, como podemos compreender o “elemento humano” que às vezes aparece na Bíblia?
3. Será que a ideia da segunda vinda de Jesus o assusta, ou lhe traz esperança?
4. Por mais verdadeira que seja a ideia de que as provações podem fortalecer nossa fé e caráter, o que você diria às pessoas cujas aflições as tornam amargas, ressentidas e iradas?

Resumo: 
Paulo se alegra pela maneira em que os crentes de Tessalônica permanecem fiéis, apesar das muitas aflições. Ele os encoraja enfatizando a grande mudança que ocorrerá na segunda vinda de Jesus. Não importa o que aconteça agora, temos a promessa de que Deus executará Sua justiça.





Promessa aos perseguidos (resumo do estudo nº 11)





1 Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo,
2 graça e paz a vós outros, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.
3 Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando,
4 a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais,
5 sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais sofrendo;
6 se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam
7 e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder,
8 em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
9 Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder,
10 quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho).
11 Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé,
12 a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 2Tessalonicenses 1:1-12

Saber: Como a crença na justiça de Deus, a ser manifestada na segunda vinda de Jesus, pode encorajar Seus seguidores a ter paciência e firmeza na fé nos momentos de provações e tribulações terrenas.
Sentir: Certeza de que Deus corrigirá todas as injustiças quando Jesus voltar.
Fazer: Acreditar que Deus é o seu defensor e retribuirá todo o mal feito contra você.

Esboço

I. Deus corrigirá todas as injustiças
A. A parte mais difícil do sofrimento é o sentimento de que Deus nos abandonou. Que passagens ou histórias bíblicas mostram que Deus está conosco nos momentos de provações e retribuirá aos que nos prejudicaram?
B. O castigo que os perversos receberão é descrito como “eterna destruição”. Serão “banidos da face do Senhor” (2Ts 1:9). Esse castigo, e o fato de que Deus é justo em aplica-lo, é um argumento contra a visão de que a punição dos ímpios consiste em um infindável tormento consciente?

II. Fortalecidos na provação
A. Deus prometeu: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Hb 13:5, NVI). Essa e outras promessas das Escrituras têm encorajado você nos momentos difíceis?
B. Saber que Deus fará justiça a todos os Seus fiéis torna mais fácil suportar as adversidades?

III. Exercitando a paciência
Uma vez que as provações inevitavelmente fazem parte da vida, o que podemos fazer, nos momentos mais tranquilos, para nos preparar para os tempos difíceis que virão?

Resumo: 
Deus sabe das injustiças feitas contras Seus seguidores, defenderá a sua fidelidade e punirá seus inimigos quando Cristo voltar.

Motivação
Ao longo de todas as eras da história terrena, a certeza da volta de Cristo para resgatar Seus seguidores e punir os ímpios tem trazido encorajamento e esperança aos cristãos em tempos de dificuldade.

Ao longo da história, os cristãos têm enfrentado provações e perseguições como resultado de sua fé em Cristo. As histórias sobre o que alguns cristãos primitivos estavam dispostos a suportar são inspiradoras. Um exemplo disso envolve uma perseguição que irrompeu contra os cristãos que viviam nas cidades de Vienne e Lyon em 177 d.C. Um cristão que conseguiu escapar relatou que uma jovem chamada Blandina foi torturada durante várias horas e de modo tão cruel que o seu corpo ficou parecendo uma ferida aberta e despedaçada. Ainda assim, em resposta a tal brutalidade, ela não negou sua fé. Ela apenas disse: “Eu sou uma cristã; não fizemos nada do que nos envergonhar” (Eusebius: The History of the Church From Christ to Constantine [Eusébio: A História da Igreja de Cristo até Constantino], traduzido por G. A. Williamson, edição revisada; Londres; Penguin Books, 1989, p. 141).

Como os cristãos suportaram tais atos de selvageria? A resposta pode ser vista no que um bispo cristão chamado Policarpo disse antes de ser martirizado, em 155 d.C. Embora tivesse oitenta e seis anos de idade, Policarpo foi preso por sua fé e trazido diante do governador romano. Devido à idade de Policarpo, o governador apelou a ele que negasse sua fé e escapasse da punição. Depois de muitos apelos para que insultasse a Cristo, Policarpo disse: “‘
Por oitenta e seis anos tenho sido Seu servo, e Ele não me fez nenhum mal. Como posso blasfemar meu Rei, que me salvou?’” Quando o governador ameaçou queimá-lo na fogueira, Policarpo respondeu: “‘Você me ameaça com um fogo que queima apenas por alguns instantes e logo depois se apaga, porque você não conhece o fogo do juízo vindouro e da eterna punição, reservado para os ímpios. Mas o que você está esperando? Venha, faça o que deseja” (Michael W. Holmes, ed., The Apostolic Fathers [Os Pais Apostólicos]; Grand Rapids, Michigan; Baker Books, 1999, p. 235).

Os cristãos primitivos, tais como Policarpo, eram sustentados em meio à perseguição porque sua fé estava firmada numa profunda apreciação do amor de Deus e na compreensão de que este mundo em breve passará, quando Cristo voltar para recompensar os fiéis e punir os perversos (ainda que alguns não compreendessem a natureza da punição final).

Pense nisto: 
Frequentemente ficamos tão envolvidos com nossa vida que esquecemos o que Deus tem feito por nós e qual é realmente o propósito deste mundo. Como podemos ter sempre em mente esse grande quadro?

Comentário Bíblico


I. Saudações e ações de graças (2Ts 1:1-5)
Seja um presente que recebemos ou algo novo que compramos, uma vez que experimentamos as coisas deste mundo, nosso entusiasmo por elas geralmente desaparece rapidamente, e já queremos partir para algo novo. Embora isso seja verdade quanto à maioria das coisas do mundo, a saudação de Paulo na sua segunda carta aos Tessalonicenses deve nos lembrar de que isso não é verdade quando se trata experimentar a “graça e paz” divinas. Em lugar de entrar direto nos assuntos urgentes que precisava tratar em sua carta, Paulo primeiro faz uma pausa para lembrar seus leitores, assim como faz em todas as suas cartas, da oferta divina de graça. Esse é um assunto do qual Paulo nunca se cansa. A graça mudou sua vida e também transformou o coração e a vida dos crentes de Tessalônica.

A ênfase de Paulo em seu dever de agradecer a Deus acerca dos tessalonicenses pode sugerir que os novos conversos se sentiam um pouco envergonhados porque Paulo havia falado extensamente sobre eles em sua carta anterior e diante de outras pessoas. Paulo lembrou-lhes, todavia, que essa gratidão era não apenas exigida dos cristãos (1Ts 5:18), mas que os tessalonicenses a mereciam.

Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco 1Ts 5:18

Deus não somente havia produzido uma mudança miraculosa na vida deles, mas a evidência de Sua obra na vida deles continuava a se manifestar no modo como sua fé, amor e inabalável esperança em Deus estavam crescendo. Isso era algo digno de louvor, especialmente porque tudo isso estava acontecendo em meio a provações e perseguição.

Mas, como Paulo podia ver evidências do reto juízo de Deus na vida dos tessalonicenses quando eles estavam sendo perseguidos? No mundo antigo, a tendência das pessoas era ver a tribulação como uma indicação do desagrado de Deus (lembra dos amigos de Jó?). A evidência do reto juízo de Deus tem dois aspectos. Primeiro, até certo ponto, a evidência que Paulo via era a perseverança na fé que os tessalonicenses demonstravam em meio às tribulações. Essa capacidade de recuperação certamente era uma evidência de que Deus estava atuando na vida deles. Porém, mais importante do que isso, Paulo também considerava a perseguição que eles enfrentavam como evidência do reto juízo de Deus. Mas como poderia ser esse o caso? Como Paulo disse antes, os cristãos devem esperar perseguição. Se a presença do Cristo ressuscitado em nossa vida é realmente um antegozo do reino de Deus que finalmente substituirá os reinos do mundo (Dn 2:44, 45), não deveria ser nenhuma surpresa que o mundo se sinta ameaçado e busque perturbar a obra de Deus e Seus discípulos. A perseguição que os tessalonicenses estavam enfrentando por causa de sua fé, e a perseguição que Seus seguidores continuam a enfrentar, é uma evidência de que um novo dia está chegando.

44 Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,
45 como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação. (Dn 2:44, 45)

Pense nisto: 
De acordo com Paulo, a perseguição é evidência do “reto juízo de Deus” em nossa vida. Como podemos saber se as provações que enfrentamos acontecem por causa do evangelho ou por causa de nossa própria atitude ou comportamento?

II. Juízo e justiça na volta de Cristo (2Ts 1:5-12)

Como a lição aponta, o juízo de Deus é uma preocupação para muitos. A descrição de Cristo “tomando vingança” contra os ímpios, como descrito no verso 8, parece inadequada. Como esse quadro de Jesus pode ser conciliado com o Jesus amoroso dos evangelhos? Aqui é importante notar que e palavra vingança não é a melhor tradução da palavra que Paulo usa no grego. O problema é que a palavra vingança, em português, atualmente é usada em um sentido extremamente brutal. Por exemplo, um dicionário na internet (dictionary.com) define a expressão “com vingança” [“with a vengeance”] como algo que é feito até um grau irracional, excessivo ou assustador. Certamente, isso pode ser visto no tipo de violência sádica e excessiva que Hollywood coloca em seus filmes envolvendo alguém em busca de vingança.

A palavra traduzida como “vingança” (RA) e punição (NVI) não tem ligação com a maneira pela qual a nossa sociedade passou a considerar o termo “vingança”. No, grego, essa palavra (ekdikēsis) vem da palavra para “justo”, “reto” ou “justiça” (dikaios) e significa literalmente “distribuição de justiça”. Esse tema da justiça é o que Paulo está focalizando nessa passagem. Ele já havia mencionado o “reto” juízo de Deus, no verso 5, e descrito as ações de Deus como “justas”, no verso 6. Embora Deus ainda tenha que lidar com o pecado e pecadores que têm recusado continuamente Seus apelos ao arrependimento, podemos ser encorajados porque Deus agirá de maneira justa, leal e sem nenhum elemento de sadismo em Seu juízo.

A segunda palavra que merece ser destacada é a palavra “revelado” (NVI), no verso 7. O Novo Testamento usa três palavras para se referir à volta de Jesus. Em 1Tessalonicenses, já encontramos a palavra parousia (veja a seção Comentário Bíblico da lição 8). As outras duas palavras são apocalypse e epiphany. A palavra usada aqui é apocalypse. Ela significa literalmente “revelar algo que estava escondido”. Embora Cristo esteja oculto aos olhos do mundo hoje, em breve Ele será revelado. Que grande dia será esse!

Pense nisto: 
O tema da justiça de Deus é um conceito importante nas Escrituras e é particularmente significativo para os que têm sido injustiçados. Em que sentido a justiça de Deus é uma boa notícia para você?

Perguntas para reflexão
1. Paulo diz que Jesus voltará “em chama de fogo” (2Ts 1:8). O que o “fogo” simboliza quando associado a Deus ou ao juízo? Considere as seguintes passagens:

Porque o SENHOR, teu Deus, é fogo que consome, é Deus zelosoDt 4:24

Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. Ex 3:2

11 Concebestes palha, dareis à luz restolho; o vosso bufo enfurecido é fogo que vos há de devorar.
12 Os povos serão queimados como se queima a cal; como espinhos cortados, arderão no fogo.
13 Ouvi vós, os que estais longe, o que tenho feito; e vós, os que estais perto, reconhecei o meu poder.
14 Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas? Is 33:11–14

Porque eis que o SENHOR virá em fogo, e os seus carros, como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas de fogo, Is 66:15

A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; Ap 1:14.

2. Tiago diz que a provação da nossa fé nos momentos de tribulações pode produzir perseverança (sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Tg 1:3). As provações também podem, é claro, tornar as pessoas espiritualmente desencorajadas e leva-las a desistir da fé. Como podemos reagir a tais provações para que nossa fé cresça, em lugar de vacilar?

Perguntas de aplicação
1. Deus pode usar nossa experiência nas provações para ajudar outros com problemas semelhantes

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!
4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.
5 Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.
6 Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos.  (2Co 1:3–6).

De que maneira suas experiências nas dificuldades podem ser usadas para encorajar outros?
2. Paulo orava continuamente pelos tessalonicenses (2Ts 1:11). Existe alguém que necessita de suas orações continuamente? O que você pode fazer para manter firmes as orações e a fé?

Criatividade
Os alunos podem ser tentados a pensar que esta lição se aplica principalmente aos cristãos que estejam sofrendo perseguição física ao redor do mundo, e não às suas próprias circunstâncias. Use a seguinte atividade para tornar a lição desta semana mais relevante para toda a classe.

Atividade: 
Enfatize que Paulo se refere aos desafios enfrentados pelos tessalonicenses como “perseguições” e “tribulações” (2Ts 1:4). Explique que, enquanto as perseguições se referem a ataques contra crentes, as tribulações são mais gerais e poderiam se referir às muitas dificuldades da vida. Peça aos membros da classe para criar uma lista de coisas que possam ser incluídas na categoria de “tribulações”. Depois, comente com a classe o significado de ter esses dois termos em mente enquanto refletimos na lição desta semana.





Promessa aos perseguidos (comentário ao estudo nº 11)





1 Eu, Paulo, e Silas, e Timóteo escrevemos esta carta aos irmãos da igreja da cidade de Tessalônica, irmãos que estão unidos com Deus, o nosso Pai, e com o Senhor Jesus Cristo.
2 Que a graça e a paz de Deus, o nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo estejam com vocês!
3 Irmãos, sempre temos de dar graças a Deus por vocês. Para nós é certo fazer isso porque a fé que vocês têm está crescendo cada vez mais, e o amor que vocês têm uns pelos outros está se tornando cada vez maior.
4 É por isso que nas igrejas de Deus falamos com orgulho sobre vocês. Nós temos orgulho de vocês por causa da paciência e da fé que vocês mostram no meio de todas as perseguições e sofrimentos.
5 Esta é uma prova de que Deus é justo na sua maneira de julgar. Como resultado disso, vocês se tornarão merecedores do seu Reino, pelo qual estão sofrendo.
6 Deus fará o que é justo: ele trará sofrimento para aqueles que fazem com que vocês sofram
7 e dará descanso a vocês e também a nós, que sofremos. Ele fará isso quando o Senhor Jesus vier do céu e aparecer junto com os seus anjos poderosos,
8 no meio de chamas de fogo, para castigar os que rejeitam a Deus e não obedecem ao evangelho do nosso Senhor Jesus.
9 Eles serão castigados com a destruição eterna e ficarão longe da presença do Senhor e do seu glorioso poder.
10 Isso acontecerá naquele dia, o dia em que ele vier para ser louvado por todo o seu povo e para receber homenagens de todos os que crêem. Vocês também estarão entre eles, pois creram na mensagem que nós anunciamos.
11 É por isso que sempre oramos por vocês, pedindo que o nosso Deus, que chamou vocês para a nova vida, faça com que sejam merecedores dela. Pedimos também que ele, pelo seu poder, realize todos os desejos que vocês têm de fazer o bem e complete o trabalho que fazem com fé.
12 Assim Jesus, o nosso Senhor, será louvado por causa do comportamento de vocês, e vocês serão elogiados por ele, por meio da graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 2Tessalonicenses 1:1-12

A propósito de rápida introdução ao estudo da segunda epístola aos tessalonicenses, observe as seguintes informações: unanimemente se aceitou que Paulo é o autor deste documento, até que alguns representantes da “alta crítica” puseram em dúvida esse fato.

O caráter de Paulo se reflete nesta carta. Sua terna preocupação pelos conversos (2:13-17); seu louvor por suas virtudes (1:3-5; 3:4); o extremo cuidado com que menciona debilidades, ao passo que demonstra autoridade em suas ordens (3:6, 12), tudo demonstra que Paulo é o autor da segunda carta aos tessalonicenses.

A autenticidade da epístola é sustentada por fortes evidências. Além de estar incluída nas listas mais antigas dos livros do Novo Testamento, é citada pelos mesmos escritores eclesiásticos que fazem referência à primeira carta. Também parece ter sido conhecida por Policarpo e Justino Mártir (cerca do ano 150).

A data de composição da epístola corresponde aos últimos meses do ano 51 ou primeiros de 52. É evidente que foi escrita no mesmo lugar da primeira e muito próxima ao tempo dela. Os mesmos três personagens são mencionados na abertura de ambas as cartas (1Ts 1:1 e  2Ts 1:1).

Lembre-se de que Paulo permaneceu um ano e meio em Corinto durante sua segunda viagem missionária (At 18:11). Não há evidência nenhuma de que Silas tivesse colaborado com ele mais tarde. Isso nos leva à conclusão de que a segunda epístola foi escrita poucos meses depois da primeira. Portanto, todos os seus antecedentes e circunstâncias são idênticos aos da primeira carta.

Provavelmente o mensageiro que levou a primeira carta tivesse voltado com informações de que se havia despertado um espírito inquieto e fanático quanto à segunda vinda de Cristo, que se supunha imediata. Essa situação demandava uma pronta resposta para evitar que os mais simples e sensíveis pudessem cair nos laços do fanatismo e da agitação sensacionalista.

Em vista desse problema, Paulo assegurou a esses humildes cristãos que o Senhor os havia aceitado. Insistiu que deviam ser gratos a Deus pelas vitórias alcançadas. Mostrou-lhes o progresso alcançado nas virtudes cristãs da fé e do amor fraternal (2Ts 1:3) e firmeza em meio à perseguição (2Ts 1:4).

Outro fato importante é que Paulo deixou claro aos tessalonicenses que a segunda vinda do Senhor não aconteceria sem que antes viesse a apostasia, exatamente como lhes havia ensinado antes, pessoalmente (2:5). Havia alguns que ensinavam não mais ser necessário trabalhar, em vista da proximidade do regresso do Senhor (1Ts 4:11; 5:14); o apóstolo já os havia advertido contra essa atitude extremista. Então, voltou ao assunto com nova ênfase (2Ts 3:2, 12). Paulo chegou ao ponto de pedir medidas disciplinares contra tais pessoas (3:14, 15).

Portanto, o tema da segunda epístola aos tessalonicenses é o mesmo da primeira: a piedade prática (1:11, 12). Os débeis deviam ser reanimados e novamente estabelecidos na fé (2:17); os agitadores deviam se calar (3:12). A igreja devia conhecer a obra enganadora do grande adversário que iria provocar a apostasia e o reinado do anticristo que seria finalmente destruído (2:3-12).

O conteúdo dos capítulos é o seguinte:
1. Saudação e ações de graças pela fé dos tessalonicenses.
2. O “mistério da iniquidade”.
3. Paulo pede orações. Advertências contra a vida desordenada. Saudações finais.

O livro Atos dos Apóstolos de Ellen G. White traz excelente material relativo a essa epístola: capítulo 25, sob o título “As Cartas aos Tessalonicenses”. Leia.

Saudações Novas (2Ts 1:1, 2)
Temos nesta passagem inicial toda a sabedoria de um verdadeiro mestre. Parece que os tessalonicenses haviam enviado a Paulo uma mensagem cheia de dúvidas. Tinham medo de que sua fé não resistisse à prova. A resposta de Paulo não tinha o propósito de afundá-los ainda mais no “Pântano do Desânimo” (John Bunyan), mas ressaltar suas virtudes e conquistas de tal maneira que aqueles cristãos desanimados pudessem encarar as pessoas e afirmar: “Bem, se Paulo tem esse conceito a nosso respeito devemos continuar resistindo em meio às crises”.

Foi isso que Paulo fez pela igreja tessalonicense. Sabia que um elogio no momento correto pode fazer mais que uma crítica indiscriminada, e que o louvor prudente nunca faz que alguém se acomode nos lauréis, mas se encha de vontade em fazer ainda mais e melhor.

O apóstolo reconheceu que as dádivas espirituais da graça e da paz podem vir somente de Deus.
A graça é o amor de Deus em ação e, mediante Jesus Cristo proporciona gratuitamente completa salvação aos pecadores indignos, enquanto a paz é o resultado desse fato. Implica na compreensão íntima do perdão dos pecados, o reconhecimento da reconciliação com Deus (SDABC, v. 7, p. 272).

Ação de graças de Paulo (2Ts 1:3, 4)
É importante observar que, quando Paulo recebeu a boa notícia da espiritualidade da igreja em Tessalônica, não acreditou que ele mesmo, o fundador dessa igreja, devesse ser louvado pela espiritualidade dela, mas considerou que o fato era motivo para render graças somente a Deus.

Com isso, Paulo não estava afirmando que não havia debilidade na igreja. Ao contrário, nos capítulos seguintes ele assinalou sérios defeitos. Não obstante, queria que todos soubessem que ele tinha confiança em suas virtudes espirituais. As pessoas que viviam desordenadamente, nesse ponto da carta foram conservadas num plano secundário. O verso 3 contém uma mensagem alegre. O que temos aqui é uma alegria irresistível que, em forma de sinceras e humildes ações de graças, é dirigida ao Doador de todas as coisas boas. Mais tarde, escrevendo aos coríntios, o apóstolo exaltou as igrejas da Macedônia e insistiu para que seguissem o exemplo de seus irmãos macedônios em abrir o coração ao Espírito de Deus (2Co 8).

Segundo William Barclay, há três coisas que Paulo destacou como sinais de uma igreja saudável:

1. A fé estável. É uma das marcas do cristianismo em progresso que cada vez está mais seguro em Jesus Cristo. A fé que talvez tenha começado por uma hipótese culmina em uma certeza. O cristão alcança esse estágio em que acrescenta à emoção da primeira experiência a disciplina do pensamento cristão.
2. O amor em ascendência. Uma igreja que cresce é aquela que aumenta sua capacidade de serviço. Alguém pode começar servindo a seus semelhantes pelo sentimento do dever que a fé cristã lhe impõe, mas crescerá servindo sempre porque essa é sua maior alegria. A vida de serviço reserva a grande descoberta de que generosidade e felicidade caminham de mãos dadas.
3. A constância que resiste. Paulo usou uma palavra magnífica – hypomonê – que se traduz por paciência, porém não quer dizer a habilidade de alguém suportar passivamente o que acontece. O termo tem o sentido de “constância viril na adversidade” e descreve o coração que não somente se mantém firme em circunstâncias difíceis, mas que as conquista. Aceita os golpes da vida, mas, ao aceitá-los, transforma-os em degraus para novas realizações.

Sofrimento como sinal do fim (2Ts 1:5, 6)
A última frase do verso 4 diz: “...as perseguições e aflições que estão suportando.” Originalmente, suportar significa “manter-se erguido”, e portanto, “suster”, “levar”, “suportar”. Esta flexão verbal deve ser traduzida como “estais suportando”, e indica que os cristãos ainda estavam sendo perseguidos.

Justo juízo de Deus”. Esse juízo poderia ser a intervenção divina em favor de Seu povo (v. 6) e o grande castigo descrito nos versos 7 a 10. A fortaleza dos santos perseguidos é para os ímpios um presságio de sua própria e futura destruição.

O verso 5 contém a expressão 
para que sejais considerados dignos do reino de Deus”. Entenda que o cristão nunca é, em si mesmo, digno do reino de Deus, nem os sofrimentos necessariamente o tornam digno. Não há nada que nos faça merecedores do reino de Deus. Porém, pela divina graça perdoadora somos “tidos por dignos”, com base no dom gratuito de Deus (Rm 6:23).

Que Ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam” (v. 6). Portanto, “pagar com a mesma moeda”, “retribuir”. Os princípios de justiça exigem que os seres humanos recebam uma retribuição correspondente às suas obras. Os que menosprezam a expiação do Salvador permanecem sem proteção e se expõem à justa retribuição divina (SDABC).

Não se esqueça de que a justiça de Deus se manifesta num sentido duplo: por um lado, ela é retributiva. Deus retribui (dá em troca) com aflições aqueles que afligem os crentes. Por outro lado, ela é remunerativa. Ele concede descanso (literalmente, cessar) àqueles que estão sendo afligidos, gracioso alívio de todas as asperezas que têm suportado em razão de sua valente batalha em favor da verdade (Hendriksen).

Fogo e destruição (2Ts 1:7-9)
Paulo gostava dessa palavra e a empregou no verso 7: o substantivo “apokálupsis”, literalmente, “descobrir”, “ato de remover um véu”, ou “revelação”. O autor identificou o repouso que os cristãos alcançarão com o segundo advento do Senhor em glória. Naquele momento os justos receberão sua recompensa e os ímpios seu castigo.

Paulo considerava que aqueles a quem o Senhor castiga pertencem a duas classes: os que não conhecem a Deus e os que não obedecem ao evangelho. Os primeiros são os que tiveram chance de conhecer a Deus, mas desprezaram esse privilégio. Os segundos são os que conheceram a mensagem evangélica, porém resistiram em obedecer-lhe. O Senhor mostra claramente que a razão que têm para rejeitar o evangelho, é seu amor ao pecado.

Podemos ainda destacar alguns itens importantes relacionados à Àquele através de quem Deus exercerá julgamento, descrito como “Senhor”. O título Senhor é frequentemente associado à parousia e ressalta a dignidade do Juiz.

Aparecem no verso 7 três frases que dão colorido ao quadro:
1ª. Ele vem do Céu ressalta a origem e a autoridade do Senhor. Vem da morada de Deus com a autoridade de Deus para executar juízo e recompensa.
2ª. Vem com os anjos do Seu poder que acompanham o Agente de Deus, o Filho do homem, de tal maneira que contribuam à glória e à majestade da Sua vinda, no julgamento.
3ª. Vem em chamas de fogo (v. 8) – talvez uma alusão a Isaías 66:15. A expressão não indica simplesmente uma teofania, mas, sim, sublinha o fato do julgamento e deve ser ligada com a frase que se segue: “tomando vingança” (Marshall).

No grande dia do advento, o Senhor Se revelará com Sua própria glória, com a glória de Seu Pai e dos santos anjos. Essa glória aparece como fogo ante os olhos dos mortais.

Glorificando a Cristo (2Ts 1:10-12)
A mensagem animadora de Paulo acaba na visão mais alentadora de todas. Termina no que se poderia chamar de “a glória recíproca”. Quando Cristo vier outra vez será glorificado em Seus santos e admirado pelos que creram” (v. 10). Essa foi uma palavra de consolo para a congregação como um todo, mas especialmente para aqueles que ficaram perplexos ante o estado de sua salvação e da sorte daqueles crentes que já haviam partido desta vida.

Observe com cuidado as expressões do verso 11: “
pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação... Pelas evidências, Paulo sabia que, como resultado de orações constantes, os tessalonicenses viveriam e se comportariam como convém aos que são chamados, de modo que, no dia do juízo, Deus os consideraria dignos de entrar no reino. Na corrente da salvação, que conecta uma eternidade com outra, a oração constante e a santificação diária são elos indispensáveis (Hendriksen).

O apóstolo estava interessado em algo mais além da salvação dos tessalonicenses. Ele desejava que toda obra resultante de fé alcançasse sua realização e que os leitores pudessem ser considerados dignos, a fim de que fosse alcançado o mais elevado propósito, como expressa o verso 12: 
“para que o nome de nosso Senhor Jesus Cristo seja glorificado em vocês, e vocês nEle...

Nessa expressão é o nome do Senhor que é glorificado. E o nome de Cristo é o próprio Cristo, como Ele Se revelou. Portanto, quando homens aceitam Sua salvação e reconhecem Seu senhorio, Seu nome é glorificado neles. Isso, por sua vez, reflete glória sobre eles.

Aqui temos a verdade vertiginosa de que nossa glória é Cristo e a glória de Cristo somos nós. A glória de Cristo está naqueles que aprenderam com Ele a resistir e a conquistar e assim brilhar como luzeiros em lugar escuro. A glória de um mestre está nos discípulos que produz; a dos pais, nos filhos que educam não somente para que ganhem a vida, mas para que a enriqueçam; a nós é concedido o imenso privilégio e a tremenda responsabilidade de que a glória de Cristo esteja em nós. Podemos contribuir para crédito ou descrédito do Mestre a quem pertencemos e tratamos de servir (Barclay).

Pode haver maiores privilégio e responsabilidade?

Que o batismo do Espírito Santo possa vir sobre nós, para que sejamos imbuídos do Espírito de Deus! Então, dia a dia nos tornaremos mais e mais semelhantes à imagem de Cristo e, em cada ato de nossa vida, a pergunta será: “Glorificará isto a meu Mestre?” Por meio da paciente continuidade em fazer o bem, buscaremos glória e honra e receberemos o dom da imortalidade (Ellen G. White, Minha Consagração Hoje [MM, 1989], p. 49).

O autor dos comentário deste trimestre é o Pr. José Silvio Ferreira, casado com a psicóloga Ellen Ferreira. O casal tem três filhos: Maltom Guilherme, Marlom Henrique e Mardem Eduardo. Doutor em Teologia pelo Unasp, o Pr. José Silvio já trabalhou como distrital, líder de jovens e secretário ministerial, atendendo a igreja nos Estados de Goiás, Espírito Santo, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo, onde atua hoje como Ministerial da Associação Paulistana. É autor do livro Cristo, Nossa Salvação.