domingo, 31 de julho de 2011

Adoração, música e louvor (estudo nº 06)








“Cantai ao Senhor um cântico novo, cantai ao Senhor, todas as terras” (Sl 96:1).

Leituras da semana: 1Cr 16:8-36; Sl 32:1-5; 51:1-6, 17; Fl 4:8; Ap 4:9-11; 5:9-13

A vida do rei Davi está registrada na Bíblia por muitas razões: não somente porque uma parte importante da história de Israel está centralizada em sua vida e reinado, mas porque dele aprendemos muitas lições espirituais, tanto de suas obras boas quanto das perversas.

Nesta semana, usaremos alguns exemplos da vida de Davi, a fim de aprofundar mais a questão da adoração: seu significado, como devemos praticá-la, e o que ela deve fazer por nós. Na vida de Davi, vemos muitos exemplos de adoração, música e louvor. Essas coisas foram uma parte fundamental de sua vida e de sua experiência com o Senhor.

Assim também deve ser conosco, especialmente se lembramos constantemente que a mensagem do primeiro anjo é um convite à adoração. O que significa “adorar”? Como adoramos? Por que adoramos? Qual é o papel da música na adoração? O que distingue a verdadeira adoração da falsa?

Todos esses são temas que abordaremos de diversas formas neste trimestre, enquanto ouvimos o chamado: “
Vinde, adoremos e prostremo-nos; ajoelhemos diante do Senhor, que nos criou. Ele é o nosso Deus, e nós, povo do Seu pasto e ovelhas de Sua mão” (Sl 95:6, 7). 


Domingo                                        Entre Saul e Davi


1.. O que podemos perceber na vida de Davi, antes que ele se tornasse rei? 


6  Sucedeu que, entrando eles, viu a Eliabe e disse consigo: Certamente, está perante o SENHOR o seu ungido.
7  Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.
8  Então, chamou Jessé a Abinadabe e o fez passar diante de Samuel, o qual disse: Nem a este escolheu o SENHOR.
9  Então, Jessé fez passar a Samá, porém Samuel disse: Tampouco a este escolheu o SENHOR.
10  Assim, fez passar Jessé os seus sete filhos diante de Samuel; porém Samuel disse a Jessé: O SENHOR não escolheu estes.
11  Perguntou Samuel a Jessé: Acabaram-se os teus filhos? Ele respondeu: Ainda falta o mais moço, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda chamá-lo, pois não nos assentaremos à mesa sem que ele venha.
12  Então, mandou chamá-lo e fê-lo entrar. Era ele ruivo, de belos olhos e boa aparência. Disse o SENHOR: Levanta-te e unge-o, pois este é ele.
13  Tomou Samuel o chifre do azeite e o ungiu no meio de seus irmãos; e, daquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apossou de Davi. Então, Samuel se levantou e foi para Ramá.  1Sm 16:6-13; 

45  Davi, porém, disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado.
46  Hoje mesmo, o SENHOR te entregará nas minhas mãos; ferir-te-ei, tirar-te-ei a cabeça e os cadáveres do arraial dos filisteus darei, hoje mesmo, às aves dos céus e às bestas-feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel.
47  Saberá toda esta multidão que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança; porque do SENHOR é a guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos. 1Sam 17:45-47; 

Davi lograva bom êxito em todos os seus empreendimentos, pois o SENHOR era com ele. 1Sam 18:14; 

Os teus próprios olhos viram, hoje, que o SENHOR te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a mão contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. 1Sam 24:10; 

Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates, pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR e fique inocente? 1Sam  26:9; 

6  Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas; porém Davi se reanimou no SENHOR, seu Deus.
7  Disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Aimeleque: Traze-me aqui a estola sacerdotal. E Abiatar a trouxe a Davi.
8  Então, consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-lhe o SENHOR: Persegue-o, porque, de fato, o alcançarás e tudo libertarás.
1Sam 30:6-8

Deus escolheu Saul como o primeiro rei de Israel, porque ele tinha as características que o povo havia requerido. Mas, quando Deus escolheu Davi para ser o rei de Israel, Ele lembrou a Samuel que o Senhor olha para o coração (1Sm 16:7).

Davi estava longe de ser perfeito. De fato, alguns poderiam argumentar que as últimas falhas morais de Davi foram muito mais graves do que os pecados de Saul. No entanto, o Senhor rejeitou Saul, mas perdoou os piores erros de Davi, permitindo que ele continuasse sendo rei. O que fez a diferença?

2. Leia os Salmos 32:1-5 e 51:1-6. Que conceito fundamental, tão importante para a fé, aparece nesses textos?

1 Bem-aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada, cujo pecado é coberto.
2  Bem-aventurado o homem a quem o SENHOR não atribui iniqüidade e em cujo espírito não há dolo.
3  Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo o dia.
4  Porque a tua mão pesava dia e noite sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.
5  Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao SENHOR as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado. Sal 32:1-5 

1  Compadece-te de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; e, segundo a multidão das tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.
2  Lava-me completamente da minha iniqüidade e purifica-me do meu pecado.
3  Pois eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim.
4  Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que é mal perante os teus olhos, de maneira que serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar.
5  Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe.
6  Eis que te comprazes na verdade no íntimo e no recôndito me fazes conhecer a sabedoria. Salmos 51:1-6

Deus trata das questões do coração. Ele não apenas lê os sentimentos, o centro do pensamento, atitudes íntimas e motivos, mas pode tocar e mudar os corações abertos à Sua influência. O coração de Davi se rendeu à convicção do pecado. Ele se arrependeu e aceitou pacientemente as consequências de seus pecados. Em contraste com Davi, ficou claro que o coração de Saul não foi entregue ao Senhor, não importando as confissões exteriores que ele tivesse feito. “Contudo, tendo o Senhor posto sobre Saul a responsabilidade do reino, não o deixou entregue a si mesmo. Fez com que o Espírito Santo repousasse sobre Saul para revelar-lhe suas fraquezas, e sua necessidade de graça divina; e, se Saul tivesse depositado confiança em Deus, o Senhor teria estado com ele. Enquanto sua vontade foi dirigida pela vontade de Deus, enquanto se entregou à disciplina de Seu Espírito, Deus pôde coroar de êxito seus esforços. Mas, quando Saul preferiu agir independentemente de Deus, o Senhor não mais pôde ser seu guia, e foi obrigado a pô-lo de parte - (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 636).

Pense nisto: O que se passa dentro do seu coração é diferente do que as pessoas veem em sua vida exterior? O que sua resposta diz sobre você? 




Coração contrito, espírito quebrantado

Segunda                          




Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus” (Sl 51:17). Pense nessas palavras de Davi, mas no contexto da adoração (afinal, no antigo Israel, a adoração era centralizada no sacrifício). Perceba, também, que a palavra traduzida como “contrito” vem de uma palavra hebraica que significa “esmagado”.

3. O que o Senhor está nos dizendo no Salmo 51:17? Como devemos entender essa ideia, visto que deve haver alegria na adoração? É possível harmonizar essa alegria com a contrição, ou elas são contraditórias?
Sacrifícios agradáveis a Deus são o espírito quebrantado; coração compungido e contrito, não o desprezarás, ó Deus. Salmo 51:17
Como cristãos, aceitamos como fato (ou, pelo menos, devemos aceitar) que toda a humanidade está caída, é pecaminosa e degradada. Essa degradação e pecaminosidade inclui cada um de nós, individualmente. Pense no contraste entre o que você sabe que poderia ser e o que é; o contraste entre os tipos de pensamentos que passam por sua mente e aquilo que você sabe que deveria pensar; o contraste entre o que você faz (ou deixa de fazer) e o que deveria fazer. Como cristãos, com o modelo bíblico de Jesus diante de nós, a compreensão pessoal da nossa verdadeira natureza pode ser especialmente devastadora. É dessa reflexão que surgem nosso espírito quebrantado e esmagado e nosso coração contrito. Se aqueles que professam ser cristãos não percebem isso, são realmente cegos, e muito provavelmente não tiveram uma experiência de conversão, ou a perderam.

No entanto, a alegria vem de saber que, apesar de nosso estado caído, Deus nos amou tanto que Cristo veio ao mundo e morreu, oferecendo-Se por nós, e saber que Sua vida, Sua santidade e Seu caráter perfeitos, são creditados a nós, pela fé. Novamente, aparece o tema do “
evangelho eterno” (Ap 14:6). Nossa adoração deve se concentrar não apenas em nossa pecaminosidade, mas na cruz, a maravilhosa solução de Deus para o pecado. É claro, precisamos ter o coração quebrantado e esmagado, mas precisamos sempre colocar essa triste realidade no contexto daquilo que Deus fez por nós em Cristo. De fato, a percepção de como somos maus conduz à alegria, porque sabemos que, apesar de nossa maldade, ainda assim podemos ter vida eterna, e Deus, pelos méritos de Jesus, não levará em conta as nossas transgressões. Essa é uma verdade que deve estar sempre no centro de todas as experiências de adoração, quer coletivas ou individuais.  




Davi: uma canção de louvor e adoração

Terça                                 




A compreensão que Davi tinha de Deus e da salvação que Ele ofereceu moldou não somente sua própria vida, mas sua liderança espiritual e sua influência sobre o povo. Suas canções e orações refletem profundo sentimento de temor pelo Deus que ele amava e conhecia como amigo pessoal e Salvador.

Porém o SENHOR disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei; porque o SENHOR não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o SENHOR, o coração.  1Crônicas 16:7

De acordo com 1Crônicas 16:7, Davi apresentou a Asafe, seu dirigente de música, uma nova canção de gratidão e louvor, no dia em que a arca foi transferida para Jerusalém. Esse salmo de louvor consiste em dois aspectos importantes da adoração: a revelação de Deus como um ser digno de adoração e a resposta adequada do adorador. Nesse cântico, Davi primeiramente chama os adoradores para a participação ativa na adoração.

8  Rendei graças ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos.
9  Cantai-lhe, cantai-lhe salmos; narrai todas as suas maravilhas.
10  Gloriai-vos no seu santo nome; alegre-se o coração dos que buscam o SENHOR.
11  Buscai o SENHOR e o seu poder, buscai perpetuamente a sua presença.
12  Lembrai-vos das maravilhas que fez, dos seus prodígios e dos juízos dos seus lábios,
13  vós, descendentes de Israel, seu servo, vós, filhos de Jacó, seus escolhidos.
14  Ele é o SENHOR, nosso Deus; os seus juízos permeiam toda a terra.
15  Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações;
16  da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
17  o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua,
18  dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
19  Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
20  andavam de nação em nação, de um reino para um povo.
21  A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
22  dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.
23  Cantai ao SENHOR, todas as terras; proclamai a sua salvação, dia após dia.
24  Anunciai entre as nações a sua glória, entre todos os povos, as suas maravilhas,
25  porque grande é o SENHOR e mui digno de ser louvado, temível mais do que todos os deuses.
26  Porque todos os deuses dos povos são ídolos; o SENHOR, porém, fez os céus.
27  Glória e majestade estão diante dele, força e formosura, no seu santuário.
28  Tributai ao SENHOR, ó famílias dos povos, tributai ao SENHOR glória e força.
29  Tributai ao SENHOR a glória devida ao seu nome; trazei oferendas e entrai nos seus átrios; adorai o SENHOR na beleza da sua santidade.
30  Tremei diante dele, todas as terras, pois ele firmou o mundo para que não se abale.
31  Alegrem-se os céus, e a terra exulte; diga-se entre as nações: Reina o SENHOR.
32  Ruja o mar e a sua plenitude; folgue o campo e tudo o que nele há.
33  Regozijem-se as árvores do bosque na presença do SENHOR, porque vem a julgar a terra.
34  Rendei graças ao SENHOR, porque ele é bom; porque a sua misericórdia dura para sempre.
35  E dizei: Salva-nos, ó Deus da nossa salvação, ajunta-nos e livra-nos das nações, para que rendamos graças ao teu santo nome e nos gloriemos no teu louvor.
36  Bendito seja o SENHOR, Deus de Israel, desde a eternidade até a eternidade. E todo o povo disse: Amém! E louvou ao SENHOR. 1Crônicas 16:8-36

Leia todo o cântico em 1Crônicas 16:8-36. Observe com que frequência são utilizadas as seguintes palavras e expressões, especialmente na primeira parte do cântico: render graças, cantar, invocar o Seu nome, buscar o Senhor, fazer conhecidos, narrar, anunciar, tributar glória, proclamar, lembrar e trazer ofertas. Davi, em seguida, apresentou alguns dos motivos pelos quais Deus é digno de nosso louvor e adoração.

4. Que eventos do passado o povo de Israel devia fazer conhecidos aos outros povos? 1Cr 16:8, 12, 16-22. Que atos especiais de Deus eles deviam lembrar? 

8  Rendei graças ao SENHOR, invocai o seu nome, fazei conhecidos, entre os povos, os seus feitos.
12  Lembrai-vos das maravilhas que fez, dos seus prodígios e dos juízos dos seus lábios,
16  da aliança que fez com Abraão e do juramento que fez a Isaque;
17  o qual confirmou a Jacó por decreto e a Israel, por aliança perpétua,
18  dizendo: Dar-vos-ei a terra de Canaã como quinhão da vossa herança.
19  Então, eram eles em pequeno número, pouquíssimos e forasteiros nela;
20  andavam de nação em nação, de um reino para um povo.
21  A ninguém permitiu que os oprimisse; antes, por amor deles, repreendeu a reis,
22  dizendo: Não toqueis nos meus ungidos, nem maltrateis os meus profetas.

15  Lembra-se perpetuamente da sua aliança, da palavra que empenhou para mil gerações; 1Cr 16:12 e 15.

5. A repetição da aliança, feita pelo salmista, ocupa quase um terço desse hino de gratidão. De que forma a aliança se relaciona com a adoração?

A aliança que Deus fez com Abraão, Isaque e Jacó foi baseada em Sua capacidade, como governante deles, para fazer deles uma grande nação, abençoá-los e levá-­los para a terra prometida. A parte deles era amar, obedecer e adorar ao Senhor, como seu Pai e Deus. Por mais diferente que seja nosso contexto hoje, o mesmo princípio ainda permanece.

Medite nas formas pelas quais Davi nos convida a adorar a Deus. Como essas mesmas ideias podem ser refletidas em nossa adoração coletiva, em nosso tempo, lugar e contexto?  




O cântico de Davi

Quarta                                             




Quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus” (Jó 38:7).

O capítulo 22 de 2Samuel registra um cântico que Davi escreveu em louvor ao Senhor. (Leia rapidamente o cântico e observe os elementos-chave e como eles estão ligados à adoração.) O ponto principal ali, e em tantos outros lugares na Bíblia, é que esse era um cântico. Era música. Ao longo das Escrituras, encontramos a música como parte integrante do culto. Segundo o texto acima, os anjos cantavam em resposta à criação do mundo.

6. Leia Apocalipse 4:9-11; 5:9-13; 7:10-12; 14:1-3. Que coisas acontecem no ambiente imaculado do Céu? Quais são os temas apresentados nesses textos, e o que podemos aprender neles sobre adoração?
9  Quando esses seres viventes derem glória, honra e ações de graças ao que se encontra sentado no trono, ao que vive pelos séculos dos séculos,
10  os vinte e quatro anciãos prostrar-se-ão diante daquele que se encontra sentado no trono, adorarão o que vive pelos séculos dos séculos e depositarão as suas coroas diante do trono, proclamando:
11  Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder, porque todas as coisas tu criaste, sim, por causa da tua vontade vieram a existir e foram criadas. Apoc 4:9-11

9  e entoavam novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação
10  e para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra.
11  Vi e ouvi uma voz de muitos anjos ao redor do trono, dos seres viventes e dos anciãos, cujo número era de milhões de milhões e milhares de milhares,
12  proclamando em grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e riqueza, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e louvor.
13  Então, ouvi que toda criatura que há no céu e sobre a terra, debaixo da terra e sobre o mar, e tudo o que neles há, estava dizendo: Àquele que está sentado no trono e ao Cordeiro, seja o louvor, e a honra, e a glória, e o domínio pelos séculos dos séculos. Apoc 5:9-13

10  e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação.
11  Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,
12  dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! Apoc 7:10-12

1  Olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, tendo na fronte escrito o seu nome e o nome de seu Pai.
2  Ouvi uma voz do céu como voz de muitas águas, como voz de grande trovão; também a voz que ouvi era como de harpistas quando tangem a sua harpa.
3  Entoavam novo cântico diante do trono, diante dos quatro seres viventes e dos anciãos. E ninguém pôde aprender o cântico, senão os cento e quarenta e quatro mil que foram comprados da terra. Apoc 14:1-3

Jesus, como Criador e Redentor, está no centro do assunto na música, louvor e adoração. Se os anjos cantam sobre Ele no Céu, quanto mais devemos fazer isso aqui na Terra?

Não há dúvida de que o canto, a música e o louvor fazem parte da nossa experiência de adoração. Como criaturas feitas à imagem de Deus, amamos e apreciamos a música, como fazem outros seres inteligentes. É difícil imaginar uma cultura que não use a música de uma forma ou outra, para um propósito ou outro. Amor e apreciação pela música estão entretecidos no próprio tecido de nossa existência humana, porque Deus com certeza nos fez assim.

Na música, há um poder para nos tocar e mover, que outras formas de comunicação não parecem ter. Na sua expressão mais pura, a música parece nos elevar à própria presença do Senhor. Quem não experimentou, em algum momento, o poder da música nos aproximando do Criador?

Qual tem sido sua experiência espiritual com o poder da música? Que tipo de música você ouve, e como isso afeta seu relacionamento com o Senhor? 




“Cantai ao Senhor um cântico novo”

Quinta                             




Infelizmente, embora tenhamos acesso a alguns dos temas e letras das canções divinamente inspiradas, não temos as músicas. Assim, usando nossos talentos dados por Deus (pelo menos os que têm esses dons), escrevemos nossa própria música, mesmo que nem sempre façamos as letras. Mas, como sabemos, não fazemos isso em um vácuo. Adoramos em conexão com a cultura na qual vivemos, que em certa medida exerce influência sobre nós e nossa música. Essa pode ser uma coisa boa, ou pode ser algo ruim. O difícil é saber a diferença.

7. Leia os textos a seguir. Que princípios eles nos dão, que devem nos guiar no tipo de música utilizada em nossa adoração? 

Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus. 1Co 10:31; 

Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é respeitável, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.  Fp 4:8; 

Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, Cl 1:18

Ao longo dos anos, a questão da música na adoração tem surgido em nossa igreja. Em alguns casos, as músicas do hinário têm recebido muitas classificações, exceto a atribuição de santidade; em outros, é difícil dizer a diferença entre o que está sendo tocado na igreja e o que está sendo tocado como música secular (porque, francamente, não há diferença!).

O importante na música de adoração é que ela nos conduza ao mais nobre e melhor, que é o Senhor. Ela deve apelar, não aos elementos mais baixos de nosso ser, mas aos mais nobres. A música não é moralmente neutra: ela pode nos levar a algumas das experiências espirituais mais elevadas, ou pode ser usada pelo inimigo para nos degenerar e degradar, para revelar desejos e paixão, desespero e ira. É preciso apenas olhar para o que alguns profissionais da indústria da música produzem hoje, para ver exemplos fortes de como Satanás tem pervertido outro dos dons maravilhosos de Deus para a humanidade.

A música em nossos cultos de adoração deve ter um equilíbrio entre os elementos espirituais, intelectuais e emocionais. As letras, em harmonia com a música, devem nos elevar, enobrecer nossos pensamentos e nos fazer desejar mais o Senhor, que tanto tem feito por nós. O tipo de música de que precisamos para a nossa adoração é aquele que pode nos levar ao pé da cruz e que pode nos ajudar a perceber o que nos foi dado em Cristo.

É bom lembrar que as várias culturas têm diferentes gostos, e que a música e os instrumentos musicais variam em nossa família mundial. O que é edificante e encorajador para pessoas de uma cultura, pode soar estranho a indivíduos de outra. De toda maneira, é importante que procuremos a orientação do Senhor quanto à música apropriada para nossos cultos! 

Sexta                                                       Estudo adicional


Torne-se distinto e claro o assunto de que não é possível efetuar coisa alguma em nossa posição diante de Deus ou no dom de Deus para nós, por meio do mérito de seres criados. Se a fé e as obras adquirissem o dom da salvação para alguém, o Criador estaria em obrigação para com a criatura. Eis aqui uma oportunidade para a falsidade ser aceita como verdade. Se alguém pode merecer a salvação por alguma coisa que faça, encontra-se, então, na mesma posição que os católicos para fazer penitência por seus pecados. A salvação, nesse caso, consiste em parte numa dívida, e pode ser adquirida como recompensa. Se o homem não pode, por qualquer de suas boas obras, merecer a salvação, então ela tem de ser inteiramente pela graça, recebida pelo homem como pecador, porque ele aceita Jesus e crê nEle. A salvação é inteiramente um dom gratuito. A justificação pela fé está fora de controvérsia.

E toda essa discussão estará terminada logo que for estabelecida a questão de que os méritos do homem caído, em suas boas obras, jamais poderão obter a vida eterna para ele
” (Ellen G. White, Fé e Obras, p. 19, 20).

“[A música] é um dos meios mais eficazes para impressionar o coração com as verdades espirituais. Quantas vezes, ao coração oprimido duramente e pronto a desesperar, vêm à memória algumas das palavras de Deus – as de um estribilho, há muito esquecido, de um hino da infância – e as tentações perdem seu poder, a vida assume nova significação e novo propósito, e o ânimo e a alegria se comunicam a outras pessoas!…

“Como parte do culto, o canto é um ato de adoração tanto como a oração. Efetivamente, muitos hinos são orações…
” (Ellen G. White, Educação, p. 168).

Perguntas para reflexão:
1.. Você acha que a cultura e a sociedade influenciam a música em sua igreja? De que maneiras?
2. Com o tipo de música utilizada em sua igreja, você tem alcançado a experiência apresentada no livro Educação, mencionada acima? De que forma podemos avaliar a função da música em nossos cultos? Como sua igreja pode trabalhar unida, para se certificar de que a música seja, de fato, edificante e inspiradora, cumprindo seu papel?





Adoração, música e louvor (resumo do estudo nº 06)




Cantai ao SENHOR um cântico novo, cantai ao SENHOR, todas as terras. Salmo 96:1

Conhecer: Os temas de adoração presentes nos salmos de Davi e nos cânticos do Apocalipse.
Sentir: Arrependimento consciente, para receber a alegria da libertação em Cristo.
Fazer: Louvar e glorificar a Deus e contar o que Ele tem feito por nós.

Esboço

I. Um cântico novo

A. Quais eram os atos de livramento pelos quais Davi devia louvar a Deus?
B. Embora Davi houvesse pecado grandemente, qual era a diferença entre seu pecado e o de Saul, conforme a lição da semana passada?
C. Por que é importante cantar sobre o que Deus fez por nós? Que assuntos temos para cantar que nos aproximam do Céu e da música celestial?

II. Contrição e louvor

A. Como o abatimento e tristeza de Davi por seu pecado o conduziram aos cânticos de louvor?
B. Por que é importante que também avancemos das expressões de penitência para a alegria pela libertação em Cristo?

III. Digno é o Cordeiro

A. Que músicas você usa para contar o que Deus fez por você, e por quê?
B. Como e quando você expressa louvor através da música? Como você pode tornar a música uma parte mais importante e pessoal de sua experiência de adoração, tanto em sua devoção particular quanto nos cultos da igreja?

Resumo: 
A música é um importante meio pelo qual manifestamos nossa contrição e necessidade, declaramos a bondade de Deus e oferecemos a Ele glória e louvor.

 


Motivação
Davi usava a música como um meio importante para explorar as verdades espirituais de Deus e como uma forma de compartilhar com Deus emoções como solidão, traição e tristeza pelo pecado. Ele também a usava para louvar, celebrar e demonstrar gratidão, em resposta às promessas de Deus.

Encoraje a classe a se relacionar com o poder da música para evocar uma atmosfera de adoração. Explore seu papel em ensinar lições espirituais, pedindo que os alunos mencionem experiências pessoais com a música na adoração.

Atividade de abertura: 
Peter Rutenberg, diretor dos Los Angeles Chamber Singers [Cantores de Câmara de Los Angeles], escreve sobre os benefícios da música: “Pesquisas durante as últimas décadas têm mostrado cada vez mais que a música, e em particular cantar e tocar instrumentos musicais, ajuda o cérebro a se desenvolver de maneira muito mais plena e ampla, especialmente em nossos primeiros anos. A música nos torna mais brilhantes, mais inteligentes, mais coerentes, mais racionais e mais capazes. Melhora os hábitos de estudo e os resultados nas provas. Ela eleva o autoconceito e o sentido de comunidade. A música ajuda em nosso senso geral de bem-estar e melhora a qualidade de vida... Um recente estudo até sugere que o ato de cantar beneficia o sistema imunológico”.

A música é uma experiência de corpo inteiro, apelando não somente às nossas emoções, mas ao nosso corpo e mente. Ela pode prover uma experiência coletiva poderosa e comovente, que suaviza o ambiente, prepara nosso coração para as verdades espirituais e nos une em um encontro com Deus. Não é de admirar que a música desempenhe um papel tão importante na adoração.

Comente com a classe: 
Como têm sido suas experiências com a música na adoração? Em quais momentos você tem experimentado profunda união e compreensão de uma verdade espiritual através de uma música? Tem a música atraído seu coração para Deus? A música tem produzido alegria, reverência, admiração, louvor e unidade na fé? Para ilustrar esses pontos, toque um CD ou cante vários hinos que demonstram uma diversidade de verdades espirituais e ambientes de adoração que podem ser criados pela música, como “Fé dos nossos Pais”, “Junto ao Bondoso Deus”, “Adoração” e “Jubilosos Te Adoramos” (Hinário Adventista, 258, 237, 581 e 14).

Toque um hino conhecido em um CD, ou convide um solista para cantar uma estrofe e, em seguida, cantar o restante do hino com a classe. Qual é a diferença entre ouvir a música e cantar com a congregação? Qual é o papel de cada um desses tipos de experiências musicais na adoração? Leia “A importância da música na vida de todos”, por Peter Rutenberg, em http://www.shumeiarts.org/article_rutenberg.html., Acessado em 16 de janeiro de 2010.

Compreensão
Ajude a classe a se familiarizar com o método de Davi quanto ao uso da poesia e da música para responder às coisas que ele aprendia sobre Deus.

Comentário Bíblico


I. O jovem pastor e cantor

(Recapitule 1Sm 16:6–17:58.)

Davi, filho mais novo de Jessé, era responsável pelas ovelhas de seu pai, e aparentemente não havia sido considerado suficientemente importante nem maduro o bastante para ser convidado para uma festa na qual os outros familiares foram convidados especiais de Samuel. O profeta estava ali para ungir Davi, mas isso foi feito em segredo, o que aparentemente não alterou a posição de Davi na família; depois disso, ele voltou ao campo para cuidar das ovelhas. Mas, como Moisés no deserto durante 40 anos com seus rebanhos, esse tempo para Davi foi de preparação para liderar o povo de Deus.

Enquanto Davi cuidava dos rebanhos, enfrentava riscos, e era libertado do perigo, estava aprendendo lições de coragem, firmeza e confiança no grande Pastor que o preparava para assumir uma posição elevada entre os homens mais nobres da Terra. E não foi por acaso, pois seus companheiros nessas regiões remotas eram os mais nobres que o Céu ou a Terra poderiam prover. À medida que Davi meditava entre as montanhas e colinas, vales e riachos, diante do nascer e pôr do sol, e via as marcas do Pai das luzes e autor de toda boa dádiva, ele “diariamente mantinha uma comunhão mais íntima com Deus. Sua mente estava constantemente a penetrar novas profundidades em busca de novos assuntos para inspirar seus cânticos e despertar a música de sua harpa”, e seus cânticos ecoavam entre as colinas “como que em resposta ao regozijo do cântico dos anjos no Céu” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 642).

Esses momentos ensinaram a Davi a sabedoria e lhe deram uma piedade que o tornaram muito amado de Deus e dos anjos. Enquanto meditava em seu Criador, “eram iluminados assuntos obscuros, dificuldades eram explanadas, harmonizadas perplexidades, e cada raio de nova luz provocava novas expansões de júbilo, e mais suaves antífonas de devoção, para a glória de Deus e do Redentor” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 642). Muitas canções que Davi escreveu durante esse tempo têm chegado até nós através do livro de Salmos, para despertar o amor, a fé e a devoção em nosso coração, e nos aproximar do coração amoroso do Criador.

Pense nisto: Em quais ocasiões Davi foi chamado para tocar e cantar na corte do rei Saul? Como o ambiente da corte e seus serviços em favor de um rei sobrecarregado pela revolta, amargura e desespero devem ter afetado o jovem pastor quando ele voltava para seus rebanhos, sabendo que estava destinado a sentar-se no trono de Saul? Onde ele aprendeu a encontrar força nos momentos de dificuldade? Procure nos salmos 37, 40 e 41 os temas que indicam as importantes lições que Davi deve ter aprendido durante esses anos.

II. Um rei imperfeito, mas contrito

(Recapitule salmos 32 e 51.)

Davi tinha um relacionamento forte e confiante com Deus, que o guiou durante os anos em que fugiu do que rapidamente se tornou ódio e ciúme da parte do rei Saul. No entanto, Davi não estava acima da tentação.

Os salmos 32 e 51 descrevem Davi, depois que se tornou rei, arrependido do terrível pecado que havia cometido com Bate-Seba, mulher de Urias. “
Dessa maneira, em um cântico sagrado que havia de ser entoado nas assembleias públicas de seu povo, na presença da corte – sacerdotes e juízes, príncipes e homens de guerra – e que conservaria até a última geração o conhecimento de sua queda, relatou o rei de Israel seu pecado, seu arrependimento e sua esperança de perdão pela misericórdia de Deus” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 725).

Embora Davi tivesse inicialmente tentado encobrir seu pecado, até o ponto do homicídio, uma vez que sua culpa foi declarada, ele tentou impedir que outros caíssem no mesmo abismo. Ele abominava a contaminação que o pecado causa e ansiava pela pureza que só Deus pode prover, ao contrário de Saul, que detestava os resultados de sua rebelião, mas não o pecado. Davi reconhecia o longo alcance da perda de respeito e sabia quanta devastação e maldade seriam produzidas para o mal, pela sua influência entre seu povo e, especialmente, entre seus próprios filhos. Isso quebrou seu coração, e como suas canções retratam, ele percebeu que sua única esperança era se apegar a Deus e humildemente aceitar os juízos que surgiram da amorosa, mas completamente justa mão de Deus.

Pense nisto: 
Quais foram as consequências do pecado de Davi? Como ele respondeu aos juízos determinados por Deus? Por exemplo, comente as circunstâncias envolvendo os quatro filhos de Davi que morreram. Como Davi reagiu a três dessas quatro mortes? (O quarto filho foi morto após a morte do rei.) Leia 2 Samuel 12–20 e 1 Reis 1 e 2.

Aplicação
Desafie os membros da classe a tentar colocar música em um verso favorito dos Salmos. Esse é um método para memorizar as Escrituras.

Perguntas para consideração
Enquanto você lê os salmos 32 e 51 com a classe, peça que os alunos anotem as lições que o texto traz sobre contrição, perdão, misericórdia e justiça de Deus ao lidar com nossas tendências de cair em pecado.

Quando o Senhor livrou você de um desastre? Peça que os alunos examinem os cânticos de libertação, conforme descritos nos salmos 18, 34, 57 e 59 e mencionem os versos com os quais eles mais se identificam, e por quê. Peça que eles contem como Deus os livrou de dificuldades.

Criatividade
Só para o professor: Sugira as seguintes ideias para ajudar os alunos, durante as próximas semanas ou meses, a colocar em prática a discussão em classe.
1. Desafie os membros da classe a escrever seu próprio salmo e colocar música nele. Peça que levantem as mãos as pessoas dispostas a apresentar seus salmos na classe da próxima semana.
2. Vá para um local favorito na natureza e busque inspiração para escrever um poema para seu Criador.




Adoração, música e louvor (comentário ao estudo nº 06)





1. A essência da adoração

Há uma variada gama de conceitos sobre adoração, como ocorre naturalmente quando se deseja conceituar qualquer objeto sensível ou suprassensível.  Nesta oportunidade, ao tratar da relação entre a música e o louvor, procuraremos conceituar adoração utilizando o significado dos vocábulos encontrados nas línguas bíblicas.  No hebraico bíblico aparece o termo hishtahawa, que procede da raiz, hawa, significando literalmente: “prostrar-se” ou “permanecer ajoelhado”.  Outro vocábulo hebraico é: sagad, que significa “curvar-se até o chão”.  Esse termo apresenta seu correlato na língua árabe, como sugud que descreve o gesto dos muçulmanos ao realizarem suas orações com a cabeça tocando o chão.  No grego do Novo Testamento aparece o termo proskinesen, que ocorre 13 vezes no evangelho de Mateus, 11 vezes no evangelho de João e 24 vezes no livro do Apocalipse, sendo repetida em outros livros. A expressão sugere a mesma atitude de reverência, curvando o corpo diante da grandeza e majestade de Deus.

A adoração manifesta com a posição inclinada do corpo é uma demonstração de submissão e humildade do ser humano diante da natureza divina. Porém, a posição estática do corpo não implica o pleno ato de adoração.  Há algo mais que deve complementar o sentimento de adoração.  A reverência demonstrada pelo adorador ao prostrar seu corpo concede a oportunidade de expressar o sentimento genuíno de glorificar a Deus, mediante pensamentos e palavras.  O apóstolo Paulo sugere louvar a Deus,
“...com salmos, e hinos, e cânticos espirituais” (Cl 3:16).

Por outro lado, a atitude de “adoração”, exposta pelo apóstolo Paulo, não se limita unicamente a uma atitude física, mas tem projeção sobre todas as atitudes do ser pessoal, de forma íntegra; ou seja, atinge o comportamento humano em qualquer circunstância ou lugar. Ele fez essa alusão em sua carta dirigida aos efésios, onde exorta a “
andar prudentemente, não como néscios, e sim como sábios”, e continua: “procurai compreender qual a vontade do Senhor”, “falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais (Ef 5:15, 17, 19).  Assim, o homem adora a Deus em qualquer circunstância, em qualquer momento do seu viver; qualquer que seja a posição do seu corpo;  curvando espiritualmente seu ser; mas, procedendo segundo a vontade de Deus. Essa atitude é que faz a diferença entre os filhos de Deus, como é ilustrado pelas histórias de Saul e de Davi.

2. Dois reis de Israel

As personalidades dos dois primeiros reis de Israel, Saul e Davi, são descritas nas Escrituras Sagradas como modelos específicos de indivíduos de projeção para realizar uma grande obra no povo de Deus. Um paralelismo de atitudes e eventos destacados em cada um desses líderes sugere semelhança de traços de caráter compatíveis com os requisitos para governar a nação de Israel.

Saul cuidava das jumentas do seu pai e, quando se perderam, as procurou como servo fiel e responsável, caminhando sobre colinas diversas (1Sm 9:3, 4); Davi apascentava as ovelhas do seu pai, na condição de servo, agindo com muita responsabilidade (1Sm 16:11). Saul manifestou confiança em Deus ao consultar o vidente Samuel sobre as jumentas perdidas (1Sm 9:6-10); Davi mostrou plena confiança em Deus ao enfrentar o gigante dos filisteus (1Sm 17:37).  Saul foi chamado por Deus mediante a indicação do profeta Samuel para ser rei em Israel (1Sm 9:16, 17); Davi foi também chamado por Deus mediante revelação dada a Samuel, para governar o povo de Israel (1Sm 16:7, 12). Saul deixou transparecer humildade ao declarar a insignificância de sua origem (1Sm 9:21); Davi mostrava humildade ao servir seus irmãos e declarar que provinha de uma condição humilde (1Sm 17:17, 18 e 18:23). Saul foi ungido por Samuel para exercer o alto cargo da nação (1Sm 10:1); Davi recebeu de Samuel a unção como o rei de Israel sucessor de Saul (1Sm 16:13). Saul cultivava a virtude da prudência nas suas palavras, sem exaltação nem expressões de frases egoístas (1Sm 10:16); Em seu relacionamento com as pessoas, Davi se conduzia com prudência (1Sm 18:5). Saul não agia motivado pela vaidade ou orgulho; antes, era despretensioso mesmo sabendo que seria rei de Israel (1Sm 10:21, 22). Davi, mesmo estando cônscio da sua futura vida como rei, manifestava despretensão ao trono (1Sm 18:18).

O paralelismo das personalidades de Saul e Davi é até certo ponto admirável. Todo cristão deveria tê-los como exemplo e conduzir a vida de maneira semelhante. Mas o relato bíblico permite considerar as causas do fim da vida desses dois monarcas. Enquanto Davi atravessou o lapso da sua existência e terminou debaixo de honras reais, Saul terminou seu viver em evento trágico e cruento, decepado por lâmina vil, nas colinas de Gilboa.

Sem pretender efetuar juízo algum sobre o fim da vida desses dois reis, é inevitável, no entanto, revelar a possível causa desses desenlaces. O texto bíblico enfatiza a disposição de Davi de manter comunhão com Deus e genuína adoração a Ele (1Sm 17:46, 47; 24:6, 12; 2Sm 6:15). Ao mesmo tempo é também destacado o abandono da consciência espiritual por parte de Saul, ao ponto de essa atitude anular nele toda forma de adoração a Deus e, como ato consecutivo, eliminar todo meio de comunicação com Deus (1Sm 28:6).
A adoração é uma prática pela qual se consolida a comunhão íntima com Deus. As formas de demonstrar tal prática são variadas, e às vezes matizadas com expressões emotivas. A alegria plena, como forma de expansão de um coração santificado, é uma forma de manifestar adoração. Outras práticas de adoração: oração fervorosa, obediência aos preceitos divinos; estudo com devoção da Palavra de Deus; vocação missionária em favor das pessoas; meditação sobre o sacrifício e ministério de salvação promovido por Cristo; reconhecimento do atributo criador de Deus; pregação da mensagem redentora; canto efusivo de um hino; etc.

As formas de adoração praticadas por Davi devem ter sido diversas; no entanto, a Bíblia coloca de maneira exponencial, a composição e execução melódica por parte do rei de Israel, dos versos de louvor a Deus em forma de Salmos.

3. O cântico de Davi

A bela e magistral forma de adoração cultivada por Davi foi o exercício do canto. Suas composições denotam uma ambivalência de expressões emotivas que vão desde a tristeza de um coração compungido pela transgressão cometida até a alegria expansiva de um espírito aliviado pelo perdão divino. Essa maneira de exprimir adoração pareceria estar contra o princípio ontológico da contrariedade, em que se concebe que um objeto, é e não pode não ser ao mesmo tempo, No caso da “adoração” através dos Salmos, os versos literários podem revelar duas emoções ao mesmo tempo, como expressão de um coração constrangido; e, em forma concomitante, podem expressar contentamento pela paz alcançada.

Além de exteriorizar em versos melodiosos sua devoção a Deus, o rei Davi pretendia dar a conhecer a revelação dos atributos e atos divinos. Não devemos distanciar a adoração individual de quem compõe um hino de louvor a Deus daquela que pode ser tributada pelos participantes de uma reunião ou assembleia de fiéis adoradores do Altíssimo.

Nas composições de Davi, um fator importante que deve ser destacado é a letra, ou os versos que evocam sua intenção de adoração. São os versos que tipificam o caráter de autêntico louvor e fazem com que a melodia dos Salmos tenha aspectos de adoração. A letra nos Salmos de Davi manifesta uma tendência consequente ao desejo de adquirir efetiva experiência espiritual, isto é, o tema de cada composição é um componente da ligação da mente humana com a divina. Assim, o propósito de Davi era que seu conhecimento da natureza divina, expresso na letra dos salmos compostos, fosse um fator cognitivo dos atributos de Deus, vigentes na memória dos adoradores por meio de sua repetida interpretação.

Entre os temas que se destacam nas composições de Davi estão a exaltação do atributo criador de Deus, a misericórdia extrema do Onipotente, o perdão que purifica e redime o pecador, o cuidado e sustento permanente oferecido pelo pastor e, a paz que renova o ser concedendo a esperança de final salvação.

4. “Cantai ao Senhor um cântico novo”

A frase que serve de título aos parágrafos seguintes é uma exortação à prática da adoração melodiosa; mas, ao mesmo tempo, é uma sugestão para seguir uma linha de renovação ou inovação frequente. O autor dessa frase certamente não estava avaliando o que havia no repertório religioso da sua época para adorar a Deus, ao ponto de sugerir uma mudança decisiva. Pareceria melhor que esse convite revelasse uma visão sobre o desenvolvimento ou transformação, ao longo dos anos, dos sons melodiosos que servem para acompanhar as vozes que louvam a Deus. De toda maneira, parece advertir sobre a necessidade de entoar novos salmos de exaltação, novos hinos de louvor, novos cânticos de adoração.

É difícil ensaiar uma melodia que sirva de fundo à recitação dos versos de um salmo qualquer, como era interpretado na época da sua composição. Passaram muitos anos, e a cultura musical, como em toda expressão da práxis humana, mudou em formato e complexidade. A música em geral sofreu nítidas transformações na sua expressão, no percurso da história humana. Todas essas transformações foram resultado da própria evolução cultural das sociedades. Desde a interpretação das melodias com pequenas diferenças de tons, como as bitonais, atravessando pelas melodias politonais, as músicas sacras e as profanas de câmara do período medieval; a música alcançou uma variedade quase indefinível de ritmos. Como qualquer elemento cultural, cada formato musical pode exercer certa influência na expressão musical do canto sagrado.

No transcurso dos anos, os cantos de adoração executados nas comunidades cristãs receberam um acompanhamento musical de acordo com as características vigentes da época em que foram compostos. Essas mudanças, leves ou profundas, afetaram a forma de evocar a adoração cantada. Na atualidade, os hinos sagrados entoados pelas diferentes comunidades religiosas são elementos de adoração que foram compostos na atmosfera das novas expressões de ritmos musicais. Em alguns casos, as melodias dos cânticos religiosos são tão semelhantes aos ritmos que empolgam as multidões pelo seu poder de afetar as mentes que se tornam alienadas e impregnadas de paixões ilusórias e melancolicamente vis.

A variedade de ritmos e as conquistas da tecnologia eletrônica são manifestações da cultura atual e não deixam de exercer sua influência nas diversas formas de expressar emoções, inclusive as relacionadas com a vida religiosa. É aqui que surge um tema controverso de difícil elucidação; isto é, devem ou não ser adaptados os ritmos musicais, quaisquer que sejam, aos cânticos sagrados? Generalizando a questão: as diversas manifestações culturais devem ou não ser absorvidas na vida religiosa?

Uma atitude seria a de considerar que toda expressão cultural é uma conquista da humanidade e útil para a prosperidade social.  Dessa maneira, todo conhecimento científico, toda tecnologia médica, arquitetônica, educacional, artística, etc. devem ser considerados benéficos para a humanidade. Outra atitude poderia ser a de considerar que toda manifestação cultural é profana e na sua essência tem o propósito não explícito de secularizar o homem, fazendo que este perca sua relação com a natureza divina.  Assim, por exemplo: o descobrimento da energia nuclear tem dizimado as vidas humanas; o pensamento político filosófico tem deturpado o raciocínio nobre e obliterado as virtudes; a industrialização está contaminando o mundo, afetando sua propriedade como fonte de vida ao ponto de traumatizar os ambientalistas e cientistas em geral. Por tudo isso, e muito mais, toda manifestação cultural deve ser evitada para que não se perca a visão espiritual. Outra atitude mais equilibrada seria a de considerar que algumas manifestações culturais contribuem para o bem-estar da humanidade; mas outras, em forma evidente, deturpam o bom sentido. A dificuldade desta terceira atitude é qualificar as expressões culturais que promovem o desenvolvimento das virtudes humanas e as que não o fazem.

Aplicando especificamente à música esses pontos de vista sobre a cultura, e especificamente sobre a música, pode-se considerar que todos os ritmos musicais são expressões inovadoras para oferecer louvor a Deus e, por isso, uma adaptação do ritmo e letra seria admissível no culto religioso. Por outro lado, pode-se considerar que todo ritmo musical é ofensivo à dignidade da expressão religiosa e, portanto, deve ser sumariamente evitada. A terceira atitude a ser tomada promove uma avaliação dos ritmos musicais para optar por um ou alguns que sejam adequados à manifestação de louvor a Deus. Essa opção talvez seja razoável. A dificuldade é conciliar pareceres a esse respeito que se harmonizem na eleição dos tais ritmos musicais e conduzam a uma atitude de louvor. Do contrário, haverá uma ampla discussão e exposição de opiniões contraditórias que desvirtuam o propósito da música na adoração. O objetivo primordial da música na Igreja é a adoração. A regra para alcançar este objetivo e qualquer outro, relativo à vida religiosa é: manter comunhão com Deus e ser submisso à influência do Espírito Santo.

Autor: Ruben Aguilar