domingo, 31 de janeiro de 2010

O fruto do Espírito Santo é amabilidade (esboço)






 Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus, em Cristo, vos perdoou. Efésios 4:32


ESBOÇO


I. Amabilidade – Sinal de um coração convertido


A. O respeito às outras pessoas foi a característica distintiva da vida de Jesus. Isso também se aplica a nós?
B. Como Jesus tratava os que se opunham a Ele? Como tratava Judas? O sumo sacerdote?
C. Embora seja verdade que expressamos melhor a amabilidade aos outros quando a experimentamos nós mesmos, por que o tratamento deles para conosco não deve ser a base para nossa maneira de os tratarmos?
D. Qual é o resultado da amabilidade em nosso testemunho?


II. Os efeitos da descortesia nos outros


A. Como a compreensão de que as palavras e ações indelicadas ferem e diminuem as pessoas pode nos ajudar:
1. A ser amáveis?
2. Sentir dor por nossos atos de rudeza?
III. Mostrando amabilidade


A. O texto-chave menciona como a amabilidade de Deus a nós deve nos motivar a agir da mesma formas para com outros.
1. Como cristãos, qual é a importância da amabilidade?
2. Como a conduta desagradável, rude e nociva afeta nossa influência?
3. Ser amável é uma opção ou obrigação?
4. Como você defende sua resposta anterior?
5. Como os traços de caráter desenvolvidos em atos de amabilidade influenciam positivamente nossa vida?
Resumo: A amabilidade é essencial para a cultura cristã. Ser grosseiro e rude nos fere e também aos outros. A misericórdia de Deus nos motiva a praticar misericórdia em direção aos outros. A amabilidade de Cristo é nosso modelo.

A amabilidade, como no tratamento gentil, cortês e considerado aos outros, quer mereçam bom tratamento, quer não, é uma característica definida pelo tratamento de Deus a nós.

Pense nisto: Apresente vários exemplos de amabilidade na Bíblia. Então, peça que escolha uma dessas histórias. Quais seriam as reações indelicadas nessas mesmas situações? O que faz a diferença entre uma reação refletida e outra descortês na mesma situação? Você já fez a escolha consciente entre dar uma resposta bondosa ou indelicada? Que processos mentais precederam sua escolha?


Ao mesmo tempo em que comenta as histórias bíblicas abaixo, destaque aspectos importantes de cada história para ilustrar a amabilidade.

Comentário bíblico


I. Sendo que Deus nos trata melhor do que merecemos, devemos tratar os outros com a mesma amabilidade.

Lc 7:36-50  -  Convidou-o um dos fariseus para que fosse jantar com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, tomou lugar à mesa. E eis que uma mulher da cidade, pecadora, sabendo que ele estava à mesa na casa do fariseu, levou um vaso de alabastro com ungüento; e, estando por detrás, aos seus pés, chorando, regava-os com suas lágrimas e os enxugava com os próprios cabelos; e beijava-lhe os pés e os ungia com o ungüento. Ao ver isto, o fariseu que o convidara disse consigo mesmo: Se este fora profeta, bem saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, porque é pecadora. Dirigiu-se Jesus ao fariseu e lhe disse: Simão, uma coisa tenho a dizer-te. Ele respondeu: Dize-a, Mestre. Certo credor tinha dois devedores: um lhe devia quinhentos denários, e o outro, cinqüenta. Não tendo nenhum dos dois com que pagar, perdoou-lhes a ambos. Qual deles, portanto, o amará mais? Respondeu-lhe Simão: Suponho que aquele a quem mais perdoou. Replicou-lhe: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; esta, porém, regou os meus pés com lágrimas e os enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo; ela, entretanto, desde que entrei não cessa de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta, com bálsamo, ungiu os meus pés. Por isso, te digo: perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a quem pouco se perdoa, pouco ama. Então, disse à mulher: Perdoados são os teus pecados. Os que estavam com ele à mesa começaram a dizer entre si: Quem é este que até perdoa pecados? Mas Jesus disse à mulher: A tua fé te salvou; vai-te em paz. 


Quando Maria ofereceu o perfume a Jesus, nem Judas nem Simão responderam amavelmente pelo fato de que uma mulher de má reputação estivesse tocando Jesus. Mas, em notável contraste, Jesus respondeu com apreciação mui generosa que a memória de Maria duraria enquanto essa história fosse contada. Ao conectar a história de Maria à Sua própria, o tributo de Jesus ao ato de amabilidade de Maria foi eterno.


O tratamento que Maria deu a Jesus proveio de um coração transbordante de amor, e Jesus atribuiu sua gratidão ao fato de ela ter sido muito perdoada. Jesus está disposto a perdoar a todos nós, inclusive Judas e Simão. Mas nem Judas nem Simão reconheceram ou apreciaram a profundeza da paciência e ternura de Jesus com suas culpas e quanto estava Ele disposto a perdoar. Se o tivessem feito, eles também poderiam ter oferecido algum presente de gratidão em vez de invejar o presente de Maria. No entanto, suas respostas às observações de Cristo foram muito diferentes. Judas achou que o comentário de Jesus fosse um insulto e endureceu sua determinação de trair Jesus. Por mais mesquinho e egoísta que fosse Simão, quando viu como Jesus o conhecia e como Ele Se absteve de o envergonhar em público, ele respondeu ao dom de amor de Jesus. “Simão foi tocado pela bondade de Jesus em não o repreender abertamente diante dos hóspedes. Não fora tratado como desejara que Maria o fosse. Viu que Jesus não desejava expor sua culpa diante dos outros, mas buscava, por uma exata exposição do fato, convencer-lhe o espírito e, por piedosa bondade, vencer-lhe o coração” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 567).


Pense nisto: Por que alguns corações são endurecidos e outros são suavizados pela amabilidade de Deus por nós? Como a maneira de Deus nos amar se traduz em nossa maneira e amar os outros?


II. A importância das palavras amáveis

1Sm 25  -  Faleceu Samuel; todos os filhos de Israel se ajuntaram, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã. Havia um homem, em Maom, que tinha as suas possessões no Carmelo; homem abastado, tinha três mil ovelhas e mil cabras e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. Nabal era o nome deste homem, e Abigail, o de sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo o seu trato. Era ele da casa de Calebe. Ouvindo Davi, no deserto, que Nabal tosquiava as suas ovelhas, enviou dez moços e lhes disse: Subi ao Carmelo, ide a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. Direis àquele próspero: Paz seja contigo, e tenha paz a tua casa, e tudo o que possuis tenha paz! Tenho ouvido que tens tosquiadores. Os teus pastores estiveram conosco; nenhum agravo lhes fizemos, e de nenhuma coisa sentiram falta todos os dias que estiveram no Carmelo. Pergunta aos teus moços, e eles to dirão; achem mercê, pois, os meus moços na tua presença, porque viemos em boa hora; dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, qualquer coisa que tiveres à mão. Chegando, pois, os moços de Davi e tendo falado a Nabal todas essas palavras em nome de Davi, aguardaram. Respondeu Nabal aos moços de Davi e disse: Quem é Davi, e quem é o filho de Jessé? Muitos são, hoje em dia, os servos que fogem ao seu senhor. Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores e o daria a homens que eu não sei donde vêm? Então, os moços de Davi puseram-se a caminho, voltaram e, tendo chegado, lhe contaram tudo, segundo todas estas palavras. Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e também Davi, a sua; subiram após Davi uns quatrocentos homens, e duzentos ficaram com a bagagem. Nesse meio tempo, um dentre os moços de Nabal o anunciou a Abigail, mulher deste, dizendo: Davi enviou do deserto mensageiros a saudar a nosso senhor; porém este disparatou com eles. Aqueles homens, porém, nos têm sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles e de nenhuma coisa sentimos falta em todos os dias de nosso trato com eles, quando estávamos no campo. De muro em redor nos serviram, tanto de dia como de noite, todos os dias que estivemos com eles apascentando as ovelhas. Agora, pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal está, de fato, determinado contra o nosso senhor e contra toda a sua casa; e ele é filho de Belial, e não há quem lhe possa falar. Então, Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos, e disse aos seus moços: Ide adiante de mim, pois vos seguirei de perto. Porém nada disse ela a seu marido Nabal. Enquanto ela, cavalgando um jumento, descia, encoberta pelo monte, Davi e seus homens também desciam, e ela se encontrou com eles. Ora, Davi dissera: Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pagou mal por bem. Faça Deus o que lhe aprouver aos inimigos de Davi, se eu deixar, ao amanhecer, um só do sexo masculino dentre os seus. Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento e prostrou-se sobre o rosto diante de Davi, inclinando-se até à terra. Lançou-se-lhe aos pés e disse: Ah! Senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite falar a tua serva contigo e ouve as palavras da tua serva. Não se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que significa o seu nome ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém, tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste. Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o SENHOR e a tua alma, foste pelo SENHOR impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal, sejam os teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor. Este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. Perdoa a transgressão da tua serva; pois, de fato, o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. Se algum homem se levantar para te perseguir e buscar a tua vida, então, a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR, teu Deus; porém a vida de teus inimigos, este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda. E há de ser que, usando o SENHOR contigo segundo todo o bem que tem dito a teu respeito e te houver estabelecido príncipe sobre Israel, então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração o sangue que, sem causa, vieres a derramar e o te haveres vingado com as tuas próprias mãos; quando o SENHOR te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva. Então, Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR, Deus de Israel, que, hoje, te enviou ao meu encontro. Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue e de que por minha própria mão me vingasse. Porque, tão certo como vive o SENHOR, Deus de Israel, que me impediu de que te fizesse mal, se tu não te apressaras e me não vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal, até ao amanhecer, nem um sequer do sexo masculino. Então, Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido e lhe disse: Sobe em paz à tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi. Voltou Abigail a Nabal. Eis que ele fazia em casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, e ele, já mui embriagado, pelo que não lhe referiu ela coisa alguma, nem pouco nem muito, até ao amanhecer. Pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas coisas; e se amorteceu nele o coração, e ficou ele como pedra. Passados uns dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu. Ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o SENHOR, que pleiteou a causa da afronta que recebi de Nabal e me deteve de fazer o mal, fazendo o SENHOR cair o mal de Nabal sobre a sua cabeça. 


Davi havia sido insultado, e jurou temerariamente retribuir insulto com violência. Abigail o encontrou no caminho. Ela se curvou diante dele, tratando-o como um rei, e suas palavras amáveis e discurso humilde mudaram a conduta de um homem irado. “A piedade de Abigail, semelhante ao perfume de uma flor, exalava de seu rosto, de suas palavras e ações, sem que disso ela se apercebesse. O Espírito do Filho de Deus habitava em seu coração. Seu discurso, adubado pela graça, e cheio de bondade e paz, derramava uma influência celestial” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 667).


Com suas palavras bondosas e respeitosas, Abigail conseguiu fazer com que Davi percebesse quão tola e impulsiva era sua paixão por vingança, e Davi tremeu quando percebeu quão próximo estivera de agir precipitadamente contra alguém que o desprezara. No entanto, essas não eram apenas as palavras de uma mulher sábia. Eram evidência de que o Espírito de Deus vivia em seu coração e moldava suas palavras.


Pense nisto: Que situações enfrentamos em que nossas palavras tranquilas e amáveis podem intervir em uma situação explosiva e, talvez, evitar dificuldades? Como nossas palavras podem derramar a influência celestial?


III. Amabilidade em casa e entre estranhos

(Recapitule Rute 1, 2.)


Noemi era estrangeira em Moabe, e Rute era estrangeira em Belém. Rute não precisava voltar para a terra de sua sogra, mas, uma vez lá, ela assumiu a tarefa de prover sustento para Noemi e para si mesma em campo estranho, onde estava sujeita a sofrer abuso. Quão aliviada ela deve ter ficado ao encontrar amabilidade em Boaz. E ele, que era tão amável, foi rápido em reconhecer isso na mulher que estava respigando em seus campos.


Existem muitas outras histórias de hospitalidade nas Escrituras. Existe a história do casal que alimentou e abrigou Eliseu, gesto que o profeta apreciou muito, e Deus o recompensou (2Rs 4:8-37). Abraão, Ló e talvez outros, por hospedarem estranhos, “sem o saber acolheram anjos” (Hb 13:2); Somos aconselhados a fazer o mesmo.


O próprio Jesus, mesmo debaixo da crise mais agonizante que o Universo conheceu, proveu previdentemente o sustento de Sua mãe (Jo 19:25-27). Atos de amabilidade devem azeitar as rodas de todas as nossas interações com os outros, mas especialmente em casa. “Os que estimam o espírito de Cristo manifestarão polidez no lar, um espírito de benevolência mesmo nas pequenas coisas. Buscarão constantemente tornar todos felizes ao seu redor, esquecendo de si mesmos em sua bondosa atenção para com os outros. Este é o fruto que nasce na árvore cristã” (Ellen G. White, O Lar Adventista, p. 423, 424).


Pense nisto: Que lhe parece saber que o Juiz de toda a Terra faz Seu melhor para falar amavelmente a cada um de nós, desculpando nossas fraquezas até onde for possível? Quão ternos devemos ser com os que têm problemas, que são fracos e tentados? Que oportunidades temos de ser bondosos tanto em casa como entre os de fora?


Conta-se que a frase “Pratique bondade aleatória e atos sem sentido de beleza” parece ter sido cunhada pela ativista da paz Anne Herbert que a teria escrito no tapete de um restaurante em 1982 ou 1983. Muitos filmes, livros e websites começaram a absorver ou se basear no conceito, inclusive o filme A Corrente do Bem, de 2000, e o livro Random Acts of Kindness [Atos Aleatórios de Bondade], publicado em 1993 pela Conari Press.


Perguntas para reflexão


1. Jesus disse que o ato de bondade de Maria seria contado em memória dela. Relembre com sua classe antigas histórias de atos de amabilidade que você experimentou. O que torna memoráveis esses atos?

2. Rememore algumas das coisas bondosas, generosas, previdentes que Deus lhe fez. Que atos amáveis de Deus são mais memoráveis para você?


Você pode fazer cópias de várias das ideias abaixo e desafiar os amigos a tentar uma delas durante a próxima semana. Sugira que, se tiverem algumas experiências interessantes, podem lhe relatar, mesmo por e-mail.


1. Faça uma caminhada pela natureza e examine seu ambiente em busca de atos aleatórios de bondade que Deus não precisava ter feito, mas que fez, ainda assim.

2. Um website da Fundação Atos Aleatórios de Bondade, 
http://www.actsofkindness.org, oferece sugestões, histórias e citações sobre bondade. Uma história, oferecida anonimamente, diz assim: “Eu estava procurando tornar feliz o dia de alguém. Então, saí, comprei algumas flores e pus uma flor nos envelopes plásticos de jornal no bairro. Pus flores nos envelopes de todos que pude achar, até as flores terminarem. No dia seguinte, meu vizinho disse: ‘Encontrei uma flor no meu jornal!’ e respondi: ‘Alguém gosta de você!’” Que coisas anônimas seriam interessantes fazer para as pessoas de seu bairro?

3. Cristo pediu dos discípulos no Jardim de Getsêmani uma bondade que eles estavam muito fracos para oferecer. Ele estava carente de reconhecimento e apreciação, especialmente por parte daqueles por quem Ele estava oferecendo o maior de todos os sacrifícios. Porém, Ele Se lembrou de ser amável para com Maria, mesmo na ocasião escura de Seu julgamento e crucifixão. Esse ato serviu de força e conforto para Ele. Embora não possamos recuperar aquelas oportunidades perdidas de servir a Cristo, examine Mateus 25:34-46. 



Cada pequena coisa que fazemos aos outros, Cristo conta como feitas a Ele. “Cristo dá valor aos atos de sincera cortesia. Quando alguém Lhe prestava um favor, com celestial delicadeza Ele o abençoava. Não recusava a mais singela flor arrancada pela mão de uma criança e a Ele oferecida com amor” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 564). Que amabilidade você pode oferecer a Cristo nesta semana?



Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/frlic612010.html



sábado, 30 de janeiro de 2010

O fruto do Espírito Santo é amabilidade I




Começamos o estudo deste trimestre comparando o fruto do Espírito com uma laranja e seus gomos, de modo que cada gomo representa uma das virtudes cristãs e que estas devem crescer juntas no fruto.2 

Nesta semana, vamos considerar o “gomo” da benignidade ou amabilidade, que se encontra ao lado do “gomo” da bondade. A semelhança entre elas é tamanha que alguns tradutores empregam a palavra bondade quando traduzem o que na língua original está como benignidade.

Ambas são modalidades do amor, e a diferença parece consistir em que benignidade (em linguagem mais atual: amabilidade ou delicadeza) se refere à atitude ou disposição do coração, enquanto a bondade é a exteriorização dessa atitude por meio de ações ou palavras. A benignidade é algo do coração e diz respeito ao sentir e ao ser, mas para ser notada precisa se manifestar, e isso acontece através da bondade, que é o fazer. Assim, é impossível estudar e entender a benignidade sem, ao mesmo tempo, relacioná-la com a bondade.

I. DEUS: Modelo de amabilidade

Para referir-se à benignidade, o Novo Testamento emprega por dez vezes o termo chrestotes, todas de autoria paulina (Rm 11:22; Ef 2:7; Tt 3:4)3. É sua disposição favorável para toda a sua criação e independe de qualquer motivação nas suas criaturas. 

Quando está voltada para as criaturas irracionais, dá-lhes o que precisam (Jó 38:41; Sl 145:15-16; 147:7-9); quando se manifesta aos filhos de Deus, é para comunicar-lhes vida e bênção (Sl 31:19; Ef 2:5-7), sendo a base do galardão e levando-o a cumprir suas promessas; e quando dirigida aos homens que vivem longe de Deus, busca trazê-los ao arrependimento a fim de que não recebam a ira de Deus no dia de seu justo juízo (Rm 2:4-5)4. Desse modo, somos todos convidados a considerar “a bondade e a severidade de Deus” (Rm 11:22). Enquanto Sua bondade contempla aqueles que têm fé e nela permanecem, Seus juízos são direcionados àqueles que se mantêm na incredulidade. Todavia, mesmo estes, se não continuarem na incredulidade, antes se voltarem para o Senhor, tornarão a ser alvos da bondade que Ele manifesta para com Seus filhos.5

O evangelho apresenta Deus como nosso modelo de benignidade. Jesus disse: “Sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste” (Mt 5:48). Como já foi visto em estudo anterior, quando estudamos sobre o amor, esta expressão não é a melhor tradução do que, de fato, Jesus estava ensinando. O assunto que Ele vinha apresentando não era sobre perfeição e, sim, sobre o amor. A melhor tradução seria “sede vós inclusivos como inclusivo é o vosso Pai celeste”6
Então, Seu apelo, no contexto, é para incluirmos em nosso amor não apenas os bons, mas também os maus, como Deus, nosso Pai, faz.

II. Amabilidade por meio de ações


Encontramos nas Escrituras diversos exemplos de pessoas que, por meio de suas ações, manifestaram a amabilidade que havia em seu coração. Examinemos dois, um do Antigo Testamento e outro do Novo Testamento.


Abigail. Benigno é alguém amável, delicado, cortês, gentil. O contrário é uma pessoa desagradável, descortês, rude, grosseira. Em 1 Samuel 25, encontramos a narrativa acerca de um casal com essas características; um bem diferente um do outro. O homem chamava-se Nabal e a mulher, Abigail. Nabal, cujo nome significa “insensato”, é descrito como alguém muito rico, dono de rebanhos e de servos, mas, também, homem “duro e maligno em todo o seu trato” (v. 3) e, na visão de seus servos e de sua esposa, um “filho de Belial” ou “homem de Belial” (vs. 17 e 25), isto é, um homem desprezível.


Antes de Davi ser rei, quando era apenas um fugitivo, acampou, durante várias semanas, com seus homens, naquelas terras. Naqueles dias, ajudaram a proteger os rebanhos de Nabal de animais ferozes e de ladrões e respeitaram a propriedade alheia e nunca tocaram em nada do patrimônio daquele rico fazendeiro. Em um tempo de necessidade, solicitaram sua ajuda, mas ele, além de se recusar, aos gritos, fez pouco caso de Davi e seus homens.


Quando Davi soube do ocorrido, reuniu seus homens e se dirigiu à casa de Nabal para exterminar aquele homem e seus servos. Todavia, um destes anunciou a Abigail o que ocorrera. Esta, rapidamente, providenciou alimentos para Davi e seus homens e encarregou alguns de seus criados de se apressarem e levarem, adiante dela, aquele presente. Pouco depois, ela se encontrou com Davi e, mediante suas ações e suas palavras, conseguiu impedir um grande massacre. O relato a descreve como uma mulher “sensata”(v. 3), que agiu com “prudência” (v. 32). De fato, ela agiu com prontidão, foi humilde, assumiu a culpa e, com amabilidade desviou a ira de Davi e salvou a muita gente.


O bom samaritano. Na conhecida parábola do bom samaritano (Lc 10:30-37), vemos um exemplo da amabilidade em ação. Depois que o viajante fora assaltado e espancado, e depois que o sacerdote e o levita se haviam desviado, nada fazendo para prestar socorro, felizmente alguém mais viajava pela mesma estrada naquele dia. Era um estrangeiro, um odiado samaritano, que, por isso mesmo, maior razão teria para passar de largo. Mas não fez assim. Ele se aproximou, chegou bem perto do homem ferido. Logo reparou que era um judeu, alguém que odiava sua raça, alguém de outra religião, alguém que provavelmente jamais o ajudaria, se as posições estivessem invertidas. Mas isso não importava. Quem estava ali precisando desesperadamente de ajuda era um ser humano. Para ele, isso era motivo suficiente para prestar auxílio. Diz a Bíblia: “Vendo-o, compadeceu-se dele”. Ele primeiro teve compaixão em seu coração e tudo o mais que ele fez daí em diante foi apenas o resultado da misericórdia, do amor que habitava em seu coração.


“Com carinho e amabilidade tratou do ferido”,7 utilizando os recursos disponíveis. Como parte do alimento que trazia consigo, havia azeite e vinho, que também eram comumente usados para tratar ferimentos. Usou o vinho para limpar as feridas e o azeite para suavizar a dor.8 Depois, colocou-o sobre sua cavalgadura e ele próprio foi a pé, conduzindo o animal vagarosamente para não sacudir o ferido, aumentando assim seus sofrimentos.9 Chegando a uma hospedaria, cuidou dele durante a noite, velando-o carinhosamente. Pela manhã, como o doente dava mostras de estar melhor, o samaritano resolveu continuar viagem; antes, porém, fez os devidos acertos com o hospedeiro, para que este cuidasse do enfermo e lhe deu algum dinheiro, com o compromisso de cobrir qualquer despesa extra que pudesse ocorrer, quando voltasse por aquele caminho no retorno de sua viagem. Agindo assim, o samaritano mostrou ser verdadeiramente convertido. No espírito e nas ações, provou estar em harmonia com Deus e Sua lei.


III. Amabilidade na comunicação


O termo comunicação deriva do latim communis, significando comum. Para nos comunicarmos com alguém, é necessário que estabeleçamos pontos em comum com ele, de modo que, quanto maior for o número de pontos comuns, maior será a probabilidade de ocorrer boa comunicação e entendimento.10


Jesus foi o comunicador por excelência. Ele buscava Se aproximar das pessoas para lhes falar das boas-novas da salvação, através de pontos comuns a elas e a Ele. Sua própria encarnação ocorreu para que a humanidade fosse um ponto comum entre nós e Ele. 


Alguns incidentes em Sua vida servem de exemplo: 
(1) junto ao poço de Jacó, Ele alcançou o coração da mulher samaritana usando um ponto comum a ela e a ele: a sede 
(2) no dia de Sua morte, o ladrão que estava ao Seu lado aceitou a salvação. Nesse caso, o ponto comum aos dois foi a cruz.


A comunicação pode ser verbal e não verbal. A verbal ocorre quando utilizamos o verbo, a palavra, e a comunicação não verbal se expressa sem o uso de palavras e pode incluir inflexão da voz, modo de olhar e posição e gestos do corpo.


Como filhos de Deus, possuidores do fruto do Espírito, precisamos ser amáveis em todas as forma de comunicação. Desse modo, a amabilidade ficará vidente não só no conteúdo de nossa mensagem, nas palavras de nossos lábios, mas também no tom de nossa voz, na expressão de nosso olhar e em nossa linguagem corporal.


IV. Amabilidade deve ser cultivada


Em uma seção de sua carta aos Colossenses (3:5-17), o apóstolo Paulo compara e contrasta o estilo de vida que tínhamos quando estávamos apartados de Cristo e a nova vida que agora vivemos, andando em Seus caminhos. O velho homem versus o novo homem.11


O velho homem foi crucificado (Rm 6:6). Que significa isso? O método da crucifixão parece ter sido inventado pelos fenícios e, depois, adotado pelo império romano para executar os piores criminosos e os traidores. Quando alguém era pregado em uma cruz, estava oficialmente morto. Todavia, ainda permanecia vivo por alguns dias, enquanto a vida se esvaia aos poucos e, ao final, ocorria a morte, geralmente por asfixia. No caso de Cristo, desde que foi colocado na cruz até o momento de Sua morte decorreram apenas seis horas porque Ele não morreu de crucifixão. Ele morreu de coração partido, em razão de que levou sobre Si os nossos pecados. Já os dois ladrões que estavam ao Seu lado foram retirados da cruz – porque os judeus não deixavam ninguém na cruz no dia de sábado – e suas pernas foram quebradas para que não fugissem e também para apressar sua morte.


Algo semelhante ocorre com o cristão. Quando ele crê em Cristo como Filho de Deus, seu Salvador e Senhor de sua vida, o cristão é colocado na cruz. Sua velha natureza pecaminosa está oficialmente morta, mas ela não desapareceu, ainda está lá, todavia, dominada pela graça de Deus. Se o cristão se afastar de Deus, ela descerá da cruz e voltará a praticar as mesmas coisas de antes (Gl 2:19; 6:14; cf. 1Co 9:27). Por isso, temos algo a fazer: renovar cada dia nosso compromisso com Cristo. Na linguagem de Paulo: “fazei, pois, morrer, a vossa natureza terrena” (V. 5) ou “despojai-vos” (v. 8). 


Precisamos dia a dia, abandonar as velhas práticas pecaminosas, mas, também, cultivar as graças cristãs. A figura que ele usa para ilustrar é a do vestuário. Imagine alguém trajando vestes sujas, rotas, mal-cheirosas, tirando-as uma a uma e, depois, vestindo-se de roupas novas, limpas e belas. 


Ele diz: “vos despistes do velho homem” (v. 9). E quais eram as vestes desse velho homem? Prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno, avareza, ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena e mentira (vs. 5, 8-9). 


E acrescenta: “vos revestistes do novo homem” (v. 10). Quais são as vestes desse novo homem? “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de ternos afetos de misericórdia, bondade, humildade, mansidão, longanimidade. Suportai-vos uns aos outros, perdoai-vos mutuamente, (...) acima de tudo isto, porém, esteja o amor, que é o vínculo da perfeição. Seja a paz de Cristo o árbitro em vosso coração, à qual, também, fostes chamados em um só corpo; e sede agradecidos” (v. 12-15).


Mas como isso é possível? Como podemos nos despir do mal e nos revestir do bem? Como podemos ser, inclusive, pessoas amáveis, cheias de ternos afetos? O segredo foi revelado no verso que se segue: “Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo” (v. 16). Quando buscamos conhecer e apegar-nos à Palavra de Deus, quando ela se torna abundante na vida da igreja e em nossa vida pessoal, essa transformação é possível.


A conversão é apenas o início da vida cristã. Nesse momento há uma lacuna entre nossos ideais e a realidade de nosso comportamento. Na sequência deve vir nossa caminhada com Cristo, quando ocorre nossa formação espiritual, fundamentada nas virtudes, de modo que somos mudados, moldados, a partir do interior. É um processo intencional (Tg 1:4). Desse modo, enquanto a salvação ocorre unicamente pela misericórdia de Deus, sem o esforço humano (Rm 9:16), o crescimento em Cristo envolve a cooperação entre Deus e Seus filhos (1Jo 3:3; Fp 2:12-13).12


“Temos que aprender que graça é o oposto de merecimento e não de esforço.”13 
“Deus trabalha em nós e conosco, nunca contra nós ou sem nós.”14 
O nosso esforço acontece mediante uma força sobrenatural dentro de nós (Fp 2:12-13), que recebemos de Deus (Jo 1:12). 
Entramos nas virtudes gradualmente e isso vem por meio da prática.15


“Uma virtude é demonstrada quando escolhemos servir em vez de dominar ou manipular; quando escolhemos respeitar em vez de cobiçar ou ameaçar; quando escolhemos ser amáveis em vez de ser truculentos. Escolher a virtude é escolher submeter nossa vontade a Deus e agir como Jesus agiria.”16


V. Amabilidade: Pensamentos afins


“Desconfio que as pessoas mais felizes que você conhece são aquelas que se esforçam por ser generosas, prestativas e confiáveis – e a felicidade entra de mansinho em sua vida enquanto elas estão ocupadas com esse esforço.”17


“Quando eu era jovem, admirava as pessoas espertas. Agora que sou velho admiro os generosos.”18
Como ao corpo humano alguns tipos de alimentos e algumas atividades trazem mais saúde, enquanto outros o debilitam, assim também ocorre com a mente humana. “Ciúme, egoísmo e desconfiança a envenenam; honestidade, generosidade e alegria a revigoram. Sentimo-nos melhor, de maneira literal, quando nos esforçamos para ajudar alguém.”19


“O que verdadeiramente caracteriza uma pessoa é sua maneira de tratar alguém que não pode trazer-lhe nenhum bem.”20


“Quero fazer todo o bem que puder, por todas as pessoas que puder, do maior número de maneiras que puder e pelo maior tempo que eu puder.”21


“O propósito da vida não é vencer, mas crescer e compartilhar. Quando olhar para trás e contemplar tudo o que fez na vida, você extrairá mais satisfação do prazer que levou à vida de outras pessoas do que dos momentos em que você as sobrepujou e derrotou.”22


“Você consegue fazer mais amigos em dois meses demonstrando seu verdadeiro interesse pelas outras pessoas do que em dois anos tentando fazer com que os outros se interessem por você.”23
“Fazemos um bem extraordinário a nós mesmos quando fazemos algo pelos outros.”24


“O que damos aos outros transmite uma poderosa mensagem com relação a quem somos. Nossa maneira de reagir diante da indelicadeza, injustiça ou ingratidão fala intensamente sobre o nosso verdadeiro caráter.”25


Autor: Emilson dos Reis


Emilson dos Reis atuou como pastor distrital em diversas igrejas no Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.  Foi pastor e professor no Instituto Adventista Cruzeiro do Sul e no Centro Universitário Adventista de São Paulo.  É doutor em Teologia Pastoral e  diretor da Faculdade Adventista de Teologia no UNASP, onde também leciona as disciplinas de Introdução Geral à Bíblia e Homilética. É autor dos livros: Introdução geral à BíbliaAprenda a liderarComo preparar e apresentar sermões O dom de profecia no púlpito.




Referências bibliográficas

Ver neste site o comentário da primeira lição.
3. E. Beyreuther, “Bom, Belo, Bondoso”, Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento, 4 Vols., editado por Colin Brown, traduzido por Gordon Chown (São Paulo: Vida Nova, 1985), 1:326; Donald Grey Barnhouse, Man’s Ruin / God’s Wrath (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Company, 1959), 25.
4. Alfredo Borges Teixeira, Dogmática evangélica (São Paulo: Atena, 1958), 95; Heber Carlos de Campos, O ser de Deus e os seus atributos, 2ª ed. (São Paulo: Cultura Cristã, 2002), 255-256; Augustus H. Strong, Teologia sistemática, 2 vols., traduzido por Augusto Victorino (São Paulo: Teológica, 2002) 1:432, 437; Lewis Sperry Chafer,Teologia sistemática, 8 vols., traduzido por Heber Carlos de Campos (São Paulo: Hagnos, 2003), 2:230. Ver também G. Raymond Carlson, “The Epistle of Paul to the Romans”, The Complete Biblical Library (Springfield, MI: The Complete Biblical Library, s. d.), 7:39; A. Berkeley Michelsen, “La Epistola a los Romanos”, El comentario biblico Moody, red. Everett F. Harrison (Chicago: Editorial Moody, 1971), 249.
5. Dale Moody, “Romanos”, Comentário bíblico Broadman, editado por Clifton J. Allen, traduzido por Adiel Almeida de Oliveira (Rio de Janeiro: JUERP, 1984), 10:286.
6. John Stott, A mensagem do Sermão do Monte: contracultura cristã, 3ª ed. (São Paulo: ABU, 2001), 122-123; R. V. G. Tasker, Mateus: introdução e comentário (São Paulo: Vida Nova e Mundo Cristão, 1985), 56. Ver o texto paralelo de Lc 6:36. No próprio sermão do Monte Jesus não ensinou que vamos ser perfeitos, sem pecado, antes que, vamos continuar tendo fome e sede de justiça, a qual será plenamente satisfeita apenas quando estivermos em Seu reino de glória (Mt 5:6). É para este reino que apontam as recompensas das bem-aventuranças (Mt 5:3-12). Ele também nos ensinou a orar enquanto estivermos neste mundo: “perdoa-nos as nossas dívidas” (Mt 6:12).
7. Ellen G. White, Parábolas de Jesus, 379.
8. R. Jamieson, A. R. Fausset e D. Brown, Comentario Exegetico y Explicativo de la Biblia, Buenos Aires: Casa Bautista de Publicaciones, 1981, Tomo II, pág. 149.
9. Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, pág. 294.
10. Howard Hendricks, Ensinando para Transformar Vidas (Venda Nova: Betânia, 1991), 74.
11. Ver também Ef 4:17 a 5:21, onde se encontra um texto paralelo.
12. Gary L. Thomas, As virtudes cristãs (Rio de Janeiro: Textus, 2003), 26, 29.
13. Dallas Willard, citado em Ibid., 45.
14. Johm Owen, citado em Ibid., 54.
15. Ibid., 63.
16. Ibid., 27.
17. Harold S. Kushner, Quando tudo não é o bastante (São Paulo: Nobel, 1987), 14.
18. Abraham Joshua Heschel, citado em Ibid., 33.
19.Ibid., 104.
20. Ann Landers, citado em Glenn Van Ekeren, 12 segredos simples da felicidade, 3ª ed. (São Paulo: Cultrix, 2002), 12.
21. D. L. Moody, citado em Ibid., 34.
22. Harold Kushner, rabino, citado em Ibid., 36.
23. Dale Carnegie, citado em Ibid., 46.
24. Horace Mann, citado em Ibid., 72.
25. Ibid., 76.




sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O fruto do Espírito Santo é paciência




Nosso estudo desta semana trata da longanimidade ou paciência (NVI) – virtude encontrada no próprio Deus e que Seu Espírito deseja implantar em nós.


I. A LONGANIMIDADE DE DEUS


A longanimidade de Deus é expressa no Antigo Testamento pela expressão erekh ’appayim (Êx 34:6; Nm 14:18; Sl 86:15; 103:8; Is 48:9; Na 1:3). Literalmente, significa “longo de rosto”, e a partir daí transmite a ideia de lentidão para a ira e para punir o erro. No grego a expressão é makrothumía (Rm 2:4; 9:22; 2Pe 3:15), literalmente, “grandeza de ânimo” – para amar e esperar, perdoar e esquecer. É o aspecto da bondade de Deus que tolera o pecador, apesar de sua demora no mau caminho. Fica entre os extremos da ira e da graça e se manifesta quando Deus adia, temporariamente, o merecido julgamento e continua a oferecer salvação e graça por longos períodos de tempo, dando espaço para arrependimento e conversão (1Tm 1:16; Ap 2:21).  Este procedimento pode ser visto em Seu trato com Israel (Nm 14:18; Sl 103:8, 9) e com os antediluvianos (1Pe 3:20) e, na atualidade, com o mundo em relação à vinda de Seu Filho (2Pe 3:9)2.


O Novo Testamento também traz a palavra anochē, empregada apenas em Romanos 2:4 e 3:25, em ambos os casos traduzida geralmente como tolerância e referindo-se à longanimidade de Deus, sem qualquer distinção nítida de makrothumía.  Significa conter, fazendo referência ao juízo. É empregada na literatura grega, às vezes, para se referir a uma trégua, a qual implica na cessação das hostilidades das partes em conflito. Semelhantemente, a longanimidade de Deus para com a humanidade é uma espécie de trégua divina temporária que Ele tem proclamado em Sua graça3. Todavia, há o perigo de o homem abusar da longanimidade de Deus, o que ocorre quando, em vez de gratidão e correto aproveitamento da oportunidade para arrependimento e reforma de vida, há manifesto desprezo para essa longanimidade.


Aqueles que assim procedem imaginam que, por ser Deus longânimo, e por frequentemente reter a condenação e a punição merecidas, não cumprirá as ameaças que fez, ou que, por alguma razão, estão excluídos da punição judicial de Deus (como foi o caso dos judeus que confiavam que sairiam ilesos por serem o povo da aliança e por seu parentesco com Abraão (Ver Mt 3:7-9; Lc 13:28, 29; Rm 9:6-8 cf. Gl 3:7)4.  Embora Deus seja longânimo para com a humanidade pecadora, essa longanimidade tem um limite temporal, além do qual sua ira permanece5. Se for desprezada ou abusada (1Pe 3:20), servirá para exasperar a ira de Deus e para confirmar a destruição anunciada, resultando em grande severidade no juízo, como o que ocorreu com Faraó.


II. A LONGANIMIDADE DE JESUS


Embora Jesus fosse muito longânimo, o evangelho revela que Sua paciência também tinha limites. Ele manifestava Sua indignação, fosse em palavras, ou em ações, em face de forças e poderes de vontade que se estabeleciam contra Deus. Assim, Ele Se irou contra Satanás (Mt 4:10; 16:23), contra os demônios (Mc 1:25; 9:25; Lc 4:41) e por causa da natureza demoníaca dos homens (Jo 8:44), notadamente os fariseus (Mt 12:34; Mt 15:7; Mt 23:33), por causa da “dureza do seu coração” (Mc 3:5, 6; cf. Lc 6:6, 7). Ele também Se irou contra aquelas cidades que recusaram Seus apelos para conversão (Mt 11:20-24), contra os vendedores do templo que, por sua profanação, mostravam que não tomavam Deus a sério (Mt 21:12, 13; Jo 2:13-17) e contra os discípulos por sua falta de fé (Mt 17:17).


Também em Seus ensinos, o esgotamento da paciência é visto mesclando Sua compaixão. Desse modo, o senhor da festa já havia esgotado sua paciência quando seu convite foi desprezado pelos convidados (Lc 14:21). O mesmo ocorreu quando o mau servo não correspondeu à grande misericórdia demonstrada para com ele (Mt 18:34-35). Ainda, nos eventos finais a serem cumpridos em Seu segundo advento, Ele é o Senhor que repudia toda ligação com aqueles contra os quais está irado (Mt 7:23; 25:12; Lc 13:27), e que em ira destrói Seus inimigos (Lc 12:46; 19:16; Mt 22:7) e que lança os rejeitados no fogo (Mt 13:41, 42; 49-50; 25:41), onde há choro e ranger de dentes (Mt 22:13; 25:30). Na linguagem apocalíptica, Ele é “o Rei dos reis e Senhor dos senhores” que “pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-poderoso” (Ap 19:15, 16), no “grande Dia” da “ira do Cordeiro” (Ap 6:15, 16), quando Sua ira é dirigida particularmente contra os que desprezam Seu sacrifício como o Cordeiro que tira o pecado do mundo.


III. A LONGANIMIDADE DO CRISTÃO


Repetidamente, o Novo Testamento nos orienta a ser pacientes com aqueles que estão à nossa volta, mas isso somente será possível se o Espírito de Deus habitar em nós. Deus, que é paciente para conosco, pode nos tornar pacientes para com os outros.


Precisamos ser pacientes com os fracos. 


No fim de sua carta aos Romanos, Paulo trata da ética cristã e menciona como deve ser a relação entre cristãos fortes e cristãos fracos. Ele acreditava que os fortes é que estão corretos, escreveu da perspectiva deles e colocou-se como um deles (Rm 14:14, 20; 15:1).


A diferença entre fortes e fracos diz respeito a assuntos não essenciais sobre os quais as Escrituras não se pronunciam com clareza. Nesses casos, cada um tem a liberdade de seguir sua consciência, mas isso pode vir a causar divisão entre os crentes. Os fortes na fé são aqueles que sabem distinguir com clareza, que são maduros em sua experiência cristã. Os fracos na fé são fracos em suas convicções, imaturos, incultos e até equivocados. Todavia, não devem ser ignorados nem censurados, antes, acolhidos na comunidade cristã, e essa aceitação deve ser sem discussões, debates ou julgamentos, mas respeitosa para com suas opiniões (Rm 14:1).


Os fracos devem ser aceitos: 
(1) porque o próprio Deus os acolheu (Rm 14:2, 3); (2) porque Seu Filho morreu e ressuscitou para ser o Senhor (Rm 14:4-9); 
(3) porque são nossos irmãos (Rm 14:10); 
(4) porque todos nós haveremos de comparecer diante do tribunal de Deus (Rm 14:10-13).


Outro princípio que Paulo apresenta é o de que não devemos agradar a nós mesmos (Rm 15:1-13). As razões para isso são: 
(1) Cristo não agradou a Si mesmo (v. 3-4); 
(2) porque Deus está disposto a unir fortes e fracos para que tenham o mesmo sentimento de uns para com outros e em sua adoração (v. 5, 6); 
(3) porque Cristo os acolheu (v. 7); 
(4) porque Cristo Se tornou servo. Como foi dito: “No essencial, unidade; em não essenciais, liberdade; em todas as coisas, caridade.”6

Precisamos ser pacientes quando anunciamos o evangelho


Revendo as narrativas bíblicas, percebemos que a proclamação do evangelho pode se deparar com três possíveis resultados: 
(1) Rejeição. Quem ouve não aceita e essa resposta é definitiva. O moço rico se enquadra nesta categoria (Mt 19:16-22).7 
(2) Procrastinação. A pessoa não aceita no momento. Todavia, depois, algumas vezes muito tempo depois, ela diz “sim” a Cristo. Foi o que ocorreu com Nicodemos (Jo 3:1-21).8 
(3) Pronta aceitação. O evangelho é imediatamente aceito. Esse foi o caso da mulher samaritana (Jo 4:1-43).9 


Portanto, nem todos os que ouvem o Evangelho se decidem a seu favor, e aqueles que o fazem nem sempre o farão de imediato. A aceitação ou não do Evangelho e a rapidez ou demora para que isso ocorra não depende apenas de Deus ou do mensageiro. Depende, em boa medida, da disposição do coração daquele que o recebe.


Devemos também considerar que as pessoas costumam filtrar as informações que recebem. Cada informação que nos chega precisa passar por alguns filtros, ou peneiras, antes de concordarmos com ela e a recebermos. Esses filtros ou peneiras são formados por nossas experiências, nosso conhecimento e as informações anteriores que recebemos e acatamos.


Sendo assim, podemos imaginar que, se vamos dar estudos bíblicos para um jovem que nunca teve uma experiência religiosa, nunca se filiou a uma religião e nunca leu nada a respeito do evangelho, encontraremos alguém com poucos filtros e a mensagem que lhe transmitimos vai sendo absorvida com certa facilidade. Por outro lado, se vamos levar nossa mensagem para uma pessoa de mais idade, que já pertenceu a várias denominações religiosas, que já leu milhares de páginas sobre as mais diferentes doutrinas, é certo que encontraremos alguém que possui muitos filtros. Nesse caso, cada aspecto da verdade que apresentamos depara-se com pensamentos diferentes e contrários, alguns deles bastante enraizados, e que se constituem numa barreira ou num filtro que impede ou dificulta a aceitação da nova informação que estamos transmitindo. É de se esperar que a conversão da primeira pessoa acima mencionada seja muito mais fácil e rápida do que a do segundo.


Você pode perceber isso em sua igreja local. Relembre as cerimônias batismais às quais você tem assistido.  Quantas crianças, adolescentes e jovens foram batizados? E quantos foram os de meia idade ou da terceira idade? De qualquer modo, não nos esqueçamos de que o evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1:16). 


Devemos fazer nossa parte, e da melhor maneira possível, orando com fervor para que Deus atue poderosamente por meio de Sua Palavra e de Seu Espírito na vida daqueles a quem buscamos evangelizar, de modo que reconheçam a verdade, creiam em Deus e cheguem à salvação.


Precisamos desenvolver a paciência. 


Nessa empreitada, podemos contar com a ajuda de Deus. Essa é uma das razões pelas quais Ele nos permite passar por provas e dificuldades: elas nos ajudam a cultivar um caráter paciente e constante e a desenvolver a maturidade cristã. Como disse Paulo: “Também nos gloriamos nas próprias tribulações, sabendo que a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança” (Rm 5:3, 4).


Precisamos saber que a paciência tem seus limites. 


Há pessoas que precisam lidar com dinamite, como é o caso daqueles que trabalham na abertura de rodovias em nosso país. A banana de dinamite possui um pavio acionado por um chispa de fogo. Normalmente, o pavio é longo, de modo que, depois de aceso com o fogo, decorra um tempo razoavelmente longo para explodir, de maneira que aqueles que estão próximos possam procurar um lugar seguro a fim de não ser atingidos pela explosão. Se o pavio fosse muito curto, a explosão ocorreria de imediato e não haveria tempo para que as pessoas se protegessem. 

Todos nós já ouvimos falar em pessoas “com pavio curto”, isto é, pessoas que não têm paciência e explodem rapidamente, mesmo por motivos triviais. Ao contrário, Deus é longânimo, isto é, tem longo ânimo, longa paciência, ou, de acordo com nossa ilustração, tem um pavio longo. E Ele também nos convida a ser como Ele, pacientes, longânimos nos relacionamentos com nossos semelhantes. Assim, se, por um lado, é pecado ter “pavio curto”, explodir rapidamente, por outro, é parte do fruto do Espírito ser longânimo. Também devemos recordar que chega o momento em que mesmo o pavio longo é consumido pelo fogo e a dinamite explode. De igual maneira, embora Deus seja longânimo, chega o momento em que mesmo a Sua paciência se esgota.



Há situações em que é correto não termos mais paciência. Isso pode ser ilustrado pelo procedimento adotado pelas escolas. Quando um aluno é rebelde, indisciplinado, briguento, desrespeitoso com colegas e professores, viciado em drogas, o que é feito? As escolas costumam ter uma política para lidar com esses casos. Primeiramente, o aluno recebe uma advertência oral. Quando ele repete seu mau comportamento, recebe uma advertência escrita. Na ocasião seguinte, seus pais são comunicados. E assim, com paciência, vão tratando do seu caso. Todavia, se ele persistir no erro, acabará sendo expulso da escola. E isso será absolutamente necessário para o bem dos demais. Sua permanência na escola seria um grave erro por desconsiderar os direitos e o bem estar de todos os outros.
Portanto, Deus é muito longânimo para com os homens e para conosco, individualmente. É por essa razão que Ele nos concede tempo suficiente para o arrependimento e a mudança de vida, para formarmos um caráter como o de Cristo. Aproveitemos a oportunidade e permitamos que Seu Espírito nos molde e nos torne pacientes nos relacionamentos para com nossos semelhantes.




Autor: Emilson dos Reis


Referências bibliográficas


2. U. Falkenroth e Colin Brown, “Paciência, Firmeza, Perseverança”, Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento, 4 vols., traduzido por Gordon Chown (São  Paulo: Vida Nova, 1985), 3:372.
3. Everett F. Harrison, “Romans”, The Expositor’s Bible Commentary, 12 vols. (Grand Rapids, MI: The Zondervan Publishing House, 1984), 10:29.
4. Barmby, J. e J. Radford Thomson, “The Epistle of Paul to the Romans”,  The Pulpit Commentary (Grand Rapids, MI: William B. Eerdmans Publishing Company, reimpressão 1977), 18: 58-59.  Discorrendo sobre este tópico, Ellen White declarou que “passado o período de nossa prova, se formos achados transgressores da lei de Deus, encontraremos no Deus de amor um ministro de vingança. Deus não Se compromete com o pecado. Os desobedientes serão punidos... O amor de Deus agora se expande para incluir o mais baixo e vil pecador que, contrito, venha a Cristo. Estende-se para transformar o pecador num obediente e fiel filho de Deus; mas nenhuma alma pode ser salva se continuar em pecado.
“O pecado é a transgressão da lei, e o braço que é agora poderoso para salvar, será forte para punir quando o transgressor ultrapassar as fronteiras que limitam a paciência divina”. Ellen White, Mensagens Escolhidas, 2:313.
5. Idem, Profetas e Reis, 276, 417; idem, Testemunhos Seletos, 2:62-63; idemGrande Conflito, 36.
6. John R. W. Stott, Romanos (São Paulo: ABU, 2000), 432-454.
7. O jovem rico “recusou o oferecimento da vida eterna, e foi embora, e haveria o mundo, daí em diante, de receber sempre o seu culto.” Ellen White, O Desejado de Todas as Nações, 365.
8. “Durante algum tempo, Nicodemos não reconheceu publicamente a Cristo... Quando, afinal, Jesus foi erguido na cruz... Nicodemos viu em Jesus o Redentor do mundo.
“Depois da ascensão do Senhor, quando os discípulos foram dispersos pela perseguição, Nicodemos tomou ousadamente a dianteira. Empregou sua fortuna na manutenção da igreja infante... Tornou-se pobre em bens deste mundo; todavia, não vacilou na fé que tivera seu início naquela conferência noturna com Jesus”. Ibid., 115.
9. Ao estar a samaritana conversando com Jesus, junto ao poço de Jacó, “nela se começou a formara convicção acerca de Seu caráter. Surgiu-lhe no espírito a indagação: ‘não poderia Este ser o tão longamente esperado Messias?’ disse-Lhe: ‘Eu sei que o Messias (que Se chama Cristo) vem; quando ele vier nos anunciará tudo’. Jesus respondeu: ‘Eu o sou, Eu que falo contigo’(Jo 4:25, 26).
“Ao ouvir a mulher estas palavras, a fé brotou-lhe no coração. Aceitou a maravilhosa comunicação dos lábios do divino Mestre”.  Ibid., 124.


quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Paciência um dom de Deus








“Vocês precisam ter paciência para poder fazer a vontade de Deus e receber o que Ele promete” (Hebreus 10:36 NTLH)



No grego, duas palavras expressam o significado de paciência, outro fruto do Espírito. 


O primeiro é hupomone, traduzida como resistência, firmeza e fortaleza em circunstâncias irreversíveis 


A segunda palavra, makrothumia, significa ter espírito “paciencioso” ou “que não perde o ânimo”. É o oposto do temperamento irritado, impaciente e que se frustra facilmente. Em geral, significa apegar-se às coisas e não ser extraviado pela adversidade. Normalmente, a palavra é aplicada a ter paciência com as pessoas.


Uma pessoa paciente é meiga, gentil e constante em todas as circunstâncias. O verdadeiro teste de paciência não é a espera mas a maneira de se comportar enquanto espera. “Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma” (Tg 1:4, RC).


Alcançar esse ponto na vida requer prática, aliada à graça de Deus e a disposição de pôr de lado o eu e submeter-se aos ditames do Espírito Santo. As boas-novas são que, se aprendermos a paciência, estaremos em posição de receber muitas outras bênçãos de Deus.






Paciência é atributo de Deus


“E passando o Senhor por diante dele, clamou: Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo e grande em misericórdia e fidelidade” (Êx 34:6)


Uma das muitas histórias da Bíblia que ilustram a paciência de Deus foi Seu trato com Nínive. O profeta Jonas reconheceu a paciência de Deus: “Ah! Senhor! Não foi isso o que eu disse, estando ainda na minha terra? Por isso, me adiantei, fugindo para Társis, pois sabia que és Deus clemente, e misericordioso, e tardio em irar-Se, e grande em benignidade, e que Te arrependes do mal”(Jn 4:2).


Note algumas das outras qualidades com que a paciência é combinada em Êxodo 34:6  - E, passando o SENHOR por diante dele, clamou: SENHOR, SENHOR Deus compassivo, clemente e longânimo (paciente) e grande em misericórdia e fidelidade; 


A graça, a misericórdia, a clemência, a bondade e a verdade protegem e sustentam até os pecadores mais endurecidos a fim de lhes dar o máximo de tempo e vantagem para mudar de vida. Se Deus removesse as pessoas tão depressa e frequentemente quanto nós fazemos, todos estaríamos mortos.


1. Por que Deus é paciente com os pecadores? (2Pe 3:8, 9 - Há, todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: ..... Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao arrependimento.). 


Como você vê a realidade dessa verdade manifesta em você mesmo ou em outros?


Se alguém lhe perguntasse como você vê Deus, como O descreveria? Isto é esclarecedor, porque a imagem que o cristão tem sobre Deus define sua visão de mundo e maneira de tratar os outros. Se vemos Deus como alguém zangado e prestes a castigar, como provavelmente trataríamos os outros na igreja e em casa?


2. Como podemos aprender a fazer o que o Senhor nos ordena a fazer em Romanos 15:5?


Ora, o Deus da paciência e da consolação vos conceda o mesmo sentir de uns para com os outros, segundo Cristo Jesus, 




Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/frlic512010.html

Paciência exigida no dia a dia







Rogo-vos, pois, eu, o prisioneiro no Senhor, que andeis de modo digno da vocação a que fostes chamados, com toda a humildade e mansidão, com longanimidade (paciência), suportando-vos uns aos outros em amor, (Efés. 4:1-2)


3. Leia Efésios 4:1, 2. Veja os elementos que Paulo apresenta para aqueles que devem caminhar “de maneira digna” do Senhor. Entre eles está a paciência (NVI). Como a paciência está relacionada com os outros atributos apresentados? Isto é, como se alimentam mutuamente?


A igreja é uma mistura de pessoas de várias origens e culturas. Também inclui pessoas que estão em diferentes degraus na escada da maturidade. A paciência é necessária para viver bem onde existem tantas diferenças. Para os que são maduros, é uma tentação ser impacientes para com os mais imaturos. Apesar de haverem levado anos para chegar a seu presente nível de conhecimento, frequentemente os amadurecidos estão pouco dispostos a dar aos imaturos a mesma quantidade de tempo e estudo para alcançar seu nível de conhecimento e entendimento.


4. Qual é o conselho de Paulo sobre a maneira de lidarmos com os fracos na fé? 


Rm 14:1 - Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões. 

Rm. 15:1 - Ora, nós que somos fortes devemos suportar as debilidades dos fracos e não agradar-nos a nós mesmos.


A paciência na igreja é uma coisa. Mas que dizer da paciência em casa? O que nos deixa impacientes com os outros membros da família? Quanto tempo devemos orar pelos membros da família que estão fora da fé? Você conhece alguém que orou por algum familiar por muitos anos antes que a pessoa desse o coração ao Senhor? De que modos práticos podemos aprender a cultivar paciência com os familiares? Por que a morte para o eu é tão importante também nesse assunto?


Provavelmente, se pudermos ser pacientes em casa, com os que estão sempre junto de nós, seremos pacientes também com os outros.


Como o Senhor tem sido paciente com você? Como essa realidade pode ajudá-lo a mostrar paciência pelos outros? Se o Senhor o tratasse da mesma forma como você trata os outros, qual acha você que seria seu destino?





Extraído de:http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2010/frlic512010.html