quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Prisão ou cidades de refúgio para o crime culposo?

“Nós, que nos refugiamos nEle para tomar posse da esperança a nós proposta. Temos esta esperança como âncora da alma” (Hebreus 6:18, 19, NVI).

Leituras da semana: Nm 33–36; Js 20:1-7; Ef 2

Embora Deus fosse fiel em fazer tudo o que prometera, a nação em si, pelo menos a primeira geração, provou-se infiel e, em vez de herdar a terra oferecida, morreu em um deserto cruel no lado oposto do rio Jordão, o lado do qual eles deveriam ter fugido. Que tragédia, especialmente porque isso não precisava ter acontecido! Tudo lhes fora dado, tudo Deus fizera por eles, mas eles ainda se negaram a confiar, recusaram-se a agir pela fé, embora testemunhassem manifestações dramáticas do poder de Deus de maneira que a maioria de nós nunca viu e, pelo menos nesta vida, provavelmente nunca verá.

Mas o Senhor não havia terminado Sua obra, de maneira alguma. O tema da Bíblia, novamente, é de que Deus cumprirá Suas promessas. O Senhor vai levar Seu povo redimido para um novo Céu e uma nova Terra. Sem dúvida! A única pergunta para nós é: estaremos lá, ou seremos como a primeira geração, que, apesar de tudo o que foi feito por ela, recusou-se a receber as promessas que lhe foram feitas?

Nesta semana, a última no estudo do livro de Números, vamos revisar alguns dos preparativos finais dos filhos de Israel antes de entrar na herança prometida.

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Lição de história

1. Faça uma leitura superficial de Números 33. Por que você acha que o Senhor pediu a Moisés que descrevesse “suas saídas, caminhada após caminhada”? Qual pode ter sido o propósito?

Esta é realmente uma história incrível, se você pensar nela. Uma nação inteira foge de seus captores, depois de séculos de opressão e, por quatro décadas, sobrevive errante no ambiente hostil do deserto do Sinai. Só pela graça, pelo poder e pelos milagres de Deus isso poderia acontecer. Note, igualmente, como o texto de Números 33:2 enfatiza que eles se moveram de lugar para lugar “conforme o mandado do Senhor”. O Senhor queria que eles, e as gerações futuras, nunca se esquecessem de que, realmente, toda a história do povo hebreu a caminho no deserto é a história de Deus e Sua conduta com os pecadores no esforço de salvá-los e levá-los para a Terra Prometida.

Por mais poderosa que seja essa história, hoje existem estudiosos bíblicos que, mesmo que não neguem a realidade de um grupo de ex-escravos deixando o Egito, tentam atribuir isso a circunstâncias puramente naturais. Fazem exatamente o que o Senhor não queria que fosse feito, isto é, se esquecem de que Deus foi o centro de tudo o que aconteceu.

2. Leia Números 33:50-56. -  Disse o SENHOR a Moisés, nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando houverdes passado o Jordão para a terra de Canaã, desapossareis de diante de vós todos os moradores da terra, destruireis todas as pedras com figura e também todas as suas imagens fundidas e deitareis abaixo todos os seus ídolos; tomareis a terra em possessão e nela habitareis, porque esta terra, eu vo-la dei para a possuirdes; herdareis a terra por sortes, segundo as vossas famílias; à tribo mais numerosa dareis herança maior; à pequena, herança menor. Onde lhe cair a sorte, esse lugar lhe pertencerá; herdareis segundo as tribos de vossos pais. Porém, se não desapossardes de diante de vós os moradores da terra, então, os que deixardes ficar ser-vos-ão como espinhos nos vossos olhos e como aguilhões nas vossas ilhargas e vos perturbarão na terra em que habitardes. E será que farei a vós outros como pensei fazer-lhes a eles.

Ponha de lado o contexto histórico imediato (e a inevitável questão difícil que cria para nós hoje), que importante princípio espiritual se acha nestes textos? Pelo que você sabe da história do antigo Israel depois que eles povoaram a terra, por que foi tão importante esse mandamento sobre o trato com esses povos?

O meio-termo com o mundo sempre foi e continua sendo “farpas em seus olhos e espinhos em suas costas” (v. 55, NVI) para o povo do Senhor. A menos que nos protejamos das más influências do mundo e da cultura circundante, sempre estaremos em perigo de permitir que essas coisas corrompam nossa fé e nos façam extraviar.

Como podemos nos proteger das influências negativas que estão sempre ao nosso redor? Que decisões pessoais você, e você só, deve tomar para limitar o impacto negativo dessas influências?


Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1342009.html

Cidades dos levitas e cidades de refúgios




Cidades dos levitas

Devemos nos lembrar de que, por causa da lealdade dos levitas no Sinai, eles deviam ser recompensados. Deus seria sua porção. Não obstante, o Senhor tomou providências específicas para eles e como eles viveriam no meio do povo que deviam servir.


3. Que provisão foi tomada pelos levitas? O que isso nos ensina sobre o modo de vida que os levitas deveriam ter?

Nm 35:1-8   -   Disse mais o SENHOR a Moisés, nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó: Dá ordem aos filhos de Israel que, da herança da sua possessão, dêem cidades aos levitas, em que habitem; e também, em torno delas, dareis aos levitas arredores para o seu gado. Terão eles estas cidades para habitá-las; porém os seus arredores serão para o gado, para os rebanhos e para todos os seus animais. Os arredores das cidades que dareis aos levitas, desde o muro da cidade para fora, serão de mil côvados em redor. Fora da cidade, do lado oriental, medireis dois mil côvados; do lado sul, dois mil côvados; do lado ocidental, dois mil côvados e do lado norte, dois mil côvados, ficando a cidade no meio; estes lhes serão os arredores das cidades. Das cidades, pois, que dareis aos levitas, seis haverá de refúgio, as quais dareis para que, nelas, se acolha o homicida; além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades. Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arredores. Quanto às cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, se for numerosa a tribo, tomareis muitas; se for pequena, tomareis poucas; cada um dará das suas cidades aos levitas, na proporção da herança que lhe tocar.

Note, também, como a terra deveria receber os levitas entre todas as tribos. Os que recebessem muita terra deveriam dar mais do que aqueles que haviam recebido menos. Em consequência, novamente vemos a justiça na distribuição da terra. E ainda, todas as tribos deveriam dar “da herança de sua possessão” (v. 2). Todos deviam tomar parte em certificar-se de que os levitas fossem atendidos. Dessa maneira, o Senhor queria que eles conhecessem claramente suas obrigações. De certo modo, o princípio do dízimo funciona da mesma forma. Por preceito, os que têm muito darão um dízimo maior do que os que têm menos.

Ao mesmo tempo, o fato de que eles deveriam ser providos pelas outras tribos certamente deve ter sido uma constante lembrança para os levitas de sua responsabilidade em cumprir fielmente o trabalho em favor do povo.

Portanto, os levitas deveriam ser espalhados entre todas as tribos de Israel; isto é, eles não estavam todos reunidos em uma área específica. Eles deveriam viver no meio do povo, talvez como lembrança da fidelidade de seus pais durante a adoração do bezerro de ouro. Em consequência, em seus encargos sagrados, eles podiam ser testemunhas constantes para o povo do que significam fidelidade e santidade. Vivendo entre eles, sendo parte de suas comunidades, compartilhando suas lutas, tristezas e alegrias, os levitas – caso tivessem sido fiéis a sua tarefa – poderiam ter sido uma bênção para a nação. Eles não deviam ser uma classe exclusiva, arrogante, de elite, vivendo separados da comunidade em que serviam. Deviam servir, não ser servidos. Que exemplo do que significa o verdadeiro ministério em toda parte!

De acordo com Efésios 2, o que significa ser parte de uma comunidade de crentes? Como podemos prover melhor a nossa comunidade e cumprir o papel que somos chamados a desempenhar?

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Cidades de refúgio

4. Qual era o objetivo das cidades de refúgio?

Nm 35:6, 9-12  -  Das cidades, pois, que dareis aos levitas, seis haverá de refúgio, as quais dareis para que, nelas, se acolha o homicida; além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades.     -    Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando passardes o Jordão para a terra de Canaã, escolhei para vós outros cidades que vos sirvam de refúgio, para que, nelas, se acolha o homicida que matar alguém involuntariamente. Estas cidades vos serão para refúgio do vingador do sangue, para que o homicida não morra antes de ser apresentado perante a congregação para julgamento.


Naquela época, nenhum sistema de justiça atuava no antigo Israel. Se alguém, acidentalmente ou de propósito, matasse outra pessoa, o familiar mais próximo da vítima se tornava seu “vingador do sangue” (Dt 19:12) para executar justiça. A fim de evitar um erro judicial, foi designado um sistema de seis cidades levíticas (três em cada lado do Jordão) para que o assassino pudesse fugir para a segurança (Js 20:1-7).

Entretanto, Números 35:12 destaca um ponto importante. A fuga para a cidade não garantia automaticamente asilo permanente. Em alguns casos, seria um refúgio temporário até que o culpado comparecesse em juízo “perante a congregação”. Isto é, até que os fatos do caso fossem estabelecidos. Essas cidades não forneciam nenhum tipo de imunidade diplomática permanente, como hoje, em que um diplomata pode cometer um crime em um país anfitrião e fugir para a segurança. Nesse caso, essas cidades eram instaladas a fim de evitar o que poderia ser um erro judicial.

5. Tendo em conta o evangelho, como podemos entender a forma de justiça estipulada em Números 35:9-21?

Disse mais o SENHOR a Moisés: Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando passardes o Jordão para a terra de Canaã, escolhei para vós outros cidades que vos sirvam de refúgio, para que, nelas, se acolha o homicida que matar alguém involuntariamente. Estas cidades vos serão para refúgio do vingador do sangue, para que o homicida não morra antes de ser apresentado perante a congregação para julgamento. As cidades que derdes serão seis cidades de refúgio para vós outros. Três destas cidades dareis deste lado do Jordão e três dareis na terra de Canaã; cidades de refúgio serão. Serão de refúgio estas seis cidades para os filhos de Israel, e para o estrangeiro, e para o que se hospedar no meio deles, para que, nelas, se acolha aquele que matar alguém involuntariamente. Todavia, se alguém ferir a outrem com instrumento de ferro, e este morrer, é homicida; o homicida será morto. Ou se alguém ferir a outrem, com pedra na mão, que possa causar a morte, e este morrer, é homicida; o homicida será morto. Ou se alguém ferir a outrem com instrumento de pau que tiver na mão, que possa causar a morte, e este morrer, é homicida; o homicida será morto. O vingador do sangue, ao encontrar o homicida, matá-lo-á. Se alguém empurrar a outrem com ódio ou com mau intento lançar contra ele alguma coisa, e ele morrer, ou, por inimizade, o ferir com a mão, e este morrer, será morto aquele que o feriu; é homicida; o vingador do sangue, ao encontrar o homicida, matá-lo-á.

Alguns não entendem como algo assim pode ser reconciliado com os textos da Bíblia sobre o perdão ou quanto a voltar a outra face. Mas aqui estamos lidando com um código penal. O evangelho do perdão e da graça, como foi ensinado por Cristo, não significa que o crime, especialmente algo tão odioso quanto o assassinato, deva ficar impune pela sociedade. Que até um assassino pode se arrepender diante de Deus é, realmente, um assunto diferente. Qual sociedade pode funcionar se o crime não for castigado? O que vemos aqui é o modo de Deus Se certificar de que um dos piores crimes, o assassinato, seja tratado com justiça.

Suponha que você conheça alguém que teve um familiar assassinado, e o acusado, indiscutivelmente culpado, seja condenado. A família, que é cristã, pode ter uma palavra na sentença, que pode ser a morte ou a prisão perpétua. O que você lhes aconselharia, e por quê? Leve sua resposta para a classe no sábado.

Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1342009.html

Cristo, nosso refúgio


“O meu Deus é a minha rocha, em que me refugio; o meu escudo e o meu poderoso Salvador. Ele é a minha torre alta, o meu abrigo seguro. Tu, Senhor, és o meu Salvador, e me salvas dos violentos” (2Sm 22:3, NVI).

11. Como 2 Samuel 22:3 reflete, pelo menos em parte, o refúgio que as cidades forneciam?

2 Samuel 22:3  -  O meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte e o meu refúgio. Ó Deus, da violência tu me salvas.

12. Como encontramos em Cristo o mesmo tipo de refúgio e proteção que encontravam aqueles que fugiam para as cidades de refúgio? Veja

Jo 8:10, 11; - Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

Ef 1:7; - no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,


Cl 1:14; - no qual temos a redenção, a remissão dos pecados


Hb 6:18. - para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;


“As cidades de refúgio designadas ao antigo povo de Deus eram símbolo do refúgio provido em Cristo. Pelo derramamento de Seu próprio sangue, o mesmo Salvador misericordioso que designara aquelas cidades temporais de refúgio proveu aos transgressores da lei de Deus um retiro seguro, aonde eles podem fugir em busca de garantia contra a segunda morte. Nenhuma força pode tirar de Suas mãos aqueles que a Ele recorrem em busca de perdão. ‘Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus.’ ‘Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós’ (Rm 8:1 e 34); para que ‘tenhamos a firme consolação, nós, os que pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta’ (Hb 6:18).

“Aquele que fugia para a cidade de refúgio não se podia demorar. Família e emprego ficavam atrás. Não havia tempo para dizer adeus aos queridos. Sua vida estava em jogo, e todos os outros interesses deviam ser sacrificados a um único propósito – chegar ao lugar de segurança. O cansaço era esquecido, desatendidas as dificuldades. O fugitivo não ousava por um momento moderar seu passo antes que estivesse dentro dos muros da cidade” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 516, 517).

Ao mesmo tempo, a comparação não é exata, porque nossa compreensão da cruz é que até mesmo os que cometeram pecados premeditados, até mesmo o assassinato, podem ser perdoados pelo Senhor.

Você acha que não é bom o suficiente para ser salvo?
Acredita que seus pecados são grandes demais para que você seja aceito por Deus?
Acha que é indigno de perdão?
Neste caso, por que é importante esquecer o que você sente e reclamar as promessas de perdão, salvação e aceitação oferecidas a você por Jesus?

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Estudo adicional

“O pecador está exposto à morte eterna, até que encontre esconderijo em Cristo; e, assim como a perda de tempo e o descuido poderiam despojar o fugitivo de sua única oportunidade de vida, também a demora e a indiferença podem se mostrar ruína para a vida espiritual. Satanás, o grande adversário, está no encalço de todo transgressor da santa lei de Deus, e aquele que não for sensível ao seu perigo e não buscar ansiosamente abrigo no refúgio eterno será uma presa do destruidor.

“O prisioneiro que, em qualquer ocasião, saísse da cidade de refúgio, estaria à disposição do vingador do sangue. Assim, o povo era ensinado a aderir aos métodos que a sabedoria infinita indicava para sua segurança. Da mesma forma, não basta que o pecador creia em Cristo, para obter o perdão dos pecados; deve, pela fé e obediência, permanecer nEle. ‘Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários’” (Hb 10:26, 27; Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 517).

Perguntas para reflexão


1. Como fazer a diferença entre o perdão do pecado, no contexto de salvação e da cruz, e a questão de um crime no contexto do sistema de justiça penal? Por que fazer essa diferença? Isso é lícito?

2. O que você diria para a família, e por quê? É correto e justo aplicar o que era feito no Israel antigo ao nosso sistema de justiça hoje? Comente.


Resumo: Na fronteira da Terra Prometida, os filhos de Israel tiveram um resumo rápido da guia de Deus por todos aqueles anos. Logo antes de entrarem, o Senhor estabeleceu as cidades de refúgio, lugares de asilo que, de maneira sem igual, representam o refúgio que nós, como pecadores, podemos encontrar em Cristo.

Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1342009.html

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Jesus nosso refúgio e fortaleza.



para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta; a qual temos por âncora da alma, segura e firme e que penetra além do véu,   - 
Hebreus 6:18, 19  -   

ESBOÇO 

I. Cidades de refúgio 

A. As cidades e pastos não só eram distribuídos uniformemente aos levitas e difundidas entre as propriedades das diferentes tribos, mas as cidades de refúgio eram distribuídas uniformemente entre as cidades levitas. Como esse plano de distribuição ilustra o plano de Deus para a distribuição de Suas bênçãos?

B. Que providências eram feitas para os que se envolviam em homicídio e assassinato, e quais eram suas responsabilidades no uso dessas providências?


C. Como a comunidade se envolvia nesse sistema de justiça?

II. A presença de Cristo, nosso refúgio 

Embora as cidades de refúgio devessem ser usadas pelos que eram acusados de assassinato, esses símbolos ilustram nossa grande necessidade de refúgio em Cristo. Como esse fato ilustra a seriedade de nosso pecado?
III. Permanecer em nosso lugar seguro 

A. Os homicidas não só deveriam se apressar para a cidade de refúgio, mas deveriam ficar lá, sob pena de morte. Como isso ilustra nossa relação para com Cristo?

B. Como podemos, como sacerdócio real a serviço de Deus, nos oferecer como lugar de refúgio e intercessão em favor dos que estão sofrendo ao nosso redor?

Resumo: Os levitas não só deveriam viver no meio de Israel para lembrar ao povo os dons espirituais de Deus para eles, mas suas cidades de refúgio deveriam ilustrar outras lições sobre a justiça e a mediação de Deus.

Ao longo da história, Jesus é nosso refúgio. Com frequência, ouvimos que não temos nada a temer, a não ser que nos esqueçamos de como Deus nos guiou no passado. 

Quando os hebreus se aproximaram de Canaã, Moisés rememorou as fases da jornada. Cada fase era uma lembrança da guia de Deus, antecipando o registro mais detalhado de Deuteronômio. Esse registro marcou o nascimento do povo prometido em caminho para a terra prometida. A mão de Deus podia ser vista em cada fase: os milagres da travessia do Mar Vermelho, a água que jorrou da rocha, a construção do tabernáculo e o maná diário; mas houve também advertências solenes na revolta de Corá e a praga das serpentes. Quem poderia esquecer a serpente de bronze e o olhar de fé que salvava? Então, na fronteira de Canaã, outro emblema de salvação foi acrescentado: as cidades de refúgio. Aquele era um remédio para os que haviam pecado mas não haviam feito isso de forma premeditada.

Cristo é o refúgio de todos os pecadores. Ele é o Pão da Vida, a Luz do mundo, o Sacrifício no altar. É surpreendente notar quantas das metáforas fundamentais do ministério de Cristo emergiram durante esse pequeno período de quarenta anos.

Atividade: Comece as atividades do dia contando como Cristo foi seu refúgio, falando de eventos específicos ou orações respondidas que demonstram o cuidado ativo de Deus. Convide outros a compartilhar como Deus foi seu refúgio (recordando ocasiões e eventos específicos). Em seguida, peça que os membros relembrem eventos específicos durante o êxodo e a viagem de Israel pelo deserto que mostravam o cuidado e a misericórdia ativa de Deus. Pense em eventos que serviram como advertências solenes. Então, comente como Deus preservou a vida de Jesus desde o tempo anterior ao Seu nascimento até a infância. 

COMENTÁRIO BÍBLICO

I. Cidades dos levitas

Nm 35:1-8.)    - Disse mais o SENHOR a Moisés, nas campinas de Moabe, junto ao Jordão, na altura de Jericó: Dá ordem aos filhos de Israel que, da herança da sua possessão, dêem cidades aos levitas, em que habitem; e também, em torno delas, dareis aos levitas arredores para o seu gado. Terão eles estas cidades para habitá-las; porém os seus arredores serão para o gado, para os rebanhos e para todos os seus animais. Os arredores das cidades que dareis aos levitas, desde o muro da cidade para fora, serão de mil côvados em redor. Fora da cidade, do lado oriental, medireis dois mil côvados; do lado sul, dois mil côvados; do lado ocidental, dois mil côvados e do lado norte, dois mil côvados, ficando a cidade no meio; estes lhes serão os arredores das cidades. Das cidades, pois, que dareis aos levitas, seis haverá de refúgio, as quais dareis para que, nelas, se acolha o homicida; além destas, lhes dareis quarenta e duas cidades. Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arredores. Quanto às cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, se for numerosa a tribo, tomareis muitas; se for pequena, tomareis poucas; cada um dará das suas cidades aos levitas, na proporção da herança que lhe tocar.


Depois que as funções sacerdotais foram atribuídas à tribo de Levi, a vida nunca foi a mesma. Ao contrário de seus irmãos, os levitas não receberam terras. Talvez, Deus houvesse retido esse privilégio a fim de que a aquisição de riquezas não os tentasse a abandonar seu propósito espiritual. Sua herança era o Senhor, e eles deveriam satisfazer as necessidades temporais mediante Seu serviço.

Ainda assim, os levitas precisariam de um lugar para viver, um lugar para seu gado e suas hortas. Deus ordenou que as outras tribos transferissem pequenas áreas de terra adjacentes às 48 cidades para atender a essa necessidade. A provisão era proporcional – as tribos maiores forneceriam mais cidades, e as tribos pequenas forneceriam menos. A consequência natural desse acordo foi que a liderança espiritual de Israel se difundiu entre a nação, em vez de se concentrar em um só lugar.

Pense nisto: Que responsabilidade a igreja tem em prover às necessidades temporais de seus líderes espirituais? Como a igreja deve lidar com os líderes espirituais que parecem subverter seu propósito espiritual em busca de riquezas? Como os princípios de proporção e descentralização podem ser aplicados à liderança espiritual de hoje?

II. Cidades de refúgio – Cristo, nosso refúgio

(Recapitule Nm 35:6-34.


2 Sam 22:3  - o meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, o meu baluarte e o meu refúgio. Ó Deus, da violência tu me salvas.
Jo 8:10, 11;  -  Erguendo-se Jesus e não vendo a ninguém mais além da mulher, perguntou-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou? Respondeu ela: Ninguém, Senhor! Então, lhe disse Jesus: Nem eu tampouco te condeno; vai e não peques mais.

Ef 1:7;   -     no qual temos a redenção, pelo seu sangue, a remissão dos pecados, segundo a riqueza da sua graça,

Cl 1:14;  -  no qual temos a redenção, a remissão dos pecados

Hb 6:18.  -    para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, forte alento tenhamos nós que já corremos para o refúgio, a fim de lançar mão da esperança proposta;
 

O pecado, inclusive o crime odioso do assassinato, não era um assunto pessoal, apenas, mas constituía uma ofensa corporativa a um Deus santo. Portanto, os hebreus foram prevenidos a não tolerar a “profanação” da terra, infligida pelo derramamento de sangue. Essa poluição “contaminava” a terra e requeria “expiação”. Sendo que um Deus santo vivia entre Seu povo, eles deviam manter um ambiente “santo” para Ele. Assim, a presença de Deus era o primeiro motivo para viver em santidade.

Em sua obra clássica, Christian Storytelling [A Arte Cristã de Contar Histórias], A.W. Spalding conta uma lenda que foi publicada pela Review and Herald, intitulada “O Ermitão e o Rei” (Reimpressa por Pacific Press Publishing Association, 1966). No começo da história, o rei visita um ermitão que vive na miséria. Como a visita do rei se torna frequente, o ermitão, motivado pela presença constante do rei, é transformado gradualmente de um imundo morador de rua até o bondoso dono de um belo refúgio na montanha. A presença de Deus é assim poderosa.

Porém, o zelo para preservar santa a terra deveria ser equilibrado pela misericórdia para com os que podiam tirar uma vida acidentalmente. Por essa razão, seis cidades de refúgio foram criadas. Os inocentes de um assassinato poderiam fugir para a segurança de seus muros e achar refúgio. A fim de determinar os fatos de casos específicos, haveria um julgamento. Aqueles que fossem considerados inocentes de morte premeditada seriam poupados, desde que permanecessem nos limites da cidade (os que fossem julgados culpados seriam apedrejados). Quando o sumo sacerdote morresse, o homicida estaria livre. Embora o assassino fosse considerado inocente de homicídio, só outra morte poderia expiar o sangue do morto. A morte do sumo sacerdote provia essa expiação ritual.

Pense nisto: A morte de quem e a liberdade de quem era prefigurada pela morte do sumo sacerdote e a libertação do homicida? 
Se a morte não tinha sido intencional, por que era necessário que o homicida permanecesse na cidade em vez de voltar imediatamente para casa? 
O que existe no ministério do Sumo Sacerdote celestial que nos liberta das garras do pecado? 
Como esse sistema de justiça enfatiza a importância e a santidade da vida para Deus? 
Que assuntos e práticas modernos devem ser considerados pelo valor que Deus atribui à vida?
 


Nenhuma cidade terrestre (por mais gloriosa que seja), 
nenhum sacrifício de animais (não importando o tamanho), 
nenhum sacerdote humano (por mais dedicado que seja), 
nenhum rito sagrado que os seres humanos inventem 
pode fornecer expiação para o pecado. Cristo é a única esperança, o único verdadeiro refúgio.

Atividade: Convide seus amigos a estudar o texto dos hinos de Natal. Se o espaço permitir, cantem alegremente. Peça que eles procurem frases que se relacionem com Cristo como nosso refúgio, a expiação do nosso pecado. Não omita os hinos menos conhecidos.

Encoraje os membros a dizer como as frases ou conceitos (resgate, reconciliação, liberdade, purificação, etc.) de um hino escolhido se aplicam à sua própria vida.

Os céticos podem debater a confiabilidade do registro bíblico e negar a existência de Deus. Mas existe uma coisa que eles não podem contradizer: o testemunho pessoal do que Deus faz na vida do cristão. Os argumentos apologéticos são valiosos, o raciocínio correto é um dom de Deus, mas nenhum desses pode substituir a simples declaração do que Deus está fazendo por você. Se o propósito e a missão da igreja são fazer discípulos, não pode haver nada mais importante que isto: expressar claramente o que Deus fez e o que Ele significa para nós.
 

Atividade: Este projeto é um bom “dever de casa. Distribua algumas folhas de papel e convide os amigos a escrever um parágrafo ou uma declaração mais longa sobre o refúgio que Deus tem sido para você. Esse parágrafo é o testemunho pessoal de que Deus está trabalhando em sua vida. Os temas podem incluir uma busca pessoal de significado, a busca de companhia, cura física, prosperidade financeira, libertação de vícios, segurança contra a violência, reconciliação familiar, realização acadêmica, busca pela verdade, encontro de paz, emprego, etc. Destaque as promessas de Deus, as orações respondidas, o perdão e a libertação dos pecados. Cantem os hinos como “Meu Jesus Me Guia os Passos” (HASD, 372) ou “Castelo Forte” (HASD, 33) ou outro hino que enfatize a fé e confiança em Cristo como nosso refúgio.
 
Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1342009.html

Prisão ou cidades de refúgio para o crime culposo?




 
Introdução

O capítulo 33 do livro de Números descreve minuciosamente as jornadas do povo de Deus no deserto. É impossível alguém ler esse capítulo e ficar indiferente ao terno amor e cuidado de Deus, ali tão assinaladamente manifestados.

Apesar das repetidas demonstrações de dúvida, hesitação, fraqueza humana, o Senhor caminhou adiante daqueles Seus filhos cada passo da jornada pelo deserto. Em todas as aflições que experimentaram, Ele também foi afligido. Cuidou deles como a mãe cuida do filho. Durante 40 anos, não permitiu que seus vestidos envelhecessem nem que seus pés inchassem (Dt 8:4). Operou milagres extraordinários em seu favor.

Mas a história ainda não chegou ao seu fim. Deus cumpriu Suas promessas feitas àquela geração, levando-a para a Canaã terrestre. Também cumprirá as promessas de conduzir Seu povo da atualidade à Canaã celestial. Para os modernos peregrinos, é consoladora a certeza de que cada etapa da jornada está marcada pelo amor infinito e a sabedoria de um Deus infalível. Ele nos está guiando por um caminho, às vezes sinuoso, para as moradas que está preparando (Jo 14:1-3).

Não existe nenhuma circunstância na vida ou nenhum componente de nossa experiência que não sejam amorosamente ordenados ou permitidos por Ele, tendo em vista nosso bem-estar atual e nossa felicidade eterna. Que nossa prioridade máxima seja viver em ininterrupta comunhão com Ele, “lançando sobre Ele toda a [nossa] ansiedade” (1Pe 5:7), até que, terminada a peregrinação, habitemos na “casa do Senhor para todo o sempre” (Sl 23:6).

Em nossa caminhada, podemos aprender preciosas lições extraídas dos preparativos que os israelitas fizeram antes de entrar em Canaã, de acordo com o estudo desta semana.

Lição de história

A primeira lição de nosso estudo está relacionada ao propósito que Deus tinha, ao ordenar que Moisés registrasse a história de “suas saídas, caminhada após caminhada” (Nm 33:2). Em cada detalhe dessa jornada, Ele podia ser visto operando em favor de Seu povo.

“Para Yahweh, era importante que a rota e suas paradas fossem registradas para que as gerações vindouras meditassem a respeito. E então teriam provas plenas da realidade do evento e do poder que conduziu Israel através do deserto, a caminho para a terra que fora prometida a Abraão, no pacto (Gn 15:18). O versículo deixa entendido que cada estágio da viagem foi determinado por Yahweh. Isso era feito por meio dos movimentos da nuvem, de dia, e pelos movimentos da coluna de fogo, à noite” (R. N. Champlin, O Antigo Testamento Interpretado Versículo Por Versículo, v. 1, p. 730).

Semelhantemente, nunca deveríamos nos esquecer dos poderosos feitos divinos em nosso favor, ao longo da nossa peregrinação terrestre. Nossa vida está pontilhada de exemplos de acontecimentos majestosos e outros aparentemente singelos que nos asseguram a direção de Deus em nossa vida. Cada um de nós pode enumerar muitos deles... Tê-los em mente nos ajuda a manter o sentimento de gratidão e nos reafirma a certeza de que, ao soprarem ventos tempestuosos no futuro, não estaremos sós.

Aconselha-nos Ellen White: “Conservemos sempre vivas na memória todas as ternas misericórdias que Deus tem tido para conosco – as lágrimas por Ele enxugadas, as dores que suavizou, as ansiedades que desvaneceu, os temores que dissipou, as necessidades que supriu, as bênçãos que concedeu – e fortaleçamo-nos assim para tudo quanto nos aguarda no restante de nossa peregrinação” (Caminho a Cristo, p. 125).

E mais: “Passando em revista a nossa história, percorrendo todos os passos de nosso progresso até o estado atual, posso dizer: ‘Louvado seja Deus!’ Quando vejo o que Deus tem executado, encho-me de admiração por Cristo, e de confiança nEle como dirigente. Nada temos que recear quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado” (Testemunhos Para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 31).

A segunda lição tem que ver com os deveres de Israel quando chegasse à terra prometida: No dizer de Champlin, “a invasão por parte de Israel não seria apenas a conquista de um território para servir de pátria. Também era mister que houvesse total purificação da idolatria e do paganismo, a fim de que o território conquistado fosse um lugar apropriado para a promoção do novo Israel, sob Yahweh, ou seja, a teocracia. Foi Yahweh quem deu a Israel a terra prometida, pelo que foi Ele quem ditou as condições que deveriam prevalecer ali. Seria agora finalmente, cumprida a antiga profecia dada a Abraão, ou seja, a taça da iniquidade dos povos cananeus estaria cheia; e então a destruição haveria de atingi-los (Gn 15:16). Tudo isso fazia parte do pacto abraâmico, que estipulava que Israel teria uma pátria especial” (Champlin, Op. Cit., 733).

Evidentemente, essa orientação estava inserida num contexto histórico específico. Em nossos dias, pela natureza de nossa missão como igreja e como indivíduos, é necessário interagir com o mundo. Apesar dos riscos que tal interação pode envolver, não podemos nos permitir ser influenciados por seus conceitos, tendências e máximas. Como “sal da terra” e “luz do mundo”, é nosso dever permanecer nele, exemplificando o poder transformador do evangelho, agindo como objetos inoxidáveis que entram em contado com a impureza, mas não se deixam contaminar. Jesus Cristo orou: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal... Santifica-os na verdade, a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17: 15, 17).
É assim que ajudaremos a encaminhar outros habitantes para a Canaã celestial.

Cidades dos levitas

Levi tivera um passado questionável, ao participar do assassinato dos siquemitas (Gn 34). Entretanto, se arrependera e se mantivera fiel em meio à apostasia que resultou na adoração do bezerro de ouro (Êx 32). E Deus recompensou a tribo com a investidura sacerdotal. “Levi tinha deixado de ser uma tribo e havia-se tornado uma casta sacerdotal” (Champlin, Op. Cit., p. 736). Com isso não dispunham de herança na forma de terras, mas haviam recebido cidades, em que pudessem habitar. “A herança dos levitas era Yahweh e o serviço a Ele prestado. Assim, ganhavam em herança espiritual o que tinham perdido em herança física” (Ibid.).

“Todas as cidades que dareis aos levitas serão quarenta e oito cidades, juntamente com os seus arredores. Quanto às cidades que derdes da herança dos filhos de Israel, se for numerosa a tribo, tomareis muitas; se for pequena, tomareis poucas; cada um dará das suas cidades aos levitas, na proporção da herança que lhe tocar” (Nm 35:7, 8).

“Os que foram designados para ministros do santuário – os levitas – não receberam herança em terras; habitavam juntos em cidades separadas para seu uso, e recebiam seu sustento dos dízimos, donativos e ofertas dedicados ao serviço de Deus. Eram os ensinadores do povo, hóspedes em todas as suas festividades, e em toda parte honrados como servos e representantes de Deus. À nação toda fora dada esta ordem: ‘Guarda-te que não desampares o levita todos os teus dias na terra (Dt 12:19). ‘Levi, com seus irmãos, não tem parte na herança; o Senhor é a sua herança’ (Dt 10:9)” (Ellen G. White, Educação, p. 148, 149).

“Os servos do Senhor dependiam inteiramente dEle para ter sua porção. Não tinham herança nem possessão senão em Deus. Bendita herança! Precioso lote! Não há nenhum outro semelhante, segundo o juízo da fé.. [...] Deus tinha cuidado dos Seus servos e permitia a toda a congregação de Israel compartilhar do sagrado privilégio – porque tal certamente era – de cooperar com Ele em fazer provisões para aqueles que se haviam dedicado voluntariamente à Sua obra, abandonando tudo o mais” (C. H. Mackintosh, Estudos Sobre o Livro de Números, p. 363).

“Como é óbvio, os levitas precisavam de alguma terra e de certos bens materiais, pois de outra sorte não teriam sobrevivido. Viviam do ministério, mediante dízimos e ofertas, um princípio que foi transferido para o Novo Testamento (1Co 9:9)” (Champlin, Ibid.).

As cidades de refúgio

Das quarenta e oito cidades reservadas aos levitas, seis delas seriam cidades de refúgio, “para que, nelas se acolha o homicida” (Nm 35:6). Que tipo de homicida? Certamente, não eram os assassinos frios, violentos, contumazes. Eram pessoas que tivessem cometido erros trágicos, acidentais, e que por isso mesmo, provavelmente, estivessem sob forte tensão, emocionalmente abaladas pela experiência vivida, desejando ansiosamente retroceder no tempo e apagar o acontecimento.

Observe em Números 35:16-28 a diferença entre o assassinato intencional e o não intencional.
“Segundo dizem os rabinos, para facilitar a ida dos fugitivos, o Sinédrio tinha a responsabilidade de manter nas melhores condições possíveis as estradas que davam acesso às cidades de refúgio. Não poderia haver morros; em todos os rios deveria haver pontes, e a própria estrada precisava ter pelo menos trinta e dois cúbitos de largura (cerca de dezesseis metros). Em todas as curvas deveria haver placas de sinalização com a palavra Refúgio. Além disso, o fugitivo deveria ser acompanhado de dois estudiosos da Lei para, se possível, apaziguarem o vingador do sangue, caso este alcançasse o fugitivo” (Merryl F. Unger, Unger’s Bible Dictionary, citado em Charles Swindoll, Vivendo Sem Máscaras, p. 142).

Enquanto permanecesse dentro dos limites da cidade de refúgio, o transgressor estava seguro. Caso saísse e fosse encontrado pelo vingador, este o mataria e ficaria sem culpa (Nm 35:26, 27).

Uma vez na cidade, eis como deveria ser tratado: “Então a congregação julgará entre o matador e o vingador do sangue, segundo estas leis, e livrará o homicida da mão do vingador do sangue, e o fará voltar à sua cidade de refúgio, onde se tinha acolhido; ali, ficará até à morte do sumo sacerdote, que foi ungido com óleo santo” (Nm 35: 24, 25).


Swindoll destaca três expressões desse texto:
“’Julgará’, ou seja, pesar os fatos, ouvir as explicações e refletir sobre as evidências, convencendo-se então da inocência do acusado. ‘Livrará’, isto é, depois disso, a congregação procuraria de todos os modos a sua sobrevivência e recuperação. A ação empreendida por esse grupo possui um sentido altamente afirmativo e positivo. ‘Fará voltar’, noutras palavras, restaurar plenamente o acusado. A congregação não tinha que providenciar apenas para que o homem fosse libertado de culpa e plenamente perdoado, mas tinha que ampará-lo para que recuperasse o senso de dignidade própria e seu valor pessoal. E, quando morresse o sacerdote, aquele homem estaria livre para voltar à sua casa” (Ibid., 146, 147).

Lições

Esse tema é pródigo no oferecimento de questões para reflexão e diálogo com os membros da unidade. A sugestão deste comentarista é que a oportunidade seja muito bem aproveitada.

1) “Entre as instruções específicas sobre o julgamento das pessoas suspeitas de homicídio constava: ‘Todo aquele que matar a outrem será morto conforme o depoimento das testemunhas; mas uma só testemunha não deporá contra alguém para que morra’ (Nm 35:30). 

Quanta sabedoria nessa instrução! Se a acusação fosse formulada por apenas uma pessoa, o suspeito não seria condenado, ainda que houvesse fortes evidências circunstanciais contra ele. Por outro lado, se ficasse comprovada a culpa, não haveria expiação nem resgate para livrá-lo de modo algum. Por mais elevada que fosse sua posição na sociedade, ele teria que pagar pelo seu crime. O pecado de homicídio tinha que ser severamente punido para que fossem mantidas a segurança e a pureza da nação. A vida humana, que só Deus pode conceder, tem que ser preservada de maneira sagrada” (Signs of the Times, 20/01/1881).

2) “Essa misericordiosa provisão contém uma lição para o povo de Deus até o tempo do fim. O mesmo Cristo que deu a Moisés instruções explícitas para o povo hebreu, quando esteve pessoalmente na Terra repetiu as mesmas lições sobre a maneira de tratar os que erram. O testemunho de uma só pessoa não é suficiente para inocentar ou condenar alguém. Visões ou opiniões de um homem não podem liquidar uma questão. Em qualquer assunto, é necessário que coincidam e dividam as responsabilidades duas ou mais pessoas. A proposta divina é que haja submissão entre os Seus servos. A posição de uma pessoa não deve ser dominante em relação a qualquer assunto. A consideração mútua e o respeito acrescentam dignidade ao exercício do ministério e unem os servos de Deus com os laços do amor e da harmonia. Ao mesmo tempo que devem depender de Deus para receber força e sabedoria, os que anunciam o evangelho devem buscar a harmonia mútua em todas as questões que requerem deliberação. ‘Pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça’ (Mt 18:16; Signs of the Times, 20/01/1881).

Uma pergunta pertinente: Quais são os critérios que fundamentam a aplicação da disciplina em sua igreja?

Felizmente, independentemente de quem seja o transgressor ou do erro cometido, há uma esperança perfeita e firme: “As cidades de refúgio destinadas por Deus ao Seu antigo povo são um símbolo do refúgio provido e revelado por Jesus Cristo. A oferta feita pelo nosso Salvador teve o valor suficiente para fazer a total expiação pelos pecados de todo o mundo, e todos os que, através do arrependimento e da fé, fugirem para esse Refúgio estarão seguros; encontrarão paz depois das mais terríveis pressões da culpa e alívio depois da mais profunda condenação. Através do sacrifício expiatório de Cristo e pela Sua obra de mediação em nosso favor, podemos ser reconciliados com Deus. O sangue de Cristo se provará eficaz para extirpar as piores manchas do pecado.

‘O misericordioso Salvador providenciou as cidades de refúgio para que os inocentes não tivessem que sofrer como culpados. Da mesma forma, o piedoso Salvador construiu, pelo Seu sangue derramado em favor dos transgressores da Lei de Deus, um seguro refúgio para o qual podemos correr em busca do livramento da angústia da segunda morte. E poder nenhum poderá arrancar das Suas mãos aquele que a Ele corre para ser perdoado” (Ibid.).

Zinaldo A. Santos
Editor da Revista Ministério


Extraío de: 
http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1342009.html

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Advertências para a segunda geração







“Ouça, ó Israel: O Senhor, o nosso Deus, é o único Senhor. Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todas as suas forças” (Deuteronômio 6:4, 5, NVI).


Leituras da semana: Números 26–32; Romanos 5


Fiel à Sua Palavra de que a geração rebelde que se recusara a entrar na Terra Prometida não entraria nela, o Senhor agora trouxe uma nova geração à fronteira daquela mesma terra. Ali, Ele ordenou a Moisés e ao sumo sacerdote Eleazar que contasse a congregação masculina de 20 anos para cima, todo o que “for capaz de sair à guerra” (Nm 26:2). 


Surpreendentemente, o total nessa segunda contagem foi de 601.730 (v. 51), quase o mesmo número da primeira contagem, 603.550, quarenta anos antes (Nm 2:32). Apesar do juízo divino sobre a nação, em que a primeira geração (com exceção de Josué e Calebe) perecera, Deus os havia multiplicado abundantemente, e o exército de Israel reunido nas planícies de Moabe era, para todos os efeitos práticos, tão grande quanto aquele da primeira geração.

No entanto, muitas perguntas permaneciam: aquela era uma nova geração, tendo vivido com os resultados dos erros de seus pais. Estaria pronta a aprender daqueles erros e obedecer ao Senhor? Quão prontos estavam eles para tomar o manto que agora lhes era dado? Que lições eles teriam que aprender, e o que podemos aprender deles, também?







Divisão da terra


Depois da queda em Sitim, foi realizado um censo dos homens de vinte anos de idade para cima (Nm 26:1-4). Com algumas notáveis exceções (veja v. 64, 65), a geração mais velha havia morrido, e uma nova se havia levantado.


1. Por que foi feito o censo? Por que isso seria importante? 


Nm 26:52-56  -  Disse o SENHOR a Moisés: A estes se repartirá a terra em herança, segundo o censo. À tribo mais numerosa darás herança maior, à pequena, herança menor; a cada uma, em proporção ao seu número, se dará a herança. Todavia, a terra se repartirá por sortes; segundo os nomes das tribos de seus pais, a herdarão. Segundo a sorte, repartir-se-á a herança deles entre as tribos maiores e menores


Assim que a segunda geração conquistou a terra, esta precisava ser dividida de maneira justa; em caso contrário, poderia se tornar uma fonte de lutas e confusão. Felizmente, Moisés ainda estava vivo e pôde dirigir este assunto importante. Como afirma o texto, as tribos que possuíam muitos membros recebiam mais terra; aquelas com menos, recebiam menos. O que pode ser mais justo que isso?


2. Que princípios importantes vemos na distribuição da terra às filhas de Zelofeade? 


Nm 27:1-11  -  Então, vieram as filhas de Zelofeade, filho de Héfer, filho de Gileade, filho de Maquir, filho de Manassés, entre as famílias de Manassés, filho de José. São estes os nomes de suas filhas: Macla, Noa, Hogla, Milca e Tirza. Apresentaram-se diante de Moisés, e diante de Eleazar, o sacerdote, e diante dos príncipes, e diante de todo o povo, à porta da tenda da congregação, dizendo: Nosso pai morreu no deserto e não estava entre os que se ajuntaram contra o SENHOR no grupo de Corá; mas morreu no seu próprio pecado e não teve filhos. Por que se tiraria o nome de nosso pai do meio da sua família, porquanto não teve filhos? Dá-nos possessão entre os irmãos de nosso pai. Moisés levou a causa delas perante o SENHOR. Disse o SENHOR a Moisés: As filhas de Zelofeade falam o que é justo; certamente, lhes darás possessão de herança entre os irmãos de seu pai e farás passar a elas a herança de seu pai. Falarás aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém morrer e não tiver filho, então, fareis passar a sua herança a sua filha. E, se não tiver filha, então, a sua herança dareis aos irmãos dele. Porém, se não tiver irmãos, dareis a sua herança aos irmãos de seu pai. Se também seu pai não tiver irmãos, dareis a sua herança ao parente mais chegado de sua família, para que a possua; isto aos filhos de Israel será prescrição de direito, como o SENHOR ordenou a Moisés.


Um elemento-chave aqui é a santidade da família, especialmente com respeito à propriedade e à herança. É claro que a ideia era manter a propriedade tão próxima quanto possível dentro da família. A terra, afinal, era uma “herança” e, então, pertencia à família.


Como vemos, também, essa não era uma questão momentânea. Essas mulheres tiveram a fé e coragem de se aproximar de Moisés a respeito de um assunto de justiça básica. A partir daí, o Senhor estabeleceu um “estatuto de juízo” (Nm 27:11) que permaneceria para as gerações futuras e protegeria as mulheres que porventura se achassem em circunstâncias semelhantes.


É sempre muito fácil deixar que coisas como posses nos dominem a ponto de nos esquecermos até dos mais básicos princípios cristãos. Como podemos nos proteger para evitar que nosso desejo de coisas arruíne nossa relação com Deus e com os outros?








Sucessor


Depois de tantos anos no deserto, os filhos de Israel logo deveriam fazer a travessia para a Terra Prometida. Uma nova geração havia surgido, que logo deveria herdar a terra prometida primeiramente quando eles ainda estavam nos lombos de Abraão, muitos séculos antes (Gn 17:8). Assim, apesar dos retrocessos, das rebeliões, das murmurações, da falta de fé por parte de Seu povo, Deus ia cumprir Sua palavra. Ele só iria fazer isso com outra geração, isso era tudo.


Leia Números 27:12-23 e responda às perguntas a seguir:


Depois, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a este monte Abarim e vê a terra que dei aos filhos de Israel. E, tendo-a visto, serás recolhido também ao teu povo, assim como o foi teu irmão Arão; porquanto, no deserto de Zim, na contenda da congregação, fostes rebeldes ao meu mandado de me santificar nas águas diante dos seus olhos. São estas as águas de Meribá de Cades, no deserto de Zim. Então, disse Moisés ao SENHOR: O SENHOR, autor e conservador de toda vida, ponha um homem sobre esta congregação que saia adiante deles, e que entre adiante deles, e que os faça sair, e que os faça entrar, para que a congregação do SENHOR não seja como ovelhas que não têm pastor. Disse o SENHOR a Moisés: Toma Josué, filho de Num, homem em quem há o Espírito, e impõe-lhe as mãos; apresenta-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; e dá-lhe, à vista deles, as tuas ordens. Põe sobre ele da tua autoridade, para que lhe obedeça toda a congregação dos filhos de Israel. Apresentar-se-á perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo do Urim, perante o SENHOR; segundo a sua palavra, sairão e, segundo a sua palavra, entrarão, ele, e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação. Fez Moisés como lhe ordenara o SENHOR, porque tomou a Josué e apresentou-o perante Eleazar, o sacerdote, e perante toda a congregação; e lhe impôs as mãos e lhe deu as suas ordens, como o SENHOR falara por intermédio de Moisés.


3. Em Números 27:12 (Depois, disse o SENHOR a Moisés: Sobe a este monte Abarim e vê a terra que dei aos filhos de Israel), o Senhor fala sobre a terra que Ele “dera” (no passado) aos filhos de Israel, embora eles ainda não estivessem lá. O que isso nos diz sobre as promessas de Deus?


4. Depois que o Senhor disse novamente a Moisés que ele não poderia entrar naquela terra por causa de seu pecado, como Moisés respondeu? Isto é, qual foi a principal preocupação de Moisés? O que isso nos diz sobre o tipo de homem que ele era?


5. Por que era tão importante que Josué recebesse seu cargo diante de toda a congregação?


Moisés iria logo morrer, seu trabalho estava feito. O encargo agora foi dado a Josué, designado sucessor de Moisés. O interessante é que não foi um dos filhos de Moisés mas, em vez disso, alguém que havia provado seu próprio valor. Foi Deus, e não Moisés nem a congregação, que escolheu Josué.
Da mesma forma, os textos deixam claro que, assim como foi com Moisés, Josué deveria dirigir unicamente sob a direção de Deus; isto é, além das leis e mandamentos escritos, ele também deveria buscar a vontade do Senhor através do “juízo do Urim, perante o Senhor” (v. 21).




Com que frequência você busca o Senhor em oração a respeito de decisões importantes que precisa tomar? Em que base você toma suas decisões, se não através da busca da vontade de Deus?




Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1242009.html

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Sistema sacrifical reafirmado - Se fizer um voto a Deus, cumpra





Quando o Senhor pronunciou audivelmente os Dez Mandamentos (Êxodo 20) desde o Monte Sinai e ordenou que fosse construído o tabernáculo (Êxodo 25), a segunda geração ainda era criança. Agora, Deus decidiu reafirmar, em resumo, o sistema sacrifical para os adultos da segunda geração.


(Disse mais o SENHOR a Moisés: Dá ordem aos filhos de Israel e dize-lhes: Da minha oferta, do meu manjar para as minhas ofertas queimadas, do aroma agradável, tereis cuidado, para mas trazer a seu tempo determinado. Dir-lhes-ás: Esta é a oferta queimada que oferecereis ao SENHOR, dia após dia: dois cordeiros de um ano, sem defeito, em contínuo holocausto; um cordeiro oferecerás pela manhã, e o outro, ao crepúsculo da tarde; e a décima parte de um efa de flor de farinha, em oferta de manjares, amassada com a quarta parte de um him de azeite batido. É holocausto contínuo, instituído no monte Sinai, de aroma agradável, oferta queimada ao SENHOR. A sua libação será a quarta parte de um him para o cordeiro; no santuário, oferecerás a libação de bebida forte ao SENHOR. E o outro cordeiro oferecerás no crepúsculo da tarde; como a oferta de manjares da manhã e como a sua libação, o trarás em oferta queimada de aroma agradável ao SENHOR. Números 28:1-8)


Como lemos acima, Números 28:1-8  descreve a “oferta diária” ou “contínua” de um cordeiro pela manhã e outro à noite. Elas eram organizadas de tal maneira que esse sacrifício estava sempre aceso (Lv 6:913  - Dá ordem a Arão e a seus filhos, dizendo: Esta é a lei do holocausto: o holocausto ficará na lareira do altar toda a noite até pela manhã, e nela se manterá aceso o fogo do altar.   -  O fogo arderá continuamente sobre o altar; não se apagará). 


Essa oferta “diária” ou “contínua” era a peça central do santuário. Assumia a prioridade de todos os demais sacrifícios e era o centro da adoração de Israel. Esse sacrifício representava que o perdão e a aceitação de Deus eram constantes por meio do Redentor prefigurado no sacrifício.


6. Leia Romanos 5. O que esse texto nos diz sobre a plenitude e perfeição do sacrifício de Cristo por nós?


No sábado (além do “contínuo”), era apresentado um sacrifício especial. Consistia em dois cordeiros, um para a manhã e outro para a tarde (Nm 28:9, 10). Então,Números 28:11-15 detalha os sacrifícios para a lua nova, que eram seguidos pelas festas: Páscoa, Pentecostes (Festa das Semanas), a festa das Trombetas, o Dia da Expiação e a festa dos Tabernáculos (Nm 2829).


“Alguns se admiram de que Deus desejasse tantos sacrifícios e indicasse a oferta de tantas vítimas sangrentas na dispensação judaica. Toda vítima moribunda era um símbolo de Cristo, lição que era gravada na mente e no coração na mais solene e sagrada cerimônia, e positivamente explicada pelos sacerdotes. Os sacrifícios foram explicitamente planejados pelo próprio Deus a fim de ensinar essa grande e importante verdade de que só pelo sangue de Cristo há perdão de pecados” (Ellen G. White,Mensagens Escolhidas, v. 1, p. 107).


Por que é tão importante confiar só nos méritos e na justiça de Cristo, e não em alguma coisa em nós mesmos, como único meio de salvação? O que acontece se começamos a olhar para nós mesmos, como se, de alguma maneira, fôssemos suficientemente bons para merecer ou conquistar nossa salvação?






Cumprindo a palavra


7. Números 30 é um longo capítulo que trata dos votos e juramentos. Que princípio importante podemos tirar desse capítulo? O que diz sobre a importância de nossas palavras?


Uma coisa é mentir descaradamente; obviamente, isso é pecaminoso e errado. Mas não é disso que este capítulo trata. Com frequência, fazemos uma promessa solene, ou um voto em nome do Senhor, que pretendemos cumprir, só para quebrá-lo por uma razão ou outra! 


Neste contexto imediato, estamos lidando com votos feitos “ao Senhor”, mas, na realidade, quando – especialmente nós, que professamos ser cristãos – dizemos que vamos fazer algo, devemos ser fiéis em seu cumprimento. Faz pouca diferença se tínhamos ou não a intenção de cumpri-lo, no momento em que fizemos a promessa. Talvez as pessoas creiam, talvez não. A verdade é que, como professos cristãos, que tipo de representantes de Cristo somos se andamos fazendo promessas ou juramentos que – por qualquer razão – acabamos não cumprindo? Qual é a vantagem de nossa religião se não cumprimos nossa palavra? É por isso que é importante ser muito cuidadosos com o que prometemos ou sobre que fazemos votos, porque podemos nos encontrar na posição embaraçosa de não poder cumprir, por melhores que sejam nossas intenções.


“O dever a que fica empenhada a palavra de qualquer pessoa deve ser considerado sagrado” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 506). Na cultura israelita, a falta no cumprimento de uma promessa, pronunciada em nome de Deus, era considerado pecado de omissão. Em sentido real, a falta de cumprimento de um voto significa tomar Seu nome em vão, especialmente os que têm o ideal de fazer todas as coisas em nome de Cristo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Na fronteira da terra prometida







Depois de todo esse tempo, surgiu uma nova geração, mais que disposta a deixar o deserto e, finalmente, possuir uma casa para chamar de lar. Realmente, alguns estavam mais que dispostos a se estabelecer.



8. Que pedido fizeram as tribos de Rúben e de Gade?


Nm 32:1-5.  -  Os filhos de Rúben e os filhos de Gade tinham gado em muitíssima quantidade; e viram a terra de Jazer e a terra de Gileade, e eis que o lugar era lugar de gado. Vieram, pois, os filhos de Gade e os filhos de Rúben e falaram a Moisés, e ao sacerdote Eleazar, e aos príncipes da congregação, dizendo: Atarote, Dibom, Jazer, Ninra, Hesbom, Eleale, Sebã, Nebo e Beom, a terra que o SENHOR feriu diante da congregação de Israel é terra de gado; e os teus servos têm gado. Disseram mais: Se achamos mercê aos teus olhos, dê-se esta terra em possessão aos teus servos; e não nos faças passar o Jordão.


Por que eles fizeram esse pedido?


Em Números 32:6-15, Moisés deu sua resposta. Ele não ficou nem um pouco satisfeito, e considerou esse plano como algo pecaminoso. Ele comparou a proposta com o que aconteceu na ocasião anterior em que eles estavam na fronteira e prontos para entrar na Terra Prometida, com a diferença de que, naquele tempo, seus motivos eram diferentes. Na primeira vez, eles simplesmente estavam assustados com o povo da terra e não confiavam no Senhor a ponto de avançar. A situação atual era diferente. Eles não tinham medo de avançar; ao contrário, gostavam da terra em que estavam e queria permanecer ali.


9. Em resposta, que promessa fizeram os líderes de Rúben e Gade, e como Moisés respondeu? 


Nm 32:16-42  -  Então, se chegaram a ele e disseram: Edificaremos currais aqui para o nosso gado e cidades para as nossas crianças; porém nós nos armaremos, apressando-nos adiante dos filhos de Israel, até que os levemos ao seu lugar; e ficarão as nossas crianças nas cidades fortes, por causa dos moradores da terra. Não voltaremos para nossa casa até que os filhos de Israel estejam de posse, cada um, da sua herança. Porque não herdaremos com eles do outro lado do Jordão, nem mais adiante, porquanto já temos a nossa herança deste lado do Jordão, ao oriente.Então, Moisés lhes disse: Se isto fizerdes assim, se vos armardes para a guerra perante o SENHOR, e cada um de vós, armado, passar o Jordão perante o SENHOR, até que haja lançado fora os seus inimigos de diante dele, e a terra estiver subjugada perante o SENHOR, então, voltareis e sereis desobrigados perante o SENHOR e perante Israel; e a terra vos será por possessão perante o SENHOR. Porém, se não fizerdes assim, eis que pecastes contra o SENHOR; e sabei que o vosso pecado vos há de achar. Edificai vós cidades para as vossas crianças e currais para as vossas ovelhas; e cumpri o que haveis prometido. Então, os filhos de Gade e os filhos de Rúben falaram a Moisés, dizendo: Como ordena meu senhor, assim farão teus servos. Nossas crianças, nossas mulheres, nossos rebanhos e todos os nossos animais estarão aí nas cidades de Gileade, mas os teus servos passarão, cada um armado para a guerra, perante o SENHOR, como diz meu senhor.Então, Moisés deu ordem a respeito deles a Eleazar, o sacerdote, e a Josué, filho de Num, e aos cabeças das casas dos pais das tribos dos filhos de Israel; e disse-lhes: Se os filhos de Gade e os filhos de Rúben passarem convosco o Jordão, armado cada um para a guerra, perante o SENHOR, e a terra estiver subjugada diante de vós, então, lhes dareis em possessão a terra de Gileade; porém, se não passarem, armados, convosco, terão possessões entre vós na terra de Canaã. Responderam os filhos de Gade e os filhos de Rúben, dizendo: O que o SENHOR disse a teus servos, isso faremos. Passaremos, armados, perante o SENHOR à terra de Canaã e teremos a possessão de nossa herança deste lado do Jordão. Deu Moisés aos filhos de Gade, e aos filhos de Rúben, e à meia tribo de Manassés, filho de José, o reino de Seom, rei dos amorreus, e o reino de Ogue, rei de Basã: a terra com as cidades e seus distritos, as cidades em toda a extensão do país. Os filhos de Gade edificaram Dibom, Atarote e Aroer; Atarote-Sofã, Jazer e Jogbeá; Bete-Ninra e Bete-Harã, cidades fortificadas, e currais de ovelhas. Os filhos de Rúben edificaram Hesbom, Eleale e Quiriataim; Nebo e Baal-Meom, mudando-lhes o nome, e Sibma; e deram outros nomes às cidades que edificaram. Os filhos de Maquir, filho de Manassés, foram-se para Gileade, e a tomaram, e desapossaram os amorreus que estavam nela. Deu, pois, Moisés Gileade a Maquir, filho de Manassés, o qual habitou nela. Foi Jair, filho de Manassés, e tomou as suas aldeias; e chamou-lhes Havote-Jair. Foi Noba e tomou a Quenate com as suas aldeias; e chamou-lhe Noba, segundo o seu nome.


A resposta do rubenitas e gaditas mostrou que eles estavam dispostos a fazer sua parte para o descanso de seus compatriotas. Isto é, embora desejassem a terra que já possuíam, eles não seriam egoístas a esse respeito. Por mais que fossem atraídos pelo que possuíam, eles fariam sua parte para que o restante dos israelitas também obtivesse suas terras antes de acomodar-se e desfrutar suas propriedades.


Vendo sua disposição, Moisés, embora advertindo-lhes: “O vosso pecado vos há de achar [v. 23]”, ainda assim os tomou pela palavra e concordou com as condições declaradas.


Pense em sua própria relação com o corpo da igreja como um todo. Quanto você está procurando dar para a igreja, em contraste com o que tira dela? O que sua resposta lhe diz sobre você mesmo? Ao mesmo tempo, não poderia haver ocasiões em que, por causa das circunstâncias, você precise tirar mais do que pode dar?






Estudo adicional


Estude os textos seguintes relativos a pontos específicos sobre os quais Moisés procurou lembrar a segunda geração de israelitas. Suas observações estão baseadas no princípio: “Nada temos a temer sobre o futuro, a não ser que nos esqueçamos de como o Senhor nos guiou, e Seu ensinos em nossa história passada” (Ellen G. White,Life Sketches, p. 196).


1. A praga em Sitim, na qual morreram 24 mil (Nm 25:926:1).
2. A rebelião de Corá, Datã e Abirão (
Nm 26:9-11).
3. Er e Onan, filhos de Judá (
v. 19).
4. Nadabe e Abiú, filhos do sacerdote Arão (
v. 61).
5. A primeira geração morreu no deserto, com exceção de Calebe e Josué (
v. 63-65).


A maioria desses eventos mencionados por Moisés foram experimentados pela segunda geração. Por que mencionar essas tragédias na história hebraica? O apóstolo Paulo explica: “Estas coisas lhes sobrevieram como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado” (1Co 10:11).


Perguntas para reflexão


1. Como uma geração pode passar para a geração seguinte seus valores, convicções e zelo? Isso é possível? Considere desta forma: Uma geração deve esperar que a próxima tenha o mesmo tipo de experiências e fé que ela teve? Comente.


2. Depois de estudar a jornada dos filhos de Israel em caminho pelo deserto, quais dos erros que eles cometeram estamos em perigo de também cometer? Que grandes lições podemos aprender do que eles fizeram? Mais importante, o que podemos fazer para nos garantir de não cair nas mesmas armadilhas? Ou, se já caímos, como podemos sair delas?


Resumo: Enquanto Moisés ainda vivia, era apropriado que Deus o instruísse para dar as instruções finais para a segunda geração, reafirmando a fé e também nomeando Josué como novo líder da nação sob a guia de Deus.


Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1242009.html