domingo, 9 de setembro de 2012

Promessa aos perseguidos (resumo do estudo nº 11)





1 Paulo, Silvano e Timóteo, à igreja dos tessalonicenses, em Deus, nosso Pai, e no Senhor Jesus Cristo,
2 graça e paz a vós outros, da parte de Deus Pai e do Senhor Jesus Cristo.
3 Irmãos, cumpre-nos dar sempre graças a Deus no tocante a vós outros, como é justo, pois a vossa fé cresce sobremaneira, e o vosso mútuo amor de uns para com os outros vai aumentando,
4 a tal ponto que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus, à vista da vossa constância e fé, em todas as vossas perseguições e nas tribulações que suportais,
5 sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais sofrendo;
6 se, de fato, é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam
7 e a vós outros, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder,
8 em chama de fogo, tomando vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus.
9 Estes sofrerão penalidade de eterna destruição, banidos da face do Senhor e da glória do seu poder,
10 quando vier para ser glorificado nos seus santos e ser admirado em todos os que creram, naquele dia (porquanto foi crido entre vós o nosso testemunho).
11 Por isso, também não cessamos de orar por vós, para que o nosso Deus vos torne dignos da sua vocação e cumpra com poder todo propósito de bondade e obra de fé,
12 a fim de que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós, nele, segundo a graça do nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo. 2Tessalonicenses 1:1-12

Saber: Como a crença na justiça de Deus, a ser manifestada na segunda vinda de Jesus, pode encorajar Seus seguidores a ter paciência e firmeza na fé nos momentos de provações e tribulações terrenas.
Sentir: Certeza de que Deus corrigirá todas as injustiças quando Jesus voltar.
Fazer: Acreditar que Deus é o seu defensor e retribuirá todo o mal feito contra você.

Esboço

I. Deus corrigirá todas as injustiças
A. A parte mais difícil do sofrimento é o sentimento de que Deus nos abandonou. Que passagens ou histórias bíblicas mostram que Deus está conosco nos momentos de provações e retribuirá aos que nos prejudicaram?
B. O castigo que os perversos receberão é descrito como “eterna destruição”. Serão “banidos da face do Senhor” (2Ts 1:9). Esse castigo, e o fato de que Deus é justo em aplica-lo, é um argumento contra a visão de que a punição dos ímpios consiste em um infindável tormento consciente?

II. Fortalecidos na provação
A. Deus prometeu: “Nunca o deixarei, nunca o abandonarei” (Hb 13:5, NVI). Essa e outras promessas das Escrituras têm encorajado você nos momentos difíceis?
B. Saber que Deus fará justiça a todos os Seus fiéis torna mais fácil suportar as adversidades?

III. Exercitando a paciência
Uma vez que as provações inevitavelmente fazem parte da vida, o que podemos fazer, nos momentos mais tranquilos, para nos preparar para os tempos difíceis que virão?

Resumo: 
Deus sabe das injustiças feitas contras Seus seguidores, defenderá a sua fidelidade e punirá seus inimigos quando Cristo voltar.

Motivação
Ao longo de todas as eras da história terrena, a certeza da volta de Cristo para resgatar Seus seguidores e punir os ímpios tem trazido encorajamento e esperança aos cristãos em tempos de dificuldade.

Ao longo da história, os cristãos têm enfrentado provações e perseguições como resultado de sua fé em Cristo. As histórias sobre o que alguns cristãos primitivos estavam dispostos a suportar são inspiradoras. Um exemplo disso envolve uma perseguição que irrompeu contra os cristãos que viviam nas cidades de Vienne e Lyon em 177 d.C. Um cristão que conseguiu escapar relatou que uma jovem chamada Blandina foi torturada durante várias horas e de modo tão cruel que o seu corpo ficou parecendo uma ferida aberta e despedaçada. Ainda assim, em resposta a tal brutalidade, ela não negou sua fé. Ela apenas disse: “Eu sou uma cristã; não fizemos nada do que nos envergonhar” (Eusebius: The History of the Church From Christ to Constantine [Eusébio: A História da Igreja de Cristo até Constantino], traduzido por G. A. Williamson, edição revisada; Londres; Penguin Books, 1989, p. 141).

Como os cristãos suportaram tais atos de selvageria? A resposta pode ser vista no que um bispo cristão chamado Policarpo disse antes de ser martirizado, em 155 d.C. Embora tivesse oitenta e seis anos de idade, Policarpo foi preso por sua fé e trazido diante do governador romano. Devido à idade de Policarpo, o governador apelou a ele que negasse sua fé e escapasse da punição. Depois de muitos apelos para que insultasse a Cristo, Policarpo disse: “‘
Por oitenta e seis anos tenho sido Seu servo, e Ele não me fez nenhum mal. Como posso blasfemar meu Rei, que me salvou?’” Quando o governador ameaçou queimá-lo na fogueira, Policarpo respondeu: “‘Você me ameaça com um fogo que queima apenas por alguns instantes e logo depois se apaga, porque você não conhece o fogo do juízo vindouro e da eterna punição, reservado para os ímpios. Mas o que você está esperando? Venha, faça o que deseja” (Michael W. Holmes, ed., The Apostolic Fathers [Os Pais Apostólicos]; Grand Rapids, Michigan; Baker Books, 1999, p. 235).

Os cristãos primitivos, tais como Policarpo, eram sustentados em meio à perseguição porque sua fé estava firmada numa profunda apreciação do amor de Deus e na compreensão de que este mundo em breve passará, quando Cristo voltar para recompensar os fiéis e punir os perversos (ainda que alguns não compreendessem a natureza da punição final).

Pense nisto: 
Frequentemente ficamos tão envolvidos com nossa vida que esquecemos o que Deus tem feito por nós e qual é realmente o propósito deste mundo. Como podemos ter sempre em mente esse grande quadro?

Comentário Bíblico


I. Saudações e ações de graças (2Ts 1:1-5)
Seja um presente que recebemos ou algo novo que compramos, uma vez que experimentamos as coisas deste mundo, nosso entusiasmo por elas geralmente desaparece rapidamente, e já queremos partir para algo novo. Embora isso seja verdade quanto à maioria das coisas do mundo, a saudação de Paulo na sua segunda carta aos Tessalonicenses deve nos lembrar de que isso não é verdade quando se trata experimentar a “graça e paz” divinas. Em lugar de entrar direto nos assuntos urgentes que precisava tratar em sua carta, Paulo primeiro faz uma pausa para lembrar seus leitores, assim como faz em todas as suas cartas, da oferta divina de graça. Esse é um assunto do qual Paulo nunca se cansa. A graça mudou sua vida e também transformou o coração e a vida dos crentes de Tessalônica.

A ênfase de Paulo em seu dever de agradecer a Deus acerca dos tessalonicenses pode sugerir que os novos conversos se sentiam um pouco envergonhados porque Paulo havia falado extensamente sobre eles em sua carta anterior e diante de outras pessoas. Paulo lembrou-lhes, todavia, que essa gratidão era não apenas exigida dos cristãos (1Ts 5:18), mas que os tessalonicenses a mereciam.

Em tudo, dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco 1Ts 5:18

Deus não somente havia produzido uma mudança miraculosa na vida deles, mas a evidência de Sua obra na vida deles continuava a se manifestar no modo como sua fé, amor e inabalável esperança em Deus estavam crescendo. Isso era algo digno de louvor, especialmente porque tudo isso estava acontecendo em meio a provações e perseguição.

Mas, como Paulo podia ver evidências do reto juízo de Deus na vida dos tessalonicenses quando eles estavam sendo perseguidos? No mundo antigo, a tendência das pessoas era ver a tribulação como uma indicação do desagrado de Deus (lembra dos amigos de Jó?). A evidência do reto juízo de Deus tem dois aspectos. Primeiro, até certo ponto, a evidência que Paulo via era a perseverança na fé que os tessalonicenses demonstravam em meio às tribulações. Essa capacidade de recuperação certamente era uma evidência de que Deus estava atuando na vida deles. Porém, mais importante do que isso, Paulo também considerava a perseguição que eles enfrentavam como evidência do reto juízo de Deus. Mas como poderia ser esse o caso? Como Paulo disse antes, os cristãos devem esperar perseguição. Se a presença do Cristo ressuscitado em nossa vida é realmente um antegozo do reino de Deus que finalmente substituirá os reinos do mundo (Dn 2:44, 45), não deveria ser nenhuma surpresa que o mundo se sinta ameaçado e busque perturbar a obra de Deus e Seus discípulos. A perseguição que os tessalonicenses estavam enfrentando por causa de sua fé, e a perseguição que Seus seguidores continuam a enfrentar, é uma evidência de que um novo dia está chegando.

44 Mas, nos dias destes reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos estes reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,
45 como viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. O Grande Deus fez saber ao rei o que há de ser futuramente. Certo é o sonho, e fiel, a sua interpretação. (Dn 2:44, 45)

Pense nisto: 
De acordo com Paulo, a perseguição é evidência do “reto juízo de Deus” em nossa vida. Como podemos saber se as provações que enfrentamos acontecem por causa do evangelho ou por causa de nossa própria atitude ou comportamento?

II. Juízo e justiça na volta de Cristo (2Ts 1:5-12)

Como a lição aponta, o juízo de Deus é uma preocupação para muitos. A descrição de Cristo “tomando vingança” contra os ímpios, como descrito no verso 8, parece inadequada. Como esse quadro de Jesus pode ser conciliado com o Jesus amoroso dos evangelhos? Aqui é importante notar que e palavra vingança não é a melhor tradução da palavra que Paulo usa no grego. O problema é que a palavra vingança, em português, atualmente é usada em um sentido extremamente brutal. Por exemplo, um dicionário na internet (dictionary.com) define a expressão “com vingança” [“with a vengeance”] como algo que é feito até um grau irracional, excessivo ou assustador. Certamente, isso pode ser visto no tipo de violência sádica e excessiva que Hollywood coloca em seus filmes envolvendo alguém em busca de vingança.

A palavra traduzida como “vingança” (RA) e punição (NVI) não tem ligação com a maneira pela qual a nossa sociedade passou a considerar o termo “vingança”. No, grego, essa palavra (ekdikēsis) vem da palavra para “justo”, “reto” ou “justiça” (dikaios) e significa literalmente “distribuição de justiça”. Esse tema da justiça é o que Paulo está focalizando nessa passagem. Ele já havia mencionado o “reto” juízo de Deus, no verso 5, e descrito as ações de Deus como “justas”, no verso 6. Embora Deus ainda tenha que lidar com o pecado e pecadores que têm recusado continuamente Seus apelos ao arrependimento, podemos ser encorajados porque Deus agirá de maneira justa, leal e sem nenhum elemento de sadismo em Seu juízo.

A segunda palavra que merece ser destacada é a palavra “revelado” (NVI), no verso 7. O Novo Testamento usa três palavras para se referir à volta de Jesus. Em 1Tessalonicenses, já encontramos a palavra parousia (veja a seção Comentário Bíblico da lição 8). As outras duas palavras são apocalypse e epiphany. A palavra usada aqui é apocalypse. Ela significa literalmente “revelar algo que estava escondido”. Embora Cristo esteja oculto aos olhos do mundo hoje, em breve Ele será revelado. Que grande dia será esse!

Pense nisto: 
O tema da justiça de Deus é um conceito importante nas Escrituras e é particularmente significativo para os que têm sido injustiçados. Em que sentido a justiça de Deus é uma boa notícia para você?

Perguntas para reflexão
1. Paulo diz que Jesus voltará “em chama de fogo” (2Ts 1:8). O que o “fogo” simboliza quando associado a Deus ou ao juízo? Considere as seguintes passagens:

Porque o SENHOR, teu Deus, é fogo que consome, é Deus zelosoDt 4:24

Apareceu-lhe o Anjo do SENHOR numa chama de fogo, no meio de uma sarça; Moisés olhou, e eis que a sarça ardia no fogo e a sarça não se consumia. Ex 3:2

11 Concebestes palha, dareis à luz restolho; o vosso bufo enfurecido é fogo que vos há de devorar.
12 Os povos serão queimados como se queima a cal; como espinhos cortados, arderão no fogo.
13 Ouvi vós, os que estais longe, o que tenho feito; e vós, os que estais perto, reconhecei o meu poder.
14 Os pecadores em Sião se assombram, o tremor se apodera dos ímpios; e eles perguntam: Quem dentre nós habitará com o fogo devorador? Quem dentre nós habitará com chamas eternas? Is 33:11–14

Porque eis que o SENHOR virá em fogo, e os seus carros, como um torvelinho, para tornar a sua ira em furor e a sua repreensão, em chamas de fogo, Is 66:15

A sua cabeça e cabelos eram brancos como alva lã, como neve; os olhos, como chama de fogo; Ap 1:14.

2. Tiago diz que a provação da nossa fé nos momentos de tribulações pode produzir perseverança (sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Tg 1:3). As provações também podem, é claro, tornar as pessoas espiritualmente desencorajadas e leva-las a desistir da fé. Como podemos reagir a tais provações para que nossa fé cresça, em lugar de vacilar?

Perguntas de aplicação
1. Deus pode usar nossa experiência nas provações para ajudar outros com problemas semelhantes

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!
4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus.
5 Porque, assim como os sofrimentos de Cristo se manifestam em grande medida a nosso favor, assim também a nossa consolação transborda por meio de Cristo.
6 Mas, se somos atribulados, é para o vosso conforto e salvação; se somos confortados, é também para o vosso conforto, o qual se torna eficaz, suportando vós com paciência os mesmos sofrimentos que nós também padecemos.  (2Co 1:3–6).

De que maneira suas experiências nas dificuldades podem ser usadas para encorajar outros?
2. Paulo orava continuamente pelos tessalonicenses (2Ts 1:11). Existe alguém que necessita de suas orações continuamente? O que você pode fazer para manter firmes as orações e a fé?

Criatividade
Os alunos podem ser tentados a pensar que esta lição se aplica principalmente aos cristãos que estejam sofrendo perseguição física ao redor do mundo, e não às suas próprias circunstâncias. Use a seguinte atividade para tornar a lição desta semana mais relevante para toda a classe.

Atividade: 
Enfatize que Paulo se refere aos desafios enfrentados pelos tessalonicenses como “perseguições” e “tribulações” (2Ts 1:4). Explique que, enquanto as perseguições se referem a ataques contra crentes, as tribulações são mais gerais e poderiam se referir às muitas dificuldades da vida. Peça aos membros da classe para criar uma lista de coisas que possam ser incluídas na categoria de “tribulações”. Depois, comente com a classe o significado de ter esses dois termos em mente enquanto refletimos na lição desta semana.





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