domingo, 29 de julho de 2012

O exemplo apostólico (1Ts 2:1-12) (resumo do estudo nº 05)





1 Vocês sabem muito bem, irmãos, que a nossa visita não ficou sem proveito.
2 Sabem também como fomos maltratados e insultados na cidade de Filipos, antes de chegarmos aí em Tessalônica. Fomos muito combatidos, mas o nosso Deus nos deu coragem para anunciar a vocês a boa notícia que vem dele.
3 Auilo que anunciamos a vocês não se baseia em erros ou em má intenção; e também não tentamos enganar ninguém.
4 Pelo contrário, sempre falamos como Deus quer que falemos, porque ele nos aprovou e nos deu a tarefa de anunciar o evangelho. Não queremos agradar as pessoas, mas a Deus, que põe à prova as nossas intenções.
5 Pois vocês sabem muito bem que não usamos palavras bonitas para enganar vocês, nem procuramos tapear vocês para conseguir dinheiro. Deus é testemunha disso.
6 Nunca procuramos elogios de ninguém, nem de vocês nem de outros.
7 No entanto, tínhamos o direito de exigir de vocês alguma coisa, por sermos apóstolos de Cristo. Mas, quando estivemos com vocês, nós fomos como crianças, fomos como uma mãe ao cuidar dos seus filhos.
8 Nós os amávamos tanto, que gostaríamos de ter dado a vocês não somente a boa notícia que vem de Deus, mas até mesmo a nossa própria vida. Como nós os amávamos!
9 Irmãos, vocês com certeza lembram de como trabalhamos e lutamos para ganhar o nosso sustento. Trabalhávamos de dia e de noite a fim de não sermos uma carga para vocês, enquanto anunciávamos a vocês a boa notícia que vem de Deus.
10 Vocês são nossas testemunhas e Deus também de que o nosso comportamento entre vocês que creram foi limpo, correto e sem nenhuma falha.
11 Vocês sabem que tratamos cada um como um pai trata os seus filhos.
12 Nós os animamos e aconselhamos para que vocês vivessem de uma maneira que agrade a Deus, que os chama para terem parte no seu Reino e na sua glória. 1Tess 2:1-12

Saber: Que o testemunho de uma pessoa em favor de Cristo é mais eficaz quando está enraizado na motivação de agradar a Deus e amar os outros.
Sentir: O desejo de cuidar dos outros de modo mais genuíno e de agradar a Deus em tudo o que fazemos.
Fazer: Avaliar as forças motivadoras em nossa experiência cristã.

Esboço

I. Questão de caráter
A. Considere a lista de qualidades para anciãos e diáconos em 1Timóteo 3:1-13. Por que o caráter é tão importante para a vida cristã?

1 Este ensinamento é verdadeiro: se alguém quer muito ser bispo na Igreja, está desejando um trabalho excelente.
2 O bispo deve ser um homem que ninguém possa culpar de nada. Deve ter somente uma esposa, ser moderado, prudente e simples. Deve estar disposto a hospedar pessoas na sua casa e ter capacidade para ensinar.
3 Não pode ser chegado ao vinho nem briguento, mas deve ser pacífico e calmo. Não deve amar o dinheiro.
4 Deve ser um bom chefe da sua própria família e saber educar os seus filhos de maneira que eles lhe obedeçam com todo o respeito.
5 Pois, se alguém não sabe governar a sua própria família, como poderá cuidar da Igreja de Deus?
6 O bispo não deve ser alguém convertido há pouco tempo; se for, ele ficará cheio de orgulho e será condenado como o Diabo foi.
7 É preciso que o bispo seja respeitado pelos de fora da Igreja, para que não fique desmoralizado e não caia na armadilha do Diabo.
8 Do mesmo modo, os diáconos devem ser homens de palavra e sérios. Não devem beber muito vinho, nem ser gananciosos.
9 Eles devem se apegar à verdade revelada da fé e ter sempre a consciência limpa.
10 Primeiro devem ser provados e depois, se forem aprovados, que sirvam a Igreja.
11 A esposa do diácono também deve ser respeitável e não deve ser faladeira. Ela precisa ser moderada e fiel em tudo.
12 O diácono deve ter somente uma esposa e ser capaz de governar bem os seus filhos e toda a sua família.
13 Pois os diáconos que fazem um bom trabalho conquistam o respeito dos irmãos na fé e são capazes de falar com coragem sobre a sua fé em Cristo Jesus 1Timóteo 3:1-13

B. Que motivações o apóstolo Paulo identifica em 1 Tessalonicenses 2:1-6 como impróprias para um cristão? O que torna essas motivações tão prejudiciais?

II. Chamado à integridade
A. Você já testemunhou escândalos na igreja? Que motivações levaram a esses escândalos?
E que impacto eles tiveram na igreja, na comunidade e em você?
B. Os modelos são importantes. Infelizmente, muitos dos modelos na sociedade atual minam as coisas que Deus mais aprecia. Paulo foi um modelo positivo para os tessalonicenses (1Ts 1:5, 6; 2:10). Quem são os modelos para Deus hoje? Que tipo de modelo você é na igreja, no local de trabalho ou na família?

5 porque o nosso evangelho não chegou até vós tão-somente em palavra, mas, sobretudo, em poder, no Espírito Santo e em plena convicção, assim como sabeis ter sido o nosso procedimento entre vós e por amor de vós.
6 Com efeito, vos tornastes imitadores nossos e do Senhor, tendo recebido a palavra, posto que em meio de muita tribulação, com alegria do Espírito Santo, 1Ts 1:5, 6

Vocês são nossas testemunhas e Deus também de que o nosso comportamento entre vocês que creram foi limpo, correto e sem nenhuma falha.  1Ts 2:10

III. Avaliar nossos motivos
A. Alimentar os motivos errados pode facilmente minar o caráter e prejudicar a causa de Cristo. O que podemos fazer para garantir que os nossos motivos sejam puros?
B. Memorize (O SENHOR já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus. Miqueias 6:8) e peça que Deus cumpra isso em sua vida.

Resumo: 
O desejo genuíno de agradar a Deus e amar os outros é a única motivação suficiente para viver de uma maneira que seja um verdadeiro testemunho por Cristo.

Motivação
A causa de Cristo é melhor servida quando somos motivados pelo desejo de agradar a Deus em tudo que fazemos e estamos dispostos a colocar as necessidades dos outros realmente antes das nossas.

Provavelmente a maior ameaça que a igreja cristã tem enfrentado nas últimas décadas não vem de fora dela, mas de dentro, em consequência da sempre crescente lista de escândalos que continuam abalando a igreja. Na verdade, infelizmente, uma pesquisa na internet sobre a expressão "escândalos da igreja" facilmente produz milhões de resultados. Embora cada escândalo envolva diferentes nomes, rostos e denominações, todos derivam de uma das três motivações pecaminosas para o ministério: o desejo de poder, dinheiro ou sexo.

O dano desses escândalos à causa de Cristo é desconcertante. Vivemos em uma geração em que a igreja perdeu em grande parte sua autoridade moral. Em vez de ser uma voz de restrição contra a depravação moral, os céticos são rápidos em apontar que a igreja é, muitas vezes, parte do problema. Depois de cada escândalo, mais pessoas começam a se perguntar como a mensagem do cristianismo pode ser verdadeira se parece que ela não faz diferença na vida daqueles que a proclamam.

Seria fácil atribuir esse problema aos líderes, cujos nomes realçam esses escândalos, mas isso realmente não resolve nada. Em vez de culpar alguém, precisamos entender que, exceto pela graça de Deus, qualquer um de nós poderia cair em tentações semelhantes. Afinal, somos todos seres humanos. A melhor atitude a seguir é prestar atenção à advertência dada pelo apóstolo Paulo aos tessalonicenses há dois mil anos sobre os perigos de permitir que nossa motivação para servi ao Senhor seja superada por qualquer tentação de satisfazer nossos próprios desejos.

Pense nisto: O que podemos fazer para ser parte da solução dos escândalos morais que têm atormentado a igreja, em lugar de ser parte dos escândalos?

Comentário Bíblico

I. As motivações de Paulo

1 Vocês sabem muito bem, irmãos, que a nossa visita não ficou sem proveito.
2 Sabem também como fomos maltratados e insultados na cidade de Filipos, antes de chegarmos aí em Tessalônica. Fomos muito combatidos, mas o nosso Deus nos deu coragem para anunciar a vocês a boa notícia que vem dele.
3 Aquilo que anunciamos a vocês não se baseia em erros ou em má intenção; e também não tentamos enganar ninguém.
4 Pelo contrário, sempre falamos como Deus quer que falemos, porque ele nos aprovou e nos deu a tarefa de anunciar o evangelho. Não queremos agradar as pessoas, mas a Deus, que põe à prova as nossas intenções.
5 Pois vocês sabem muito bem que não usamos palavras bonitas para enganar vocês, nem procuramos tapear vocês para conseguir dinheiro. Deus é testemunha disso.
6 Nunca procuramos elogios de ninguém, nem de vocês nem de outros.
7 No entanto, tínhamos o direito de exigir de vocês alguma coisa, por sermos apóstolos de Cristo. Mas, quando estivemos com vocês, nós fomos como crianças, fomos como uma mãe ao cuidar dos seus filhos.
8 Nós os amávamos tanto, que gostaríamos de ter dado a vocês não somente a boa notícia que vem de Deus, mas até mesmo a nossa própria vida. Como nós os amávamos! 1Tessalonicenses 2:1-8

Da mesma forma que as pessoas hoje, muitas vezes, são céticas a respeito dos evangelistas da televisão, que parecem mais interessados em dinheiro e fama do que em ajudar os necessitados, as pessoas no mundo antigo também eram céticas acerca dos filósofos itinerantes e oradores públicos, e com razão, pois frequentemente, os "pregadores" itinerantes da época de Paulo eram nada mais do que charlatões que perseguiam a fama e a fortuna.

Temos um quadro impressionante do tipo de trapaceiros religiosos presentes nos dias de Paulo quando consideramos a vida de um homem chamado Alexandre de Abonoteichus. De acordo com Luciano de Samósata, Alexandre era um charlatão por excelência. Durante o segundo século, Alexandre fundou uma seita muito popular centralizada em um deusa serpente chamada Glycon, que supostamente tinha uma cabeça humana, com cabelos loiros. Pessoas de muitos lugares, incluindo o imperador romano Marco Aurélio, foram para ouvir (e pagar pelos) oráculos de Glycon, tal como interpretados por Alexandre. Em apenas um ano, Alexandre recebeu 80.000 dracmas (a dracma era mais ou menos o equivalente a um dia de salário). Realmente era uma fraude lucrativa. O relato de Luciano e as imagens de Glycon podem ser encontradas por meio de pesquisa na internet utilizando a expressão "Luciano de Samósata: Alexandre, o falso profeta".

Para não ser associado a fraudes religiosas, como Alexandre, Paulo faz, em 1 Tessalonicenses 2:1-12, uma ousada defesa de seu ministério. Suas palavras deixam claro que algumas pessoas desconfiavam não apenas de seus ensinamentos, mas até mesmo dos motivos por trás de seu ministério. Em resposta a essas acusações, Paulo argumenta que seu ministério não estava fundamentado em engano , impureza, dolo (1Ts 2:3), nem ganância (v. 5), coisas que certamente eram associados à seita de Glycon.

Vale a pena observar alguns aspectos de três das palavras mencionadas por Paulo. Primeiro, o uso da palavra "impureza" provavelmente tenha conotações sexuais ligadas. Ela é usada com esse sentido em 1Tessalonicenses 4:7
porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação) e Paulo frequentemente a associa à imoralidade sexual em outros lugares

Receio ainda que na minha próxima visita o meu Deus me humilhe diante de vocês e que eu tenha de chorar por muitos de vocês que continuam a cometer os mesmos pecados que cometiam no passado e não se arrependeram da sua imoralidade sexual, nem das relações sexuais proibidas, nem de outras coisas indecentes que faziam. 2Co 12:21

19 As coisas que a natureza humana produz são bem conhecidas. Elas são: a imoralidade sexual, a impureza, as ações indecentes,
20 a adoração de ídolos, as feitiçarias, as inimizades, as brigas, as ciumeiras, os acessos de raiva, a ambição egoísta, a desunião, as divisões,
21 as invejas, as bebedeiras, as farras e outras coisas parecidas com essas. Repito o que já disse: os que fazem essas coisas não receberão o Reino de Deus. Gl 5:19

Isso pode sugerir que alguns pagãos viam com desconfiança a associação de Paulo com as mulheres de destaque em Tessalônica que se haviam convertido ao cristianismo (Paulo e Silas conseguiram convencer disso algumas daquelas pessoas, as quais se juntaram a eles. Um grande número de não-judeus convertidos ao Judaísmo e muitas senhoras da alta sociedade também se juntaram ao grupo. At 17:4). Segundo, a palavra que Paulo usa em 1Tessalonicenses 2:3 para "dolo" (RA) ou "fraudulência" (RC) vem de uma palavra que descreve a isca usada para pegar um peixe. Ela se refere a qualquer atividade que procura tirar vantagem de alguém sem que a pessoa perceba. Por último, embora a palavra ganância (2:5, NVI) tenha alguma referência ao desejo de ganho financeiro, na verdade é um termo muito mais amplo. Ela vem da combinação de duas palavras gregas: "ter" e “mais”. Assim, ela aponta para o desejo humano generalizado de satisfação própria, em todas as fases da vida.

Pense nisto: 
Em uma época de charlatões itinerantes, por que era tão importante que Paulo defendesse seus verdadeiros motivos para o ministério? Que implicações isso pode ter para nós hoje?

II. O método de Paulo 1Tessalonicenses 2:9-12.)

Qualquer um pode alegar que seus motivos são justos. Se é verdade ou não é uma questão totalmente diferente. O estilo de vida e o ministério de Paulo, no entanto, deram amplas evidências da veracidade de suas alegações.

Ao contrário de outros mestres itinerantes, que dependiam do apoio financeiro de seus ouvintes, a prática de Paulo era ganhar o seu próprio sustento, trabalhando com as mãos. A razão para essa prática não era que Paulo achava que os ministros não deviam ser pagos pelos seus serviços. Em suas outras cartas, ele afirma claramente que eles devem receber apoio financeiro

17 Os presbíteros que fazem um bom trabalho na igreja merecem pagamento em dobro, especialmente os que se esforçam na pregação do evangelho e no ensino cristão.
18 Pois as Escrituras Sagradas dizem: “Não amarre a boca do boi quando ele estiver pisando o trigo.” E dizem ainda: “O trabalhador merece o seu salário. 1Tm 5:17, 18

Mas quando se tratava de seu próprio ministério, Paulo preferia não pedir dinheiro para que ninguém pudesse acusá-lo de simplesmente procurar ganhos financeiros.

Como, então, Paulo se sustentou em Tessalônica? Sendo fabricante de tendas por profissão (At 18:3; 20:34), Paulo teria ganho seu sustento passando o dia cortando, trabalhando com ferramentas e costurando couro em sua própria oficina ou na de um colega artesão. Embora o trabalho com peles não fosse fácil, a ocupação diária de Paulo era uma oportunidade de conhecer e conversar com as pessoas que precisavam de seus serviços. Sua trajetória como honesto homem de negócios certamente aumentava sua credibilidade na comunidade. Finalmente, depois de um longo dia de trabalho físico, e durante as horas do sábado, Paulo voltava sua atenção seu outro trabalho, do qual ele mais gostava: o privilégio de pregar e ensinar o evangelho àqueles que estavam interessados.

Por que Paulo fazia tudo isso? Ele "fez isso porque desejava que os novos cristãos soubessem que ele estava ali como um pai para seus filhos. Os pais não cobram dos filhos por criá-los, por educá-los para ser as pessoas que devem ser.

"Esse era o significado do trabalho de Paulo" (Tom Wright, Paul for Everyone: Galatians and Thessalonians [Paulo para Todos: Gálatas e Tessalonicenses]; Louisville, Kentucky: Westminster John Knox Press, 2004, p. 98).

Pense nisto: 
Muitas vezes os céticos dizem que as igrejas só estão interessadas em dinheiro. O que podemos aprender com o método de Paulo para sustentar seu próprio ministério, ao contrário do conceito do ceticismo?

Perguntas para reflexão
1. Em contraste com a acusação de ser um charlatão religioso, que duas metáforas Paulo usa para descrever a si mesmo em 1Tessalonicenses 2:7, 11? O que essas imagens revelam sobre seu ministério e motivos?
2. As histórias do profeta Balaão no Antigo Testamento (Nm 22) e Simão, o mágico, no Novo Testamento (At 8) falam de dois homens que perderam de vista a verdadeira motivação para o ministério. Como esses homens perderam a direção? Que lições podemos aprender com eles?

Perguntas de aplicação
1. As histórias de José no Egito e Daniel em Babilônia contam a experiência de dois homens que eram fiéis a Deus quando muitos outros não eram. O que podemos aprender com esses homens que nos ajudarão em nossa luta contra as tentações do sexo, poder e dinheiro?
2. Ninguém acorda e repentinamente decide arruinar a própria vida por um capricho. Cada escândalo público na igreja começou com alguém dando pequenos passos em direção às concessões e ao pecado. O que podemos fazer para não seguir por esse mesmo caminho?
3. Embora a Bíblia registre as histórias de pessoas cuja integridade parecia nunca vacilar, ela também fala de homens e mulheres que cometeram erros graves, mas se arrependeram. Que história de arrependimento lhe oferece mais esperança para sua própria experiência? Por quê?

Atividade: 
Termine o estudo da lição lembrando os alunos de que ninguém é invencível. Todos temos nossas próprias provações e tentações. Mesmo os homens e mulheres mais piedosos que conhecemos lutam contra o pecado. Isso é o que a Bíblia ensina. Todos precisamos de encorajamento e oração.

Se possível, divida a classe em pequenos grupos de duas ou três pessoas para orar. Encoraje as pessoas a mencionar um pedido de oração. Além disso, peça a cada grupo para orar pelos líderes espirituais da igreja, pedindo que Deus os guarde de perder de vista o elevado propósito de seu chamado e que Ele os ajude a ter integridade inabalável.




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