segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Os mortos em Cristo (resumo do estudo nº 08)




13 Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança.
14 Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem.
15 Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem.
16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro;
17 depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.
18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras. 1Tessalonicenses 4:13-18

Saber: Que, por causa da ressurreição de Jesus, a morte é somente uma separação temporária dos amados cristãos.
Sentir: Encorajamento pelo fato de que Jesus providenciou a solução para o problema da morte.
Fazer: Oferecer esperança e ânimo os que estão sofrendo a perda de um ente querido.

Esboço

I. A morte não é o fim
A. Paulo lembrou os tessalonicenses de que eles não precisavam se entristecer e perder a esperança por causa dos entes queridos que haviam morrido, porque eles ressuscitariam quando Jesus voltasse. Por que a morte e a ressurreição de Jesus é a base da esperança cristã?
B. As Escrituras ensinam que quando uma pessoa morre, ela “dorme” até a volta de Jesus à Terra. Que encorajamento você encontra nessa metáfora ou comparação em relação à morte?
C. Faça uma lista da ordem dos eventos acontecerão na volta de Jesus. Que aspecto desse dia você espera com mais interesse?

II. Almejando a ressurreição
A. Muitos cristãos acreditam que os seres humanos nascem com uma alma imortal que vai imediatamente para o Céu ou para o inferno após a morte. Essa visão oferece “mais” esperança do que o ensinamento bíblico de que os mortos não são imortais e que simplesmente dormem em suas sepulturas até a ressurreição? Explique.
B. Você já experimentou o conforto do texto de 1 Tessalonicenses 4:13-18?

III. Encorajar uns aos outros
O que você pode fazer para encorajar alguém que perdeu um ente querido recentemente?

Resumo: 
A morte não é o capítulo final na vida de um seguidor de Deus, mas somente uma separação temporária que dará lugar a um reencontro glorioso na manhã da ressurreição.

Motivação
Os cristãos devem encorajar uns aos outros com a esperança de que a volta de Jesus trará um fim à separação causada pela morte e marcará o começo de um reencontro glorioso de todos os seguidores de Cristo na manhã da ressurreição.

Embora o espectro da morte continue, o exercício e uma vida saudável têm feito os 50 anos de ontem os 40 de hoje. Procedimentos médicos permitem que as pessoas adiem a morte por mais alguns anos. Medicamentos prescritos podem mascarar os sintomas da velhice, e cirurgia plástica pode até nos fazer parecer mais novos. Com todos esses avanços, a morte no fim de uma longa vida muitas vezes parece mais um alívio do que uma tragédia. Ao mesmo tempo, qualquer um que tenha perdido um filho ou que tenha sofrido a morte repentina e precoce de um ente querido sabe que a morte ainda é tão trágica como sempre foi. Mesmo com todos os avanços modernos, a morte ainda continua viva e ativa. Embora a morte pareça um alívio depois de uma vida longa e boa, certamente é uma tragédia em comparação com a vida eterna em um mundo livre de pecado e morte!

Se quisermos entender plenamente a gloriosa esperança que a volta de Jesus oferece, precisamos enxergar a morte como ela realmente é. As pessoas vivendo em Tessalônica nos dias de Paulo certamente enxergavam assim. Ainda que muitas pessoas vivessem até uma idade avançada, isso não ocorria com a maioria das pessoas. As taxas de mortalidade de bebês e crianças eram extremamente altas, e muitas pessoas que sobreviviam à infância morriam entre os vinte e quarenta anos. Coisas facilmente superadas hoje (como má nutrição, condições sanitárias precárias, ferimentos e certas doenças) eram algumas das principais causas de morte naquele tempo. A vida era difícil, e a morte poderia acontecer a qualquer momento, deixando em seu rastro consequências trágicas e corações quebrantados.

Atividade de abertura: 
A frequência e a natureza inesperada da morte no tempo de Paulo tornavam a volta de Cristo e a ressurreição eventos ansiosamente esperados. O que podemos fazer, hoje, para que as pessoas saibam que a morte não tem a vitória final?


Comentário Bíblico


I. A dificuldade da angustia e seu lugar (1Ts 4:13, 18.)

Como crianças que ficam tão ansiosas para abrir um presente que dificilmente olham para o cartão que o acompanha, frequentemente apenas olhamos rapidamente os comentários de Paulo sobre a tristeza, no verso 13, e avançamos logo para a volta de Jesus nos versos 14-17. Embora a segunda vinda de Jesus seja uma boa notícia, limitamos a esperança que ela nos oferece se falhamos em gastar tempo considerando o problema da tristeza no verso 13.

A tristeza diante da perda de um ente querido é uma experiência difícil de enfrentar, especialmente se essa perda envolve nossos filhos. Sendo uma pessoa crente com uma firme fé em Deus ou um incrédulo, a morte deixa a todos em profundo choque emocional, imaginando como podemos seguir em frente quando a nossa vida parece estar se despedaçando ao nosso redor.

Essa dificuldade em lidar com nossas emoções durante uma perda pode ser vista na experiência de Marco Túlio Cícero, um famoso filósofo e estadista romano que viveu por volta de 100 anos antes de Paulo. Mais ou menos um mês após a morte de sua filha Túlia, de 30 anos, Cícero escreveu o seguinte para um amigo: “
Eu me isolei, nesta região solitária, de toda conversação humana. De manhã me escondo na densa, impenetrável floresta e não apareço até anoitecer. Depois de você, a solidão é minha melhor amiga. Minha única forma de comunicação agora é por meio de livros, mas mesmo minha leitura tem sido interrompida por acessos de choro. Eu tento resistir o máximo possível esses impulsos para chorar, mas ainda não sou forte o suficiente” (Cícero, Cartas para Ático 12.15 conforme citadas em Jo-Ann Shelton, As the Romans Did [Como os Romanos Faziam], 2ª edição; Nova Iorque; Oxford University Press, 1998, p. 92).

É importante notar que Paulo não minimiza a realidade da tristeza. Embora a volta de Jesus ofereça aos crentes a esperança que os incrédulos rejeitaram ou não conheceram, isso não elimina o desafio que os crentes enfrentam quando lutam para conciliar a fé com suas emoções. Em momentos assim, respostas prontas não ajudam (veja a carta de condolências que Cícero recebeu de um amigo no fim dos comentários desta semana). A única coisa que pode ser feita é ouvir de modo compreensivo e oferecer palavras de ânimo, que focalizem a promessa de que Jesus em breve fará novas todas as coisas.

Pense nisto: 
Que encorajamento e esperança os seguintes textos bíblicos oferecem aos seguidores de Deus?

15 Porque não temos sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; antes, foi ele tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado.
16 Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna. Hb 4:15, 16

3 Era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso.
4 Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido.
5 Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados.
6 Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos. Is 53:3-6

Cantai, ó céus, alegra-te, ó terra, e vós, montes, rompei em cânticos, porque o SENHOR consolou o seu povo e dos seus aflitos se compadece.  Is 49:13

Felizes as pessoas que choram, pois Deus as consolará. Mt 5:4

3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai de misericórdias e Deus de toda consolação!
4 É ele que nos conforta em toda a nossa tribulação, para podermos consolar os que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus. 2Co 1:3, 4

No sofrimento, eu fui consolado porque a tua promessa me deu vida. Sl 119:50.

II. O dia da vinda de Jesus (1Ts 4:14-17.)

Assim como Jesus incluía eventos familiares nas histórias que Ele contava, para que as pessoas conservassem na mente uma imagem vívida dessas histórias, Paulo fez o mesmo a respeito da volta de Jesus. Uma das palavras-chaves usadas por ele em grego é parousia 

Pois quem é a nossa esperança, ou alegria, ou coroa em que exultamos, na presença de nosso Senhor Jesus em sua vinda? Não sois vós?  1Ts 2:19

a fim de que seja o vosso coração confirmado em santidade, isento de culpa, na presença de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso Senhor Jesus, com todos os seus santos. 1Ts 3:13

Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. 1Ts 4:15

O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. 1Ts 5:23)

Essa palavra significa literalmente a “vinda”. Embora possa não parecer significativa para nós, os tessalonicenses a reconheciam como o termo usado para uma visita oficial de um dignitário real ou mesmo do imperador romano. Visitas como essas não eram comuns, mas quando aconteciam eram acompanhadas por todo tipo de esplendor, formalidades e sempre resultavam em dádivas e privilégios financeiras concedidos à cidade e seus habitantes. Paulo usou essa imagem para apresentar aos tessalonicenses um quadro da majestade da volta de Jesus. A descrição de Paulo da parousia de Cristo em 1Tessalonicenses 4: 4-17 é a mais completa descrição dela no Novo Testamento. Certamente, nada será secreto em relação a esse evento.

 Será visível

27 Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até no ocidente, assim há de ser a vinda do Filho do Homem.
30 Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória.
31 E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.  Mt 24:27, 30, 31

e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir. At 1:11

Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém! Ap 1:7

e será audível – tão ruidosa, de fato, que acordará os mortos! É lógico que não será o barulho que realmente acordará os mortos. Será ordem divina de Jesus que chamará os mortos à vida.

Paulo também assegura aos tessalonicenses que os mortos em Jesus não ficarão de fora na parousia. Os mortos serão ressuscitados e os vivos serão “arrebatados” juntos da Terra para encontrar Jesus nos ares. A palavra arrebatados (em grego harpazō) significa “apanhar ou pegar de repente, agarrar ou levar”. Isso indica que a parousia será repentina e terá uma força irresistível. A palavra moderna arrebatamento procede da tradução latina de harpazō nesse verso. Mas é importante notar que não haverá nada de secreto nesse “arrebatamento”.

Pense nisto: 
O que podemos fazer para encorajar os outros com a boa notícia da volta de Jesus?

Perguntas para reflexão
1. De acordo com 1 Tessalonicenses 4:14-17, quais serão os três sons que marcarão a volta de Cristo e a reunião de Seus seguidores? O que esses sons significam?
2. Que outros detalhes podemos aprender sobre a ressurreição nos comentários de Paulo em 1Coríntios 15:35-55?

35 Mas alguém perguntará: “Como é que os mortos são ressuscitados? Que tipo de corpo eles vão ter?”
36 Seu tolo! Quando você semeia uma semente na terra, ela só brota se morrer.
37 E o que foi semeado é apenas uma semente, talvez um grão de trigo ou outra semente qualquer e não o corpo já formado da planta que vai crescer.
38 Deus dá a essa semente o corpo que ele quer e dá a cada semente um corpo próprio.
39 E a carne dos seres vivos não é toda do mesmo tipo. Os seres humanos têm um tipo de carne; os animais, outro; os pássaros, outro; e os peixes, ainda outro.
40 Há também corpos do céu e corpos da terra. Existe um tipo de beleza que pertence aos corpos celestes, e há outro que pertence aos corpos terrestres.
41 O sol tem o seu próprio brilho; a lua, outro brilho; e as estrelas têm um brilho diferente. E mesmo as estrelas têm diferentes tipos de brilho.
42 Pois será assim quando os mortos ressuscitarem. Quando o corpo é sepultado, é um corpo mortal; mas, quando for ressuscitado, será imortal.
43 Quando ele é sepultado, é feio e fraco; mas, quando for ressuscitado, será bonito e forte.
44 Quando é sepultado, é um corpo material; mas, quando for ressuscitado, será um corpo espiritual. É claro que, se existe um corpo material, então tem de haver também um corpo espiritual.
45 Porque as Escrituras Sagradas dizem: “Adão, o primeiro homem, foi criado como ser vivo.” Mas o último Adão, Jesus Cristo, é o Espírito que dá vida.
46 Não é o espiritual que vem primeiro, mas sim o material; depois é que vem o espiritual.
47 O primeiro homem foi feito do pó da terra; o segundo veio do céu.
48 Os que pertencem à terra são como aquele que foi feito do pó da terra; os que pertencem ao céu são como aquele que veio do céu.
49 Assim como somos parecidos com o homem feito do pó da terra, assim também seremos parecidos com o Homem do céu.
50 Meus irmãos, o que eu quero dizer é isto: o que é feito de carne e de sangue não pode ter parte no Reino de Deus, e o que é mortal não pode ter a imortalidade.
51 Escutem bem este segredo: nem todos vamos morrer, mas todos nós vamos ser transformados, num instante,
52 num abrir e fechar de olhos, quando tocar a última trombeta. Ela tocará, os mortos serão ressuscitados como seres imortais, e todos nós seremos transformados.
53 Pois este corpo mortal precisa se vestir com o que é imortal; este corpo que vai morrer precisa se vestir com o que não pode morrer.
54 Assim, quando este corpo mortal se vestir com o que é imortal, quando este corpo que morre se vestir com o que não pode morrer, então acontecerá o que as Escrituras Sagradas dizem: “A morte está destruída! A vitória é completa!”
55 “Onde está, ó morte, a sua vitória? Onde está, ó morte, o seu poder de ferir?”
56 O que dá à morte o poder de ferir é o pecado, e o que dá ao pecado o poder de ferir é a lei.
57 Mas agradeçamos a Deus, que nos dá a vitória por meio do nosso Senhor Jesus Cristo!
58 Portanto, queridos irmãos, continuem fortes e firmes. Continuem ocupados no trabalho do Senhor, pois vocês sabem que todo o seu esforço nesse trabalho sempre traz proveito. 1Coríntios 15:35-58

Perguntas de aplicação
1. Com quem você deseja se reencontrar na manhã da ressurreição? Qual será a primeira coisa que você fará ou falará quando esse reencontro ocorrer?
2. Como os incrédulos tentam lidar com a própria mortalidade? Que sintomas da sociedade indicam a falta de esperança que muitos têm sobre a morte?

Atividade: 
A seguir apresentamos parte de uma carta enviada para Cícero, de um colega, depois da morte da filha de Cícero (veja o Passo 2, acima). Preocupado com o tamanho da tristeza de Cícero, a carta foi uma tentativa de motivar Cícero a seguir em frente com sua vida.

Após compartilhar a carta com a classe, permita que os alunos reescrevam a carta a partir da perspectiva de um crente. O que seria diferente?

Mesmo que ela não tivesse morrido nesse momento, todavia, ela deveria morrer em alguns anos, porque ela nasceu mortal. Tire sua mente e seus pensamentos dessas coisas e, em vez disso, reflita nas coisas que são dignas da pessoa que você é. Considere, por exemplo, que ela viveu quanto foi necessário, ou seja, ela viveu enquanto a república viveu. Ela viu você, o pai dela, pretor, depois cônsul e áugure (sacerdote que adivinhava o futuro). Casou-se com homens de famílias nobres e desfrutou de quase todas as bênçãos da vida. Ela partiu quando a república morreu. Como, então, você ou ela podem reclamar sobre o destino por esse motivo?

“Não há aflição que o tempo não diminua ou amenize, mas é indigno de você esperar o tempo passar, em vez de antecipar esse resultado com seu bom senso
” (Cícero, Correspondência com Amigos 4.5.1, 4-6, conforme citado em Jo-Ann Shelton, As the Romans Did [Como os Romanos Faziam], 2ª edição; Nova Iorque; Oxford University Press, p. 93).





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