terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Esperança contra a depressão (comentário ao estudo nº 07)




Objetivo: Conhecer os recursos divinos para prevenir os problemas emocionais e para o auxílio no tratamento deles quando se manifestarem.

Verdade: A depressão gera perda de esperança e outros sérios desconfortos. Por isso, ao enfrentá-la, devemos usar os recursos divinos para fortalecer nossa comunhão espiritual com o Pai.

Introdução
A depressão é um grave problema que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2020 será a maior causa de morbidade depois das doenças do coração.

Os sintomas depressivos mais frequentes são: autoestima baixa, apatia e desinteresse pela vida, choro e falta de coragem. O paciente ainda apresenta aumento da irritabilidade, ataques de ira, sentimento de frustração, alterações do peso e do apetite, alterações do sono, dificuldades de concentração, de pensar e de tomar decisões, de fazer planos; intenções de suicídio ou morte, perda de prazer em atividades antes consideradas prazerosas, incluindo relações sexuais. Isoladamente, esses sintomas não indicam depressão, mas quando estão presentes em quantidade e intensidade alta, muito provavelmente a indicam. Estima-se que 70% dos suicídios se devam à depressão.

Muitos confundem tristeza ou “baixo astral” com depressão. Mas ela pode se apresentar mascarada com outros sintomas, que necessitam da experiência clínica para que sejam investigados. Ela pode ser do tipo leve, moderada ou grave. Mas, independentemente de qual seja, ou mesmo que a pessoa esteja passando por outro desconforto emocional, como uma tristeza episódica, pontual, é preciso dar-lhe auxílio. O apoio de pessoas queridas, interessadas no seu bem-estar é muito importante. Mas também é importante considerar os aspectos espirituais que podem estar presentes. Deus Se interessa em oferecer ajuda a todos, principalmente àqueles que estão em sofrimento.

O estudo da lição pode ser esquematizado em quatro partes:
– As imagens mentais distorcidas e a depressão
– As enfermidades físicas e a depressão
– O alívio divino para a depressão
– A restauração da esperança

I. As imagens mentais distorcidas e a depressão
Antes de continuar, procure ouvir e discutir as respostas dos membros de sua classe sobre o seguinte:

COMENTE:
– Alguma vez você ficou muito decepcionado(a) com você mesmo(a) por algo que tenha feito ou deixado de fazer e sentiu profunda tristeza, a ponto de continuar pensando no assunto por muito tempo?
– Você se recorda de como foi possível resolver o problema?

Davi também passou por algo assim. As perseguições injustas que ele sofreu e os pecados que cometeu pareciam não sair de sua mente. Era como se um filme estivesse diante dele, tirando sua paz, lembrando-lhe a cada momento sua culpa. Isso é denominado pela Psicologia Cognitivo-comportamental de pensamento automático negativo. Uma forma de lidar com ele é utilizar um pensamento alternativo, desviando o foco do problema para a sua solução. Foi fazendo isso que Davi conseguiu superar seus conflitos.

Veja no Salmo 42 a experiência de Davi e como podemos tirar dela orientações para produzir novas imagens mentais, nutrindo a fé com as promessas de Deus:

– Reconhecer a real condição (v. 2-4): Só conseguiremos reagir e superar a depressão quando admitirmos o problema.
– Abrir o coração e expressar a Deus o seu sentimento (v. 5, 7): Davi disse a Deus os seus sentimentos. Podemos ir a Deus, pois Ele prometeu que estará sempre com aqueles que O invocam (2Cr 20:17; Mt 28:20).
– Declarar a si mesmo e aos outros as promessas de Deus (v. 5b, 8, 11): Davi parecia conversar consigo mesmo, reafirmando sua esperança. Quando surgem pensamentos de derrota e fracasso, a pessoa com depressão precisa fazer o mesmo. Davi declarou: “Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a Ele, meu auxílio e Deus meu” (v. 6 e 11).

II. As enfermidades físicas e a depressão
As pesquisas apresentam que cerca de 70% das enfermidades incluem sintomas depressivos. Ezequias passou por essa experiência, como relatado em Isaías 38. Ele chegou a exclamar: “Ó Senhor, estou sofrendo! Salva-me!” (v.14). O auxílio espiritual é fundamental para que a pessoa enferma supere a depressão.

COMENTE:
Você já passou por uma situação em que parecia não haver esperança? Que encorajamento você pode obter ao se lembrar das promessas de Deus?

III. O alívio divino para a depressão
No Salmo 39 e no Salmo 55:17, vemos mais uma vez a importância de declarar a Deus nossas aflições, confiando em Seu cuidado por nós. Ellen G. White afirma que somos privilegiados em poder ir a Jesus assim como estamos e nos lançar sobre Seu amor! Não temos nenhuma esperança a não ser em Jesus. Só Ele nos pode alcançar com Sua mão para nos erguer das profundezas do desânimo e da desesperança e colocar nossos pés sobre a Rocha (Para Conhecê-Lo [MM 1965], p. 80).

COMENTE  COM A CLASSE:
O que você poderia fazer por alguém que se encontrasse necessitado dessa espécie de alívio?

IV. A restauração da esperança
Cada situação é única e particular, mas a depressão, às vezes, é determinada ou agravada por falhas e erros cometidos. A recordação dos seus pecados fez Davi sofrer muito até o momento em que ele os confessou (Sl 32:5-7). A certeza do perdão divino deve ter base na Palavra de Deus e não nos sentimentos. Quando a pessoa está deprimida, é comum que ela não se sinta perdoada, mesmo tendo confessado os pecados a Deus. Então, é necessário crer que “se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1Jo 1:9).

Conclusão
Nas situações angustiantes da vida, é preciso lembrar sempre que Deus nos oferece a esperança de um livramento completo. Se não o obtivermos neste mundo, certamente o teremos no porvir. Miqueias declarou: “
Eu, porém, olharei para o Senhor e esperarei no Deus da minha salvação; o meu Deus me ouvirá” (Mq 7:7). 


Noel José Dias da Costa é psicólogo e pastor, mestre e doutor em Psicologia Clínica pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Teologia pelo SALT-UNASP-EC. Atua como professor, psicólogo e auxiliar da Associação Ministerial no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP-SP). É casado com a pedagoga Erenita M. S. da Costa, e pai de Tiago e Ana Cristina.





Nenhum comentário:

Postar um comentário