domingo, 7 de agosto de 2011

Adoração nos Salmos (resumo do estudo nº 07)




Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos! A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do SENHOR; o meu coração e a minha carne exultam pelo Deus vivo! Salmo 84:1, 2

Conhecer: A grande variedade de emoções e temas, pessoais e comunitários, abordados nos Salmos.
Sentir: Necessidade de expressar os mesmos lamentos ardorosos e elevados louvores desses cânticos de adoração profundamente pessoais.
Fazer: Usar o simbolismo do santuário nos Salmos para se ligar ao Criador, Juiz, Cordeiro sacrifical e Rei.

Esboço

I. Os hinos indicam a batida do coração

A. Como os Salmos tratam os muitos problemas que nos incomodam pessoalmente e como Igreja?
B. Qual é a importância de abordar temas tão variados como história, injustiça social, traição pessoal, lei, criação e juízo eterno nos cânticos de adoração congregacional?

II. Da lamentação à celebração

A. Como os Salmos ajudam a expressar os mais profundos clamores do coração? Por que é importante se conectar pessoalmente com Deus, dessa forma íntima e intensa?
B. Como os Salmos proporcionam um importante recurso para a adoração coletiva? Como os temas dos Salmos ajudam a unir e fortalecer a comunidade, em sua busca de um relacionamento comunitário com Deus?

III. Simbolismo do santuário

Não é difícil imaginar quantos salmos eram utilizados no contexto da adoração no santuário por causa do uso de imagens do santuário em muitos deles. No entanto, que papel vital o simbolismo do santuário desempenha hoje em nossa adoração pessoal e nos cultos da igreja?

Resumo: 
Os Salmos expressam os clamores do coração dos que buscam a Deus em um diálogo vivo, de súplicas, promessas, bênçãos, louvor e celebração.

Motivação
Os Salmos nos ajudam a dialogar com Deus, através das estruturas e imagens da poesia, sobre questões como injustiça, traição, juízo e história, bem como louvor pela criação do mundo e celebração de Seu domínio. Poesia e música são avenidas especialmente adequadas para experiências pessoais e coletivas de adoração.

Use o seguinte exercício para ajudar a classe a explorar o valor das figuras de linguagem e da poesia em comunicar as verdades de Deus.

Atividade de abertura: 
William Wordsworth definiu a poesia como “o transbordamento espontâneo de sentimentos poderosos: ela tem sua origem na emoção recolhida na tranquilidade”. A poesia é uma linguagem compactada numa forma que comunica muito, ao nosso coração e mente, com poucas palavras. Grande parte do seu poder vem de imagens sensoriais que associamos a experiências inteiras.

4  no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo. Aí, pôs uma tenda para o sol,
5  o qual, como noivo que sai dos seus aposentos, se regozija como herói, a percorrer o seu caminho.
6  Principia numa extremidade dos céus, e até à outra vai o seu percurso; e nada refoge ao seu calor.
7  A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
8  Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos. Salmo 19:4-6

Por exemplo, quando o Salmo 19:4-6 se refere ao Sol como um noivo saindo dos seus aposentos, ou um herói correndo com alegria para a linha de chegada, temos a imagem do Sol como um homem forte, profundamente feliz, cheio de vida e pronto para enfrentar o mundo. Quando essa imagem é associada à Palavra de Deus, Seu poder, energia e glória se espalhando por toda parte, aquecendo o planeta, mesmo em majestade silenciosa, um retrato totalmente novo de Deus é apresentado aos nossos sentidos. Quando essa imagem é estendida para a descrição da lei de Deus, somos mais capazes de compreender um conceito muito abstrato, que em alguns contextos, é assustador e ameaçador.

7  A lei do SENHOR é perfeita e restaura a alma; o testemunho do SENHOR é fiel e dá sabedoria aos símplices.
8  Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro e ilumina os olhos.
9  O temor do SENHOR é límpido e permanece para sempre; os juízos do SENHOR são verdadeiros e todos igualmente, justos.
10  São mais desejáveis do que ouro, mais do que muito ouro depurado; e são mais doces do que o mel e o destilar dos favos.
11  Além disso, por eles se admoesta o teu servo; em os guardar, há grande recompensa.
12  Quem há que possa discernir as próprias faltas? Absolve-me das que me são ocultas.
13  Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível e ficarei livre de grande transgressão.
14  As palavras dos meus lábios e o meditar do meu coração sejam agradáveis na tua presença, SENHOR, rocha minha e redentor meu! Salmo 19:7-14

Comente: 
Divida a classe em cinco grupos e distribua a cada grupo alguns versos do Salmo 19:7-14. Se possível, incentive o uso de várias versões da Bíblia. Peça que cada grupo desenhe figuras (ou represente por mímica uma ilustração), demonstrando como é a lei de Deus, conforme a descrição dos versos que os integrantes do grupo receberam. Recolha as figuras ou peça que venham à frente os que representaram uma demonstração. Peça que a classe comente essas imagens e como aumentam sua compreensão do Criador como legislador.

Compreensão
Uma possível forma de apresentar o seguinte material é dividi-lo entre cinco grupos. Peça a cada grupo que comente o tema escolhido e encontre um hino do hinário para ilustrar o assunto. Certifique-se de reservar tempo suficiente para que cada grupo apresente suas descobertas para a classe. Você pode optar por usar representações concretas para o que pode parecer uma lista de conceitos abstratos abordados nos Salmos, para ajudar a classe a se identificar com esses conceitos. Por exemplo, uma folha ou rocha pode ilustrar o tema da natureza, e um simples instrumento musical pode ilustrar louvor e celebração.


                                   Comentário Bíblico


I. Criador do mundo natural   -         (Recapitule os Salmos 65, 104 e

13  Pois tu formaste o meu interior tu me teceste no seio de minha mãe.
14  Graças te dou, visto que por modo assombrosamente maravilhoso me formaste; as tuas obras são admiráveis, e a minha alma o sabe muito bem;
15  os meus ossos não te foram encobertos, quando no oculto fui formado e entretecido como nas profundezas da terra.
16  Os teus olhos me viram a substância ainda informe, e no teu livro foram escritos todos os meus dias, cada um deles escrito e determinado, quando nem um deles havia ainda.
17  Que preciosos para mim, ó Deus, são os teus pensamentos! E como é grande a soma deles!
18  Se os contasse, excedem os grãos de areia; contaria, contaria, sem jamais chegar ao fim.   Sl 139:13-18.)

Muitas vezes, vamos ao mundo natural para ver a presença e o poder de Deus.
Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis; Rom 1:20, Paulo reconhece que todos podem ver na criação os atributos invisíveis de Deus, e isso não deixa ninguém com a desculpa de que não poderia conhecer Deus e Lhe dar glória. Pensar no que Deus tem feito, como refletido no belo ambiente de Sua criação, desperta temor e admiração do poder criativo de Deus, apreciação pelo Seu senso de beleza e perfeição, e alegria por Seus dons generosos.

De acordo com Ellen White, mesmo quando era menino, Cristo gostava de tirar algumas poucas horas de lazer e passá-las na natureza, em comunhão com Seu Pai, orando, estudando as Escrituras e cantando louvores. Ele ficava feliz, rodeado pela beleza e bênçãos da natureza. “
Quão amáveis são os Teus tabernáculos”, quase podemos ouvi-Lo cantar, “A minha alma suspira e desfalece pelos átrios do Senhor... O pardal encontrou casa, e a andorinha, ninho para si,... os Teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu!” (Sl 84:1-3).

Pense nisto: 
Que aspectos do mundo natural são mais impressionantes para você e o inspiram a cantar? Como a declaração do nosso apreço pela criação de Deus inspira a fé da comunidade?

II. Justiça e juízo         -          (Recapitule os Salmos 49, 73, 120 e 139.)

Às vezes, um belo hino de louvor, como o Salmo 139, é interrompido com explosões apaixonadas contra o perverso. O contraste do jovem pastor que se tornou guerreiro é tão interessante quanto a imagem de Davi cantando um belo e emocionante verso sobre a bondade e presença de Deus a cada momento, até mesmo nas “
asas da alvorada”, e, de repente, irrompendo em clamores apaixonados contra os malfeitores. “Quem dera matasses os ímpios, ó Deus!”, declara. “Acaso não odeio os que Te odeiam, Senhor?” (Sl 139:19, 21, NVI). Depois, em outra mudança rápida de pensamento, Davi termina seu hino com um apelo fervoroso para que Deus sondasse seu coração e erradicasse dele qualquer mal que pudesse estar se insinuando ali.

Parece que Davi foi tão fervoroso em seu ódio pelo perverso quanto em seu amor por Deus. Embora num primeiro momento isso possa chocar nossa sensibilidade, há grande segurança na determinação de Deus em lidar de forma justa com o mal. Davi encontrou não apenas beleza e paz no deserto, mas proteção e segurança contra o mal. Ele não só ansiava por paz e segurança, mas fazia o que podia para tornar possível o tipo de justiça divina e segurança para todos em seu reino. Davi e os demais salmistas reconheciam que, como servos de Deus, devemos nos identificar com Ele e participar de Sua obra de reparar a opressão, em lugar de se identificar com os ímpios e sua obra de destruição.

Pense nisto: Qual é o propósito das promessas de que a justiça e o juízo serão executados sobre os ímpios? Por que esse tema é importante para a adoração coletiva?

III. História            -                (Recapitule os Salmos 78, 106 e 114.)

Deus deu a Moisés um cântico para ensinar ao povo justamente antes de sua morte. Era uma longa narração de como Deus havia livrado Israel, suas muitas rebeliões e as lições que tinham aprendido sobre o caráter de Deus durante seus anos de peregrinação no deserto    (Dt 31:15–32:47).

Em outra ocasião, após o retorno dos exilados a Jerusalém, Esdras organizou um jejum para arrependimento, e os levitas fizeram uma narração semelhante do relacionamento de Deus com Seu povo (Ne 9). Em ambas as circunstâncias, Israel havia chegado ao fim de um amargo exílio de sua terra e estava posicionado na encruzilhada que prometia um novo começo. Era um momento importante para rever sua história.

Essas narrações não eram histórias de indivíduos; eram histórias de como o povo havia chegado à situação em que estava. Eram histórias compartilhadas. Havia grande perigo em esquecer o que Deus havia feito e as lições aprendidas com tão grande custo. Não poderia haver recomeço, a menos que essas lições estivessem vívidas em sua mente e coração.

Pense nisto: 
Por que é importante que o povo de Deus, hoje, conte sua história compartilhada com o povo de Deus através dos séculos? Que eventos iminentes tornam essencial que conservemos vivas em nossa mente as lições de Deus na história?

IV. Santuário   -       (Recapitule o
Salmo 84)

Lembre-se de todas as tuas ofertas de manjares e aceite os teus holocaustos. Sl 20:3

Suba à tua presença a minha oração, como incenso, e seja o erguer de minhas mãos como oferenda vespertina. Sl 141:2

Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte e aos teus tabernáculos. Então, irei ao altar de Deus, de Deus, que é a minha grande alegria; ao som da harpa eu te louvarei, ó Deus, Deus meu.  Sl 43:3, 4

O uso das imagens do santuário nos Salmos enriquece nossa adoração a Deus no lugar santíssimo hoje

19  Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus,
20  pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne,
21  e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus,
22  aproximemo-nos, com sincero coração, em plena certeza de fé, tendo o coração purificado de má consciência e lavado o corpo com água pura. (Hb 10:19-22).

O povo de Israel, como um todo, não era impedido de entrar nos lugares santo e santíssimo, no tabernáculo do deserto. Eles eram chamados a imaginar o que estava acontecendo, enquanto o sacerdote levava o sangue do sacrifício para o altar do incenso, além da menorá (candelabro) e da mesa dos pães da presença, e espargia o sangue sobre as pontas do altar e o véu diante da arca da aliança. O povo podia ver a glória da Shekinah acima do topo do tabernáculo e imaginar as orações sendo apresentadas diante de Sua Majestade, o Rei do Universo, que viera habitar com eles e Se encontrar com eles ali, protegidos como estavam do brilho de Sua justiça. Assim devemos, na imaginação, seguir Cristo atrás do véu nas cortes celestiais, enquanto Ele apresenta nossas orações diante do Pai, intercede por nós e nos reclama como Seus por causa de Seu sangue derramado, que nos limpa do pecado.

Pense nisto:
Como nossa compreensão do papel que Jesus desempenhou ao comprar nossa redenção com Seu sangue motiva mais a nossa adoração? Por que é importante que cantemos sobre essa relação muito incrível?

V. Louvor e celebração         -      (Recapitule os salmos 147, 148, 149 e 150).

Os anjos gostam de proclamar, repetidas vezes, a santidade de Deus, Seu poder criativo, onisciência, perfeita justiça, a salvação que Ele tem concedido, e Sua dignidade para receber nosso louvor, por causa de toda bênção, glória, sabedoria, ação de graças, honra, poder e força que pertencem a Ele (E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. Is 6:3; Depois destas coisas, vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos; e clamavam em grande voz, dizendo: Ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação. Todos os anjos estavam de pé rodeando o trono, os anciãos e os quatro seres viventes, e ante o trono se prostraram sobre o seu rosto, e adoraram a Deus,   dizendo: Amém! O louvor, e a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém! Ap 7:9-12).

Na verdade, quando chegarmos ao Céu, todos nós, até a última criatura, nos reuniremos ao redor do trono de Deus e nos alegraremos na maneira pela qual Deus tem sido bondoso. Será uma grande celebração!

Relembre celebrações em grupo, como Miriam liderando o cântico após o livramento no Mar Vermelho (Êx 15), Davi levando a arca em Jerusalém (2Sm 6:12-22), e o grupo de cantores guiando o exército de Josafá à batalha (2Cr 20:20-28). Embora muitas vezes louvemos a Deus em particular, quanto mais jubilosas são essas celebrações coletivas de livramento! Essa é a diferença entre comemorar seu aniversário sozinho e celebrá-lo com a família e amigos. Nossos hinos de adoração não somente ajudam a consolidar a harmonia do grupo e unidade de propósito na devoção a Deus, como nos dão um poderoso e enobrecedor sentimento de alegria compartilhada, que não encontramos em nenhum outro contexto.

Pense nisto: 
Que livramento será mais importante em nossa mente, quando nos reunirmos ao redor do trono no Céu, para cantar louvores a Deus?

Aplicação
Use as seguintes atividades para ajudar a tornar claras para a classe as aplicações práticas dos temas dos Salmos.

Atividade
Ouça as músicas preparadas pelos membros da classe nessa semana como parte das tarefas da semana anterior.

Perguntas para consideração
1. Que experiências de livramento sua comunidade compartilha? Comente essas experiências e, em seguida, divida a classe em dois grupos, a fim de fazer a leitura responsiva número 5, Rendei Graças ao Senhor, no Hinário Adventista (Sl 107:1-15). Pergunte como os alunos se sentem ao ler juntos as Escrituras. Por que é tão valiosa para a igreja a experiência de se reunir para celebrar os livramentos operados pelo Senhor?
2. Com que frequência você experimenta em seus cultos de adoração os diversos temas apresentados nos Salmos? Sua igreja tem utilizado as leituras responsivas do Hinário Adventista? Como a programação de sua igreja poderia aumentar as oportunidades para a utilização de poesia, salmos, e músicas extraídas das Escrituras ou das experiências pessoais?

Criatividade
Sugira as seguintes ideias para ajudar a colocar em prática, durante as próximas semanas, as questões analisadas na classe.

1. Escreva uma versão do Salmo 136, usando os principais eventos da sua vida como marcos que ilustram como “Seu amor dura para sempre”. Compartilhe esse salmo com um membro da família que tem uma história de vida semelhante e que precisa de um impulso extra para a fé nesta semana.
2. Escolha cinco salmos que falam da natureza. Leia um deles a cada dia, antes de sair de casa, e medite sobre essa passagem enquanto faz suas atividades.
3. Que livramentos especiais sua família experimentou? Planeje algumas atividades para celebrar a atuação de Deus em sua vida, como uma refeição comemorativa, um álbum de família ou uma decoração de parede que ajude a lembrar a bondade de Deus.
4. Reescreva alguns trechos de algumas das imagens do santuário nos Salmos, à luz do “novo e vivo caminho” (Hb 10:20) que foi aberto para nos aproximarmos de Deus, e compartilhe com a classe.






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