segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Adoração: do exílio à restauração (estudo nº 10)





“Vocês têm plantado muito, e colhido pouco. Vocês comem, mas não se fartam. Bebem, mas não se satisfazem. Vestem-se, mas não se aquecem. Aquele que recebe salário, recebe-o para colocá-lo numa bolsa furada” (Ageu 1:6, NVI).

Leituras da semana: Ne 1; Jr 29:10-14; Ez 8; Dn 3; Ag 1; Zc 1:1-6

De nossa perspectiva atual, mais de mil e novecentos anos após a destruição final do templo de Jerusalém, é muito difícil entender a importância do templo na vida política e religiosa da nação judaica. O templo era o ponto alto da adoração, o centro de sua identidade étnica e religiosa. Era o lugar em que o Senhor disse que habitaria, e do qual reinaria em Israel. Ali o seguidor do Senhor encontrava purificação, perdão, graça e reconciliação.

Muitas pessoas não acreditaram nas advertências proféticas de que o templo seria destruído por Babilônia, exatamente porque ele era, verdadeiramente, a casa do Senhor. Como o Senhor poderia permitir que Seu templo sagrado fosse destruído? Só podemos imaginar o choque que eles tiveram quando, de fato, como os profetas haviam advertido, os babilônios o devastaram. E ainda, mesmo em meio a toda a devastação, o Senhor prometeu que a nação seria restaurada, o templo, reconstruído, e Israel receberia outra oportunidade para cumprir seu destino profético.

Nesta semana, estudaremos algumas questões relacionadas à adoração durante o tempo do exílio e, então, a restauração prometida. 

Domingo                                      “Filho do homem, você viu...?”


A apostasia não acontece da noite para o dia. Povos inteiros não se perdem completamente em um dia, uma semana, ou mesmo um ano. O processo é muito lento. Uma pequena mudança aqui, uma pequena concessão ali, um pouco menos de rigidez, a fim acompanhar o momento, ou para ser relevante, ou para se adequar melhor às tendências da sociedade e da cultura. Pouco a pouco, passo a passo e, depois de algum tempo, uma nação inteira está fazendo coisas que, talvez em uma ou duas gerações anteriores, teriam sido consideradas com horror. Esse foi o destino do antigo Israel e Judá; esse foi o destino do cristianismo em seus primórdios. Esse pode ser o destino de qualquer igreja, incluindo a nossa, que não guardar com zelo e cuidado as sagradas verdades e práticas que lhe foram dadas pelo Senhor.

1. Leia Ezequiel 8. O que estava acontecendo no templo sagrado, instituído pelo Senhor, o mesmo local em que o Senhor havia prometido colocar Seu nome? Como o povo, os líderes espirituais, poderiam ter caído em tal apostasia? Que lições podemos aprender desse episódio?

1  No sexto ano, no sexto mês, aos cinco dias do mês, estando eu sentado em minha casa, e os anciãos de Judá, assentados diante de mim, sucedeu que ali a mão do SENHOR Deus caiu sobre mim.
2  Olhei, e eis uma figura como de fogo; desde os seus lombos e daí para baixo, era fogo e, dos seus lombos para cima, como o resplendor de metal brilhante.
3  Estendeu ela dali uma semelhança de mão e me tomou pelos cachos da cabeça; o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me levou a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus.
4  Eis que a glória do Deus de Israel estava ali, como a glória que eu vira no vale.
5  Ele me disse: Filho do homem, levanta agora os olhos para o norte. Levantei os olhos para lá, e eis que do lado norte, à porta do altar, estava esta imagem dos ciúmes, à entrada.
6  Disse-me ainda: Filho do homem, vês o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Pois verás ainda maiores abominações.
7  Ele me levou à porta do átrio; olhei, e eis que havia um buraco na parede. Então, me disse: Filho do homem, cava naquela parede.
8  Cavei na parede, e eis que havia uma porta.
9  Disse-me: Entra e vê as terríveis abominações que eles fazem aqui.
10  Entrei e vi; eis toda forma de répteis e de animais abomináveis e de todos os ídolos da casa de Israel, pintados na parede em todo o redor.
11  Setenta homens dos anciãos da casa de Israel, com Jazanias, filho de Safã, que se achava no meio deles, estavam em pé diante das pinturas, tendo cada um na mão o seu incensário; e subia o aroma da nuvem de incenso.
12  Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? Pois dizem: O SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra.
13  Disse-me ainda: Tornarás a ver maiores abominações que eles estão fazendo.
14  Levou-me à entrada da porta da Casa do SENHOR, que está no lado norte, e eis que estavam ali mulheres assentadas chorando a Tamuz.
15  Disse-me: Vês isto, filho do homem? Verás ainda abominações maiores do que estas.
16  Levou-me para o átrio de dentro da Casa do SENHOR, e eis que estavam à entrada do templo do SENHOR, entre o pórtico e o altar, cerca de vinte e cinco homens, de costas para o templo do SENHOR e com o rosto para o oriente; adoravam o sol, virados para o oriente.
17  Então, me disse: Vês, filho do homem? Acaso, é coisa de pouca monta para a casa de Judá o fazerem eles as abominações que fazem aqui, para que ainda encham de violência a terra e tornem a irritar-me? Ei-los a chegar o ramo ao seu nariz.
18  Pelo que também eu os tratarei com furor; os meus olhos não pouparão, nem terei piedade. Ainda que me gritem aos ouvidos em alta voz, nem assim os ouvirei. Eze 8

Os pecados secretos, acariciados pelos sacerdotes e anciãos, foram as abomináveis e repugnantes práticas de adoração de sua cultura. Aqueles que deviam ter guiado o povo de Deus na verdadeira adoração, estavam adaptando essa adoração aos costumes pecaminosos e corruptos de seu tempo e ambiente, trazendo assim as abominações da cultura que os cercava ao sagrado santuário de Deus. Como é irônico que o exército babilônico trouxesse um fim à profanação do templo de Deus, e nesse caso, unicamente pela destruição dele.  

2. Leia cuidadosamente Ezequiel 8:12. Que tipo de lógica e raciocínio esses anciãos estavam usando para justificar suas ações? O que poderia tê-los levado a essas conclusões falsas?
Então, me disse: Viste, filho do homem, o que os anciãos da casa de Israel fazem nas trevas, cada um nas suas câmaras pintadas de imagens? Pois dizem: O SENHOR não nos vê, o SENHOR abandonou a terra. Ezequiel 8:12
Aquelas pessoas devem ter se afastado tanto do Senhor a ponto de acreditar que Ele não as via ou que não Se importava com suas práticas. O Senhor, que vez após vez mostrava Seu cuidado, Sua proximidade e Seu desejo de que elas obedecessem, agora havia abandonado a Terra, como eles pensavam? Precisamos ser cuidadosos, porque o pecado pode endurecer nosso coração e envenenar nossa mente, nos levando a justificar até as práticas mais horríveis. 




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