terça-feira, 16 de agosto de 2011

Elias e os profetas de Baal


Quarta                                    




As coisas foram de mal a pior no reino do norte, especialmente quando surgiu a questão da adoração sob o reinado de Acabe e Jezabel. É nesse contexto (1Rs 17–19) que chegamos à famosa história do confronto entre Elias e os profetas de Baal. É aqui que podemos ver quão longe as concessões os haviam levado.

5. Leia 1 Reis 18. Observe a diferença nos “estilos de adoração” entre Elias e os falsos profetas. Que lições importantes podemos tirar sobre a questão da adoração?
1  Muito tempo depois, veio a palavra do SENHOR a Elias, no terceiro ano, dizendo: Vai, apresenta-te a Acabe, porque darei chuva sobre a terra.
2  Partiu, pois, Elias a apresentar-se a Acabe; e a fome era extrema em Samaria.
3  Acabe chamou a Obadias, o mordomo. (Obadias temia muito ao SENHOR,
4  porque, quando Jezabel exterminava os profetas do SENHOR, Obadias tomou cem profetas, e de cinqüenta em cinqüenta os escondeu numa cova, e os sustentou com pão e água.)
5  Disse Acabe a Obadias: Vai pela terra a todas as fontes de água e a todos os vales; pode ser que achemos erva, para que salvemos a vida aos cavalos e mulos e não percamos todos os animais.
6  Repartiram entre si a terra, para a percorrerem; Acabe foi à parte por um caminho, e Obadias foi sozinho por outro.
7  Estando Obadias já de caminho, eis que Elias se encontrou com ele. Obadias, reconhecendo-o, prostrou-se com o rosto em terra e disse: És tu meu senhor Elias?
8  Respondeu-lhe ele: Sou eu; vai e dize a teu senhor: Eis que aí está Elias.
9  Porém ele disse: Em que pequei, para que entregues teu servo na mão de Acabe, e ele me mate?
10  Tão certo como vive o SENHOR, teu Deus, não houve nação nem reino aonde o meu senhor não mandasse homens à tua procura; e, dizendo eles: Aqui não está; fazia jurar aquele reino e aquela nação que te não haviam achado.
11  Agora, tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que aí está Elias.
12  Poderá ser que, apartando-me eu de ti, o Espírito do SENHOR te leve não sei para onde, e, vindo eu a dar as novas a Acabe, e não te achando ele, me matará; eu, contudo, teu servo, temo ao SENHOR desde a minha mocidade.
13  Acaso, não disseram a meu senhor o que fiz, quando Jezabel matava os profetas do SENHOR, como escondi cem homens dos profetas do SENHOR, de cinqüenta em cinqüenta, numas covas, e os sustentei com pão e água?
14  E, agora, tu dizes: Vai, dize a teu senhor: Eis que aí está Elias. Ele me matará.
15  Disse Elias: Tão certo como vive o SENHOR dos Exércitos, perante cuja face estou, deveras, hoje, me apresentarei a ele.
16  Então, foi Obadias encontrar-se com Acabe e lho anunciou; e foi Acabe ter com Elias.
17  Vendo-o, disse-lhe: És tu, ó perturbador de Israel?
18  Respondeu Elias: Eu não tenho perturbado a Israel, mas tu e a casa de teu pai, porque deixastes os mandamentos do SENHOR e seguistes os baalins.
19  Agora, pois, manda ajuntar a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinqüenta profetas de Baal e os quatrocentos profetas do poste-ídolo que comem da mesa de Jezabel.
20  Então, enviou Acabe mensageiros a todos os filhos de Israel e ajuntou os profetas no monte Carmelo.
21  Então, Elias se chegou a todo o povo e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o SENHOR é Deus, segui-o; se é Baal, segui-o. Porém o povo nada lhe respondeu.
22  Então, disse Elias ao povo: Só eu fiquei dos profetas do SENHOR, e os profetas de Baal são quatrocentos e cinqüenta homens.
23  Dêem-se-nos, pois, dois novilhos; escolham eles para si um dos novilhos e, dividindo-o em pedaços, o ponham sobre a lenha, porém não lhe metam fogo; eu prepararei o outro novilho, e o porei sobre a lenha, e não lhe meterei fogo.
24  Então, invocai o nome de vosso deus, e eu invocarei o nome do SENHOR; e há de ser que o deus que responder por fogo esse é que é Deus. E todo o povo respondeu e disse: É boa esta palavra.
25  Disse Elias aos profetas de Baal: Escolhei para vós outros um dos novilhos, e preparai-o primeiro, porque sois muitos, e invocai o nome de vosso deus; e não lhe metais fogo.
26  Tomaram o novilho que lhes fora dado, prepararam-no e invocaram o nome de Baal, desde a manhã até ao meio-dia, dizendo: Ah! Baal, responde-nos! Porém não havia uma voz que respondesse; e, manquejando, se movimentavam ao redor do altar que tinham feito.
27  Ao meio-dia, Elias zombava deles, dizendo: Clamai em altas vozes, porque ele é deus; pode ser que esteja meditando, ou atendendo a necessidades, ou de viagem, ou a dormir e despertará.
28  E eles clamavam em altas vozes e se retalhavam com facas e com lancetas, segundo o seu costume, até derramarem sangue.
29  Passado o meio-dia, profetizaram eles, até que a oferta de manjares se oferecesse; porém não houve voz, nem resposta, nem atenção alguma.
30  Então, Elias disse a todo o povo: Chegai-vos a mim. E todo o povo se chegou a ele; Elias restaurou o altar do SENHOR, que estava em ruínas.
31  Tomou doze pedras, segundo o número das tribos dos filhos de Jacó, ao qual viera a palavra do SENHOR, dizendo: Israel será o teu nome.
32  Com aquelas pedras edificou o altar em nome do SENHOR; depois, fez um rego em redor do altar tão grande como para semear duas medidas de sementes.
33  Então, armou a lenha, dividiu o novilho em pedaços, pô-lo sobre a lenha
34  e disse: Enchei de água quatro cântaros e derramai-a sobre o holocausto e sobre a lenha. Disse ainda: Fazei-o segunda vez; e o fizeram. Disse mais: Fazei-o terceira vez; e o fizeram terceira vez.
35  De maneira que a água corria ao redor do altar; ele encheu também de água o rego.
36  No devido tempo, para se apresentar a oferta de manjares, aproximou-se o profeta Elias e disse: Ó SENHOR, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, fique, hoje, sabido que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo e que, segundo a tua palavra, fiz todas estas coisas.
37  Responde-me, SENHOR, responde-me, para que este povo saiba que tu, SENHOR, és Deus e que a ti fizeste retroceder o coração deles.
38  Então, caiu fogo do SENHOR, e consumiu o holocausto, e a lenha, e as pedras, e a terra, e ainda lambeu a água que estava no rego.
39  O que vendo todo o povo, caiu de rosto em terra e disse: O SENHOR é Deus! O SENHOR é Deus!
40  Disse-lhes Elias: Lançai mão dos profetas de Baal, que nem um deles escape. Lançaram mão deles; e Elias os fez descer ao ribeiro de Quisom e ali os matou.
41 Então, disse Elias a Acabe: Sobe, come e bebe, porque já se ouve ruído de abundante chuva.
42  Subiu Acabe a comer e a beber; Elias, porém, subiu ao cimo do Carmelo, e, encurvado para a terra, meteu o rosto entre os joelhos,
43  e disse ao seu moço: Sobe e olha para o lado do mar. Ele subiu, olhou e disse: Não há nada. Então, lhe disse Elias: Volta. E assim por sete vezes.
44  À sétima vez disse: Eis que se levanta do mar uma nuvem pequena como a palma da mão do homem. Então, disse ele: Sobe e dize a Acabe: Aparelha o teu carro e desce, para que a chuva não te detenha.
45  Dentro em pouco, os céus se enegreceram, com nuvens e vento, e caiu grande chuva. Acabe subiu ao carro e foi para Jezreel.
46  A mão do SENHOR veio sobre Elias, o qual cingiu os lombos e correu adiante de Acabe, até à entrada de Jezreel. 1Reis 18

Deve ter sido uma cena fora do comum: os profetas de Baal gemendo, pulando, gritando (quem sabe que tipo de música pode ter acompanhado o ritual deles?), profetizando, e até mesmo se cortando e derramando o próprio sangue como parte de seu culto a Baal. Certamente essas pessoas estavam agitadas, cheias de ardor e paixão por sua fé e seu deus, um ardor e paixão que testemunhavam da sinceridade de suas crenças.

Hoje, também, alguns cultos cristãos poderiam lembrar, às vezes, algo parecido com isso: muita emoção, agitação e barulho. Embora queiramos evitar cultos que se pareçam com funerais, não queremos, igualmente, cultos que lembrem os sacerdotes de Baal no Monte Carmelo. Alguns parecem pensar que quanto mais barulho fizerem, quanto mais alta for a música, e quanto maior o estímulo emocional produzido, melhor será o culto. No entanto, adoração não se trata disso.

Talvez uma das lições mais importantes desse relato é de que toda adoração deve ser dirigida ao verdadeiro Senhor, o Criador. A verdadeira adoração precisa estar fundamentada na Palavra de Deus, conduzindo o adorador ao Senhor e à Sua atuação na história. Em contraste com o tumulto dos sacerdotes de Baal, Elias fez uma oração simples: “
Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo saiba que Tu, Senhor, és Deus” (v. 37). Isso não foi um “show de Elias”. Tratava-se de adorar o verdadeiro Deus, em contraste com todo e qualquer falso deus, independentemente da sua forma.

Nossos cultos devem sempre colocar diante dos adoradores a pergunta que Elias fez a Israel: “Até quando vocês vão oscilar entre duas opiniões? Se o Senhor é Deus, sigam-nO; mas, se Baal é Deus, sigam-no” (v. 21, NVI). Nossa experiência de adoração deve nos impelir a examinar o próprio coração, para ver se nosso verdadeiro amor e devoção estão no Senhor ou em qualquer outra coisa. 




Nenhum comentário:

Postar um comentário