quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Apelo pastoral de Paulo (estudo nº 09)




Eu lhes suplico, irmãos, que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês. Em nada vocês me ofenderam (Gl 4:12, NVI).

Leituras da semana: Gl 4:12-20; 1Co 11:1; Fp 3:17; 1Co 9:19-23; 2Co 4:7-12

Como temos visto até agora, Paulo não mediu as palavras para com os gálatas. Sua linguagem forte, no entanto, simplesmente refletia a paixão inspirada que ele sentia com relação ao bem-estar espiritual da igreja que havia fundado. Além da questão teológica crucial com a qual Paulo estava lidando, a carta aos gálatas também mostra, em sentido amplo, como é importante a doutrina correta. Se o que acreditamos não fosse importante, se a correção doutrinária não tivesse tanta importância, por que Paulo teria sido tão fervoroso e tão determinado em sua carta? Naturalmente, a verdade é que aquilo em que acreditamos importa muito, especialmente em toda a questão do evangelho.

Em Gálatas 4:12-20, Paulo continuou seu discurso, embora tivesse mudado um pouco sua abordagem. Paulo havia apresentado uma série de argumentos detalhados e sofisticados teologicamente para persuadir os gálatas quanto a seus erros, e então, ele fez um apelo mais pessoal e pastoral. Ao contrário dos falsos mestres que não tinham nenhum interesse verdadeiro nos gálatas, Paulo revelou genuína preocupação, aflição, esperança e amor de um bom pastor por seu rebanho rebelde. Ele não estava apenas corrigindo a teologia, mas estava procurando ministrar àqueles a quem amava. 

Domingo                                         O coração de Paulo


1. Leia Gálatas 4:12-20. Qual foi a intenção da mensagem de Paulo nesses versos?

12 Rogo-vos, irmãos, que vos torneis como eu, porque eu também me tenho tornado como vós. Nenhum mal me fizestes;
13  mas vós sabeis que por causa duma enfermidade da carne vos preguei o Evangelho a primeira vez,
14  e aquilo que era para vós uma tentação em minha carne, não o desprezastes nem o repelistes, mas me recebestes como anjo de Deus, até como Cristo Jesus.
15  Onde está, então, aquela vossa satisfação? Pois vos dou testemunho de que, se possível fora, teríeis arrancado os vossos olhos e mos teríeis dado.
16  Tenho-me, pois, tornado vosso inimigo, porque vos disse a verdade?
17  Eles vos procuram zelosamente não com bons motivos, mas querem vos excluir, para que zelosamente os procureis a eles.
18  No que é bom, é bom serdes sempre procurados, e não só quando estou presente convosco,
19  filhinhos meus, por quem de novo sinto as dores de parto até que Cristo seja formado em vós;
20  quem me dera estar presente convosco agora e mudar de tom; porque estou perplexo acerca de vós. Gálatas 4:12-20

Aindicação inicial da preocupação que pesava fortemente sobre o coração de Paulo é seu apelo pessoal no verso 12. O apelo ocorreu imediatamente após a insistência de Paulo para que os gálatas se tornassem como ele era. Infelizmente, o significado da palavra rogar ou suplicar não é totalmente transmitido em algumas traduções. A palavra em grego é deomai. Embora possa ser traduzida por “suplico” (RA) ou “rogo” (RC), a palavra grega tem um sentido mais forte de desespero relacionado com ela (2Co 5:20; 8:4; 10:2). Paulo estava realmente dizendo: “Eu imploro a vocês!”

De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos-vos, pois, da parte de Cristo que vos reconcilieis com Deus. 2Co 5:20 

pedindo-nos com muitas súplicas o favor de se associarem neste serviço pelos santos. 2Co 8:4 

sim, eu vos rogo que não tenha de ser ousado, quando presente, servindo-me daquela firmeza com que penso devo tratar alguns que nos julgam como se andássemos em disposições de mundano proceder. 2Co 10:2

A preocupação de Paulo não era simplesmente sobre ideias teológicas e pontos de vista doutrinários. Seu coração estava ligado à vida das pessoas conduzidas a Cristo por meio de seu ministério. Ele se considerava mais do que apenas um amigo; era seu pai espiritual, e esses conversos eram seus filhos. Mais do que isso, Paulo comparou sua preocupação a respeito dos gálatas com a preocupação e angústia que acompanham a mãe no parto (Gl 4:19). Paulo pensava que seu “trabalho” anterior, quando ele havia fundado a igreja, tinha sido suficiente para um “parto seguro”. Mas, visto que os gálatas se haviam desviado da verdade, Paulo estava experimentando as dores de parto mais uma vez a fim de garantir o bem-estar deles.

2. Qual era o objetivo de Paulo para os gálatas? De todo o seu “trabalho” em favor deles, que resultado ele queria ver? 

filhinhos meus, por quem de novo sinto as dores de parto até que Cristo seja formado em vós; Gl 4:19

Tendo primeiramente descrito os gálatas como sendo formados no ventre, Paulo então falou deles como se fossem mulheres grávidas. A palavra traduzida como “formado” era usada na medicina para se referir ao desenvolvimento de um embrião. Através dessa metáfora, Paulo descreveu o que significa ser cristão, tanto individualmente quanto na comunidade da igreja. Seguir a Cristo é mais do que simplesmente uma profissão de fé; envolve uma transformação radical à semelhança de Cristo. Paulo “
não estava esperando algumas pequenas alterações nos gálatas, mas uma transformação tal que, ao olhar para eles, seria como ver Cristo” (Leon Morris, Galatians [Gálatas], Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1996, p. 142).

Você vê o caráter de Cristo manifestado em sua vida? Em que áreas você ainda precisa crescer? 




Nenhum comentário:

Postar um comentário