sábado, 26 de novembro de 2011

As duas alianças (resumo do estudo nº 10)




Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe; Gálatas 4:26

Saber: Comparar e contrastar a antiga e a nova aliança com os filhos de Sara e Hagar e a relação deles com Abraão.
Sentir: Alimentar atitudes de apreciação, fé e amor a Deus pela libertação do pecado.
Fazer: Confiar nas promessas da aliança de Deus.

Esboço

I. Ismael e Isaque

A. Os que insistiam na circuncisão se colocavam no grupo de Ismael, nascido de forma natural, e não no grupo de Isaque, nascido por um milagre.
B. Que outros exemplos bíblicos ilustram nossas tentativas de resolver as coisas por conta própria?
C. Nessa história, como Abraão ilustra nossa tendência de confiar na antiga e não na nova aliança?

II. Apreciando a nova aliança

A. O fracasso dos israelitas em cumprir as promessas feitas junto ao Monte Sinai lhes ensinou acerca da necessidade de confiar no poder de Deus.
B. O sentimento da grande necessidade da ajuda de Deus desperta nossa confiança e amor.

III. Abraão e os filhos da promessa

A. De que modo somos tentados a criar nossos próprios filhos da promessa, como Abraão fez, em vez de deixar Deus operar o milagre para nós?
B. Que oposição enfrentamos por sermos filhos da nova, e não da antiga aliança?

Resumo: 
A exemplo de Abraão, Hagar, e Israel no Monte Sinai, muitas vezes somos levados a tentar fazer com que a Palavra de Deus se torne realidade por nosso intermédio. Mas nossos esforços não apenas não funcionam, mas também causam tragédias. A graça de Deus traz bênçãos em lugar de tragédias.

Motivação
A atitude da antiga aliança é aquela de fazer as coisas acontecerem, enquanto a atitude da nova aliança confia em Deus para realizar Seu propósito.

Conceda aos alunos dois minutos para fazer a seguinte reflexão: Em que momentos temos procurado fazer o que só Deus pode fazer? Em que situações temos deixado para Deus o que nós temos o dever de fazer?

Os atletas lidam com os esportes de maneira diferente. Há atletas tão determinados a fazer com que as coisas aconteçam que forçam a ação, a ponto de trapacear quando e onde puderem.

Outros encaram os esportes com outra atitude. Eles “deixam o jogo entrar neles”. São confiantes acerca do sistema ou plano de jogo estabelecido por sua equipe técnica e se preocupam apenas com as funções que lhes foram designadas na execução desse plano. Esses atletas encontram o sucesso, não porque “fizeram as coisas acontecerem” ou “forçaram a ação”, mas porque confiaram na sabedoria e experiência de seus treinadores, aceitando seus métodos de treinamento e funções atribuídas. Nessa abordagem é preciso confiar na liderança dos técnicos de maneira paciente e estar preparados para executar os planos do treinador sempre que as oportunidades se apresentem.

Ao longo da história, os seguidores de Deus têm exemplificado essas duas abordagens. De maneira autoconfiante, os antigos israelitas declararam sua intenção de executar perfeitamente a vontade de Deus. Abraão entrou em pânico, porque acreditava que o tempo do cronômetro de Deus estava terminando e, em lugar de esperar pacientemente o plano divino para o jogo, ele assumiu a responsabilidade de gerar o descendente. Essa ajuda só complicou as coisas. Felizmente, o Abraão que estava amadurecendo espiritualmente experimentou uma mudança dramática quando entregou Isaque. O estudo desta semana contrasta vividamente essas abordagens conflitantes para a espiritualidade.

Pense nisto: 
Qual é a diferença entre a atitude da antiga aliança e a atitude da nova aliança? Como podemos viver a atitude da nova aliança?

Compreensão
O texto a seguir enfatiza as duas fases da fé na experiência de Abraão. Peça que os alunos comparem essas fazes com sua experiência pessoal.

Abraão constitui um exemplo convincente de ambas as abordagens para a observância da aliança. Anteriormente ele exibiu autoconfiança, quando assumiu a responsabilidade de cumprir a promessa de Deus. Quantos cristãos bem intencionados repetem esse erro? Sinceramente tristes por seu passado pecaminoso, eles declaram com autoconfiança que nunca mais repetirão o comportamento anterior, efetivamente dizendo que sua força de vontade é suficiente para cumprir as promessas de Deus a respeito da vida transformada. A obstinação de Abraão gerou Ismael e uma família profundamente dividida. Infelizmente, os cristãos autossuficientes igualmente produzem ou promovem resultados semelhantes e dividem a família de Deus. Mais tarde, Abraão aprendeu que a entrega de si mesmo, não a autossuficiência, abre o celeiro das bênçãos de Deus.

No topo do Monte Moriá, Abraão entregou seu filho para o sacrifício, essencialmente entregando a si mesmo, independentemente das aparentes consequências para seus sonhos acalentados. Completamente submisso, Abraão estava então na condição adequada para experimentar a extraordinária graça de Deus. O Filho de Deus, prefigurado pelo cordeiro preso, cumpriria a promessa, assumindo o lugar de Isaque e de toda a humanidade. O poder de renovação pertence a Cristo, não aos seres humanos.

Há “Abraãos” da segunda fase hoje: cristãos que sinceramente se arrependem de sua conduta pecaminosa, mas que reconhecem que a justiça nunca pode ser alcançada através do esforço humano para vencer a tentação, mas apenas através da submissão à liderança de Deus a cada momento e confiança absoluta no sacrifício de Cristo. A igreja renovada é qualquer grupo de cristãos que substituiu a antiga aliança e a obediência autossuficiente pela nova aliança e pela obediência totalmente fundamentada na confiança. Não há dúvidas acerca da obediência: serviremos a alguém, sejam às noções de justiça inventadas por nós mesmos ou a Cristo, como revelado nas Escrituras.

Comentário Bíblico


I. Abraão, Sara e Hagar

21
  Dizei-me vós, os que quereis estar sob a lei: acaso, não ouvis a lei?
22  Pois está escrito que Abraão teve dois filhos, um da mulher escrava e outro da livre.
23  Mas o da escrava nasceu segundo a carne; o da livre, mediante a promessa.
24  Estas coisas são alegóricas; porque estas mulheres são duas alianças; uma, na verdade, se refere ao monte Sinai, que gera para escravidão; esta é Agar.
25  Ora, Agar é o monte Sinai, na Arábia, e corresponde à Jerusalém atual, que está em escravidão com seus filhos.
26  Mas a Jerusalém lá de cima é livre, a qual é nossa mãe;
27  porque está escrito: Alegra-te, ó estéril, que não dás à luz, exulta e clama, tu que não estás de parto; porque são mais numerosos os filhos da abandonada que os da que tem marido.
28  Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque.
29  Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora.
30  Contudo, que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre.
31  E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava, e sim da livre. Gálatas 4:21-31

1  Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe dava filhos; tendo, porém, uma serva egípcia, por nome Agar,
2  disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de dar à luz filhos; toma, pois, a minha serva, e assim me edificarei com filhos por meio dela. E Abrão anuiu ao conselho de Sarai.
3  Então, Sarai, mulher de Abrão, tomou a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, depois de ter ele habitado por dez anos na terra de Canaã.
4  Ele a possuiu, e ela concebeu. Vendo ela que havia concebido, foi sua senhora por ela desprezada.
5  Disse Sarai a Abrão: Seja sobre ti a afronta que se me faz a mim. Eu te dei a minha serva para a possuíres; ela, porém, vendo que concebeu, desprezou-me. Julgue o SENHOR entre mim e ti.
6  Respondeu Abrão a Sarai: A tua serva está nas tuas mãos, procede segundo melhor te parecer. Sarai humilhou-a, e ela fugiu de sua presença.
7  Tendo-a achado o Anjo do SENHOR junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur,
8  disse-lhe: Agar, serva de Sarai, donde vens e para onde vais? Ela respondeu: Fujo da presença de Sarai, minha senhora.
9  Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Volta para a tua senhora e humilha-te sob suas mãos.
10  Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremodo a tua descendência, de maneira que, por numerosa, não será contada.
11  Disse-lhe ainda o Anjo do SENHOR: Concebeste e darás à luz um filho, a quem chamarás Ismael, porque o SENHOR te acudiu na tua aflição.
12  Ele será, entre os homens, como um jumento selvagem; a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará fronteiro a todos os seus irmãos.
13  Então, ela invocou o nome do SENHOR, que lhe falava: Tu és Deus que vê; pois disse ela: Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?
14  Por isso, aquele poço se chama Beer-Laai-Roi; está entre Cades e Berede.
15  Agar deu à luz um filho a Abrão; e Abrão, a seu filho que lhe dera Agar, chamou-lhe Ismael.
16  Era Abrão de oitenta e seis anos, quando Agar lhe deu à luz Ismael.  Gên 16

Aqueles entre nós que compartilham das sensibilidades modernas podem se tornar consternados com a ilustração de Paulo envolvendo Hagar, porque, aparentemente, Hagar e Ismael são responsabilizados, ao serem colocados como exemplo da religião legalista. Que justiça pode haver em condenar a escrava impotente que não tinha escolha acerca de gerar ou não o descendente de sua rica senhora? Para piorar as coisas, Paulo elevou o relacionamento entre Abraão e Sara (as pessoas que causaram o problema) como exemplo de genuína justiça! O propósito de Paulo não foi difamar a abandonada Hagar nem consagrar Sara, autora da trama. A situação familiar lamentável que envolveu todos eles apenas ilustra duas fases da jornada espiritual de Abraão: a fase da religião do “faça você mesmo” e a fase posterior do “confie completamente em Deus”.

Infelizmente, as escolhas erradas de Abraão prejudicaram irremediavelmente seu relacionamento com o primogênito e introduziram tensões desnecessárias em sua casa. Certamente devemos lembrar que foi a relação que gerou Ismael, não Ismael em si, que simbolizou a justiça própria. Foi a autossuficiência de Abraão imposta à impotente Hagar que exemplificou a justiça própria. Hagar e Ismael foram meras vítimas da experiência de Abraão com a religião do “faça você mesmo”.

Pense nisto: 
Nos conflitos da igreja em relação à natureza da justiça, às vezes, as pessoas legalistas são atacadas. Talvez os que já experimentaram a graça salvadora de Cristo deveriam ser mais graciosos com os que não tiveram essa experiência. Em lugar de condená-los, os cristãos genuínos não deveriam demonstrar mais compaixão para com as vítimas dessa falsa, mas difundida, filosofia religiosa? Como os cristãos genuínos podem se opor à filosofia de autossuficiência do legalismo e, ao mesmo tempo, revelar compaixão para com a pessoa legalista? O que podemos aprender com a transformação de Abraão, de autossuficiente e vivendo a religião do “faça as coisas acontecerem”, para a religião de dependência de Deus?

Aplicação
Mostrar para a classe que a nova aliança não significou mudança na lei de Deus, mas uma atitude diferente do ser humano em relação ao Legislador e à Sua lei. Com base na cruz, essa atitude é uma expressão de gratidão pela salvação já recebida, não uma tentativa de obter salvação.

Perguntas para reflexão

1. Que atitudes em relação à observância da aliança distinguem a antiga e a nova aliança?
2. Os requisitos éticos da antiga aliança permanecem inalterados. O adultério continua sendo adultério, o homicídio permanece homicídio e o pecado ainda é errado. As Escrituras não sugerem em nenhum lugar que a transgressão dos mandamentos de repente se tornou aceitável. No entanto, a orientação da aliança mudou. Anteriormente, Israel via a aliança de Deus como uma obrigação penosa. Por que, sob a nova aliança, se reconhece a observância dela como um privilégio cheio de alegria?

Perguntas de aplicação
1. Como as divisões na igreja podem ser solucionadas sem fazer concessões para a religião voltada para as obras?
2. Como os religiosos autossuficientes podem ser levados a um relacionamento voltado para a fé?

Criatividade
Desafie os alunos a verificar se existem elementos da antiga aliança em sua vida espiritual. Depois, peça que eles coloquem em seu lugar os elementos da nova aliança. A atividade a seguir nos ajuda a lembrar quais são esses elementos.

Atividade: Examine canções de Natal dentro do hinário, procurando expressões da relação da nova aliança com Deus. Convide os membros da classe para compartilhar suas descobertas. Peça que cada um explique como as frases selecionadas exemplificam a relação da nova aliança para eles.



Nenhum comentário:

Postar um comentário