segunda-feira, 14 de novembro de 2011

De escravos a herdeiros (resumo do estudo nº 08)




Assim não és mais escravo, porém filho: mas se filho, também herdeiro por Deus Gálatas 4:7

Conhecer: O processo pelo qual somos revestidos de Cristo no batismo e nos tornamos herdeiros do Seu reino.
Sentir: A intimidade do relacionamento pai/filho, através do Espírito de Cristo em nosso coração.
Fazer: Viver como filhos de Deus, não mais diminuídos sob a restrição da lei, mas livres para aceitar os plenos direitos da herança.

Esboço

I. Herdeiros, revestidos de Cristo
A. Como o batismo em Cristo nos distingue como filhos de Deus?
B. Por que foi necessário que Cristo nascesse de uma mulher, sob a lei, a fim de nos libertar, para que nos tornássemos Seus filhos e herdeiros?

II. Abba, Meu Pai
A. Como o Espírito nos faz lembrar a intimidade amorosa e informal, entre o pai e o filho que sabe que é amado? Como saber se temos essa experiência com Deus?
B. Que experiências ocasionam esse amor caloroso e confiante?

III. Herdeiros do reino
A. Visto que temos sido filhos de Deus, como poderíamos voltar à escravidão das obras em troca da graça?
B. Como podemos nos revestir diariamente na morte e ressurreição de Cristo?
C. Como nossa lista de tarefas diárias reflete nossa condição de filhos de Deus e herdeiros de Seu reino?

Resumo: 
Enquanto vivemos a vida de Cristo, somos chamados filhos de Deus. Tratamos o Pai de maneira amorosa e íntima, tendo todos os direitos dos que herdarão o reino de Cristo por causa de Suas dádivas, e não por nossos méritos.

Motivação
A vida, morte, ressurreição e ascensão de Jesus Cristo foram os meios divinos para nos libertar do poder do pecado e da morte e nos colocar de voltar em um relacionamento correto com Ele. Somos chamados a viver livres em Cristo.

A seguinte história verídica nos lembra de que a liberdade a nós concedida por Deus através de Cristo, é um dos mais preciosos dons possuídos pelos seres humanos caídos e deve ser celebrada como tal.

Em abril de 2002 Ray Krone, um antigo detento do corredor da morte, se tornou o centésimo prisioneiro nos Estados Unidos a ser dispensado pela prova do DNA desde que a pena de morte foi restabelecida em 1976. Krone tinha passado mais de dez anos na prisão por um homicídio que não cometeu.

Como Krone passou seu primeiro dia de liberdade? Ele comeu bife e foi nadar na piscina de um hotel, deixando escapar um grito de alegria à medida que a água fria o envolvia. Quase imediatamente após sua libertação, começou a denunciar as deficiências no sistema de justiça que fizeram com que ele perdesse a fé. Krone havia sido condenado não uma, mas duas vezes pelo mesmo crime, sendo que na última vez foi condenado à prisão perpétua.

Quando perguntaram como ele planejava reconstruir a vida, Ray Krone respondeu: “Eu não penso em reconstrução. Penso em começar de novo. Tenho uma vida totalmente nova, sonhos totalmente novos... Não quero ser negativo, vingativo nem furioso. Não tenho tempo para isso”

Pense nisto: 
Peça que a classe considere as seguintes questões: Com o que se parece a liberdade em Cristo? Como podemos saber quando essa liberdade é genuína e quando não é? É possível saber? Que verdade profunda sobre nossa nova vida em Cristo é revelada pelas palavras de Ray Krone sobre começar de novo?

Compreensão
Como a lição desta semana deixa claro, os profetas do Antigo Testamento enfrentaram a difícil tarefa de expor os pecados escondidos, e os não tão escondidos, do povo que muitas vezes alegava estar adorando o Deus verdadeiro.


Comentário Bíblico


I. Mortos de verdade

Pois todos vós sois filhos de Deus mediante a fé em Cristo Jesus; Gál 3:26 

1  Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
2  De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos?
3  Ou, porventura, ignorais que todos nós que fomos batizados em Cristo Jesus fomos batizados na sua morte?
4  Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida.
5  Porque, se fomos unidos com ele na semelhança da sua morte, certamente, o seremos também na semelhança da sua ressurreição,
6  sabendo isto: que foi crucificado com ele o nosso velho homem, para que o corpo do pecado seja destruído, e não sirvamos o pecado como escravos;
7  porquanto quem morreu está justificado do pecado.
8  Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos,
9  sabedores de que, havendo Cristo ressuscitado dentre os mortos, já não morre; a morte já não tem domínio sobre ele.
10  Pois, quanto a ter morrido, de uma vez para sempre morreu para o pecado; mas, quanto a viver, vive para Deus.
11  Assim também vós considerai-vos mortos para o pecado, mas vivos para Deus, em Cristo Jesus. Rm 6:1-11

Pois, em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito. 1Co 12:13

A lição desta semana esboça o papel fundamental que o batismo desempenha na completa renovação da vida do pecador. Segundo o estudo de domingo, “unir nossa vida com Cristo” é uma “decisão radical”.

Em Romanos 6:4, o apóstolo Paulo ampliou o conceito do significado do batismo. Ele descreveu o processo dizendo que “
fomos sepultados com Ele na morte por meio do batismo” (NVI). Esse geralmente é um dos conceitos mais difíceis de compreender, de que através do batismo a pessoa morreu verdadeiramente para seu antigo modo de viver. No entanto, essa compreensão é afirmada em Gálatas 3:26.

A morte do cristão para o pecado no batismo é tão real e completa como a morte literal de Cristo. Como o surgimento de Cristo da sepultura indica total renovação, também nossa saída da sepultura de água do batismo sinaliza nova forma de vida em Cristo.
O batismo representa uma união com Cristo. Paulo observa: “
Em um só Espírito, todos nós fomos batizados em um corpo, quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um só Espírito” (1Co 12:13).

Pense nisto: Por que muitos cristãos lutam para aceitar a totalidade de sua morte em Cristo? Como devemos entender o fato de que, embora estejamos mortos para o pecado, certos pecados continuam a nos desafiar? Como Satanás usa essa tensão entre a velha e a nova vida para nos desencorajar?

II. Até mesmo Seu poder?

Assim, você já não é mais escravo, mas filho; e, por ser filho, Deus também o tornou herdeiro Gál 4:7

4  Mas Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus.
5  Então o Diabo o levou à cidade santa, e o colocou sobre o pináculo do templo,
6  e disse-lhe: Se és Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque escrito está: Aos seus anjos ordenará a teu respeito, E eles te susterão nas suas mãos, Para não tropeçares em alguma pedra.
7  Tornou-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus.
8  De novo o Diabo o levou a um monte muito alto, mostrou-lhe todos os reinos do mundo e a glória deles,
9  e disse-lhe: Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.
10  Respondeu-lhe Jesus: Vai-te, Satanás; pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele darás culto.
11  Então o Diabo o deixou; e eis que vieram anjos, e o serviam. Mt 4:4-11.)

Um dos aspectos verdadeiramente inspiradores do ministério de Jesus na Terra foi o difícil exercício de Seu domínio sobre Satanás, começando com a tentação que Ele enfrentou no deserto (Mt 4:4-11). Como o autor deixa claro no estudo desta semana, visto que somos co-herdeiros com Cristo, tudo o que pertence a Ele pertence a nós, até mesmo Seu poder. Parte da liberdade oferecida por Cristo é uma crescente capacidade de resistir e abandonar o pecado em todas as suas formas. Deus nos adotou da “escravidão do pecado”.

Pense por um momento sobre a incapacidade de Satanás em ter êxito com Jesus em qualquer frente, como foi descrito por Ellen G. White: “
Ao vir Jesus ao mundo, o poder de Satanás se voltou contra Ele. Desde o tempo em que aqui apareceu, como a Criancinha de Belém, manobrou o usurpador para promover Sua destruição. Por todos os meios possíveis, procurou impedir Jesus de desenvolver infância perfeita, imaculada varonilidade, um ministério santo e sacrifício irrepreensível. Porém ele foi derrotado. Não pôde levar Jesus a pecar. Não O conseguiu desanimar nem desviá-Lo da obra para cuja realização viera ao mundo. Do deserto ao Calvário, Ele foi açoitado pela tempestade da ira de Satanás, mas quanto mais impiedosa era ela, tanto mais firmemente o Filho de Deus Se apegava à mão de Seu Pai, avançando na ensanguentada vereda. Todos os esforços de Satanás para oprimi-Lo e vencê-Lo, só faziam ressaltar, mais nitidamente, a pureza de Seu caráter” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 759).

Pense nisto: Muitos cristãos não acreditam que em Jesus eles também podem ser vitoriosos sobre as artimanhas de Satanás. O que os impede de experimentar a liberdade do poder de certos pecados? Estariam destinados a lutar para sempre? Explique.

III. O testemunho vivo de Paulo

O estudo desta semana se encerra com o apelo de Paulo para que os novos cristãos gálatas não retornassem aos “
rudimentos fracos e pobres” que uma vez os havia escravizado (Gl 4:9). Para Paulo, o retorno ao legalismo passado seria semelhante a voltar à adoração pagã.
Paulo exortou seu público gentio da seguinte forma: “
Que se tornem como eu, pois eu me tornei como vocês” (Gl 4:12, NVI).

Escondida nessa linguagem aparentemente sentimental estava a verdade que Paulo revelou em Gálatas 3:28, de que em Cristo não há “judeu nem grego, escravo nem livre, homem nem mulher, pois todos são um em Cristo Jesus” (NVI). Como veremos no estudo da próxima semana, Paulo efetivamente adotou alguns costumes e modos de vida dos gentios.

Podemos apenas começar a imaginar como essa declaração chegou aos ouvidos do público de Paulo entre os judeus. O apóstolo rejeitou enfaticamente qualquer separação entre ele e os gentios. Em 1 Coríntios 9:21 ele afirmou que havia se tornado como um gentio para que porventura pudesse levar alguns a Cristo: “
Para os que estão sem lei, tornei-me como sem lei (embora não esteja livre da lei de Deus, e sim sob a lei de Cristo), a fim de ganhar os que não têm a lei” (NVI).

A liberdade de Paulo em Cristo removeu a visão estreita e paroquial e o tornou aberto a partilhar o amor de Deus por toda parte.

Pense nisto: 
Como devemos proceder para exemplificar a unidade que compartilhamos com todos os filhos de Deus?

Aplicação
Como filhos e filhas adotivos de Deus, devemos apreender a vida do Pai, o que significa permanecer nEle

1  Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.
2  Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto.
3  Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado.
4  Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim.
5  Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.
6  Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem.
7  Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. (Jo 15:1-7)

e o que significa compartilhar Seu amor com os membros perdidos da família

18  Jesus, aproximando-se, falou-lhes, dizendo: Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra.
19  Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
20  ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século. (Mt 28:18-20).

Perguntas para reflexão
1. Qual é o papel da nossa vida devocional na manutenção da nossa liberdade em Cristo? 

35  E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto, e ali orava.
36  E seguiram-no Simão e os que com ele estavam.
37  E, achando-o, lhe disseram: Todos te buscam.
38  E ele lhes disse: Vamos às aldeias vizinhas, para que eu ali também pregue, porque para isso vim.
39  E pregava nas sinagogas deles, por toda a Galiléia, e expulsava os demônios Mc 1:35-39.

O que esses versos falam sobre a vida devocional de Jesus e como isso influenciava Suas decisões a cada momento?
2. Por que alguns cristãos duvidam da realidade de sua adoção em Cristo? Como nossa antiga relação com o pecado pode, às vezes, prejudicar nosso relacionamento com o Pai?

Perguntas de aplicação

1. Como podemos conciliar a liberdade em Cristo com o ensino da Bíblia sobre assuntos como modéstia no vestir, comportamento cristão e reforma de saúde? O que podemos e o que não podemos fazer?
2. Em que aspecto devemos permanecer como crianças na caminhada cristã? Em que aspecto devemos nos tornar filhos e filhas de Deus plenamente amadurecidos?

Perguntas para testemunho
1. “Os discípulos deviam ser colaboradores de seu Redentor na obra de salvar o mundo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 818). O que nossa disposição de trabalhar pela salvação dos irmãos e irmãs perdidos diz sobre nosso amor pelo Pai?
2. Leia a parábola da grande ceia encontrada em Lucas 14:15-24. Jesus ordenou aos Seus servos: “
Sai pelos caminhos e atalhos e obriga a todos a entrar, para que fique cheia a Minha casa” (v. 23). Por que o Pai está tão desejoso de compartilhar Sua generosidade com tantas pessoas quanto possível? Como podemos “obrigar” as pessoas a vir para a grande celebração da adoção?

Criatividade
Compartilhe a seguinte mensagem com os alunos e pergunte como eles poderiam aplicar as verdades aprendidas nesta semana para atender a necessidade do aflito coração da pessoa mencionada a seguir. Peça que os membros da classe façam uma lista das coisas que diriam a essa pessoa.

Alguém postou o seguinte clamor por ajuda em uma página cristã na internet: “Às vezes, parece que Deus está a uma galáxia de distância de mim. Penso que meus pecados passados continuam me perseguindo. Não consigo esquecê-los! E justamente quando acho que eles estão sob controle e não mais irei praticá-los, a bomba explode! Acontece tudo de novo. Eu me atrapalho. É como se o diabo estivesse zombando de mim: ‘Pensou que poderia escapar? Você não pode!’ E às vezes me sinto assim, achando que desci até o fundo e que estou tão longe da graça de Deus, que não posso voltar. Sei que isso não é verdade, que Deus Se encontra comigo onde quer que eu estiver, mas às vezes pergunto se Ele realmente me ouve”.




Nenhum comentário:

Postar um comentário