sábado, 26 de novembro de 2011

Ismael e Isaque hoje

Quinta                                 




O breve esboço que Paulo fez da história de Israel se destinava a combater os argumentos apresentados pelos seus adversários, que afirmavam que eram os verdadeiros descendentes de Abraão e que Jerusalém – o centro do cristianismo judaico e da lei – era sua mãe. Os gentios, conforme a acusação deles, eram ilegítimos. Se eles quisessem se tornar verdadeiros seguidores de Cristo, deviam primeiramente se tornar filhos de Abraão, submetendo-se à lei da circuncisão.

A verdade, Paulo disse, é o oposto. Esses legalistas não eram os filhos de Abraão, mas eram filhos ilegítimos, como Ismael. Ao colocar sua confiança na circuncisão, eles estavam confiando “na carne”, como Sara fez com Hagar e como os israelitas fizeram com a lei de Deus no Sinai. Os cristãos gentios, no entanto, eram filhos de Abraão não pela descendência natural, mas, como Isaque, pela linhagem sobrenatural. “
Como Isaque, eles eram um cumprimento da promessa feita a Abraão... Como Isaque, seu nascimento na liberdade era o efeito da graça divina; como Isaque, eles pertenciam à coluna da aliança da promessa” (James D. G. Dunn, The Epistle to the Galatians [A Epístola aos Gálatas], Londres: Hendrickson Publishers, 1993, p. 256).

9. O que os verdadeiros descendentes de Abraão enfrentarão neste mundo? 

28  Vós, porém, irmãos, sois filhos da promessa, como Isaque.
29  Como, porém, outrora, o que nascera segundo a carne perseguia ao que nasceu segundo o Espírito, assim também agora.
30  Contudo, que diz a Escritura? Lança fora a escrava e seu filho, porque de modo algum o filho da escrava será herdeiro com o filho da livre.
31  E, assim, irmãos, somos filhos não da escrava, e sim da livre. Gl 4:28-31; 

8  Isaque cresceu e foi desmamado. Nesse dia em que o menino foi desmamado, deu Abraão um grande banquete.
9  Vendo Sara que o filho de Agar, a egípcia, o qual ela dera à luz a Abraão, caçoava de Isaque,
10  disse a Abraão: Rejeita essa escrava e seu filho; porque o filho dessa escrava não será herdeiro com Isaque, meu filho.
11  Pareceu isso mui penoso aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
12  Disse, porém, Deus a Abraão: Não te pareça isso mal por causa do moço e por causa da tua serva; atende a Sara em tudo o que ela te disser; porque por Isaque será chamada a tua descendência. Gn 21:8-12

Ser o filho prometido trouxe a Isaque não somente bênçãos, mas também oposição e perseguição. Em referência à perseguição, Paulo tinha em mente a cerimônia de Gênesis 21:8-10, em que Isaque foi honrado e Ismael apareceu zombando dele. A palavra hebraica em Gênesis 21:9, significa literalmente “rir”, mas a reação de Sara sugere que Ismael estava zombando de Isaque ou ridicularizando-o. Embora o comportamento de Ismael possa parecer insignificante para nós hoje, ele revelava hostilidades mais profundas, numa situação em que o direito de primogenitura da família estava em jogo. Muitos governantes da antiguidade tentaram assegurar sua posição eliminando rivais em potencial, incluindo irmãos (Jz 9:1-6). Embora Isaque enfrentasse oposição, ele também desfrutava todos os privilégios do amor, proteção e favor relacionados com a condição de ser o herdeiro de seu pai.

Como descendentes espirituais de Isaque, não devemos ficar surpresos quando sofremos dificuldades e oposição, mesmo dentro da própria família da igreja.

De que forma você tem sofrido perseguição, especialmente dos mais próximos de você, por causa de sua fé? Responda a esta pergunta difícil: você tem perseguido outras pessoas por causa de sua fé? 

Sexta                                       Estudo adicional


Leia de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 363-373: “A Lei e os Concertos”.

Mas, se o concerto abraâmico continha a promessa da redenção, por que se formou outro concerto no Sinai? No cativeiro, o povo em grande parte havia perdido o conhecimento de Deus e os princípios do concerto abraâmico...

Deus os levou ao Sinai; manifestou Sua glória; deu-lhes Sua lei, com promessa de grandes bênçãos sob condição de obediência: ‘Se Me obedecerem fielmente e guardarem a Minha aliança... vocês serão para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’ (Êx 19:5, 6, NVI). Os israelitas não compreendiam a pecaminosidade de seu coração, e que sem Cristo lhes era impossível guardar a lei de Deus; e prontamente entraram em concerto com Deus... No entanto, apenas algumas semanas se passaram antes que violassem sua aliança com Deus e se curvassem para adorar uma imagem esculpida. Não poderiam esperar o favor de Deus mediante uma aliança que tinham transgredido. Então, vendo sua índole pecaminosa e a necessidade de perdão, foram levados a sentir que necessitavam do Salvador revelado na aliança abraâmica e prefigurada nas ofertas sacrificais. Então, pela fé e amor, uniram-se a Deus como seu libertador do cativeiro do pecado. Estavam preparados para apreciar as bênçãos da nova aliança” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 371, 372).

Perguntas para reflexão
1. A sua caminhada com o Senhor tem as características da “antiga aliança” ou da “nova aliança”? Como você pode saber a diferença?
2. Em sua igreja local, quais são algumas das questões que estão causando tensão dentro do corpo de Cristo? Como estão sendo resolvidas? Embora você possa se considerar vítima de “perseguição”, como pode ter certeza de que não é o perseguidor? Consegue perceber a diferença entre as duas atitudes?

15  Se teu irmão pecar, vai repreendê-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhado terás teu irmão;
16  mas se não te ouvir, leva ainda contigo uma ou duas pessoas, para que por boca de duas ou três testemunhas toda a questão fique decidida.
17  Se ele recusar ouvi-los, dize-o à igreja; e se também recusar ouvir a igreja, considera-o como gentio e publicano. (Mt 18:15-17).

3. Quantas vezes você fez promessas ao Senhor de que não faria isso ou aquilo, e acabou fazendo? Como esse triste fato o ajuda a entender o significado da graça?

Resumo: 
As histórias de Hagar, Ismael e os filhos de Israel no Sinai ilustram a loucura de tentar confiar em nossos próprios esforços para realizar o que Deus prometeu. Esse método de justiça própria é mencionado como antiga aliança. Mas a nova aliança da graça é eterna. Foi estabelecida primeiramente com Adão e Eva após o pecado, renovada com Abraão, e finalmente cumprida em Cristo.
  



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