domingo, 15 de janeiro de 2012

Deus como redentor (resumo do estudo nº 03)




clamando com uma grande voz: Digno é o Cordeiro que foi morto de receber o poder, e a riqueza, e a sabedoria, e a força, e a honra, e a glória e a bênção. Apocalipse 5:12

Conhecer: Diversas histórias e símbolos do Antigo e Novo Testamentos que enfatizam a cruz como o centro da revelação da natureza de Deus.
Sentir: Empatia com o Cristo sofredor na cruz e o Pai agonizante oculto em um véu de escuridão.
Fazer: Partilhar do sofrimento de Deus como parte da vida que vivemos em Cristo e por meio dEle.

Esboço

I. O centro do evangelho
A. No jardim do Éden, a promessa de derrotar Satanás veio com o reconhecimento do preço dessa vitória. Qual foi esse preço?
B. Que outras histórias bíblicas e versos demonstram o sofrimento de Deus, que comprou nossa cura?

II. Pelas Suas feridas
A. Por que é tão importante meditar sobre o sofrimento de Cristo e do Pai durante a crucificação?
B. Que efeitos sobre nossas emoções e atitudes para com Deus são produzidos pelo exercício de imaginar as imagens do Servo sofredor e refletir acerca elas?

III. Partilhando de Seu cálice
A. Como podemos partilhar do cálice do sofrimento de Cristo?
B. Somos transformados à medida que meditamos no preço que o Pai e o Filho pagaram pela nossa salvação.

Resumo: 
A agonia e o horror do sofrimento de Cristo na cruz e a dor do Pai por enviar Seu Filho para esse tormento, ilustram tanto o preço terrível do pecado quanto o amor infinito de Deus, que O levou a tomar sobre Si a penalidade pelas nossas transgressões.

Motivação
A justiça de Deus é revelada em Sua ira contra o pecado. Sua misericórdia é revelada na distância que Ele percorreu para assegurar que não teríamos que partilhar do destino do pecado.

Enfatize a importância de uma compreensão equilibrada do ato redentor de Cristo. A realidade de nossa redenção não é uma desculpa para considerar o pecado de maneira leviana, mas, ao contrário, é um chamado à grata obediência e louvor ao Deus que revelou Seu caráter nos impressionantes atos de Seu Filho.

Cínicos muitas vezes ficam confusos com o uso cristão da cruz como símbolo, particularmente quando usada como joia, ou de outra forma, embelezada ou adaptada na arte cristã popular. Podem salientar que isso é a mesma coisas que usar como símbolo uma cadeira elétrica estilizada ou qualquer outro instrumento de execução e tortura. De certa forma, eles estão certos. A cruz era um instrumento de execução e tortura. Causa espanto pensar na mente da pessoa que pensou pela primeira vez em matar seus inimigos dessa forma. O que poderia ser mais diametralmente oposto ao que Jesus Cristo representava e desejava para Seus filhos do que um instrumento de morte que não apenas matava, mas matava dolorosamente, ao longo de vários dias, e alistava as próprias forças da natureza (sol, chuva, etc.) no seu trabalho?

Os primeiros cristãos sabiam tudo sobre isso. Eles eram altamente ambivalentes sobre o uso da cruz como símbolo, embora tivessem entendido o sacrifício de Cristo tão bem quanto nós, ou melhor do que nós. Raramente se encontra algo parecido com a cruz ou crucifixo modernos na iconografia cristã dos primeiros séculos. Cristo é simbolizado pelo peixe ou âncoras, mas quase nunca por esse instrumento de morte e tortura. A cruz nem mesmo foi o símbolo cristão preferido pelo imperador Constantino, que usava o símbolo Chie , as duas primeiras letras gregas no nome de Cristo.

Porém, na Sua morte expiatória, Cristo tomou a cruz, que devia ter sido símbolo de todo o mal que tinha vindo ao mundo como resultado do pecado, e fez dela um símbolo do oposto, do bem supremo e do altruísmo. Se Ele pôde fazer isso com a cruz, o que Ele pode fazer por nós?

Pense nisto: 
Muitas vezes, a cruz pode se tornar banalizada, especialmente se vivemos em um lugar no qual as pessoas, em sua maioria, se identificam como cristãos. Podemos ver isso, mas não refletir verdadeiramente sobre a questão. Qual é realmente o significado da cruz para nós?

Compreensão
É muito fácil nos gloriarmos em nossa redenção em Cristo, sem a plena compreensão do seu verdadeiro preço ou o do que tornou necessária essa redenção. Enfatize que o pecado não é coisa trivial nem brincadeira, e não é como um pedaço de bolo de chocolate sobre o qual nos referimos dizendo que é um "pecado delicioso". Se fôssemos deixados por nós mesmos, seríamos destruídos pelo mal. Nossa redenção do pecado causou a morte dolorosa e solitária do Filho de Deus.


Comentário Bíblico


I. Deus está irado com você?

Do céu Deus revela a sua ira contra todos os pecados e todas as maldades das pessoas que, por meio das suas más ações, não deixam que os outros conheçam a verdade a respeito de Deus. Rm 1:18

Para muitos, a ira de Deus é um conceito difícil de entender. Se pudessem, eles a baniriam para as margens do Antigo Testamento. No entanto, ela aparece quase no começo de um livro (Romanos) que a maioria das pessoas associa com o amor e a graça de Deus. Então, o que é a ira de Deus? Contra o que ou quem ela é dirigida? Ela é realmente o que pensamos sobre ira ou ódio, ou é apenas uma forma de se referir às consequências naturais do pecado?

Em primeiro lugar, todos já experimentamos a ira humana e conhecemos pessoas iradas. Quase sempre a experiência não tem sido positiva. Talvez a ira tenha sido justificada, ou arbitrária, ou injusta. Em todo caso, a ira dessa espécie é uma emoção humana. Nesse sentido, a ira de Deus é completamente diferente da ira ou ódio humanos. A ira descrita no verso de Romanos está intimamente relacionada com o juízo de Deus. Portanto, não é resultado de um acesso de ira. Deus condenou o pecado, ou o mal, e o destinou para a destruição. Ao mesmo tempo, o pecado ou a injustiça não surgem do nada. Fazem parte da “injustiça dos homens". Então, necessariamente, embora a ira seja dirigida contra o pecado, ela também é dirigida contra os que o acolheram e praticaram, “
homens que suprimem a verdade pela injustiça” (Rm 1:18, NVI), mesmo sabendo que não deviam agir dessa maneira". Paulo também usa a expressão "é revelada" ou, de maneira mais apropriada, “está sendo revelada", em relação com a ira de Deus. Em certo sentido, isso se refere aos resultados naturais do pecado. Este tem certas consequências no mundo real que podem ser vistas por todos os que observam. As consequências também serão reveladas no juízo final de Deus, no qual o pecado e a injustiça serão destruídos. Em resumo, Deus não está irado com você. Ele está irado com o pecado. Ele quer que você se afaste do pecado e aceite o dom da vida nova e da justiça que Ele também está revelando. Não precisamos nos apegar ao pecado e participar de seu destino.

Pense nisto: 
Deus revelou Sua ira, mas também como escapar dela. Você está se apegando à injustiça? O que será necessário para afastá-la de você?

II. "Quem creu em nossa pregação?"

13
O SENHOR Deus diz: “Tudo o que o meu servo fizer dará certo; ele será louvado e receberá muitas homenagens.
14  Muitos ficaram horrorizados quando o viram, pois ele estava tão desfigurado, que nem parecia um ser humano.
15  Mas agora muitos povos ficarão admirados quando o virem, e muitos reis não saberão o que dizer. Pois verão coisas de que ninguém havia falado, entenderão aquilo que nunca tinham ouvido.”
1  O povo diz: “Quem poderia crer naquilo que acabamos de ouvir? Quem diria que o SENHOR estava agindo?
2  Pois o SENHOR quis que o seu servo aparecesse como uma plantinha que brota e vai crescendo em terra seca. Ele não era bonito nem simpático, nem tinha nenhuma beleza que chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse.
3  Ele foi rejeitado e desprezado por todos; ele suportou dores e sofrimentos sem fim. Era como alguém que não queremos ver; nós nem mesmo olhávamos para ele e o desprezávamos.
4  “No entanto, era o nosso sofrimento que ele estava carregando, era a nossa dor que ele estava suportando. E nós pensávamos que era por causa das suas próprias culpas que Deus o estava castigando, que Deus o estava maltratando e ferindo.
5  Porém ele estava sofrendo por causa dos nossos pecados, estava sendo castigado por causa das nossas maldades. Nós somos curados pelo castigo que ele sofreu, somos sarados pelos ferimentos que ele recebeu.
6  Todos nós éramos como ovelhas que se haviam perdido; cada um de nós seguia o seu próprio caminho. Mas o SENHOR castigou o seu servo; fez com que ele sofresse o castigo que nós merecíamos.
7  “Ele foi maltratado, mas agüentou tudo humildemente e não disse uma só palavra. Ficou calado como um cordeiro que vai ser morto, como uma ovelha quando cortam a sua lã.
8  Foi preso, condenado e levado para ser morto, e ninguém se importou com o que ia acontecer com ele. Ele foi expulso do mundo dos vivos, foi morto por causa dos pecados do nosso povo.
9  Foi enterrado ao lado de criminosos, foi sepultado com os ricos, embora nunca tivesse cometido crime nenhum, nem tivesse dito uma só mentira.”
10 O SENHOR Deus diz: “Eu quis maltratá-lo, quis fazê-lo sofrer. Ele ofereceu a sua vida como sacrifício para tirar pecados e por isso terá uma vida longa e verá os seus descendentes. Ele fará com que o meu plano dê certo.
11  Depois de tanto sofrimento, ele será feliz; por causa da sua dedicação, ele ficará completamente satisfeito. O meu servo não tem pecado, mas ele sofrerá o castigo que muitos merecem, e assim os pecados deles serão perdoados.
12  Por isso, eu lhe darei um lugar de honra; ele receberá a sua recompensa junto com os grandes e os poderosos. Pois ele deu a sua própria vida e foi tratado como se fosse um criminoso. Ele levou a culpa dos pecados de muitos e orou pedindo que eles fossem perdoados.”   Isa 52 13-15 e Isa 53

Em grande parte, estamos familiarizados com a doutrina da justificação, na qual o sacrifício de Cristo faz com que Sua justiça seja atribuída a nós. Em certo sentido, Deus passa a nos ver como se tivéssemos as virtudes de Cristo. Gostamos dessa ideia. Para que isso acontecesse, Cristo precisou Se dispor a suportar nossos pecados. Isso é um pouco mais difícil de aceitar. Isaías 53 começa com uma nota de descrença, culminando com desânimo. Retoricamente, o profeta perguntou: "Quem creu em nossa pregação?" A resposta seria: “bem poucos”.

Os contemporâneos de Jesus olhavam para Ele na cruz e viam, na melhor das hipóteses, uma vítima das piores circunstâncias possíveis. Eles não sabiam o que dizer. Talvez tivessem medo de que Seu infortúnio e miséria recaíssem sobre eles. Ou, talvez, pensassem que Ele realmente tivesse feito alguma maldade que O tivesse tornado merecedor desse sofrimento. Então, eles foram embora e tentaram esquecer o assunto.

Outros provavelmente tivessem observado e visto o que os líderes religiosos, principados e potestades do mundo queriam que eles vissem: um criminoso, um blasfemo e possivelmente um louco. Afinal, Ele foi julgado e condenado pelos homens mais sábios e influentes da nação, selecionados de cada uma das facções influentes. Qual havia sido a última vez em que eles tinham concordado em alguma coisa? Em todo caso, melhor não se envolver, melhor nem mesmo olhar.

Pense nisto: 
Todos já ouvimos a expressão "graça barata" e, sem dúvida, somos culpados por agir como se a graça fosse barata. Meditar no real significado do sacrifício de Cristo poderia afastar essa ideia equivocada?

Aplicação
Use as seguintes perguntas para ajudar seus alunos a ver o significado do plano da salvação e identificar sua origem a partir da própria natureza e caráter de Deus.

Perguntas para reflexão
1. Na base da redenção está o pecado. Se não houvesse pecado, não haveria necessidade de redenção. Por que as pessoas parecem desejar a alegria da redenção, sem a tristeza pelo pecado?
2. Pelo fato de que o plano da redenção é tão improvável e tão contrário aos estabelecidos métodos humanos de pensamento, alguns pensadores cristãos tentam promover a ideia de que esse plano deve ser verdadeiro. Eles perguntam: Quem teria inventando um plano tão improvável? O que você acha dessa ideia?

Perguntas de aplicação
1. Sendo que as boas obras, de nenhum modo aumentam nosso mérito para salvação, qual é o papel da obediência e das boas obras na vida da pessoa redimida?
2. Em nossas interações com os outros, quantas vezes esperamos por indicações de que sejam dignos ou de que estejam prontos para receber nossa bondade e perdão? Foi assim que Deus olhou para nós, em nossa situação? (Rm 5:8.)

Criatividade
A história da redenção é outra área em que tendemos a fazer uma falsa distinção entre o Deus "irado" do Antigo Testamento e o Jesus "misericordioso". A atividade seguinte deve habilitar seus alunos a questionar essas falsas distinções e desenvolver uma visão mais equilibrada de Deus.

Atividade: 
Manualmente ou com a ajuda da tecnologia digital, encontre passagens no Antigo Testamento que se refiram à misericórdia de Deus, ou que mostrem exemplos do perdão de Deus ou da Sua providência para com as pessoas, mesmo pessoas que poderiam ter sido consideradas estrangeiras. Bons exemplos podem incluir Raabe (Js 2; 6:17-25), Rute, ou os arrependidos ninivitas do livro de Jonas. Separe a classe em três grupos, distribua a cada grupo um desses personagens, peça que os grupos leiam sua passagem em voz alta. Examinem também profecias acerca da redenção futura, como Jeremias 31:31-34. Deixe claro que Deus, o Pai, não precisa ser lisonjeado nem persuadido para nos redimir, como o pensamento popular pode indicar.




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