segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

No princípio (resumo do estudo nº 02)


 


Pois, por meio dele, Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê, inclusive todos os poderes espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio dele e para ele, Deus criou todo o Universo. Colossenses 1:16

Saber: Como a crença no Deus criador afeta nossa compreensão de outros ensinamentos
bíblicos, como a cruz e a nova Terra.
Sentir: A diferença que a crença em um Criador pessoalmente amoroso faz na filosofia de vida.
Fazer: Aceitar e honrar a Deus como criador, e como recriador.

Esboço

I. Fundamento da crença
A. A aceitação da criação bíblica nos ajuda a entender o poder que Deus tem para nos salvar dos pecados?
B. Compreender o papel de Deus como Autor do Universo e aceitar Sua criação da Terra em sete dias afeta a crença no sábado, na ressurreição, e na recriação da Terra no futuro.

II. Criado pelo acaso ou por desígnio?
A. Quando contemplamos as obras do Criador são despertados sentimentos de reverência, alegria e louvor.
B. O que muda em nossa atitude para com Deus e os outros pela crença de que somos criados por desígnio de Deus (e não pelo acaso)?

III. Criados por Deus
A. Como podemos honrar mais nosso Criador amoroso e pessoal?
B. O fato de que Deus não apenas nos criou, mas deu as melhores dádivas do Céu para nos redimir, afeta nossa maneira de responder a Ele?

Resumo: 
A crença na história bíblica da criação afeta não somente nossa aceitação de um Deus Criador Todo-poderoso, mas também nossa maneira de compreender o sábado, a cruz, a ressurreição, e muitas outras doutrinas.

Motivação

O papel de Deus como criador está inseparavelmente ligado ao que sabemos sobre Seu caráter e, mais importante, sobre Seu papel como redentor.

Enfatize a importância de nossa compreensão de Deus como criador e como isso se relaciona com os outros aspectos do caráter de Deus e com Sua obra em nosso favor. Explique como podemos conhecer mais sobre Deus por meio de um entendimento correto de Seu ato de criação e seus resultados.

A maioria dos cientistas hoje trabalha com uma hipótese conhecida como "naturalismo metodológico." Em essência, essa é a visão de que tudo o que aconteceu, está acontecendo ou acontecerá tem uma causa natural que, especificamente, não é o que chamaríamos de causa "sobrenatural". Críticos também a rotularam de "ateísmo metodológico", porque, aplicada rigorosamente, ela exclui Deus como criador, mantenedor e redentor.

Muitas pessoas acham que essa é uma suposição convincente, porque a maioria dos eventos que ocorrem em nossa vida diária ou em nosso ambiente observável não parecem ter causas sobrenaturais diretas. Mesmo eventos ou fenômenos em que nós, como cristãos, podemos ver a mão de Deus, poderiam ser explicados, embora de maneira improvável para nós, como devidos apenas às circunstâncias. Naturalistas metodológicos alegam que, se as coisas funcionam dessa maneira agora, sempre foi assim. Sua posição pode ser comparada à dos céticos representados em 2 Pedro 3:4: "
Todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.

Para que isso seja verdade, naturalistas metodológicos precisam de tempo, muito tempo, assim como alguns lançamentos de dados muito improváveis, que de alguma forma resultaram no mundo em que vivemos, maravilhosamente planejado e ordenado. Mas onde naturalistas metodológicos veem o acaso cego, os cristãos Adventistas do Sétimo Dia percebem um mundo que veio à existência em estado de perfeição, pela vontade de um bondoso Criador, mas foi arruinado pelo pecado. E aguardamos o Redentor que irá restaurá-lo à sua perfeição original.

Pense nisto: 
A teoria cosmológica e evolutiva atual de que a criação simplesmente passou a existir por acaso é totalmente estranha à visão bíblica de mundo. Como podemos ver a natureza (como escreveu o salmista), proclamando "a glória de Deus" (Sl 19:1)?

Compreensão
Enfatize a importância da criação para a compreensão de Deus, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento. Não é nenhuma surpresa que essa relação exista no Antigo Testamento. Afinal, a primeira pergunta que a Bíblia responde é como chegamos até aqui, e por quê. Mas a criação é fundamental para a história da redenção do Novo Testamento. Ela também apaga a falsa impressão de que o Deus do Novo Testamento é de algum modo separado ou diferente do Deus do Antigo Testamento.


Comentário Bíblico


I. Todas as Coisas

Pois, por meio dele, Deus criou tudo, no céu e na terra, tanto o que se vê como o que não se vê, inclusive todos os poderes espirituais, as forças, os governos e as autoridades. Por meio dele e para ele, Deus criou todo o Universo. Cl 1:16

O Antigo e o Novo Testamentos não apoiam, em nenhum lugar, a possibilidade de que Deus não tenha criado o Universo. A maioria dos povos e religiões ao redor de Israel também acreditavam que o Universo teve um criador ou criadores. Algumas exceções foram o filósofo Epicuro e seus sucessores, como Lucrécio. Eles acreditavam que o Universo é eterno, autossuficiente, e imutável em sua essência.

A diferença importante era que a Bíblia ensinava que Deus é a fonte de todas as coisas. Algumas religiões e filosofias, como o platonismo, ensinavam que o mundo material havia sido criado pelo que eles chamaram de Demiurgo. Em grego, essa palavra se referia a um artesão ou artista. Esse demiurgo não criava a matéria, mas era apenas um artífice habilidoso que a organizava de uma forma funcional e mais ou menos agradável esteticamente. As imperfeições do Universo visível eram explicadas pela imperfeita habilidade do demiurgo. Naturalmente, havia a crença de que o demiurgo ignorava ou era indiferente ao mundo espiritual mais elevado.

O zoroastrismo, religião da antiga Pérsia, ensinava que havia dois deuses, um bom e outro mau. O deus do bem havia criado os animais e plantas que os adeptos consideravam nobres e bonitos. O deus do mal havia criado os "répteis" e os animais e plantas considerados desagradáveis ou nocivos.

Hoje, muitos que desejam conciliar a Bíblia com teorias como a evolução propõem que Deus criou o mundo ou o Universo e o deixou para que se desenvolvesse por si mesmo durante determinado período de tempo, e reapareceu para dar uma "alma" aos hominídeos que tinham evoluído enquanto ele estivera ausente.

Nenhuma dessas concepções se harmoniza com o que a Bíblia ensina. O texto de Colossenses 1:16 e outros deixam claro que Deus criou todas as coisas. Isso inclui coisas pequenas demais para enxergarmos e coisas muito grandes: realidades espirituais invisíveis e os detalhes mais comuns do nosso ambiente imediato. Em seu estado original, elas refletiam Sua perfeição e bondade, e um dia refletirão novamente.

Pense nisto: 
Por que é tão importante especificar que Deus criou todas as coisas? O que você acha da antiga tendência humana de excluir Deus de Sua criação ou confiná-Lo em um canto pequeno ou simples dela?

II. Presente na criação

1
  No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
2  Ele estava no princípio com Deus.
3  Tudo foi feito por ele; e nada do que tem sido feito, foi feito sem ele.
4  Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.
5  A luz resplandece nas trevas, e contra ela as trevas não prevaleceram.
6  Houve um homem, enviado por Deus, e chamava-se João;
7  este veio como testemunha para dar testemunho da luz, a fim de que todos cressem por meio dele.
8  Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz.
9  Havia a verdadeira luz que, vinda ao mundo, alumia a todo o homem.
10  Ele estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu.
11  Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
12  Mas a todos os que o receberam, aos que crêem em seu nome, deu ele o direito de se tornarem filhos de Deus:
13  os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas sim de Deus. Jo 1:1-13

Esta passagem pode ser considerada uma elaboração sobre a história da Criação relatada em Gênesis, com uma apresentação mais explícita de Deus, o Filho, ou o Verbo. Alguns comentaristas caracterizam a abordagem do autor como polêmica, no sentido de que ele parece preocupado em afirmar alguns pontos, enquanto rejeita ou refuta outros. Por exemplo, no verso três ele apresenta a ideia (mencionada também por Paulo em Colossenses 1:16) de que Deus, por meio de Cristo, fez todas as coisas. O autor enfatiza que "
sem Ele, nada do que foi feito se fez." Além disso, o autor claramente vivia em um mundo no qual um número significativo de pessoas não consideravam evidente esse fato.

Certamente, mais do que recapitular a criação, o objetivo do autor é mostrar como a criação e, implicitamente, toda a história sagrada registrada no Antigo Testamento, era fundamental para a mensagem da redenção em Cristo. Então, como agora, havia pessoas que queriam abandonar ou alterar partes do Antigo Testamento (particularmente o relato da criação), enquanto ainda se apegavam a Cristo como redentor. Em contrapartida, o autor mostra como criação e redenção são partes da mesma história.

Pense nisto: Por que os papéis de Cristo como criador e redentor são inseparáveis? O plano da redenção depende da verdade literal do relato da criação apresentado em Gênesis?

III. “Por um só homem”

12  O pecado entrou no mundo por meio de um só homem, e o seu pecado trouxe consigo a morte. Como resultado, a morte se espalhou por toda a raça humana porque todos pecaram.
13  Antes de a lei ser dada, já existia o pecado no mundo; porém, quando não existe lei, Deus não leva em conta o pecado.
14  Mas, desde o tempo de Adão até Moisés, a morte dominou todos os seres humanos, mesmo os que não pecaram como Adão, quando ele desobedeceu à ordem de Deus. Adão era a figura daquele que havia de vir,
15  mas existe uma diferença entre o pecado de Adão e o presente que Deus nos dá. De fato, muitos morreram por causa do pecado de um só homem; mas a graça de Deus é muito maior, e ele dá a salvação gratuitamente a muitos, por meio da graça de um só homem, que é Jesus Cristo. Rm 5:12-15

Embora o objetivo principal de Paulo não fosse apoiar a historicidade de Adão, seu argumento pressupõe e depende disso. Paulo reconhecia Jesus Cristo como figura histórica. No mundo antigo não faltavam deuses que morriam e ressuscitavam e que supostamente restauravam a fertilidade das colheitas ou ocasionavam aos adeptos de seus cultos misteriosos algum estado de iluminação não especificado, mas sublime. A maioria desses deuses existiu em algum tempo mítico de sonhos. Mas Jesus Cristo foi um Homem real que viveu em uma época histórica distinta. Sobre Ele escreveram historiadores realistas, como Josefo e Tácito. Cristo morreu uma morte real para resgatar pessoas reais do pecado real. Paulo, além de sua experiência com o Cristo ressuscitado, repetidamente interagia com pessoas que tinham caminhado e falado com o Jesus histórico.

Se Paulo sabia disso, por que ele compararia Jesus com uma figura que ele considerasse mítica? Qual teria sido o propósito de redimir uma pessoa do pecado por meio de um personagem de ficção? Por que Deus enviaria um Salvador histórico para redimir os pecados de um Adão fictício? Se o Cristo histórico é (como o nome indica) a figura central do cristianismo, então o Adão histórico é apenas um pouco menos central.

Pense nisto:
Se alegamos confiar em Cristo, devemos confiar em Sua Palavra? O que nos impede de tomar uma decisão firme a esse respeito?

Aplicação
Use as seguintes perguntas para ajudar os alunos a entender o que nós, Adventistas do Sétimo Dia, queremos dizer quando nos referimos a Deus como criador.

Perguntas para reflexão
1. A correta compreensão de Deus como Criador é importante para a construção das outras doutrinas cristãs, como o plano da redenção ou a autoridade das Escrituras?
2. O que torna as teorias da evolução de toda a vida, populares e atualmente aceitas, totalmente incompatíveis com a compreensão cristã essencial da criação divina?

Perguntas de aplicação
1. Quando consideramos o cuidado e precisão com que Deus criou e continua a sustentar a Terra, o que aprendemos sobre a maneira pela qual devemos nos relacionar com a criação? Como essa compreensão pode nos prevenir dos extremos da extravagância ou da adoração da criação, em detrimento do Criador?
2. Como devemos reagir às pessoas que têm perguntas honestas ou mesmo ceticismo sobre a maneira pela qual vemos as questões das origens e da criação? Como podemos sustentar uma posição firme sobre a criação e manter a igreja como um "lugar seguro" para os que estão lutando honestamente com essas questões?

Criatividade
Quanto mais entendermos a natureza e o propósito da criação de Deus e Seu cuidado evidente nas coisas que Ele criou, menos provavelmente procuraremos explicações que tentem negá-Lo ou confiná-Lo às margens ou lacunas do conhecimento. A atividade a seguir ajudará os alunos a ver exemplos da providência divina nas formas pelas quais Ele escolheu criar.

Atividade: 
Está claro, mesmo para o observador mais casual, que cada animal, vegetal, etc., é especificamente adaptado ao ambiente em que se encontra. Durante a semana, procure exemplos de animais interessantes ou plantas que vivem em ambientes singulares. Mostre como Deus lhes deu os meios pelos quais podem sobreviver nesses ambientes. Ilustre com fotos, vídeos, histórias, etc.

Alternativamente, se for possível, apresente essa atividade como lição de casa para seus alunos na semana anterior à desta lição, e peça que eles apresentem na classe suas descobertas.




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