quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Culpa (estudo nº 05)




Se Tu, soberano Senhor, registrasses os pecados, quem escaparia? Mas contigo está o perdão para que sejas temido (Salmo 130:3, 4, NVI).

Leituras da semana: Gn 3:8-13; 1Jo 1:9; Sl 32; 1Tm 4:1, 2; Mt 26:75; Rm 8:1

O senso de culpa é uma das experiências emocionais mais dolorosas e incapacitadoras. Pode provocar vergonha, medo, tristeza, raiva, angústia e até enfermidade física. Embora frequentemente sejam desagradáveis, esses sentimentos podem ser usados por Deus para levar os pecadores ao arrependimento e ao pé da cruz, onde podem achar o perdão tão desejado. Às vezes, porém, o mecanismo da culpa faz com que as pessoas assumam a culpa por algo pelo que não são responsáveis, como no caso de alguns sobreviventes de acidentes ou filhos de pais divorciados.

Mas quando o senso de culpa é justificado, serve como boa consciência. A culpa produz desconforto suficiente para levar a pessoa a fazer algo sobre ela. Dependendo das escolhas pessoais, a culpa pode ser altamente destrutiva, como no caso de Judas, ou altamente positiva, como no caso de Pedro.

Nesta semana, vamos estudar quatro relatos bíblicos de culpa a fim de entender melhor esse processo e ver o que podemos aprender sobre ela, se for corretamente canalizada. Podemos ver como a culpa pode ser usada pelo Senhor para nosso proveito. Tudo depende, realmente, de nossa atitude em relação à culpa que sentimos e o que fazemos com ela.    

Domingo                                        Vergonha

1. Como Adão e Eva manifestaram a culpa que sentiram? Qual foi o problema com a reação de Adão? 

8  Quando ouviram a voz do SENHOR Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do SENHOR Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.
9  E chamou o SENHOR Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?
10  Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.
11  Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?
12  Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.
13  Disse o SENHOR Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.
14  Então, o SENHOR Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.
15  Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.   Gn 3:8-15

A culpa foi a primeira emoção adversa sentida pelos seres humanos. Logo depois que Adão e Eva pecaram, seu comportamento mudou. Eles “esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim” (v. 8. NVI). Essa reação sem precedentes indicou medo de seu Pai e Amigo e, ao mesmo tempo, vergonha de enfrentá-Lo. Até a queda, eles achavam alegria na presença de Deus, mas agora, escondiam-se ante Sua aproximação. Um bonito elo estava quebrado. Além de medo e vergonha, eles sentiam tristeza, especialmente ao serem informados das terríveis consequências de terem desobedecido a Deus.

Note as palavras de Adão e Eva: “
Foi a mulher que me deste por companheira” e “A serpente me enganou...” (NVI). A culpa provoca uma reação aparentemente automática de colocá-la em outra pessoa ou justificar o próprio comportamento com argumentação. Sigmund Freud, fundador da psicanálise, chamava essa reação de “projeção” e afirmava que as pessoas projetam sua culpa sobre os outros ou sobre as circunstâncias a fim de aliviar o fardo da culpa. Essa “projeção” é considerada um mecanismo de defesa. Mas o ato de lançar a culpa sobre os outros não contribui para as relações interpessoais e constitui uma barreira para o perdão de Deus. A verdadeira solução consiste em aceitar a plena responsabilidade pelas próprias ações e buscar o único Ser que pode fornecer libertação da culpa: “Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8:1, NVI).

Às vezes, as pessoas sofrem de culpa pelas razões erradas. Parentes próximos daqueles que cometem suicídio, sobreviventes de um grande acidente ou calamidade e filhos de um casal recém-divorciado, na maioria dos casos, são exemplos típicos de culpa infundada. As pessoas que estão nessas situações precisam ter a certeza de que não podem ser consideradas responsáveis pelo comportamento de outros ou por eventos imprevisíveis. E se, em certos casos, eles tiverem alguma culpa, devem assumir a responsabilidade por suas ações, buscar perdão daqueles a quem ofenderam e, então, apegar-se a promessas bíblicas como: “
Quanto dista o Oriente do Ocidente, assim afasta de nós as nossas transgressões” (Sl 103:12).

Como você reage à culpa? Você é rápido, como foi Adão, em culpar os outros por suas ações erradas? Como você pode aprender a fazer face às coisas que fez erradas e então, pela graça de Deus, avançar?       




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