E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este mandamento, como ouvistes desde o princípio, é que andeis nesse amor. 2º João 6
I. Amor e verdade
A. Verdade e amor formam os temas da carta de 2º João. Como esses dois temas se relacionam? Comente como estão relacionados em 1º João.
B. O que acontece quando a verdade é expressa sem amor, ou vice-versa?
C. Voltando ao problema da heresia, João fala como devemos nos relacionar com os que promovem falsos ensinos. Faça uma lista dos princípios e como se relacionam com os desafios de hoje.
II. Alegria fundamentada no amor e na verdade
A. Não é fácil cultivar obediência. Qual é o papel do amor como motivador?
B. Descreva a alegria proveniente de andar em amor e em verdade.
III. Guardando uma distância saudável
A hospitalidade é uma virtude cristã, mas existem ocasiões em que precisamos manter distância saudável entre nós e aqueles que não seguem a verdade. Encontre maneiras de:
A. Separar-se da heresia.
B. Demonstrar amor semelhante ao de Cristo pela pessoa que abriga falsas crenças sem confundir os outros por suas ações.
Resumo: João lembra seus leitores que o amor se expressa pela guarda dos mandamentos. Quando enfrentamos o erro, devemos nos distanciar dele a fim de não enganar os outros.
A visão de verdade e moralidade de Nietzsche tomou conta da sociedade de hoje. Com que frequência você tem ouvido: “O que é verdade para você pode não ser verdade para mim”? Ou: “Se funciona para você, está bom. Mas não funciona para mim”?
De acordo com pesquisas recentes, o relativismo moral está em alta. Entre os americanos – inclusive entre os que se descrevem como “cristãos nascidos de novo” – 64 por cento dos adultos e 83 por cento dos adolescentes dizem que a verdade é sempre relativa para a pessoa e suas circunstâncias. Só 6 por cento dos adolescentes dizem que a verdade é absoluta (www.barna.org/FlexPage.aspx?Page=BarnaUpdate&BarnaUpdateID=106).
Mas, em 2 João, o apóstolo exorta ardentemente os cristãos a proteger a verdade – a preservar a integridade do evangelho.
Tire alguns momentos para fazer estas perguntas a si mesmo: Como podemos conhecer realmente a verdade? Por que a verdade é tão importante para o indivíduo bem como para as comunidades cristãs? Qual é nosso papel em preservar a verdade?
Os cristãos do primeiro século viviam e adoravam em condições muito diferentes das que a maioria dos cristãos vivem hoje. Como o desafio de aprender a viver a verdade “em amor” ultrapassa tempo e circunstâncias.
Comentário Bíblico
I. A importância da verdade
O presbítero à senhora eleita e aos seus filhos, a quem eu amo na verdade e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, por causa da verdade que permanece em nós e conosco estará para sempre, a graça, a misericórdia e a paz, da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. Fiquei sobremodo alegre em ter encontrado dentre os teus filhos os que andam na verdade, de acordo com o mandamento que recebemos da parte do Pai. (2º João 1:1-4)
No texto de 2º João 1-4, quantas vezes o escritor menciona a palavra verdade? A partir daí, o que podemos compreender sobre a importância da verdade na vida de uma comunidade de fé? Peça que alguém leia em voz alta Efésios 4:14-16.
para que não mais sejamos como meninos, agitados de um lado para outro e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro. Mas, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo, de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor. (Efés. 4:14-16)
Pense nisto: Como a compreensão da verdade por parte de toda a comunidade fortalece a igreja e permite que funcione como Deus deseja?
Embora o escritor de 2º João não tenha identificado os destinatários de sua carta, é provável que eles passassem pelas mesmas dificuldades enfrentadas por muitos cristãos daquele tempo. Tácito, governador e historiador romano, escrevendo cerca de 64 anos depois de Cristo, se referiu aos cristãos como “uma classe odiada por suas abominações” (http://www.probe.org/context/view/18/77). Ellen White escreve que os cristãos “...eram condenados como rebeldes ao império, como inimigos da religião e peste da sociedade” (Ellen G. White, O Grande Conflito, p. 40).
Comente as seguintes afirmações: A verdade – a doutrina correta – era importante para João, em parte, porque ajudava a fortalecer e unificar essas comunidades atacadas. Hoje, a verdade é mais estimada em áreas em que a liberdade de adorar está ameaçada? Por quê, ou por que não? Como a aceitação por parte da sociedade pode nos tornar complacentes sobre a preservação e disseminação da verdade?
II. Conhecendo a verdade
Uma visão comum na sociedade pós-moderna de hoje é que não se pode conhecer a verdade absoluta. Os que insistem que conhecem a verdade são considerados intolerantes, arrogantes ou pior, fanáticos perigosos. Mas o escritor de 2º João não apenas afirma que a verdade pode ser conhecida mas que já havia sido concedida à igreja (veja 2º Jo 1:1, 2, 4).
Respondeu-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim. (João 14:6)
Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede. (João 6:35).
Conforme lemos em João 14:6 e 6:35, o que disse Jesus sobre a natureza da verdade e como a pessoa pode se relacionar com ela? As palavras de Jesus parecem intolerantes ou exclusivas?
E não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome, dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos. (Atos 4:12)
Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos? E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé; e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam. Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram. Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens. (1 Cor. 15:12-19)
Leia Atos 4:12 e 1 Coríntios 15:12-19 acima e responda: O cristianismo pode abandonar suas afirmações de ser o possuidor exclusivo da verdade?
III. Protegendo a verdade
Muitos estudiosos creem que João estava se referindo à doutrina falsa do docetismo, que afirmava que Cristo não era verdadeiramente humano. Docetismo vem da palavra grega dokeo, que significa “parecer”. De acordo com essa doutrina, Cristo só parecia ser humano.
Pense nisto: João usa palavras fortes para descrever aqueles que ensinam o erro. Como a natureza específica dessa heresia afeta a força de sua advertência? (Leia1Co 15:12-19.) Quais são as atitudes ou ensinos de hoje na comunidade cristã que ameaçam subverter a posição central de Cristo e Seu ministério de salvação, e por quê?
Perguntas para reflexão
1. Como João define a verdade? A verdade do evangelho é mais que um conjunto de afirmações doutrinárias. A verdade é uma pessoa – Jesus Cristo. Leia 2º João 1, 2. A verdade é mais que exatidão doutrinária. Também é algo mais relacional e pessoal, como viver em conexão íntima com aquele que é toda a verdade.
2. João sugere que conhecer e viver a verdade nos fará amorosos (2º Jo 4-6). Como o zelo pela verdade produz inevitavelmente atos amorosos? Por que João relaciona essas duas coisas com tanta ênfase? Como a verdade se relaciona com a pessoa de Cristo? Qual é a relação entre a verdade e o caráter e o ministério de Jesus?
Atividade
Analise estas citações de cristãos preeminentes:
"Quero que uma onda de intolerância passe por sobre você. Quero que uma onda de ódio passe por cima de você. ... Fomos chamados por Deus para conquistar este país. Não queremos tempo igual. Não queremos pluralismo” (Randall Terry, antigo líder evangélico; mediamatters.org/items/200503220001).
“A necessidade de exercitar a verdadeira tolerância pelas convicções dos outros não significa que você precise defender a ideia irracional de que todas as opiniões são igualmente verdadeiras” (Joseph Farinaccio, Faith With Reason: Why Christianity Is True, p. 12).
“Unidade nas coisas necessárias; liberdade nas coisas duvidosas; caridade em todas as coisas” (Pedro Meiderlin:www.en.wikipedia.org/wiki/In_necessariis_unitas,_in_dubiis_libertas,_in_omnibus_caritas - 19k).
Para os cristãos, quais são os limites da tolerância? Até que ponto devemos tolerar ideias diferentes sobre a verdade dentro de nossa comunidade de fé? Como devemos nos relacionar com as reivindicações que outros fazem de que possuem a verdade?
“A verdade é dura se não for suavizada pelo amor”, escreve o teólogo John Stott. “E o amor é mole se não for fortalecido pela verdade. Precisamos dessa combinação de verdade e amor... E, naturalmente, só existe uma forma de crescer nas duas coisas, e isso é através do poder do Espírito Santo. O Espírito Santo é o espírito da verdade, e o primeiro fruto do Espírito é o amor”(www.episcopalian.org/efac/articles/essentials.html).
Para encerrar pedimos que:
1. Orem pela presença do Espírito Santo em nossa igreja, nossos lares e nossa vida.
2. Orem por uma convicção renovada da verdade que “ouvimos desde o princípio” (2º Jo 6).
3. Orem para que, em nossa vida diária, nos tornemos campeões da verdade e daquele que é toda a verdade.
4. Orem para que, ao vivermos e ensinarmos a verdade, o façamos com sensibilidade pelos outros, com autocontrole e humildade e, acima de tudo, com espírito de amor.
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