domingo, 19 de dezembro de 2010

O homem de Deus A obediência não é opcional (resumo do estudo nº 10)




Ouvindo-o o profeta que o fizera voltar do caminho, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do SENHOR; por isso, o SENHOR o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o SENHOR lhe tinha dito. 1 Reis 13:26

Saber: Comparar e contrastar as ações do homem de Deus que profetizou tão dramaticamente e resistiu às provocações de um rei corrupto mas ainda caiu facilmente no engano a caminho de casa.
Sentir: Perceber quão fácil é deslizar de uma fé concentrada para a desobediência relaxada.
Fazer: Resolver buscar diariamente a face de Deus e Sua proteção da tentação.

Esboço

I. Tão forte, porém tão fraco
A. Como o homem de Deus de Judá pôde agir tão corajosa e fielmente diante do rei e da grande multidão, mas, depois, cair tão rapidamente em tentação?
B. Quais foram as consequências imediatas para a desobediência do homem de Deus?
C. Por que Deus o puniu tão decisiva e rapidamente?

II. Dardos de tentação
A. Que tipos de estímulo à tentação o homem de Deus enfrentou, na forma de instruções conflitantes de outro homem de Deus em Israel?
B. Que tentações nos atacam para fazer com que nos desviemos de nossa obediência à Palavra de Deus?

III. Escudo da fé
A. Sendo tão fácil cair na tentação de desobedecer a Deus, qual é nossa única esperança?
B. Como podemos encontrar proteção do engano e a força para enfrentar os ardis de Satanás?
C. Um profeta mais velho deu ao homem de Deus instruções que conflitavam com a mensagem divina original. O que podemos aprender desta situação sobre sujeitar nossa consciência à do outro, quando isso é contrário à clara instrução de Deus?

Resumo: O homem de Deus de Judá profetizou fielmente e voltou para casa, simplesmente para cair na tentação de duvidar da Palavra de Deus.

Motivação
Devemos seguir nossa consciência, em vez de depender de outra pessoa para interpretar a Palavra de Deus para nós.

Enfatize que, embora a verdade seja progressiva, Deus não envia nova “luz” para anular a luz mais antiga. Um exemplo é o sábado. Deus não mudou a Lei, nem o sábado. Mesmo que a Bíblia nunca houvesse reafirmado a santidade do sábado (o que não é o caso), o fato de que Deus disse uma vez, deveria nos levar a obedecer sempre, sabendo que toda tentativa de anular a Palavra de Deus tem origem em Satanás. Podemos ser desculpados porque fomos enganados por mentiras apresentadas em nome de Deus?

Em linguagem popular, obediência e senso de responsabilidade são frequentemente confundidos com legalismo. Os que desejam íntima comunhão com Deus, expressando sua devoção através de sincera obediência, são às vezes ridicularizados como rígidos, legalistas, pessoas tristes, alheias ao riso e ao prazer. Satanás certamente se alegra quando tais distorções prevalecem. Verdadeira obediência é, de fato, a mais simples expressão de confiança, que constitui o fundamento de todo relacionamento. Fracasso na obediência, portanto, é igual a fracasso em crer (confiar). No relacionamento conjugal, respeito e confiança se deterioram muito antes que os documentos para o pedido de divórcio sejam registrados na justiça. Espiritualmente falando, desrespeito e desconfiança, levando à desobediência, se formam muito antes da destruição do relacionamento salvador. Os que diligentemente procuram intimidade com Deus entendem a obediência, não como cadeias e grilhões, mas como o livre resultado natural de amar um Pai em quem podemos confiar.

Atividade:
Orientações, regulamentos e advertências governamentais, e a lei natural, constituem limites que nos permitem viver produtivamente. Sem esse muro protegendo nossa vida diária, o caos devoraria nossa existência.

Discuta os seguintes sistemas, analisando como a obediência aumenta em vez de restringir a vida:

(1) Regulamentos de segurança no trânsito (limite de velocidade, semáforos, placas de trânsito, etc.);
(2) Administração de medicamentos prescritos;
(3) Proteção ambiental (eliminação de resíduos perigosos, etc.);
(4) Lei criminal (proibição contra o assassinato, roubo, difamação do caráter, fraude de computador, etc.).

Pense nisto: Considerando os sistemas discutidos, como a vida melhoraria se essas proibições e advertências fossem removidas? Ou então, como as coisas poderiam se deteriorar e até se autodestruírem, em sua ausência? Quando as orientações são seguidas (obediência), como isso demonstra confiança?

Compreensão
A partir de uma discussão geral do significado da obediência e confiança, agora intensificamos nosso foco na importância da consciência individual. Como uma pessoa conhece o que deve obedecer? Como a vontade de Deus é discernida quando há vozes conflitantes que alegam divina autoridade?


Comentário bíblico


I. A ação de Deus

1  Eis que, por ordem do SENHOR, veio de Judá a Betel um homem de Deus; e Jeroboão estava junto ao altar, para queimar incenso.
2  Clamou o profeta contra o altar, por ordem do SENHOR, e disse: Altar, altar! Assim diz o SENHOR: Eis que um filho nascerá à casa de Davi, cujo nome será Josias, o qual sacrificará sobre ti os sacerdotes dos altos que queimam sobre ti incenso, e ossos humanos se queimarão sobre ti.
3  Deu, naquele mesmo dia, um sinal, dizendo: Este é o sinal de que o SENHOR falou: Eis que o altar se fenderá, e se derramará a cinza que há sobre ele.
4  Tendo o rei ouvido as palavras do homem de Deus, que clamara contra o altar de Betel, Jeroboão estendeu a mão de sobre o altar, dizendo: Prendei-o! Mas a mão que estendera contra o homem de Deus secou, e não a podia recolher.
5  O altar se fendeu, e a cinza se derramou do altar, segundo o sinal que o homem de Deus apontara por ordem do SENHOR.
6  Então, disse o rei ao homem de Deus: Implora o favor do SENHOR, teu Deus, e ora por mim, para que eu possa recolher a mão. Então, o homem de Deus implorou o favor do SENHOR, e a mão do rei se lhe recolheu e ficou como dantes. 1Rs 13:1-6.)

Respondendo à idolatria iniciada por Jeroboão, Deus enviou para o local um profeta anônimo, com mensagens de repreensão e correção. Arriscando a vida, o profeta, conhecido apenas como o homem de Deus, proferiu fielmente a mensagem de Deus. Obviamente, esse desconhecido porta-voz se caracterizou por dedicada ousadia. Quando Jeroboão ameaçou agressivamente esse mensageiro, sua mão secou misteriosamente, e o altar se fendeu, significando juízo divino, e a justiça de Deus foi vindicada. Séculos depois, o último rei bom de Judá, Josias, cumpriu a profecia proferida por esse homem de Deus desconhecido, destruindo a abominação de Jeroboão

15  Também o altar que estava em Betel e o alto que fez Jeroboão, filho de Nebate, que tinha feito pecar a Israel, esse altar junto com o alto o rei derribou; destruiu o alto, reduziu a pó o seu altar e queimou o poste-ídolo.
16  Olhando Josias ao seu redor, viu as sepulturas que estavam ali no monte; mandou tirar delas os ossos, e os queimou sobre o altar, e assim o profanou, segundo a palavra do SENHOR, que apregoara o homem de Deus que havia anunciado estas coisas.  (2Rs 23:15-16).

Pense nisto: Se a história tivesse terminado aqui, que valor você poderia ter atribuído ao profeta, e por quê? Que características nobres poderíamos discernir sobre ele?

II. O doador dos dons
7  Disse o rei ao homem de Deus: Vem comigo a casa e fortalece-te; e eu te recompensarei.
8  Porém o homem de Deus disse ao rei: Ainda que me desses metade da tua casa, não iria contigo, nem comeria pão, nem beberia água neste lugar.
9  Porque assim me ordenou o SENHOR pela sua palavra, dizendo: Não comerás pão, nem beberás água; e não voltarás pelo caminho por onde foste.
10  E se foi por outro caminho; e não voltou pelo caminho por onde viera a Betel. 1Rs 13:7-10.)

Aparentemente dominado pela divina manifestação de julgamento, Jeroboão se defendeu. Em lugar de se arrepender, o rei dissidente tentou alcançar por fraude algo que não pôde conseguir de outra maneira. Gerações antes disso, Balaão havia sucumbido à fascinação dos estímulos financeiros. Poderia esse profeta igualmente ser seduzido pela avareza? O profeta, porém, repeliu as tentativas de Jeroboão de comprometer sua integridade. A consciência desse mensageiro fiel não podia ser leiloada.

Pense nisto: Se a história tivesse terminado aqui, que valor você poderia ter atribuído ao profeta, e por quê? Que características, até aqui reveladas, devem ser imitadas pelos cristãos de todas as gerações?

III. Mentiras tentadoras

10  E se foi por outro caminho; e não voltou pelo caminho por onde viera a Betel.
11
Morava em Betel um profeta velho; vieram seus filhos e lhe contaram tudo o que o homem de Deus fizera aquele dia em Betel; as palavras que dissera ao rei, contaram-nas a seu pai.
12  Perguntou-lhes o pai: Por que caminho se foi? Mostraram seus filhos o caminho por onde fora o homem de Deus que viera de Judá.
13  Então, disse a seus filhos: Albardai-me um jumento. Albardaram-lhe o jumento, e ele montou.
14  E foi após o homem de Deus e, achando-o sentado debaixo de um carvalho, lhe disse: És tu o homem de Deus que vieste de Judá? Ele respondeu: Eu mesmo.
15  Então, lhe disse: Vem comigo a casa e come pão.
16  Porém ele disse: Não posso voltar contigo, nem entrarei contigo; não comerei pão, nem beberei água contigo neste lugar.
17  Porque me foi dito pela palavra do SENHOR: Ali, não comerás pão, nem beberás água, nem voltarás pelo caminho por que foste.
18  Tornou-lhe ele: Também eu sou profeta como tu, e um anjo me falou por ordem do SENHOR, dizendo: Faze-o voltar contigo a tua casa, para que coma pão e beba água. (Porém mentiu-lhe.)
19  Então, voltou ele, e comeu pão em sua casa, e bebeu água.1Rs 13:10-19.)

Vitória! Vitória! Vitória! Inicialmente, o profeta anônimo consegue nossa admiração. Enfrentando como ele fez o rei idólatra, que estava cercado por seus seguidores fanáticos, o profeta sacrificou a segurança pessoal pelas incertezas do testemunho fiel, fugindo do engrandecimento financeiro em favor do completo, inflexível compromisso com Deus. Muito possivelmente, ele merece destaque com Elias e Samuel!

No entanto, a narrativa percorre novos caminhos a partir desse ponto em diante. Abordado por um idoso profeta, cujos motivos permanecem desconhecidos, o profeta anônimo retrocedeu em sua viagem de retorno sem nenhuma razão aparente. Faltando apenas dois quilômetros dos limites de Judá e a segurança de uma missão cumprida (quinze a vinte minutos de caminhada tranquila), ele parou. O idoso profeta enganosamente alegou que recebeu mensagens divinas que contradiziam diretamente aquelas recebidas pelo profeta anônimo. Surpreendentemente, depois de arriscar a própria vida com base na confiabilidade da mensagem divina e do Doador da mensagem, e depois de repelir os esforços para detê-lo com base nas instruções claras dessa mensagem, o profeta anônimo submeteu seu julgamento às "revelações progressivas", supostamente dadas a outro profeta a quem ele não conhecia.

Pense nisto: Que valor você atribui ao profeta anônimo agora, e por quê? “Revelações progressivas” em algum momento negarão a revelação divina anterior? Que perigos aguardam os que sujeitam seu julgamento a outros na interpretação da revelação divina nas Escrituras? Qual é o padrão pelo qual todas as supostas revelações novas devem ser julgadas?

IV. Tentações parecidas
20  Estando eles à mesa, veio a palavra do SENHOR ao profeta que o tinha feito voltar;
21  e clamou ao homem de Deus, que viera de Judá, dizendo: Assim diz o SENHOR: Porquanto foste rebelde à palavra do SENHOR e não guardaste o mandamento que o SENHOR, teu Deus, te mandara,
22  antes, voltaste, e comeste pão, e bebeste água no lugar de que te dissera: Não comerás pão, nem beberás água, o teu cadáver não entrará no sepulcro de teus pais.
23  Depois de o profeta a quem fizera voltar haver comido pão e bebido água, albardou para ele o jumento.
24  Foi-se, pois, e um leão o encontrou no caminho e o matou; o seu cadáver estava atirado no caminho, e o jumento e o leão, parados junto ao cadáver.
25  Eis que os homens passaram e viram o corpo lançado no caminho, como também o leão parado junto ao corpo; e vieram e o disseram na cidade onde o profeta velho habitava.
26  Ouvindo-o o profeta que o fizera voltar do caminho, disse: É o homem de Deus, que foi rebelde à palavra do SENHOR; por isso, o SENHOR o entregou ao leão, que o despedaçou e matou, segundo a palavra que o SENHOR lhe tinha dito.
27  Então, disse a seus filhos: Albardai-me o jumento. Eles o albardaram.
28  Ele se foi e achou o cadáver atirado no caminho e o jumento e o leão, parados junto ao cadáver; o leão não tinha devorado o corpo, nem despedaçado o jumento.
29  Então, o profeta levantou o cadáver do homem de Deus, e o pôs sobre o jumento, e o tornou a levar; assim, veio o profeta velho à cidade, para o chorar e enterrar.
30  Depositou o cadáver no seu próprio sepulcro; e o prantearam, dizendo: Ah! Irmão meu!
31  Depois de o haver sepultado, disse a seus filhos: Quando eu morrer, enterrai-me no sepulcro em que o homem de Deus está sepultado; ponde os meus ossos junto aos ossos dele.
32  Porque certamente se cumprirá o que por ordem do SENHOR clamou contra o altar que está em Betel e contra todas as casas dos altos que estão nas cidades de Samaria.
33  Depois destas coisas, Jeroboão ainda não deixou o seu mau caminho; antes, de entre o povo tornou a constituir sacerdotes para lugares altos; a quem queria, consagrava para sacerdote dos lugares altos.  1Rs 13:20-33.)

Os bereanos, destacados no Novo Testamento, se recusaram a simplesmente confiar na palavra de Paulo, preferindo, em lugar disso, pesquisar as Escrituras por si mesmos para verificar o que Paulo pregava

(Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim. At 17:11).

Se o profeta anônimo tivesse sido apenas tão cuidadoso, quão diferentemente essa história poderia ter terminado! Pesquisar as Escrituras por nós mesmos, nunca submetendo nosso julgamento individual a outro na base do status acadêmico ou opinião popular – essas são duas defesas contra o perigoso erro de julgamento que causou a morte daquele que uma vez se posicionou destemidamente em nome de Deus.

Pense nisto: Quais hábitos devo adotar para que não seja tentado a submeter ao julgamento dos outros a correta compreensão das Escrituras?

Aplicação
Em pé diante do trono do juízo de Deus, cada indivíduo responderá por escolhas e decisões feitas na Terra. Desculpas serão inúteis então. Culpar a opinião popular, interpretações dos outros, exemplos ministeriais insatisfatórios ou qualquer outra coisa – tudo isso falha em isentar o fracasso humano. Desde que o pecado invadiu o planeta Terra, os seres humanos têm tentado escapar da culpabilidade e transferir a culpa. O padrão de Deus, entretanto, permanece o mesmo: confiança e obediência. A mais clara evidência de confiança nos pais é a obediência. Espiritualmente falando, a evidência mais segura de confiança em Deus é submissão voluntária à vontade divina.

Perguntas para consideração
1. Como manter a integridade de minha consciência com relação ao entendimento das Escrituras e ainda viver em comunhão ativa com os outros que discordam de mim? Devo fazer concessões? Como os que discordam podem ainda se unir espiritualmente?

2. Sara e Mara moram juntas em uma prestigiosa universidade Adventista do Sétimo Dia. Recentemente, Sara perdeu o interesse nos estudos, mas encontra meios de passar todo momento livre com um grupo misterioso que alega ter descoberto “nova luz”. Ela se tornou crítica da igreja, especialmente de certas doutrinas que ela caracteriza como “antiquadas”. Sara está insistindo cada vez mais para que Mara se una a ela nesses encontros. Como Mara deve lidar com a situação?

3. Como devemos abordar alegações de novas revelações de Deus? Por qual padrão elas devem ser avaliadas? Como podemos ser obedientes à verdade divina e ainda manter relacionamento com os que não são?

Criatividade
A obediência ao chamado de Deus define a profundidade de nossa confiança nEle. Essa obediência não pode ter como base a compreensão da verdade ou a confiança de outra pessoa em Deus. Somos responsabilizados individualmente, pois nossas decisões não podem depender da fé de outra pessoa. Não podemos sustentar a vida simplesmente olhando outra pessoa comer, nem podemos ser mantidos espiritualmente observando a experiência de outra pessoa. O profeta anônimo tinha muitas qualidades admiráveis, mas sua destruição ocorreu quando ele confiou na experiência espiritual de outro em vez de obedecer ao claro e certo “Assim diz o Senhor”.

Atividade: Cristo é nosso exemplo. Com a época do Natal perto nós, há ainda mais razão para nos concentrarmos nEle. Faça uma árvore pequena e a decore com pequenos enfeites nos quais serão colocadas passagens bíblicas. As passagens devem refletir as seguintes ênfases:
(1) passagens relacionadas com a obediência de Jesus,
(2) passagens sobre Sua relutância em fazer concessões,
(3) passagens em que Jesus cita ou Se refere às Escrituras, e
(4) passagens que destacam a confiança de Jesus em Seu Pai.

Opção alternativa: Peça que os membros partilhem e meditem em passagens da Bíblia que refletem as quatro áreas de ênfases acima. Como essas passagens nos ajudam a entender a obediência e confiança?



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