domingo, 19 de dezembro de 2010

Rispa: A influência da fidelidade (resumo ao estudo nº 09)




Então, Rispa, filha de Aiá, tomou um pano de saco e o estendeu para si sobre uma penha, desde o princípio da ceifa até que sobre eles caiu água do céu; e não deixou que as aves do céu se aproximassem deles de dia, nem os animais do campo, de noite. 2 Samuel 21:10

Saber: Reconhecer como a fidelidade de Rispa, concubina relativamente insignificante de um rei fracassado, influenciou eventos significativos na nação de Israel.
Sentir: Quão determinada estava Rispa para fazer o pouco que pudesse para sua família, apesar de suas grandes perdas e impotência.
Fazer: Empregar nossas energias para ser fiéis em qualquer função na qual Deus nos colocar.

Esboço

I. Mãe desolada

A. Rispa foi a mãe de dois dos filhos de Saul que foram enforcados como parte dos justos procedimentos que Deus requereu de Davi e Israel. Como Rispa respondeu a essa sentença?
B. Que ação sua fidelidade despertou em Davi, e qual foi o resultado final para Israel?

II. Defensora corajosa

A. Sozinha com seus mortos na montanha, essa mãe bravamente afastou aves e animais dia e noite por muitas semanas. O que ela estava sentindo? O que somos tentados a sentir e fazer sob tais circunstâncias sem esperança?

III. Dever desanimador

A. Mesmo que nos sintamos impotentes e insignificantes, ainda podemos reagir de forma leal, sejam quais forem nossas circunstâncias. Que desafios enfrentamos hoje para os quais necessitamos cumprir nosso dever, embora a perspectiva pareça sombria?

Resumo: Embora Rispa tenha sofrido uma perda terrível, ela defendeu corajosamente dos animais de rapina os corpos de seus filhos até que o rei Davi reagiu, sepultando os ossos de Saul e seus filhos, trazendo igualmente justiça e paz para Israel.

Motivação

Fidelidade é a verdadeira medida do compromisso espiritual de uma pessoa.

A fidelidade a Deus, mesmo nas coisas que consideramos “pequenas”, é mais importante do que o aplauso humano, reconhecimento terreno ou realização pessoal.

Tem sido dito que
Deus nos chama para a fidelidade, não para o sucesso. William Carey, às vezes mencionado como o “Pai das Missões Modernas”, trabalhou por sete anos antes de ganhar seu primeiro converso na Índia. Robert Morrison, na China, e Adoniram Judson, em Mianmar, também esperaram mais de cinco anos para saudar seus primeiros conversos. Histórias similares podem ser contadas sobre a obra em outros lugares. Estivessem esses missionários mais preocupados com sinais de sucesso aparente do que com a fidelidade, eles poderiam facilmente ter desanimado de seu chamado. Desencorajador e frustrante como deve ter sido, eles escolheram ser fiéis ao seu chamado e trabalho. Seu sucesso foi o resultado final de sua fidelidade; poderíamos até dizer que sua fidelidade, não seus conversos, foram a verdadeira medida de sucesso. Se eles não houvessem sido fiéis em circunstâncias muito penosas e desafiadoras, nunca teriam experimentado a alegria de ver o avanço do reino através de seu esforço.

Atividade:
 Usando um bloco de folhas sobre um cavalete, um quadro branco ou uma cartolina, peça que a classe faça uma lista das coisas na natureza que são muito confiáveis. Exemplos poderiam incluir certas coisas como, “o sol surge todos os dias”, “a gravidade faz as coisas descerem para a Terra”, “as árvores produzem folhas novas na primavera”, etc. Comente quais seriam as consequências biológicas e ecológicas se a natureza deixasse de ser confiável nessas áreas. Enquanto a confiabilidade é uma medida de nossa fidedignidade com os outros, a fidelidade expressa nosso desejo de ser confiáveis. Comente a importância de nos tornarmos pessoas em quem Deus pode confiar, comparando nossa confiabilidade com os exemplos da natureza.

Compreensão
Em uma das parábolas de Mateus 25, três servos recebem variados graus de responsabilidade. Um recebe cinco talentos, outro dois e outro ainda, um. Independentemente da quantidade, era esperado que cada um fosse fiel. Os primeiros dois permaneceram fiéis e foram reconhecidos pelo patrão quando ele retornou de sua jornada. O último não foi. Humanamente falando, podemos ser tentados a desculpar o último servo, pensando que ele recebeu responsabilidades comparativamente pequenas. Isso deveria ter tanta importância, visto que havia menos oportunidades para ele? Contudo, Deus não trabalha dessa maneira. Fidelidade não é apenas esperada, mas requerida de todos que participam das dádivas divinas. Rispa, uma figura pouco notada nas páginas das Escrituras, oferece à nossa atual geração egocêntrica um sólido exemplo de fidelidade, embora seja muito despercebido. Como a viúva no templo que fielmente depositou sua oferta no tesouro do templo, Rispa inspirou futuras gerações por meio de sua confiabilidade com relação ao terrestre e comum.


Comentário bíblico


I. A concubina do rei

6
  Havendo guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi, Abner se fez poderoso na casa de Saul.
7 Teve Saul uma concubina, cujo nome era Rispa, filha de Aiá. Perguntou Isbosete a Abner: Por que coabitaste com a concubina de meu pai?
8  Então, se irou muito Abner por causa das palavras de Isbosete e disse: Sou eu cabeça de cão para Judá? Ainda hoje faço beneficência à casa de Saul, teu pai, a seus irmãos e a seus amigos e te não entreguei nas mãos de Davi? Contudo, me queres, hoje, culpar por causa desta mulher.
9  Assim faça Deus segundo lhe parecer a Abner, se, como jurou o SENHOR a Davi, não fizer eu,
10  transferindo o reino da casa de Saul e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba.
11  E nenhuma palavra pôde Isbosete responder a Abner, porque o temia.
12  Então, de sua parte ordenou Abner mensageiros a Davi, dizendo: De quem é a terra? Faze comigo aliança, e eu te ajudarei em fazer passar-te a ti todo o Israel. (2Sm 3:6-12)

Talvez seja verdade que o instrumento mais difícil de tocar é o “segundo violino”. Essa foi a dificuldade das concubinas nas antigas civilizações. Nunca totalmente aceitas como esposas, avaliadas principalmente por sua capacidade de produzir filhos, essas mulheres viviam como escravas, com poucas oportunidades e direitos insignificantes. Frequentemente humilhadas pelas culturas dominadas pelos homens, elas podiam esperar que seus filhos fossem desprezados em favor dos filhos das esposas livres, que o relacionamento marital pleno fosse perpetuamente negado a elas e que a “vida abundante” fosse reservada para outra pessoa.

Falando de modo geral, essa foi a sorte de Rispa na vida. Complicando sua situação, seu marido foi morto em desgraça, ela foi envolvida em um relacionamento ilícito com o comandante militar e, além disso, seus filhos – o principal meio de sustento para uma mulher destituída de marido – foram executados por ordem de Davi. Raramente a receita para o desânimo e mesmo o suicídio tem sido mais potente. Apesar dessas circunstâncias que traziam mau pressentimento, Rispa é lembrada pela fidelidade em meio ao desespero.

Pense nisto: Como minha fidelidade é avaliada quando sou deixado de lado para posições de liderança da igreja, embora minhas qualificações claramente excedem as das pessoas escolhidas acima de mim? Ou, embora meu nível de importância dentro da sociedade seja mínimo, como posso mostrar fidelidade? Ou, como uma “insignificante” garota escrava influenciou a história, partilhando sua fé com Naamã, seu senhor? Ou, como a civilização foi preservada por meio da fidelidade de um escravo chamado José?

II. Fidelidade é um estilo de vida

1
  Houve, em dias de Davi, uma fome de três anos consecutivos. Davi consultou ao SENHOR, e o SENHOR lhe disse: Há culpa de sangue sobre Saul e sobre a sua casa, porque ele matou os gibeonitas.
2  Então, chamou o rei os gibeonitas e lhes falou. Os gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do resto dos amorreus; e os filhos de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá.
3  Perguntou Davi aos gibeonitas: Que quereis que eu vos faça? E que resgate vos darei, para que abençoeis a herança do SENHOR?
4  Então, os gibeonitas lhe disseram: Não é por prata nem ouro que temos questão com Saul e com sua casa; nem tampouco pretendemos matar pessoa alguma em Israel. Disse Davi: Que é, pois, que quereis que vos faça?
5  Responderam ao rei: Quanto ao homem que nos destruiu e procurou que fôssemos assolados, sem que pudéssemos subsistir em limite algum de Israel,
6  de seus filhos se nos dêem sete homens, para que os enforquemos ao SENHOR, em Gibeá de Saul, o eleito do SENHOR. Disse o rei: Eu os darei.
7  Porém o rei poupou a Mefibosete, filho de Jônatas, filho de Saul, por causa do juramento ao SENHOR, que entre eles houvera, entre Davi e Jônatas, filho de Saul.
8  Porém tomou o rei os dois filhos de Rispa, filha de Aiá, que tinha tido de Saul, a saber, a Armoni e a Mefibosete, como também os cinco filhos de Merabe, filha de Saul, que tivera de Adriel, filho de Barzilai, meolatita;
9  e os entregou nas mãos dos gibeonitas, os quais os enforcaram no monte, perante o SENHOR; caíram os sete juntamente. Foram mortos nos dias da ceifa, nos primeiros dias, no princípio da ceifa da cevada. 2Sm 21:1-9.)

“No antigo Oriente Próximo, é comum que o rei seja entendido como a personificação do Estado e representante do povo. Durante o reinado do rei hitita Mursilis, foi determinado que uma praga de vinte anos havia sido o resultado de infrações cometidas por seu antecessor, e foram feitas tentativas para apaziguar e fazer a restituição” — John H. Walton, Victor H. Matthews, e Mc W. Chavalas, The IVP Bible Background Commentary (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 2000), p. 350. Embora a mentalidade moderna possa se escandalizar, classificando como barbaridade a tentativa de Davi de retificar a conduta imprópria de Saul contra os gibeonitas, deve-se reconhecer que ele estava tentando, dentro do seu ambiente cultural contemporâneo, reparar a quebra da fidelidade causada por Saul. Embora possamos desprezar os meios de Davi e questionar seus motivos, esta passagem sugere que os cristãos devem considerar sua obrigação de ser fiéis ao que prometeram fazer como indivíduos.

Além disso, a narrativa de 2 Samuel 21:1-9 sugere uma questão solene que os cristãos também devem perguntar. Até que ponto as promessas feitas por seus governos, cultura e antepassados os obrigam à fidelidade?

Pense nisto: Que responsabilidade temos de ser fiéis às promessas de gerações passadas? Por que devemos ter cuidado quanto a obrigar gerações futuras por promessas que fazemos?

Aplicação
Quando Rispa protegeu os corpos dos executados, isso foi trazido à atenção de Davi. Aparentemente, ele ficou impressionado por suas ações nobres. Embora não desfrutemos de status, celebridade ou notoriedade, podemos ser colocados por Deus em posições nas quais devemos influenciar oficiais do governo e líderes da sociedade. O povo de Deus pode não perceber que está sendo observado pela elite da sociedade; sua fidelidade, entretanto, tem alterado o curso da história muitas vezes.

Atividade: 
Uma pessoa despretensiosa que influenciou profundamente sua nação foi Desmond Doss, o herói da Segunda Guerra Mundial que foi condecorado com a Medalha de Honra do Congresso. Reconhecido pela salvação de centenas de vidas durante as muitas batalhas no Teatro do Pacífico, quase perdeu a vida na batalha de Okinawa. Embora ridicularizado e atormentado por ser fiel a suas convicções a respeito da não combatência e observância do sábado, todavia ganhou o respeito de seus comandantes e companheiros.

Perguntas de aplicação
1. A mesma atitude que levou Doss a se recusar a disparar uma arma foi a que o motivou a agir com tanta bravura em face do perigo. Que atitude foi essa, e por que é tão importante? De que maneiras somos chamados a fazer algo similar, não importando quão diferentes sejam as circunstâncias imediatas?

Criatividade
A fidelidade em coisas consideradas pequenas frequentemente forma a base para a fidelidade nas decisões maiores da vida. A fidelidade na questão simples de escolher uma alimentação apropriada preparou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego para a prova final sobre adoração, na planície de Dura, que mudou a história. Preparou também Daniel para permanecer firme com relação à adoração, sabendo que sua decisão o levaria à cova dos leões. O exemplo de Rispa não é matéria para manchetes de jornais, mas representa as centenas de decisões diárias que fazemos e que, juntas, formam nosso caráter.

Atividade: 
Crie uma montagem com fotos de simples atos de fidelidade repetidos a cada dia. Isto pode ser feito utilizando fotos que aparecem em jornais e revistas de notícias, ou tirando suas próprias fotos como um grupo de atividades.

O que essas ideias coletivamente esclarecem sobre o que é ser fiel? O que a fidelidade nas pequenas coisas nos ensina sobre a fidelidade nas grandes? Por que é difícil – ou mesmo impossível – ter uma sem a outra?

Opção alternativa:  Imaginem os atos simples de fidelidade pelos quais vocês são gratos a cada dia. Partilhem, ou descrevam, sua imagem de fidelidade. Então, faça as perguntas estipuladas acima.

 



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