quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

A queda de Geazi



Às vezes, é difícil, ao menos sob a perspectiva de hoje, entender por que alguns personagens da Bíblia agiram de certa forma, especialmente diante de tantos eventos miraculosos. A incrível cura de Naamã ocorreu justamente à frente de Geazi. Ele viu não só o poder de Deus mas os atos de seu senhor, que se recusou a receber o dinheiro do capitão. Poderíamos pensar que aquele episódio era mais que suficiente para humilhá-lo diante de Deus e dos homens mas, aparentemente, isso não aconteceu.

6. Como Geazi, ao menos a princípio, racionalizou suas ações? Que detalhe de nacionalismo ou preconceito étnico é insinuado nos pensamentos de Geazi? 
20  Geazi, o moço de Eliseu, homem de Deus, disse consigo: Eis que meu senhor impediu a este siro Naamã que da sua mão se lhe desse alguma coisa do que trazia; porém, tão certo como vive o SENHOR, hei de correr atrás dele e receberei dele alguma coisa.
21  Então, foi Geazi em alcance de Naamã; Naamã, vendo que corria atrás dele, saltou do carro a encontrá-lo e perguntou: Vai tudo bem?
22  Ele respondeu: Tudo vai bem; meu senhor me mandou dizer: Eis que, agora mesmo, vieram a mim dois jovens, dentre os discípulos dos profetas da região montanhosa de Efraim; dá-lhes, pois, um talento de prata e duas vestes festivais.
23  Disse Naamã: Sê servido tomar dois talentos. Instou com ele e amarrou dois talentos de prata em dois sacos e duas vestes festivais; pô-los sobre dois dos seus moços, os quais os levaram adiante dele.
24  Tendo ele chegado ao outeiro, tomou-os das suas mãos e os depositou na casa; e despediu aqueles homens, que se foram.
25  Ele, porém, entrou e se pôs diante de seu senhor. Perguntou-lhe Eliseu: Donde vens, Geazi? Respondeu ele: Teu servo não foi a parte alguma.
26  Porém ele lhe disse: Porventura, não fui contigo em espírito quando aquele homem voltou do seu carro, a encontrar-te? Era isto ocasião para tomares prata e para tomares vestes, olivais e vinhas, ovelhas e bois, servos e servas?
27  Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti e à tua descendência para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a neve. 2Rs 5:20-27

A Bíblia está cheia de advertências contra o amor ao dinheiro e os perigos das posses terrenas. Essas advertências são dirigidas não somente aos ricos. O problema não é a quantidade de posses materiais que temos, mas nossa atitude para com elas. A batalha contra a cobiça exige atenção constante. Precisamos ajustar continuamente os pensamentos com relação às nossas posses e rendê-las a Deus. Podemos manter constantemente a perspectiva doando ao Senhor não só as posses materiais, mas também o tempo. Se não formos cuidadosos, o amor às coisas materiais pode nos cegar quanto à nossa missão e verdadeiro propósito na vida e, no fim, provocar nossa ruína eterna.

É estranho que Geazi tenha jurado a si mesmo pelo Deus vivo e então saísse a enganar. Ele pensava que o Deus vivo não o via? Que testemunho poderoso sobre o poder que tem nosso coração corrupto de nos enganar!

Enquanto isso, Naamã foi muito generoso com os presentes que deu a Geazi, mas provavelmente tenha ido embora com algumas perguntas, especialmente quando seus dois servos voltaram com um relatório sobre o comportamento estranho do servo de Eliseu. Geazi deixou que sua cobiça interferisse com o testemunho que Eliseu queria dar a esse novo converso.

Evidentemente, no fim, o mesmo Deus que operou o milagre revelou a verdade a Eliseu sobre o que Geazi fizera e, assim, seu ministério e sua vida foram arruinados.

É muito fácil minimizar a forte influência que o amor ao dinheiro (Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores. -  1Tm 6:10) pode ter sobre nós. Que exemplos, da história bíblica ou não bíblica, você pode mencionar em que o dinheiro levou alguém à ruína? Como podemos aprender a nos proteger do que pode ser uma tentação muito perigosa?             





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