domingo, 19 de dezembro de 2010

O homem de Deus A obediência não é opcional (estudo nº 10)




Sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo (2 Pedro 1:20, 21).

Leituras da semana: Êx 32; 1Rs 13:1-34; Dn 5:13-17; Lc 16:31; Jo 15:24; 2Tm 4:3

Nesta semana, vamos estudar uma das mais estranhas histórias do Antigo Testamento. Para começar, descobrimos um rei apóstata, um profeta com restrições específicas de alimentação, um altar fendido como um ovo quebrado e, o mais perturbador, um velho profeta mentiroso, além de um perigoso leão que escolhe suas vítimas.

A história tem lugar nos primeiros anos da monarquia dividida, tempo de tensão política e religiosa. Sob a liderança de Jeroboão (e com a bênção expressa do Senhor, (1Rs 11:29-39), as dez tribos de Israel se separaram de Roboão, filho de Salomão e herdeiro do reino de Davi.

29  Sucedeu, nesse tempo, que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o encontrou o profeta Aías, o silonita, no caminho; este se tinha vestido de uma capa nova, e estavam sós os dois no campo.
30  Aías pegou na capa nova que tinha sobre si, rasgou-a em doze pedaços
31  e disse a Jeroboão: Toma dez pedaços, porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez tribos.
32  Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel.
33  Porque Salomão me deixou e se encurvou a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemos, deus de Moabe, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andou nos meus caminhos para fazer o que é reto perante mim, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como fez Davi, seu pai.
34  Porém não tomarei da sua mão o reino todo; pelo contrário, fá-lo-ei príncipe todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem elegi, porque guardou os meus mandamentos e os meus estatutos.
35  Mas da mão de seu filho tomarei o reino, a saber, as dez tribos, e tas darei a ti.
36  E a seu filho darei uma tribo; para que Davi, meu servo, tenha sempre uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para pôr ali o meu nome.
37  Tomar-te-ei, e reinarás sobre tudo o que desejar a tua alma; e serás rei sobre Israel.
38  Se ouvires tudo o que eu te ordenar, e andares nos meus caminhos, e fizeres o que é reto perante mim, guardando os meus estatutos e os meus mandamentos, como fez Davi, meu servo, eu serei contigo, e te edificarei uma casa estável, como edifiquei a Davi, e te darei Israel.
39  Por isso, afligirei a descendência de Davi; todavia, não para sempre. (1Rs 11:29-39)

Havia guerra iminente, e foi durante esse tempo de instabilidade e mudança que Deus enviou Seu profeta com uma mensagem específica ao rei Jeroboão sobre a adoração idólatra no reino do Norte, que, finalmente, provaria ser sua ruína.

Sob a superfície dessa história de um profeta sem nome se encontra a importante questão da obediência e com que seriedade Deus considera nossa submissão. Quaisquer que sejam as perguntas sem respostas, esta história mostra que qualquer expressão de evangelho sem a consequente obediência é, necessariamente, um falso evangelho.           

                                          A política da religião


Depois da morte de Salomão, as infelizes decisões de Roboão, seu filho, levaram à divisão da nação, com o rei Jeroboão governando Israel, no reino do Norte, e Roboão em Judá, no reino do Sul (veja 1Rs 12).

Não muito depois da divisão, Jeroboão conduziu o reino do Norte por um caminho muito perigoso. Sua intenção não era levar deliberadamente Israel da adoração de Deus à idolatria; mas estava agindo movido pela conveniência política. Ele criou dois centros de adoração, um em Betel e um em Dã. Afirmava estar tentando facilitar as coisas para os israelitas, de forma que eles não tivessem que viajar toda a distância até Jerusalém a fim de adorar. Os bezerros de ouro eram simplesmente uma lembrança visual de Deus (não uma representação) e deveriam tornar mais aceitável a adoração para o israelita comum. Aquilo que começou como um movimento político, porém, levou à transgressão dos Dez Mandamentos

4  Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.
5  Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o SENHOR, teu Deus, Deus zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem (Êx 20:4-5).

1. Que semelhanças existem entre o episódio do bezerro de ouro em Êxodo 32 e os bezerros de ouro de Jeroboão? 

25  Jeroboão edificou Siquém, na região montanhosa de Efraim, e passou a residir ali; dali edificou Penuel.
26  Disse Jeroboão consigo: Agora, tornará o reino para a casa de Davi.
27  Se este povo subir para fazer sacrifícios na Casa do SENHOR, em Jerusalém, o coração dele se tornará a seu senhor, a Roboão, rei de Judá; e me matarão e tornarão a ele, ao rei de Judá.
28  Pelo que o rei, tendo tomado conselhos, fez dois bezerros de ouro; e disse ao povo: Basta de subirdes a Jerusalém; vês aqui teus deuses, ó Israel, que te fizeram subir da terra do Egito!
29  Pôs um em Betel e o outro, em Dã.
30  E isso se tornou em pecado, pois que o povo ia até Dã, cada um para adorar o bezerro.
31  Jeroboão fez também santuários nos altos e, dentre o povo, constituiu sacerdotes que não eram dos filhos de Levi.
32  Fez uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, igual à festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel e ofereceu sacrifícios aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que levantara.
33  No décimo quinto dia do oitavo mês, escolhido a seu bel-prazer, subiu ele ao altar que fizera em Betel e ordenou uma festa para os filhos de Israel; subiu para queimar incenso.1Rs 12:25-33

É necessário ser inovador na adoração e adaptar a adoração ao nosso contexto cultural específico, mas devemos ser muito cuidadosos. Mesmo o pequeno desvio de um claro mandamento de Deus tem efeitos de longo alcance. No caso de Israel, os bezerros de ouro levaram a nação por um caminho em direção ao pecado aberto. Mas as coisas não pararam aí. Jeroboão também foi obrigado a fazer outras mudanças. Ele tentou convencer alguns dos levitas que viviam dentro de suas fronteiras a servir como sacerdotes em seus santuários recentemente estabelecidos. Porém, eles perceberam os perigos e não se dispuseram a contradizer os mandamentos de Deus; deste modo, Jeroboão foi compelido a sagrar sacerdotes de entre pessoas comuns (1Rs 12:31, 32), que, por sua vez, degradaram o ofício sagrado.

31  Jeroboão fez também santuários nos altos e, dentre o povo, constituiu sacerdotes que não eram dos filhos de Levi.
32  Fez uma festa no oitavo mês, no dia décimo quinto do mês, igual à festa que se fazia em Judá, e sacrificou no altar; semelhantemente fez em Betel e ofereceu sacrifícios aos bezerros que fizera; também em Betel estabeleceu sacerdotes dos altos que levantara.  (1Rs 12:31, 32)

A história das mudanças políticas e religiosas de Jeroboão deveria ter servido como advertência à primeira igreja cristã; porém, aconteceu a mesma degradação. Os mandamentos de Deus foram mudados devido a influências políticas ou sociais. O domingo, em lugar do sábado, passou a ser o novo dia “santo”, a fim de distinguir a igreja dos judeus. A veneração dos santos foi introduzida a fim de tornar mais visível para os crentes pagãos a adoração a Deus. As pressões que levaram a essas mudanças não estão de modo nenhum limitadas ao tempo de Jeroboão nem ao cristianismo primitivo. Hoje, como igreja, enfrentamos muitos desafios semelhantes.

Que pressões culturais sua igreja está enfrentando? Você é suscetível às pressões culturais ao seu redor? Você está disposto a comprometer sua fidelidade nas “pequenas” coisas?     







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