sábado, 10 de março de 2012

Deus como artista (estudo nº 11)





Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo (Sl 27:4).

Leituras da semana: Is 64:5-8; Sl 51:10; Hb 8:1-5; 1Cr 23:5; Rm 11:33-36; At 9:1-22

Pensamento-chave: Deus como artista? O que significa isso? E o que isso significa para nós?

Até aqui, estudamos vários aspectos do Senhor: a Trindade, a santidade de Deus, e Deus como redentor. Há uma imagem de Deus nas Escrituras, no entanto, que raramente recebe atenção, isto é, Deus como artista.

Muitas pessoas afirmam que não têm interesse em arte. Muitos cristãos conhecem pouco sobre isso. Eles podem conhecer o que desejam, mas isso nada mais é do que conhecer a si mesmos. Outros reconhecem que a arte existe, mas nunca consideram seu valor ou relevância. Muitas vezes, o cristianismo tem sido contraditório a respeito das artes. Às vezes, as artes têm sido denunciadas como irreligiosas e perversas; outras vezes, a estética tem se tornado uma “religião” secular, com verdadeiros devotos. Há também muitos escritores cristãos, mas eles raramente tentaram relacionar o conceito de “beleza” com as principais doutrinas cristãs.

“A beleza é a verdade, a verdade a beleza”, escreveu o poeta John Keats. Embora Keats tenha certamente exagerado, Deus é realmente a verdade, e a verdade é bela. A própria criação atesta o fato de que Deus é artista e amante do que é belo.

Domingo                                    Deus como oleiro

Contudo, Senhor, Tu és o nosso Pai. Nós somos o barro; Tu és o oleiro. Todos nós somos obra das Tuas mãos” (Is 64:8, NVI).

1. Qual é a primeira vez em que a Bíblia revela Deus mostrando Suas habilidades em trabalhar com o “barro”?

26  E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27  E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
31 E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom; e foi a tarde e a manhã: o dia sexto. Gn 1:26, 27,31

E formou o SENHOR Deus o homem do pó da terra e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente. Gn 2:7

A Bíblia começa com Deus criando os primeiros seres humanos a partir “do pó da terra”. De fato, a palavra hebraica para “homem”, adam, está intimamente ligada à palavra hebraica para “terra”, que é adamah, um vínculo linguístico que reforça a incrível verdade sobre a habilidade de Deus como “oleiro”. Ele realmente nos formou do pó da terra. É difícil imaginar como um ser humano, com sangue, ossos, pele, nervos e todas as incríveis partes do nosso corpo, poderia ter sido formado a partir do solo. Nossa existência é um milagre que está além da compreensão humana.

Embora a figura do “oleiro” esteja correta, no sentido de que o Senhor usou o barro para nos criar, em outros sentidos (como ocorre com a maioria das imagens que procuram explicar a obra e o poder de Deus), dificilmente essa figura faz justiça à Sua criatividade e arte. Afinal, que oleiro pode tomar o barro e transformá-­lo em um ser vivo, capaz de respirar?

2. Que lições podemos aprender com a imagem de Deus como oleiro? Como aplicar essas lições na nossa vida?

3  Desci à casa do oleiro, e eis que ele estava entregue à sua obra sobre as rodas.
4  Como o vaso que o oleiro fazia de barro se lhe estragou na mão, tornou a fazer dele outro vaso, segundo bem lhe pareceu.
5  Então, veio a mim a palavra do SENHOR:
6  Não poderei eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel? —diz o SENHOR; eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel.
7  No momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino para o arrancar, derribar e destruir,
8  se a tal nação se converter da maldade contra a qual eu falei, também eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe.
9  E, no momento em que eu falar acerca de uma nação ou de um reino, para o edificar e plantar,
10  se ele fizer o que é mal perante mim e não der ouvidos à minha voz, então, me arrependerei do bem que houvera dito lhe faria.  Jr 18:3-10

5  Sais ao encontro daquele que com alegria pratica justiça, daqueles que se lembram de ti nos teus caminhos; eis que te iraste, porque pecamos; por muito tempo temos pecado e havemos de ser salvos?
6  Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades, como um vento, nos arrebatam.
7  Já ninguém há que invoque o teu nome, que se desperte e te detenha; porque escondes de nós o rosto e nos consomes por causa das nossas iniqüidades.
8  Mas agora, ó SENHOR, tu és nosso Pai, nós somos o barro, e tu, o nosso oleiro; e todos nós, obra das tuas mãos. Is 64:5-8

Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova dentro de mim um espírito inabalável. Sl 51:10

Entre os conceitos revelados nesses versos está a ideia de que somos totalmente impotentes diante do poder de Deus. Em certo sentido, somos como o barro nas mãos do oleiro. O oleiro, não o barro, está no comando.

Ao mesmo tempo, Deus está trabalhando para recriar em nós Sua imagem. Por mais que o Senhor tenha interesse pela Sua criação física, quanto mais interesse Ele tem pela beleza do que pode fazer em nós? Devemos nos entregar, morrer para o eu e cooperar com o Senhor, que procura nos recriar e restaurar, tanto quanto possível, à beleza original que já tivemos, nos aspectos espiritual e moral. Claro, a aparência exterior pode ser bonita, mas a beleza interior é o que realmente importa.

O escritor russo Fiódor Dostoiévski criou um personagem fictício que tinha, como disse Dostoiévski, beleza interior. Qual é a sua ideia de beleza interior? Que coisas em sua vida se aproximam desse ideal? Que coisas não se aproximam?



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