sábado, 10 de março de 2012

Deus como autor

Quarta                               


         


Faculdades seculares ministram cursos sobre a Bíblia como literatura. Eles a estudam, não porque acham que ela seja a Palavra de Deus, mas simplesmente por sua beleza literária.

Como cristãos, temos a bênção de não apenas desfrutar a beleza literária das Escrituras, mas de aprender as verdades sobre Deus reveladas na Bíblia. Sem dúvida, também a habilidosa construção das narrativas e da poesia, influenciadas pelo Espírito do Senhor (embora escritas por meio das palavras dos profetas de Deus), pode ajudar muito na compreensão da verdade contida na Bíblia.

Paulo, por exemplo, com seu complexo discurso teológico, regularmente intercalou sua teologia com poderosos recursos literários. Por exemplo, nos primeiros onze capítulos de Romanos, ele apresentou um abrangente relato do evangelho.

7. Qual gênero literário foi usado em Romanos 11:33-36? Que gênero literário foi usado antes desse ponto da carta de Paulo?

33 Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
34 Quem, pois, conheceu a mente do Senhor? Ou quem foi o seu conselheiro?
35 Ou quem primeiro deu a ele para que lhe venha a ser restituído?
36 Porque dele, e por meio dele, e para ele são todas as coisas. A ele, pois, a glória eternamente. Amém! Romanos 11:33-36

Como um alpinista que alcançou o cume de uma alta montanha, o apóstolo, que havia compreendido o vasto panorama da história da salvação, irrompeu em louvor. Antes de continuar a delinear as implicações práticas do evangelho, Paulo adorou o Senhor.

Paulo apresentou esse ritmo literário sutil várias vezes em suas epístolas e cartas: raciocínio teológico complexo, entrelaçado com louvor a Deus, antes de concluir com os conselhos práticos.

O livro do Apocalipse também está preenchido por um mosaico imponente de recursos literários, através dos quais Deus retrata a história da salvação. Grande parte do livro foi tirada do Antigo Testamento. O último livro da Bíblia tem um estilo muito diferente do que Paulo e os escritores dos evangelhos usaram. Ao contrário, somos dominados pela profunda exibição de estética, cuidadosamente estruturada em torno de sete cenas do santuário celestial, cada uma se iniciando com um acesso mais profundo para as cortes celestiais.

O livro do Apocalipse é uma extensa manifestação de estética. Deus poderia ter fornecido a João um documento histórico padrão para apresentar o curso da história da salvação. Em vez disso, encontramos impressionantes panoramas figurados, retratando a realização do grande conflito entre Cristo e Satanás, expandindo a imponente revelação apocalíptica dada anteriormente a Daniel e Ezequiel.

Imagine ler a Bíblia apenas como literatura. Realmente seria errar o alvo! O que aprendemos com o fato de que podemos ter a verdade bem diante de nossos olhos e ainda rejeitá-la?




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