domingo, 6 de dezembro de 2009

A "loucura" do profeta Balaão




“Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos” (1 Timóteo 6:10, NVI).



Leituras da semana: Nm 22–24; Dt 1:3020:4Mt 15:141Co 2:142Pe 2:14-16Ap 3:17


A história de Balaão é bem conhecida e costuma ser alvo de frequentes piadas, como: “Bem, se Deus pôde falar através da jumenta de Balaão, certamente Ele pode falar através de fulano”.


No entanto, em certo sentido, não há nada realmente engraçado nessa história. Embora possa ser lida sob diferentes ângulos, o encontro de Balaão com o Senhor pode ser considerado outro exemplo de como o pecado, se não for vencido, se não o enfrentarmos pelo poder de Deus, pode nos levar ao caminho da destruição.


No Novo Testamento, Balaão é mencionado três vezes (2Pe 2:15, 16Jd 11Ap 2:14), e nenhuma das referências é lisonjeira. Ao contrário, ele é um protótipo, um símbolo, do pecado.


Pedro fala sobre a “loucura” de Balaão. Mas não foi a “loucura” dos mentalmente prejudicados; ao contrário, foi a loucura de alguém tão dominado pela cobiça que estava pronto a fazer tudo o que Balaque pedisse, e tudo por dinheiro, não importando quão errado fosse.


Se alguém como Balaão, um profeta, pode ter sido tão “louco”, quanto mais loucos seríamos em fazer algo semelhante, especialmente com seu triste exemplo diante de nós?






Um rei temeroso e iludido


Tente colocar-se na posição de Balaque, rei de Moabe. Diante de suas fronteiras estava aquela compacta multidão que saíra da grande nação do Egito, e que só por milagre havia sobrevivido no deserto por quatro décadas. E agora estava acampada “nas campinas de Moabe” (Nm 22:1), não longe de seu reino.


Embora a nação não tivesse feito nenhuma ameaça contra ele e não estivesse planejando invadir suas terras, compreensivelmente, Balaque, estava inquieto. Afinal, vejamos o que eles haviam acabado de fazer ao rei Ogue de Basã e ao rei Seom, dos amorreus – cuja nação já havia derrotado Moabe (Nm 21:26). Isso sem mencionar o que eles haviam feito aos cananeus (v. 1-3). Era motivo de sobra para estar com medo.


1. Por que o rei tinha tanto medo dos israelitas? 


Nm 22:1-6  -  Tendo partido os filhos de Israel, acamparam-se nas campinas de Moabe, além do Jordão, na altura de Jericó. Viu, pois, Balaque, filho de Zipor, tudo o que Israel fizera aos amorreus; Moabe teve grande medo deste povo, porque era muito; e andava angustiado por causa dos filhos de Israel; pelo que Moabe disse aos anciãos dos midianitas: Agora, lamberá esta multidão tudo quando houver ao redor de nós, como o boi lambe a erva do campo. Balaque, filho de Zipor, naquele tempo, era rei dos moabitas. Enviou ele mensageiros a Balaão, filho de Beor, a Petor, que está junto ao rio Eufrates, na terra dos filhos do seu povo, a chamá-lo, dizendo: Eis que um povo saiu do Egito, cobre a face da terra e está morando defronte de mim. Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois é mais poderoso do que eu; para ver se o poderei ferir e lançar fora da terra, porque sei que a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado. 


2. Em realidade, se Israel representava uma ameaça, de que Balaque deveria realmente ter medo? Veja 


Gn 48:21;   - Depois, disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco e vos fará voltar à terra de vossos pais


Êx 15:1; - Então, entoou Moisés e os filhos de Israel este cântico ao SENHOR, e disseram: Cantarei ao SENHOR, porque triunfou gloriosamente; lançou no mar o cavalo e o seu cavaleiro. 


Dt 1:30; - O SENHOR, vosso Deus, que vai adiante de vós, ele pelejará por vós, segundo tudo o que fez conosco, diante de vossos olhos, no Egito,


Dt. 20:4. - pois o SENHOR, vosso Deus, é quem vai convosco a pelejar por vós contra os vossos inimigos, para vos salvar. 



É um tanto irônico que Balaque, enfrentando o que acreditava ser um inimigo invencível, buscasse a ajuda de um profeta do Deus do próprio povo que ele queria ver amaldiçoado e derrotado. 


Se ele percebeu o que estava fazendo, não sabemos; mas, sob nossa perspectiva, é evidente que, desde o começo, os planos de Balaque estavam condenados ao fracasso. 


Também se pode pensar por que ele não buscou um de seus próprios homens santos locais para implorar aos deuses moabitas que os defendessem contra Israel. Em vez disso, ele chamou um profeta do Deus verdadeiro. 


Talvez a chave para isto seja encontrada em Números 22:6: “Vem, pois, agora, rogo-te, amaldiçoa-me este povo, pois é mais poderoso do que eu; para ver se o poderei ferir e lançar fora da terra, porque sei que a quem tu abençoares será abençoado, e a quem tu amaldiçoares será amaldiçoado.”


Pergunte a si mesmo quanto você realmente procura depender de Deus, e quanto você confia em si mesmo, seu dinheiro, seu emprego, seus talentos ou outra coisa qualquer. Como você pode afastar os olhos dessas coisas e pô-los no Senhor? Por que isso é naturalmente difícil de fazer? Veja 1Co 2:14  Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. 




Extraído de: http://www.cpb.com.br/htdocs/periodicos/licoes/adultos/2009/frlic1042009.html

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