sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Com amigos como esses...




3. Estar sob a suposta maldição de Deus e ter o sentimento de que a vida não tinha nenhum valor real já devia ser bastante difícil para Ana. Que problema adicional tinha ela? 
 (A sua rival a provocava excessivamente para a irritar, porquanto o SENHOR lhe havia cerrado a madre.) E assim o fazia ele de ano em ano; e, todas as vezes que Ana subia à Casa do SENHOR, a outra a irritava; pelo que chorava e não comia.  1Sm 1:6, 7

Frequentemente, os que são mais próximos de nós são os que sabem o que mais nos fere. Com as constantes provocações de Penina, não é de surpreender que a vida de Ana se tornasse difícil. O texto bíblico enfatiza que as provocações se repetiam ano após ano, a mesma história de sempre. É interessante notar que a palavra hebraica para a ação da rival de Ana (“provocava” [ARA], “irritava” [ARC]) é frequentemente usada no Antigo Testamento para descrever os pecados graves que provocam a reação divina direta

(Prostrado estive perante o SENHOR, como dantes, quarenta dias e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira.  Dt 9:18).

Porque sei que, depois da minha morte, por certo, procedereis corruptamente e vos desviareis do caminho que vos tenho ordenado; então, este mal vos alcançará nos últimos dias, porque fareis mal perante o SENHOR, provocando-o à ira com as obras das vossas mãos.  Dt 31:29

Essa não era só uma observação rápida, furtiva. Parece ter sido uma estratégia premeditada e consciente de Penina para provocar Ana a fazer algo impensado. Afinal, Ana era sua única rival nos afetos de Elcana (A Ana, porém, dava porção dupla, porque ele a amava, ainda mesmo que o SENHOR a houvesse deixado estéril. -  1Sm 1:5).

Os insultos de Penina pretendiam realmente ferir. Talvez as piores feridas venham daqueles que não pretendem nos ferir. Quem, em meio a dor terrível, não se sentiu pior ainda por causa de pessoas bem intencionadas que disseram ou fizeram a coisa errada?

4. Folheie rapidamente os primeiros cinco ou seis capítulos do livro de Jó. Os amigos de Jó estavam verdadeiramente tristes pelo que ele experimentava
Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande. Jó 2:12, 13). 
Mas como eles tornaram o problema ainda pior para ele? Por que é exatamente assim que não se deve reagir ao pesar dos outros?
A perda das posses materiais ou de pessoas próximas a nós provoca profundas dores. Enfermidades ou circunstâncias de nossa vida podem parecer assustadoras e nos levar ao desespero. Às vezes, viver com profundos desejos não realizados remove de nossa vida todo senso de esperança. As coisas vão de mal a pior quando temos que enfrentar não só profundas dores ou circunstâncias ruins mas também pessoas que parecem especialistas em tornar insuportável a vida. Essa combinação de sonhos não realizados e constantes tensões precipitou o clamor de Ana diante do Senhor. Às vezes, precisamos apresentar persistentemente nossas dores e frustrações diante de Deus. Quando chegamos ao fundo do poço, precisamos procurar respostas fora de nós.             





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